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Mesmo que poucas, havia vozes dissonantes na Cidade Dourada que não apoiavam Dimas Ortega como General Supremo. Pela atuação de Moura Pagliuca, existia a possibilidade dele ser uma dessas pessoas e estar sondado-o para decidir se o apoiaria ou não.

A verdade é que Wayne não tinha nada contra Dimas em particular, mas ele acreditava firmemente que o sujeito não era qualificado para permanecer no cargo de General Supremo. Sua forma de agir sempre colocava seus benefícios e vontades pessoais à frente dos interesses da Legião, era por isso que ele estava certo de que sob o comando daquela pessoa, o futuro dos Leões Dourados estaria em risco.

Então, mesmo que não fosse de seu interesse, foi obrigado a se opor a Dimas e criar ao seu redor uma facção própria. E no momento, o que mais precisava para colocar seus planos adiante era de um apoiador dentro da Cidade Dourada, para falar a seu favor.

“Não fomos informados disso, é realmente desastroso que o General Supremo não tenha tido êxito.” Wayne falou. Suas palavras eram uma lamentação cordial, mas sua postura deixava claro que ele não estava particularmente preocupado. “Posso saber o que exatamente aconteceu? Pelas informações que foram repassadas, o Clã Marauder que controlava a cidade de La Rosa não deveria ser capaz de resistir a uma ofensiva como essa. Talvez isso tenha sido um mau planejamento?”

Pagliuca manteve um sorriso amistoso, enquanto analisava não só Wayne, como os demais Generais. Vendo como o homem à sua frente não parecia se importar em mostrar abertamente sua oposição ao General Supremo ao ponto de até criticar sua competência indiretamente, o fez entender suas intenções.

“Irei enviar um relatório detalhado com as informações que recebi, já que pode ser útil a todos. Mas de forma resumida, houve algo parecido com o que aconteceu aqui. Não havia apenas o exército de um Clã dos Marauders lá, como também, um segundo exército, de Urukkans, estava escondido na região e pela retaguarda emboscou as forças do General Supremo durante o embate.” O homem negro falou abertamente. “Ao que parece, o exército do General Supremo recebeu pesadas baixas, pelo menos 40.000 soldados foram perdidos.”

Apesar de torcerem pela falha de Dimas, tanto Wayne, quanto Zado e os demais tinham expressões preocupadas ao ouvirem isso. A quantidade de perdas que o General Supremo sofreu eram equivalentes às tropas que eles usaram para conquistar Garância, o que significava que se fossem eles tentando retomar La Rosa e não Dimas, o destino de cada um deles ali, não seria outro senão a morte! Isso fez todos pensarem em quão fortes os inimigos eram para conseguir infringir tantas baixas em um exército tão poderoso?

“Podemos discutir isso detalhadamente num momento mais oportuno.” Pagliuca falou, ao notar a apreensão nos rostos dos Majores que haviam vindo com ele.

Afinal, se um exército tão grande tivesse sido derrotado, não significava que Garância não era nada mais do que uma armadilha mortal para eles?

“É claro, por aqui General.” Wayne disse, guiando o homem em direção ao Salão da cidade.

Com o auxílio dos outros Generais e Majores, rapidamente os reforços foram estabelecidos na cidade. Sendo distribuídos entre várias partes de Garância, para que se mobilizassem mais rapidamente em caso de ataque inimigo, com um foco principal no Sul, que era por onde os Dobats recuaram.

Naquele mesmo dia, Wayne enviou centenas de batedores, para rastrear e localizar inimigos na região. Mesmo que ele não quisesse atrair a ira do Lorde Soberano Dobat, também não poderia permitir-se ficar sem informações do inimigo.

Apesar de perder alguma mão de obra no processo, finalmente confirmaram que as tropas Dobat estavam marchando em direção ao extremo Sul, saindo das imediações de Garância, o que deixou todos os Generais aliviados.

Entretanto, mesmo com essa notícia positiva, batedores solitários e pequenos contingentes de Dobats ainda estavam espalhados pelas florestas circundantes, o que levou o alto comando a entender que seu objetivo era o mesmo que o deles, reunir informações.

A notícia da chegada de um General da Cidade Dourada, junto a quarenta Majores, rapidamente se espalhou por toda Garância, melhorando muito os ânimos que estavam baixos depois da batalha.

E, assim como o planejado, no segundo dia, a segunda remessa de reforços chegou, com 50.000 Soldados enviados de várias cidades e postos avançados dos Leões Dourados. Já no terceiro e quarto dia, Guildas Mercenárias, Guildas de Informações e Mercadores também chegaram, fazendo toda Garância, que antes estava mórbida e sem vida, encher-se novamente de vitalidade, como já havia sido outrora.

Apesar dos bons ventos que haviam chegado e do ânimo que todos estavam sentindo pela vitória em Garância, com a vinda das Guildas de Informações, atualizações sobre outros campos de batalha também vieram à tona, fazendo muitas pessoas ficarem preocupadas.

“Notícias da guerra! Notícias da guerra! Compre notícias, apenas 5 moedas de bronze! Informações exclusivas obtidas pela Guilda Azai!” Um jovem rapaz gritou, carregando um grande maço de papéis enrolados em suas costas.

Este era um membro de uma das Guildas de Informações, pessoas assim eram chamadas de “Pombos”, geralmente eram avalonianos contratados para vender e distribuir informações em zonas de guerra e outras regiões perigosas.

Além da Guilda Azai, muitas outras Guildas vieram até Garância em busca de lucros, trazendo consigo inteligências e noticiando uma série de eventos.

“Eu quero um.” Um Soldado disse, aproximando-se. O rapaz rapidamente tirou um dos maços de folhas, entregando alegremente ao sujeito em troca das moedas de bronze.

Ao começar a ler, o Soldado rapidamente pulou para as últimas folhas, sem se importar com as primeiras, já que queria saber sobre coisas relacionadas à sua Legião. Afinal, coisas sobre os Leões Dourados, uma Legião de médio porte, não eram tão importantes quanto aos acontecimentos relacionados às Dez Grandes Legiões.

O homem não parecia muito surpreso ao encontrar algo, principalmente ao ver notícias da derrota do General Supremo Dimas Ortega, dos Leões Dourados, essa informação já vinha circulando na cidade desde a chegada dos reforços. Ele também visualizou um artigo sobre a retomada de Garância, o que o fez colocar um sorriso de orgulho em seu rosto. O mesmo falava sobre a brava conquista do General Wayne e demais Generais na obtenção da cidade, que tinha sido dominada pelos Dobats.

No folheto também tinha um pequeno artigo informando sobre a aparição dos Alto Elfos em várias partes da Zona Divergente, interferindo na guerra contra os Orcs.

Depois da aparição do Arandur ali em Garância e em outras regiões, muito estava sendo especulado a respeito, mas ninguém sabia exatamente quais eram as intenções deles, então pouco era dito sobre nos jornais.

Logo o homem começou a varrer os olhos sobre outros artigos, até que resolveu conferir a primeira folha, e seus olhos focaram-se na manchete, fazendo-o ficar paralisado por um momento, em total choque.

“Não pode ser… Isso só pode ser mentira.” O sujeito disse, pálido.

No artigo dizia que o Grande Mago, Abel, da Torre Branca, uma das Dez Grandes Legiões, morreu em combate.

Não havia detalhes sobre como ocorreu sua morte, mas o artigo dizia que o homem havia sido morto ao atacar uma cidade dominada pela Tribo dos Urukkans.

Ao mesmo tempo que o Soldado estava chocado, lendo isso, muitas outras pessoas em toda Garância também já haviam ficado sabendo, tornando-se o novo assunto do momento.

Deve-se saber que Grandes Magos e Cavaleiros eram o ápice da raça Humana, junto aos Generais, eles representavam o alicerce que provia estabilidade para toda humanidade em Avalon.

Com a queda de um Grande Mago, todo o panorama da guerra no fronte sul havia mudado, todos sabiam que a partir daquele momento, a escala do conflito com os Orcs mudaria drasticamente. As Dez Grandes Legiões não permitiriam que seu poder e força fossem ameaçados dessa forma.

A Torre Branca, em especial, não era do tipo de organização que deixaria esse tipo de perda barata. Ela era conhecida como o “lar dos magos”, sendo uma Legião especializada em criar poderosos magos. 

Mesmo com a queda do Grande Mago Abel, eles ainda possuíam quatro Grandes Magos e certamente os moveria em busca de vingança.

Em um lugar distante, ao extremo Nordeste de Belai, uma gigantesca batalha estava ocorrendo.

Boom! Boom! Boom!

Milhares de Soldados, com bandeiras hasteadas com a figura de um enorme lobo uivante estampado, marchavam sem medo.

Em sua retaguarda, dezenas de gigantescas armas de guerra disparavam sem parar, enquanto nos céus, milhares de tropas aéreas flutuavam, de forma imponente. Este era um exército dos Lobos de Batalha, uma das Dez Grandes Legiões.

Do outro lado, um grande exército de Orcs, com linhas vermelhas em seu corpo e uma cor de pele de um verde-claro, pareciam acuados. No entanto, a brutalidade em seus olhos era evidente. Este era um Clã de médio porte da Tribo Marauder.

A sua frente, um gigantesco Orc, tinha uma expressão furiosa. Este era o Mestre deste clã, um Lorde Marauder Intermediário.

Apesar dele ser apenas um Lorde Intermediário, seu Clã não era fraco, possuindo cerca de uma dúzia de Lordes, entre Recém Ascendidos e Intermediários.

Mesmo que os Marauders não fossem tão populosos quanto os Dobats, eles compensavam esse aspecto negativo em sua facilidade de criar potências.

No lado Humano, no QG, um homem alto, com cabelos vermelhos, estava observando toda a batalha acontecendo. Seu rosto não mostrava qualquer sentimento, apesar de toda a matança à sua frente, este era o Marechal da Guerra dos Lobos de Batalha, Kaisar, a Presa Voraz.

Enquanto ele acompanhava a batalha, um Oficial de Inteligência chegou ao seu lado.

“Sir, acabamos de receber a notícia de que o Sábio Abel caiu.”

Ao ouvir isso, pela primeira vez a expressão do sujeito mudou. Contudo, não era de medo ou espanto, mas curiosidade.

“Abel foi morto?” disse com alguma indiferença, então sorriu. “A Torre Branca deve estar fervorosa com isso.”

O Oficial de inteligência assentiu, confirmando.

“Fui informado que eles pretendiam enviar um exército de 200.000 homens, porém…” disse, hesitando.

Ao ver a hesitação do sujeito, Kaisar o olhou com olhos frios, para o homem ter tanto medo de falar, significava que não era algo bom para ele.

“Diga logo de uma vez.” falou, com uma voz áspera.

“I-isso…” O sujeito ainda estava hesitante, mas acabou transmitindo as informações que haviam acabado de chegar. “As ações da Torre Branca foram barradas pelo Conselho Supremo. Ainda é segredo para o público, mas eles decretaram que todos os conflitos com os Orcs deve cessar e qualquer batalha em andamento deve ser parada imediatamente. A sede da Legião também transmitiu que devemos obedecer às indicações do Conselho.”

Quando essas palavras foram ditas, um clima pesado instaurou-se. Ao ver os olhos frios e intimidadores do homem ruivo a sua frente, o corpo do sujeito começou a tremer, quando pôde sentir até mesmo a batida de seu coração.

“Entendo, então é assim.” Kaisar disse, com uma voz calma. “Qual o seu nome, Oficial?” perguntou, colocando a mão em seu ombro.

“Leandro, senhor.” respondeu, nervosamente, sem se atrever a olhar nos olhos do Marechal.

“Hm, você fez um bom trabalho Leandro, pode ir agora.” dando um tapinha em suas costas.

Ao ouvir isso, o Oficial de Inteligência, que antes estava nervoso, assentiu, com um sorriso.

“Obrigado senhor, eu v-.” Em um piscar de olhos, antes que o sujeito terminasse de falar mais alguma coisa, um soco o atingiu na têmpora, fazendo sua cabeça explodir.

Sangue e miolos voaram para todos os lados, atingindo o rosto de um outro homem, que estava parado observando tudo em silêncio. Apesar do sangue caindo em sua face, ele não se moveu no mínimo.

“Eles querem que eu pare logo agora?” Kaisar disse, olhando para a cidade ao longe. Então virou-se para o sujeito parado ao lado. “Infelizmente nosso Oficial de Inteligência foi atingido por um ataque de um inimigo antes de transmitir a informação. É uma lástima, notei que ele era bastante competente.” falou, tirando um pano e limpando o sangue em seu punho.

“Sim senhor, foi um incidente infeliz, é uma pena.” O homem confirmou, num tom sério.

“Acho que é melhor acabarmos com isso, antes do próximo relatório chegar.” Ao dizer isso, o gigantesco homem ruivo moveu o pulso, tirando um enorme machado, banhado em chamas. “Ninguém vai tomar o que me pertence.”

Menos de uma hora depois, as chamas da guerra haviam diminuído, quando no meio da área onde havia milhares de Orcs, agora só restavam corpos por todos os lados.

De pé, em frente ao corpo do Lorde Marauder Intermediário, Mestre daquele Clã, um homem ruivo tinha uma expressão calma. Então puxou seu enorme machado, que estava cravado na cabeça da criatura.

“Alguma notícia do General Baison?” perguntou, em direção a um General ao seu lado.

“Ainda não senhor, ele já deve estar em Belai agora. Devemos receber notícias nos próximos dias.”

“Entendo.” Kaisar falou, com um olhar de cobiça. 

O que Sir Ferman encontrou para tê-lo feito mudar tanto? Independente do que for, eu quero para mim! O Marechal pensou, com um olhar de cobiça em seu rosto.

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Olá, eu sou Glauber1907!

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