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A escuridão pairava sobre o céu como uma cortina sinistra, sufocando o mundo abaixo. Yggdrasil observava desesperadamente, sua aura de luz se agitava e tremia com medo e desespero. Ela nunca havia visto seu filho, o Dragão Guardião, tão vulnerável, tão à beira do abismo. A energia púrpura que envolvia Renier como uma doença se aprofundava, correndo através de seu corpo como um veneno.

As baforadas de energia cósmica que Renier disparava contra o solo queimavam o planeta, transformando o ambiente ao redor em ruínas. Mas a Sombra Verdadeira, em sua forma monstruosa, aproveitava essa fraqueza. Suas três cabeças novas já estavam enroscadas ao redor do corpo de Renier, suas presas penetrando as escamas indestrutíveis do dragão, enquanto garras poderosas rasgavam suas asas com facilidade cruel.

Renier estava ficando mais fraco a cada segundo, seus olhos brilhando entre azul e roxo, lutando contra a malícia, contra a corrupção. Mas, apesar de sua força, seu poder incomparável, a escuridão continuava a se enraizar dentro dele. A cada segundo, ele sentia sua vontade sendo esmagada sob o peso do poder sombrio que tentava tomar controle de seu corpo.

— Renier… por favor… — Yggdrasil implorava. Sua voz, trêmula, era quase abafada pelo caos crescente. Cada palavra dela era uma tentativa desesperada de alcançá-lo, de trazê-lo de volta da beira do precipício. Ela sabia que se ele caísse, se ele cedesse à corrupção, todo o multiverso estaria condenado.

A Sombra Verdadeira, agora em total controle da situação, ergueu Renier aos céus, suas garras perfurando o corpo do Dragão. As asas de Renier, outrora majestosas e brilhantes com energia cósmica, agora estavam em pedaços, destruídas pela força bruta da Sombra. Com um último rugido triunfante, a criatura lançou o corpo de Renier do alto da estratosfera, seu corpo caindo como um meteoro em direção à Terra.

Renier, incapaz de controlar sua queda, sentia seu corpo se incinerar ao passar pela atmosfera, mas não conseguia reagir. Ele estava preso dentro de sua própria mente, lutando contra a escuridão que se enraizava em seu ser. Seus gritos internos eram sufocados pela dor e pela corrupção, e ele mal podia enxergar a realidade ao seu redor.

Quando o corpo colossal de Renier atingiu o solo, a explosão foi devastadora. O impacto destruiu a cidade abaixo dele, criando uma cratera profunda e espalhando uma onda de energia que varreu tudo em seu caminho. O silêncio que se seguiu foi apavorante, interrompido apenas pelos tremores que ainda ecoavam pelo planeta.

Renier estava caído, seu corpo imenso quebrado, ferido, e sem força para se levantar. Seus olhos mal conseguiam se abrir, tudo ao seu redor era um borrão de sombras e caos. Ele sentia a corrupção pulsando dentro dele, cada batida de seu coração ecoava com a malícia da Sombra. Por um momento, ele perguntou se este seria o seu fim.

Mas, mesmo nas profundezas de seu desespero, uma voz suave, uma presença familiar, ecoou em sua mente. Era Yggdrasil, ainda chamando por ele, ainda lutando por sua alma.

— Renier… ainda não acabou… por favor, lute… — A voz dela estava carregada de tristeza e esperança. Ela sabia que não podia intervir diretamente sem arriscar sua própria existência e a de todos os mundos. Mas ela acreditava nele, no filho que havia criado.

Yggdrasil estava em uma agonia silenciosa, desejando desesperadamente retirar Renier do combate. Sua preocupação era palpável, e ela sabia que a vida dele era mais importante do que qualquer batalha. No entanto, quando ela tentou expressar seus sentimentos, sua voz foi abruptamente interrompida por outra, uma voz feminina que soava com uma mistura de autoridade e desafio.

— Alguém do Clã Kanemoto não recua de uma batalha…

Renier imediatamente reconheceu a voz. Era alguém que ele conhecia bem: Rikyu, o Espírito Guardião que vivia em sua casa na Terra. O tom de Rikyu era quase sádico, mas com um toque de brincadeira, como se ele estivesse entretido com a situação.

— Então, Renier, — Rikyu disse, com uma risada baixa e quase zombeteira. — Você deseja vencer esta batalha, não é?

Yggdrasil estava confusa, não entendendo a conversa entre Renier e Rikyu. Ela queria saber o que estavam planejando. Renier, com um olhar decidido e seus olhos agora de um vermelho carmesim brilhante, não perdeu tempo. Sua pupila dracônica se contraía enquanto ele falava para Rikyu assumir o controle.

— Rikyu, possua-me, — Renier ordenou. — Você é um espírito. Não pode ser corrompido. Uma alma sem corpo não pode ser contaminada.

Yggdrasil ficou perplexa com a revelação, sem compreender totalmente a natureza da conversa. Rikyu apenas soltou uma risada mais uma vez, sua voz carregada de um misto de respeito e devoção.

— É tudo pelo meu Senhor, — ele respondeu.

A transformação em Renier era evidente e dramática. Seus olhos, antes azuis, agora brilhavam em um vermelho profundo. Seu corpo começou a liberar um enorme pulso de energia escura, varrendo a energia maligna e corrosiva que o havia dominado. Ele se ergueu, com uma aura ainda mais sombria do que o habitual, como se não houvesse mais uma presença dentro dele, apenas uma alma vingativa.

Rikyu, agora manifestando-se completamente no corpo de Renier, assumiu a forma de um Dragão Cósmico, mais sobrenatural do que o normal. Seu rugido ecoou com uma força devastadora, e ele lançou uma rajada de energia de tom azul pálido contra a Sombra Verdadeira. O impacto foi imenso, fazendo a Sombra recuar violentamente, embora não tenha sido completamente penetrada pelo ataque.

Yggdrasil observou com surpresa e admiração. Ela sabia sobre o Clã Kanemoto e sua linhagem. Rikyu, sendo um Espírito Guardião da casa ancestral de Renier, tinha uma conexão profunda com a família e seu legado. Ele era um protetor, uma entidade que havia ficado presa para guardar aqueles com os Olhos das Revelações, um presente de Shuten Douji, o Demônio que uma vez havia interagido com sua linhagem.

Com o novo poder e a presença de Rikyu no controle, Renier estava de volta à batalha com uma força renovada e um foco claro, preparado para enfrentar a Sombra Verdadeira e reverter o curso da corrupção que ameaçava consumir tudo. A luta estava longe de terminar, mas com Rikyu ao seu lado, Renier tinha uma chance real de triunfar.

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Anny, Katarine, Rose e as outras garotas finalmente chegaram à Cidadela, suas expressões variando entre espanto e alívio ao verem o local. O que se desdobrava diante de seus olhos era nada menos do que uma colossal nave espacial, imponente como uma capital imperial.

Katarine, com um tom sério, explicou a magnitude da estrutura.

— A Cidadela foi construída para servir como refúgio em caso de emergências graves no nosso mundo. É o resultado de uma colaboração massiva entre as quatro Imperatrizes, uma fusão de tecnologia avançada e mágica arcana.

O design da nave era futurista e impressionante. No centro, um domo visível indicava a presença de um pequeno ecossistema dentro da nave espacial, um vislumbre de esperança e segurança em meio ao caos.

Enquanto Rose, ainda visivelmente abatida, ativava o sinal em seu bracelete para iniciar o processo de teletransporte para dentro da nave, um estrondo terrível sacudiu o ar. A explosão causada pela queda de Renier foi acompanhada por um rugido de vento e uma nuvem de fogo roxo e azul no horizonte, onde antes havia uma cidade. Era uma visão aterrorizante, semelhante a uma explosão nuclear, um cogumelo de destruição pairando no céu.

Aurora e Anny estavam visivelmente preocupadas com Renier, suas expressões revelando uma apreensão profunda. Elas se perguntavam se ele estava bem, o que tinha acontecido, eram tantas perguntas… No entanto, Katarine e as demais sabiam que intervir diretamente só poderia piorar a situação. Ajudá-lo agora poderia ser mais prejudicial do que benéfico, e seria mais prudente focar em sua própria segurança.

Com um feixe de energia brilhante emanando da grande nave-mãe, a Cidadela se preparou para receber as garotas. O feixe as envolveu, puxando-as para dentro da nave, proporcionando um momento de paz e segurança, longe da devastação que se desenrolava lá fora. A entrada na nave não apenas ofereceu um refúgio temporário, mas também uma pausa para que elas pudessem planejar seus próximos passos e, quem sabe, encontrar uma maneira de ajudar Renier de forma eficaz e segura.

Continua…

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