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Capítulo 649 – Claustro Negro


Combo 97/115


“Um sonho compartilhado por todos?” Klein repetiu as palavras de Cattleya interiormente enquanto lentamente percebia a situação em que se encontrava.

A noite nessas águas perigosas conectaria os sonhos de todas as criaturas vivas!

E qualquer criatura que não dormisse não teria a proteção necessária, pois seus Corpos da Alma não estavam no sonho. Como tal, eles sofreriam um ataque desconhecido.

Quanto ao motivo pelo qual tal ataque levaria ao desaparecimento e não à morte instantânea, Klein, que não havia experimentado isso, não tinha motivos para especular.

Enquanto seus pensamentos corriam, Klein retirou o olhar do corpo de Cattleya, voltando-o para a magnífica cidade no penhasco oposto. Ele pensou por curiosidade.

“Se este mundo pode realmente ser formado a partir da conexão dos sonhos de todas as criaturas locais, quem poderia imaginar uma cidade tão inimaginável?”

Ele observou por alguns segundos antes de perguntar: — Qual é o nome dela?

“Qual é o nome desta cidade que só pode existir em mitos e lendas?”

Cattleya olhou para frente atordoada enquanto falava como se estivesse em um devaneio: — Não faço ideia… Haverá uma chance de ver isso toda vez que entrarmos no sonho, mas é impossível nos aproximarmos.

— Ela disse que se parece com o Grande Salão do Crepúsculo em Feysac.

— Ela provavelmente tem seus próprios palpites, mas nunca me contou.

“Ela? Aquela Rainha Misteriosa? O Grande Salão do Crepúsculo é onde fica a cadeira papal da Igreja do Deus do Combate…” Klein examinou a área e deliberou antes de dizer: — Pretendo dar uma olhada ao redor.

Ele acreditava que o Futuro não sairia destas águas tão cedo. O navio definitivamente encontraria mais situações semelhantes e entraria neste mundo de sonho várias vezes. Portanto, para se defender de eventuais acidentes e obter informações, era necessário que ele explorasse a área.

E a exploração sem dúvida precisava de um parceiro.

Cattleya permaneceu sentada ali, abraçando os joelhos. Seu tom permaneceu etéreo quando ela disse: — Não estou interessada.

“… Isso não é o que uma almirante pirata madura deveria dizer. Você poderia ter sido mais eufemística. Madame Eremita, você parece uma jovem petulante…” Klein ficou surpreso ao suspeitar que tinha ouvido mal. Isso estava em conflito com a Almirante das Estrelas que ele tinha em mente.

Pensando em como Gehrman Sparrow também tinha o seu lado de não ter medo da sujeira e das adversidades, ele chegou a uma conclusão. Rapidamente fez um palpite.

“Cattleya não está completamente acordada no sonho. Ela é capaz de saber que está sonhando, mas não consegue controlar-se efetivamente!”

“Isso quer dizer que ela, sem saber, retrataria os sentimentos enterrados no fundo de seu coração e revelaria um pouco de sua personalidade, que ela geralmente suprime.”

“Não é à toa que ela disse que nunca conseguiu se aproximar daquela cidade milagrosa. É porque nunca teve a intenção de explorá-la sozinha…” Klein pensou por um momento e deliberadamente sondou: — Podemos descobrir algo lá.

— Não vou, — Cattleya não hesitou em responder, mas ela nunca balançou a cabeça. — Estarei aqui esperando! Esperando!

“Ela realmente está em um estado semiinconsciente…” Klein fez o julgamento com base em sua reação e tom.

Ele não perdeu mais tempo e se virou para pular da pedra.

Pa!

Os pés de Klein pisaram no chão enquanto ele inconscientemente olhava para trás.

Cattleya permaneceu sentada abraçando os joelhos. Não havia ninguém por perto, e o pôr do sol congelado da cidade em frente a ela brilhava, produzindo uma longa sombra, misturando-se com uma das sombras produzidas pelas árvores murchas.

Uma suave brisa da montanha soprou enquanto a figura negra tremia suavemente. Cattleya não se moveu enquanto esperava teimosamente no local.

“Nesses momentos, é necessário um Psiquiatra para interpretar as emoções do sonho. Isso não tem nada a ver com as revelações obtidas através da adivinhação…” Klein curvou os lábios e examinou o ambiente em busca de uma direção para explorar.

Ele descobriu que independentemente da direção que tomasse, acabaria nos edifícios negros formados a partir dos claustros. Havia uma parede imponente que o isolava do penhasco. Independentemente da forma como a exploração fosse feita, era necessário passar pelo claustro, a menos que uma vez saltasse da falésia.

Como não havia outra escolha, Klein foi diretamente para a porta escura do claustro.

A porta tinha quase dez metros de altura e não parecia estar preparada para uso humano. Klein avaliou por alguns segundos, respirou fundo e estendeu as mãos para empurrar as extremidades da porta.

Seguiu-se um rangido. O peso da porta excedeu em muito a imaginação de Klein. Seus músculos incharam enquanto seu rosto ficou vermelho. No entanto, só conseguiu mover a porta um pouquinho, sem poder empurrá-la.

“Felizmente, é apenas um sonho. Contanto que haja motivos para acreditar, posso aumentar minha força sem realmente ativar a Fome Rastejante…” Klein exalou e fez com que sua luva esquerda ficasse manchada de palidez.

Em meio aos brilhos verde-escuros, ele obteve a força de um Zumbi. Seu braço ficou mais grosso enquanto suas pernas inchavam.

Screech!

Um som profundo e estridente explodiu quando a porta se abriu lentamente para revelar seu interior.

As duas torres escuras e os edifícios negros estavam conectados por pontes cobertas enquanto cercavam uma vasta praça de rocha acinzentada.

Havia muitos buracos na praça. Embutidas neles havia flechas enormes. Havia pilhas de chamas em vários pontos, como se já tivessem sofrido um ataque.

Klein passou pela entrada da caverna e entrou na praça. Sem surpresa, ele viu Frank Lee, Nina, Ottolov e companhia lá.

“Este é o sonho deles? Não parece… Ou deveria ser dito que o sonho de cada um se limita a si mesmo? Eles serão então colocados aleatoriamente em algum lugar deste mundo?” Klein adivinhou sem confiança.

Frank Lee era o mais próximo dele. Ele estava segurando uma pá e cavando alguns escombros. Ao lado dele estavam o pão branco, as torradas e o peixe assado que antes haviam caído no chão.

“Ele planeja usá-los como fertilizante? Ele está plantando coisas até mesmo em seus sonhos…” Klein se aproximou e perguntou casualmente: — O que você está fazendo?

Frank não parou, mas revelou um sorriso.

— Estou cultivando algumas coisinhas. Eles precisam dormir no solo por algum tempo antes de crescerem e proliferarem.

— Qual é a utilidade deles? — Klein perguntou, preocupado e curioso.

Frank sorriu e disse: — Eles são um cruzamento de fungos. Pode fazer os touros produzirem leite. Dessa forma, podemos obter mais leite, permitindo que mais pessoas bebam um leite bom.

“Poupe esses touros…” O rosto de Klein se contorceu quando ele perguntou: — Terá sucesso?

— Não há problemas com os efeitos, mas estou muito preocupado que eles não possam se reproduzir, — disse Frank franzindo a testa.

“Que a Morte os favoreça para sempre…” Klein rezou enquanto passava por Frank Lee e se dirigia para a entrada do prédio preto do outro lado da praça.

No caminho, passou por Nina e pelo navegador Ottolov, que bebiam ao lado de um pilar desabado.

— Você já pensou em deixar a tripulação pirata depois de ficar mais velha para encontrar um homem com quem se casar e se estabelecer? Não creio que alguém queira ficar à deriva no mar a vida inteira. — Ottolov tirou o chapéu pontudo e revelou o cabelo ligeiramente grisalho.

Seus olhos e tom informaram a Klein que, nas entrelinhas, ele queria dizer: se você deseja, por que não me considera?

“Sr. Navegador, você tem idade para ser pai de Nina. Você precisa levar em consideração sua saúde…” Ao passar, Klein não pôde deixar de zombar ao ouvir a conversa.

Nina engoliu um gole de cerveja e olhou em uma determinada direção.

— Não, essa não é a vida que desejo levar.

— Antes de me juntar a vocês, uma vez tentei me estabelecer na costa leste de Feysac e não ser pirata novamente, mas não consegui suportar o tédio. Tenho que carregar lenha e mover coisas todos os dias e só posso ficar em casa à noite. Não tenho permissão para ir ao bar ou sair para caçar no deserto. Tal vida parece constante e imutável! Além disso, sofri todo tipo de crítica, tolerando aquelas pessoas irritantes. Eu tenho que me preocupar com os policiais, mesmo que eu queira espancá-los!

— Ainda é melhor no navio. Embora na maioria das vezes seja chato, muitas vezes podemos ir a lugares diferentes e encontrar assuntos diferentes. Heh heh. Mesmo os momentos mais chatos podem destruir esses companheiros, transformando-os em piratas razoáveis. Também posso dizer que quem tiver o melhor desempenho todos os meses pode passar a noite no meu quarto. Então, vou observá-los aproveitando o tormento com entusiasmo. Claro, passar a noite e fazer sexo são diferentes. Depende do meu humor.

“Uma verdadeira mulher pirata… Todo mundo deseja algo diferente…” Klein fez um comentário neutro e não acreditou que houvesse algo de errado com as ideias de Nina.

“Não vou discordar da escolha dela, mas se ela frequentemente mata, se envolve em incêndios criminosos e saques, não me importo de usar a cabeça dela para trocar por uma recompensa na próxima vez que nos encontrarmos…” Klein retraiu o olhar e chegou à suspeita entrada dos edifícios pretos e torres.

Inconscientemente, ele virou a cabeça e percebeu que as sombras no canto pareciam normais, mas havia algo diferente.

“Heath Doyle? Ele se esconde nas sombras mesmo em sonho? De acordo com meu conhecimento limitado de psicologia, isso é resultado de uma grande falta de sensação de segurança…” Klein empurrou outra porta que também tinha quase dez metros de altura.

Em meio aos sons de moagem, seu olhar congelou de repente.

Atrás da porta havia um vasto salão que tinha duas fileiras de pilares de pedra que o sustentavam.

O corredor estava anormalmente escuro, sem luz de velas. Quando a porta principal se abriu, a luz externa brilhou, iluminando o interior para torná-lo claro.

Klein viu que havia murais de várias cores, sendo o dourado a principal cor escolhida na cúpula. Eles estavam conectados um ao outro sem quaisquer lacunas. Isso lhe deu uma sensação magnífica e sagrada.

Thud! Thud! Thud! 

Uma figura estava de costas para Klein, usando o machado na mão para cortar uma árvore longa e enorme; seus motivos eram desconhecidos.

A figura estava vestida com uma camisa branca e um colete preto. Não se parecia com nenhum dos piratas do navio.

“Há mais alguém nestas águas? Ou poderia ser o misterioso par de olhos que observava o convés e a mim?” O coração de Klein afundou quando ele diminuiu a velocidade. Ele se aproximou cautelosamente e chegou ao lado da figura, onde a discerniu.

Era um homem que parecia jovem. Ele tinha cabelo loiro curto no estilo militar. Seus olhos verde-esmeralda pareciam focados e sérios.

— O que você está fazendo? O que é este lugar? — Klein perguntou cuidadosamente.

Ele intuitivamente acreditava que a pessoa não era a dona dos olhos misteriosos.

O jovem levantou a mão para tocar os lóbulos das orelhas sem virar a cabeça.

— Por que você está fazendo essas perguntas? Meu navio afundou e estou ocupado fazendo uma canoa para mim. Não tenho tempo para falar com você.

— …

Klein pensou antes de perguntar: — Quem é você?

— Quem sou eu? Eu sou o azarado Anderson. Desde que vi aquele mural, tenho sido atormentado pelo azar. — O jovem apontou em uma direção.

Seguindo o dedo, Klein viu um mural.

O mural representava um mar de fogo que se dividia ao meio para produzir um caminho.

No caminho havia uma longa fila de pessoas. Essas pessoas mantinham a cabeça baixa com devoção piedosa ou prostravam-se no chão. O destino delas estava nas profundezas do mar.

Seu líder era um homem magro com longos cabelos prateados. Suas características faciais eram suaves e seus olhos estavam bem fechados. Nas suas costas havia várias asas.

“Isso…” As pupilas de Klein se contraíram repentinamente.

Ele reconheceu o líder no mural!

Era o Anjo do Destino que o Jovem Sol uma vez retratou!

Era o Devorador de Caudas, ​​Ouroboros!

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Olá, eu sou Vento_Leste!

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