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Belial

Sentada ao meu lado, Lilith sorriu enquanto observava seus filhos durante o treinamento. Azrael passou anos sem aprendizado, e as técnicas de luta que ele estava usando eram diferentes de tudo o que já havia visto, como se estivesse lutando por puro instinto.

Notei a troca de olhares entre Azrael e Mana, enquanto ela observava a luta perto da arena. Os dois se consideravam irmãos, então decidimos adotar a jovem. Normalmente, ela teria sido mandada de volta para o confinamento, mas ao longo do mês, notei que ela não representava uma ameaça para o meu filho e, na verdade, estava fazendo muito bem ao seu estado. Julgando pelos sentimentos dos dois, abandoná-la estava fora de questão.

“Azrael está indo bem contra Alice”, comentou Lilith, orgulhosa de seu filho.

Para um observador experiente, era visível que Alice estava se segurando contra seu irmão, mas não havia motivos para expressar meus pensamentos.

“Certamente ele evoluiu bastante desde o primeiro dia”, eu disse com um suspiro desanimado.

Azrael era inteligente ao ponto de aprender enquanto lutava, mas não tinha um estilo de luta próprio, e por mais que tentasse, não poderia se igualar aos seus irmãos. Além da pequena quantidade de mana que possuía, seu corpo não estava tão treinado. Não conseguia imaginar quantos anos levaria para que ele conseguisse lutar de igual para igual com Alice.

“Talvez eu devesse ter incentivado Azrael a treinar com o Ex?”

“Você está insinuando que o Ex é mais fraco só porque eu o treinei?”, brincou Lilith enquanto fazia biquinho.

“Claro que não, querida. Ex é melhor em controlar sua força e conseguiria ensinar Azrael de forma adequada.”

Por mais forte que Alice fosse, ela era muito impulsiva quando se tratava de treinamento, incapaz de controlar sua força contra oponentes mais fracos, uma falha que eu não conseguira corrigir.

Quando terminei minha frase, notei Azrael ser arremessado a uma distância considerável por sua irmã mais velha, contudo, ele logo se levantou e continuou o treinamento.

“Bom, acho que você está certo…”

“Eu discordo.”

Foi quando nosso convidado finalmente chegou. A linda mulher de olhos azul-escuro e cabelos avermelhados nem se deu ao trabalho de olhar em nossa direção. Seus olhos estavam focados em Azrael, que continuava o treinamento.

“Oh? Samael, pensei que você não viria.”

Notei as roupas casuais de Samael, o que me surpreendeu um pouco, já que para um nobre do seu nível, essas roupas eram estranhas. Contudo, seu belo rosto não permitia olhar para as vestes que ela usava, já que minha atenção sempre se voltava para admirar sua beleza.

“Me desculpe pela demora, Lilith. Eu estava terminando o elixir”, comentou Samael enquanto sentava-se ao meu lado.

“Então, alguma notícia boa?”

Samael suspirou desanimada.

“Não muito… No máximo o elixir vai durar um ano. Após isso, os efeitos do veneno se tornarão severos o suficiente para matá-la.”

Mesmo Samael não conseguira criar um antídoto para o veneno da besta divina. Por mais que fosse triste, Mana tinha apenas um ano.

“As presas estavam em ótimo estado e o veneno foi extraído com sucesso, mas não consegui…”

“Não existe motivo para ficar triste. Logo vamos encontrar uma forma de mantê-la viva”, eu disse, mas logo lembrei de algo. “Como você estava dizendo. Em que parte você discorda do meu comentário?”

“Sobre isso. Não imagino que o seu filho seja tão ruim.”

Olhei novamente para o local onde Alice e Azrael trocavam golpes com espadas de madeira. Por mais que a luta fosse uma brincadeira para Alice, Azrael estava se machucando bastante com os golpes.

“Não brinque com as palavras. Mesmo sendo meu filho, eu sei que ele está bem abaixo do nível de um demônio de classe baixa.”

“Belial, você se tornou tolo. Lilith, talvez você devesse incentivá-lo a voltar com o treinamento”, disse Samael com um sorriso sarcástico.

“Eu diria que você está certa.”

Tentei observar em que aspecto Azrael se sobressaía, mas a luta era unilateral. Não havia maneira de ele vencer.

“Não entendo”, comentei em um murmúrio.

“Observe bem seu filho. Tem algo de errado na sua técnica de luta?”

Técnica de luta…? Pense.

Ao observar Azrael novamente, não consegui esconder minha surpresa, o que gerou um sorriso malicioso nos rostos das duas mulheres.

Diferente de antes, Azrael não estava mais lutando por instinto. Cada um de seus movimentos se tornara polido, como se ele tivesse treinado por anos até se aperfeiçoar.

Ele estava copiando as técnicas de Alice ao ponto de suas habilidades se igualarem. Até mesmo os guardas que assistiam à luta, Mana e Ex. Todos estavam surpresos com Azrael. Não existia explicação para o que estava acontecendo.

Tudo mudou quando Azrael foi arremessado? Pensei.

“Ele copiou as habilidades de luta enquanto sentia os golpes com seu próprio corpo”, comentou Samael.

“Eu imaginei que isso aconteceria. Ele continuou a observar Alice enquanto lutavam”, completou Lilith.

Apenas eu não notei. Azrael estava evoluindo neste último mês e agora estava pressionando Alice.

Com um movimento rápido, Alice avançou em direção a Azrael. Em um giro, seu pé foi em direção ao ombro de Azrael, mas ele desviou, como se já soubesse onde ela atacaria, e segurou Alice pela cintura, jogando-a no chão. Seu movimento rápido deixou Alice surpresa, e foi quando notei a mana dela crescer de forma estranha.

“Já chega!”, ordenei, antes que a luta ficasse séria.

“Belial. Eu quero esse garoto”, disse Samael feliz enquanto observava Azrael.

Pela primeira vez em milênios, Samael parecia feliz ao observar uma luta, o que despertou meu interesse.

“Oh? Você está pensando em–”

“Sim”, interrompeu Samael. “Eu quero treiná-lo. Por favor, me dê essa oportunidade…”

Era difícil dar minha permissão neste momento, e Samael sabia disso.

“Não. Deixe-me convencê-lo então. Deixe-me conversar com o seu filho e descobrir mais sobre ele. Se minhas suspeitas estiverem certas, esse garoto é mais poderoso do que aparenta e talvez se torne o pilar da próxima geração.”

As palavras de Samael não pareciam brincadeira. Ela estava séria. Não havia motivos para recusar o seu pedido quando Samael parecia decidida.

Olhei em direção a Azrael, que estava guardando os equipamentos de treinamento.

“Tudo bem. Converse com ele, mas… Eu quero ouvir o que você tem a dizer sobre ele no final dessa conversa.”

Se Samael treinasse Azrael, o nível que esse garoto poderia atingir estava além da imaginação. Como o primeiro ser da criação, Samael possuía técnicas, magias e muitos outros segredos que até mesmo os anjos desconheciam.

“Você não vai se arrepender. Se minhas suspeitas estiverem certas, existem dois indivíduos no planeta que podem se tornar uma ameaça para aqueles no poder. Seu filho estará protegido se estiver comigo.”

“Dois?”, perguntei confuso.

“Sim, dois. Se Azrael for um verdadeiro, então o outro estará por perto ou eventualmente aparecerá.”

A ideia de que existiam dois indivíduos tão poderosos era preocupante. Mas a confiança de Samael em sua capacidade de treinar Azrael era evidente. Eu estava disposto a dar uma chance a essa ideia, mas só depois de ouvir a opinião de Samael sobre meu filho.

***

Azrael

Após guardar os equipamentos de treino, fomos em direção à sala de jantar. Com Alice ao meu lado direito e Mana no esquerdo, senti-me pressionado com duas lindas garotas me segurando tão fortemente. As duas pareciam ter uma certa rivalidade, e os olhares trocados pareciam ameaçadores para um espectador. Ex, por outro lado, estava um pouco distante, observando toda a cena enquanto sorria.

Deixando as duas de lado, parei de caminhar para igualar meus passos com Ex. Ele não ficou surpreso com minha aproximação e, na verdade, parecia querer conversar também.

“O treinamento de hoje foi espetacular. Como você conseguiu derrubar Alice no final?”, perguntou Ex, curioso.

“Para falar a verdade, eu não sei… Meu corpo reagiu sozinho, como se já soubesse qual seria seu próximo golpe.”

Ex não pareceu convencido, mas não havia motivos para duvidar de minhas palavras.

“Bom, digamos que eu sou bom em aprender. No mês em que estivemos treinando, meu corpo pareceu se adaptar às técnicas de Alice.”

Não era mentira. Quanto mais eu observava, mais fácil era prever os movimentos de Alice. Não apenas isso, mas poderia replicá-los perfeitamente.

“Entendi. Bom, em algum momento você vai conseguir se igualar a ela”, disse Ex, sabendo que Alice sempre tentou se segurar em nosso treinamento.

Não queria superar Alice, na verdade, sempre me perguntei se existia motivo para treinar dessa forma.

“Você deseja a minha derrota?”, disse Alice, enquanto envolvia Ex com o seu braço.

“Digamos que hoje você perdeu”, brincou Mana.

“Sério?”, perguntou Alice, verdadeiramente surpresa.

Ex sorriu vendo a surpresa de nossa irmã, então explicou o motivo da derrota de Alice.

“Ela está certa, Alice. Você perdeu. Azrael, alguém inexperiente conseguiu te derrubar no final e você quase usou mana no treinamento contra um iniciante. Não importa como você pense, hoje a derrota foi sua.”

Era como Ex disse, contudo, saber que Alice sempre esteve se segurando me deixava curioso para vê-la lutando a sério.

“Então é assim? Confesso que quase usei minha mana, mas… Não, não existe motivo para orgulho. Haha, eu perdi.”

Mesmo não querendo admitir, a derrota de Alice era evidente.

“Bom, tudo o que eu preciso agora é de um bom banho”, disse Alice enquanto parecia cansada.

“Mudando de assunto?”, provocou Mana.

“E você? Ainda não conseguiu ganhar do Ex.”

Alice sorriu de forma sarcástica enquanto mostrava a língua para Mana.

“É um assunto diferente. Mana não tinha treinamento de magia. Diferente de lutar com espadas, magia é muito complicada para um iniciante.”

“Ex, não se meta.”

O ambiente se tornou acolhedor, impregnado pelas discussões amigáveis que eram frequentes em nossos dias. Essa atmosfera era um contraste marcante em relação aos tempos sombrios que passei no centro de pesquisas. Sinto-me feliz e aliviado por poder vivenciar dias assim.

Foi quando alguém adentrou meu campo de visão, uma presença que imediatamente cativou a atenção de todos ao redor. Era uma mulher de cabelos vermelhos como o fogo e olhos azuis-escuros profundos como o oceano, uma verdadeira visão angelical. Sua beleza lembrava a de Lilith, mas com um toque de singularidade e magia inconfundíveis.

Seus cabelos vermelhos fluíam suavemente ao redor de seu rosto, reluzindo como rubis sob a luz do sol. Essa característica contrastava de maneira deslumbrante com sua pele pálida, criando um efeito hipnotizante e fascinante. Seus olhos azuis-escuros eram profundos e enigmáticos, convidando as pessoas a mergulharem em seu mistério.

O rosto dela era delicado e harmoniosamente simétrico, com maçãs do rosto levemente coradas, lábios suaves e um queixo graciosamente esculpido. Sua expressão transmitia serenidade e autoconfiança, irradiando uma aura de profundo autoconhecimento.

“Oh? Estou atrapalhando alguma coisa?”, indagou a mulher com uma presença notável, movendo-se com graça e elegância que pareciam transcender a realidade cotidiana. Sua voz era suave e melodiosa, as palavras proferidas por ela tinham o poder de acalmar e inspirar a todos que tinham o privilégio de ouvi-la.

“Deixe-me ver…”, prosseguiu a mulher ao se aproximar de mim. Com suavidade, colocou a mão em seu próprio rosto e se inclinou para me observar de perto, fixando seu olhar no meu. Um sorriso satisfeito se formou em seus lábios enquanto estudava minha expressão.

“Será que podemos ter uma breve conversa?”, perguntou, suas palavras mais uma vez trazendo tranquilidade ao ambiente. Quando Mana se interpôs na minha frente com uma expressão destemida, a mulher respondeu com um sorriso encantador às palavras da jovem.

“Não precisa se preocupar, Mana”, tranquilizou Alice, dissipando qualquer tensão que pudesse ter surgido. “Afinal, essa mulher é Samael, alguém de extrema importância para nossa família e responsável pela criação do elixir.”

Alice explicou a identidade de Samael a Mana, que reagiu com surpresa. Ela recuou timidamente enquanto Alice se aproximava de Samael.

“É bom te ver, tia, mas também estou curiosa para saber sobre seus assuntos com o Azrael”, expressou Alice com sinceridade. A mulher chamada Samael acariciou a cabeça de Alice em um gesto de compreensão.

A voz de Noir ecoou em minha cabeça, afirmando: “Az, você pode confiar nessa pessoa.” Com a confirmação de Noir, que reconhecia a importância de Samael para a sobrevivência de Mana, eu podia ouvi-la sem preocupações.

“Tudo bem, você quer conversar comigo, certo?”, perguntei a Samael.

“Bom garoto. Me siga, vamos para um lugar mais tranquilo”, respondeu Samael, indicando que era hora de uma conversa em particular.

***

Deixando os outros para trás, seguimos em direção a uma sala na parte norte do castelo. O ambiente era tranquilo, e os guardas que estavam de plantão foram dispensados por Samael. Ela se sentou à mesa e, com um movimento mágico, criou uma espécie de espaço dimensional de onde retirou uma pequena garrafa e um copo.

Colocando um pouco do líquido no copo, ela levou-o à boca, enquanto eu procurava um local para me sentar. A sala permaneceu em silêncio por um longo período, enquanto Samael apreciava sua bebida. Em alguns momentos, percebi seu olhar em minha direção, como se estivesse me analisando, mas nenhum de nós disse uma palavra, até que ela finalmente quebrou o silêncio.

“Então… Posso te perguntar algo?”

“Claro,” respondi.

Samael então se aproximou, seu rosto perto o suficiente para que eu pudesse sentir sua respiração.

“Por que você está escondendo sua mana e força? Ou você faz isso de forma inconsciente?”

Fiquei surpreso com suas palavras, que pareciam confirmar suas suspeitas.

“Haha, então eu estava certa? Quando você conseguiu copiar o estilo de luta de Alice?”

Com um leve suspiro, respondi sinceramente. “Desde o momento em que a observei treinando.”

Enquanto a observava, consegui copiar seu estilo de luta com bastante facilidade. Contudo, para ter um melhor entendimento, permiti que ela me acertasse. Força, precisão, distância. Eu precisava de todas essas informações para conseguir replicar seus golpes, então usei meu corpo como aprendizado.

“Você consegue copiar apenas as técnicas de luta, ou magias também são possíveis?”

Ela parecia me ler perfeitamente, como se já soubesse a resposta e estivesse apenas querendo confirmar.

“Eu não sei do que está falando…”

“Responda,” sua voz imperativa me fez tremer, trazendo uma sensação estranha que nunca havia sentido antes. Em sua voz, a mana imbuida tornou sua ordem algo impossível de resistir.

“Desde que eu consiga ver e entender, qualquer magia pode ser aprendida,” respondi involuntariamente.

Foi quando notei que ela havia usado a mesma habilidade que eu tinha.

“Isso é uma ordem. Nunca mais use essa habilidade em mim.”

Samael não se surpreendeu com minhas palavras imbuídas de mana. Na verdade, ela sorriu enquanto confirmava mais uma de suas suspeitas.

“Mana da escuridão e Dominação, além do olho perfeito…”, murmurou Samael. “Criança, você deseja se tornar forte?”

“Não,” respondi sem demora.

“Não vai nem pensar?”

“Eu não quero enfrentar ninguém. Só estou participando do treinamento por ordem de Belial. Você não sabe o que eu passei, então não entenderia meus motivos.”

“Sim, eu sei. Belial me contou tudo, e por isso eu te perguntei se queria ficar forte,” disse ela com confiança. “Você não quer ver aqueles ao seu redor sofrer, certo? Não? A melhor forma de proteger alguém é se tornando mais forte.”

Então, um momento de silêncio se seguiu.

“Bom, na verdade, tem uma coisa que eu queria te dizer antes de ouvir sua resposta,” Samael continuou após um breve suspiro. “Sua irmã só tem mais um ano de vida.” Suas palavras me atingiram como um soco.

“Eh?”

“Espere, não precisa se preocupar. Na verdade, existe uma forma de ajudá-la. Minhas suspeitas foram confirmadas, então é possível. Você poderia me ouvir primeiro e, depois de pensar, me dar uma resposta, tudo bem?”

***

Após ouvir as palavras de Samael, minha convicção de que essa era a única maneira possível de salvar minha irmã se fortaleceu. Por mais que fosse uma aposta arriscada, não tínhamos escolha, e sua proposta parecia a única saída viável. Não era uma cura que ela propôs, mas uma maneira de manter Mana viva, e isso já era um alívio.

“Bom, mas eu preciso saber se você vai conseguir…”, murmurei com um tom de preocupação, minha voz tremendo levemente. As palavras de Samael ecoaram em minha mente, e a gravidade da situação estava começando a se instalar. Tínhamos apenas um ano para cumprir o objetivo de aprender essa técnica se quiséssemos salvar Mana.

Samael permaneceu calma, mas sua expressão mostrava que ela estava pensando meticulosamente em todas as alternativas possíveis. Um erro poderia ser fatal, e a pressão era esmagadora.

“Eu desconheço a sua força, mas tenho algo em mente para testar”, disse Samael enquanto se levantava da mesa. Ela caminhou até o final da sala e afastou todos os móveis, preparando o ambiente para nossa próxima ação. Em seguida, assumiu uma posição de combate, indicando que estava prestes a demonstrar uma técnica importante. “Observe bem. Vou mostrar apenas uma vez, e você deve replicar essa técnica amanhã.”

Suas palavras despertaram minha imaginação, e minha expectativa aumentou consideravelmente. “Mas antes… O que você sente ou faz quando tenta copiar alguma técnica?” Samael perguntou, querendo entender minha abordagem para aprender novas habilidades.

“Eu apenas mantenho o foco em todos os movimentos”, respondi, tentando explicar meu processo. Não era uma tarefa extremamente difícil, mas manter a concentração era crucial, pois um deslize poderia resultar em uma cópia imprecisa e ineficaz.

“Você já tentou usar mana enquanto copiava?” Samael lançou uma pergunta intrigante, e eu franzi a testa, tentando compreender o significado de suas palavras. Não fazia sentido usar mana durante o processo de aprendizado, ou fazia?

Balancei a cabeça em negação, indicando que nunca havia tentado. Era um conceito estranho para mim, mas estava disposto a aprender.

“Então… concentre parte de sua mana nos olhos. Faça isso, e quando terminar, me avise, e eu mostrarei a técnica.” Samael deu uma instrução clara, e eu decidi segui-la. Comecei a mover minha mana por todo o corpo e, em seguida, me concentrei nos meus olhos, como ela havia indicado.

À medida que a mana fluía para meus olhos, experimentei uma sensação estranha. Minha visão parecia ter sido aprimorada de alguma forma. Samael notou imediatamente essa mudança. “Você já tem mana em seus olhos?”, ela perguntou, e eu assenti, surpreso com a rapidez com que minha visão se adaptou à presença da mana.

Samael continuou a instrução e começou a se mover, assumindo uma postura de combate. Seus movimentos eram tão fluidos e precisos que pareciam uma dança coreografada. Ela executou uma série de cortes verticais, horizontais e até mesmo movimentos complexos que mudavam de direção aleatoriamente. Sua técnica era uma obra de arte em movimento, uma dança letal.

Observei cada aspecto de sua técnica, desde a movimentação de seus pés até o posicionamento de seu corpo e a força empregada em cada golpe. Aperfeiçoei meu foco com a ajuda da mana em meus olhos, permitindo que eu captasse todos os detalhes com precisão.

Quando Samael finalmente terminou sua técnica, entendi que não havia chances de defesa contra seus ataques. Era como se sua técnica fosse o auge absoluto das habilidades com espada. Se eu pudesse dar um nome para essa técnica, seria…

“Ataque absoluto”, disse Samael, completando meus pensamentos. “Essa técnica me permite usar uma variedade de técnicas, e todos os golpes tornam a técnica impossível de ser defendida. Como eu mostrei, quero que você a execute amanhã. Se conseguir usá-la com perfeição, aceitarei você como meu primeiro discípulo.”

A habilidade com a espada de Samael era verdadeiramente magnífica, como uma dança mortal. Apesar de sua complexidade, eu estava confiante de que havia conseguido copiar com precisão cada movimento.

“Se você conseguir executá-la, também poderei ensinar a ‘Defesa absoluta’, a única técnica capaz de se defender contra esses ataques”, Samael acrescentou. Minha ansiedade cresceu, pois pela primeira vez desde o meu nascimento, senti uma forte ligação com um professor que poderia me ensinar algo incrível. Era uma sensação de esperança que há muito tempo eu não experimentava.

Samael

Antes do treinamento entre Azrael e Alice começar, fiz um pedido a Belial. Eu implorei que ele permitisse que ambos utilizassem mana em seu duelo e que até mesmo as magias fossem permitidas. A princípio, a ideia pareceu absurda, especialmente porque Alice tinha dificuldades em controlar sua força, mas eu insisti com Belial para que ele considerasse. Apesar de relutante, ele finalmente concordou com o meu pedido, e o espetáculo tão aguardado estava prestes a começar.

Ao meu lado, Belial permaneceu atento, observando cuidadosamente enquanto seus filhos se preparavam para iniciar o treinamento. Ele estava curioso sobre o que eu havia descoberto a respeito de Azrael.

“O que você descobriu sobre Azrael?”, perguntou Belial, sua curiosidade evidente em sua voz.

“Logo você verá, meu caro amigo”, respondi com um sorriso enigmático. “Vou explicar tudo em breve. Por enquanto, aproveite o espetáculo, pois eu farei o mesmo.”

Olá, eu sou o Monarca!

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