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Os cinco alunos se reuniram em uma mesa ao ar livre no campus. Pegando seus cartões de aluno e lendo fielmente as informações, eles se apresentam:

— Eu sou Antony Windsor, segundo filho da família Windsor, uma das famílias reais dos Três Grandes Reinos do Grã-Empire. — Tentou se exibir, mas ficou feliz ao ver que ninguém se importou. — Minha energia é mana, meu atributo é o metal, e a minha condição especial é o “corpo perfeito”.

— Aryna Sabbac é meu nome, sou natural de Grã-Empire. Minha energia é a mana, meu atributo é a água, e tenho uma reserva de energia imensurável como minha condição especial.

— Sou Ivan, vindo de Snegriya. Possuo energia do tipo mana, meu atributo é o gelo, e minha condição especial me permite suportar temperaturas extremamente baixas e altas.

— Rebecca, também de Grã-Empire. Minha energia é a psico energia, minha habilidade consiste em criar barreiras psíquicas, e minha condição especial é a capacidade de absorver ataques.

— Meu nome é Theo Augustus de Lawrence, e venho de Romerian. Minha energia é o Eter, e minha condição especial é conhecida como “genium”.

— De que estado de Romerian você veio? — Aryna perguntou.

— Nethuns.

— Legal! O Estado do deus da água…

— Ouvi dizer que as praias de lá são tropicais e lindas — comentou Aryna.

Antony se aproximou de Ivan, subindo na mesa de madeira e descansando os pés no banco.

— Como é em Snegriya? Realmente é tudo congelado? As pessoas lá são mais reservadas mesmo?

— Sim — Ivan cortou. — diariamente lá chega a -18 °C, esse é o mais próximo do calor. E sim, são pessoas mais reservadas. Você mora em Nethuns, né? Já foi na floresta das ninfas? — indagou a Theo, ignorando completamente Antony.

— Sim, a floresta rodeia toda minha casa e as cidades mais próximas, então eu basicamente cresci nela.

Floresta das Ninfas: É conhecida como o lugar mais perigoso do continente, composta por três regiões distintas. A primeira delas é a zona habitável, onde os humanos ainda conseguem sobreviver. A segunda é a zona morta, habitada por criaturas tão medonhas e sobrenaturais que nenhum humano ousa pisar nela. Por último, temos o coração da floresta, uma área mítica e ainda envolta em mistério. Até agora, nenhum humano conseguiu ultrapassar a segunda zona, tornando o coração da floresta não mais do que uma lenda inexplorada.

— Como é? Realmente é tão perigoso? — Rebecca indagou.

— Sim. Eu dei apenas um passo para dentro da névoa, mas me arrependi tanto que eu só desejei morrer.

Rebecca engoliu em seco, desviando o olhar por todos os lados. Ivan se manteve ligado, ainda interessado.

— O que você viu? — Aryna perguntou. No mesmo instante, Antony cutucou seu bíceps, percebendo ser um assunto sensível para Theo.

— A morte — retrucou, e logo um silêncio ensurdecedor tomou conta do ambiente, tornando o clima tenso. Theo manteve um olhar de peixe morto após responder. — Rebecca, quão poderosas são as suas barreiras?

— Depende apenas da minha capacidade de absorção. Todo o dano que minha barreira sofrer, eu vou absorver ele para meu próprio corpo reduzindo em 50%. 

— Espera, você cria uma barreira para se proteger e acaba sofrendo dano? Como assim? — brincou Antony.

— Basicamente. Eu não sinto a dor, porém ainda assim levo o dano. Costumo tratar como uma maldição.

— É mais útil que uma garota que só atira água. — Aryna retrucou, tirando a atenção de Rebecca para ela.

— Na verdade, não — argumento Theo. — A água, cientificamente falando, pode ser um dos mais destrutivos. Exemplo: se você criar um jato d’água com alta pressão, é possível quebrar um diamante como papel. Pensando bem… se um desses jatos for grande o suficiente, pode partir uma montanha…

— Está falando nossa língua? — indagou Aryna.

— Como o Paul disse: você pensa demais. Porém, esse deve ser o seu brilho. — Ivan comentou, sentando em um dos bancos. — Você parece ser experiente com o vento, quem te treinou?

— Meu pai. Ele é um híbrido de classes, por isso fez questão de que eu aprendesse a manipular o vento como ninguém. Minha mentalidade ajuda às vezes.

— Ele é militar?

— Tenente.

— Quem é esse Amiah? — Aryna indaga olhando o seu cartão de estudante.

— Amiah… esse nome é familiar. — Theo murmura.

— Hum… o que vocês vão fazer agora? — indagou Antony, olhando para o céu. — Tô pensando em assistir uma aula sobre magia, não sei nada do sistema. Alguém disposto a vir?

— Tô fora. — Ivan retrucou, de braços cruzados e olhos fechados. — Em Snegriya, as crianças são obrigadas a aprender sobre o sistema de magia desde quando aprendem a ler, então essa será a última matéria que eu vou assistir.

— Os camponeses também leem em Snegriya?

— Sim.

— Também tô fora. Eu e a Becca vamos assistir uma aula sobre potencialização de feitiços — disse Aryna. Todos os quatro olham de fininho para Theo, que entendeu a mensagem e não demorou muito para responder:

— Ok, eu vou. Preciso entender um pouco do Eter também, então vai servir para algo.

— Valeu, cara! — agradeceu levantado a mão.

Theo olhou para a mão de Antony, levantada e aberta, esperando apenas uma resposta. Ao levantar-se do banco, Theo dá um tapa na mão de Antony e se acena para os outros, se despedindo.

☽✪☾

As aulas em Wispells não são obrigatórias. Cada aluno entende unicamente sua necessidade de aprendizado, então ele deve ir atrás daquilo que ele necessita. Os professores sempre estarão em suas salas em seus respectivos horários, caso tenha alunos para ensinar, ele ensinará, caso contrário, ele ficará parado vendo o tempo passar. O que raramente acontece, já que em Wispells existem mais de cinco mil alunos.

Theo e Antony foram um dos primeiros a chegarem na aula sobre o sistema de magia, apresentada pela professora Beatrice. Eles sentaram na cadeira mais próxima do palco da professora. Cerca de cem alunos chegaram nos últimos vinte minutos.

Beatrice engole em seco, já que é uma professora novata. No fundamental, ela nunca tinha dado aula para mais de vinte alunos, imagina cem adolescentes. Ela se mostrou nervosa desde que entrou na sala, correndo os olhos para averiguar quem estava presente e estalando os dedos.

“Certo…” ela se encoraja mentalmente, inspirando e expirando.

— Quais são os tipos de energia? — Theo indagou antes que ela falasse qualquer coisa, visando impulsionar Beatrice e fazê-la esquecer do nervosismo. Conhecendo a mulher que o ensinou por mais de dez anos, ele sabe o que ela sente agora.

— Ótimo. Alguém pode me dizer os cinco tipos de energia que um núcleo pode ter? — Beatrice perguntou para os alunos.

— Mana! — um deles respondeu, e outros continuaram.

— Ether.

— Ki.

— Psico energia.

— Energia quântica!

— Sem contar com seus estágios, chamados ciclos energéticos ou então, Chakra — complementou Beatrice. — Os núcleos, nada mais são, que um órgão formado próximo ao plexo solar. Que para os desviantes, que nada mais são do que uma raça humana que evoluiu a um nível que conseguiram manipular essas energias com abundância. Para nós, são nossa fonte de vida. Alguém sabe dizer por quê?

— Porque quanto mais energia armazenada em um núcleo, mais tempo de vida teremos.

— Por parte. Se gastarmos muita energia do nosso núcleo, morremos. Mas se deixarmos acumular demais, o núcleo entra em colapso e nós também morremos. Então, qual a solução?

— Gastar uma quantidade razoável de energia a partir dos feitiços — retrucou Theo, depois dos alunos se encararem em questionamentos. 

— Exatamente. Para realizar os feitiços, nós realizamos uma espécie de “troca equivalente” com nosso núcleo: aplicamos a quantidade de energia que queremos despejar, e ele devolve isso em forma de um elemento. Exemplos de núcleos assim são os de Mana e Eter. Diferente do Ki, por exemplo, que até mesmo humanos comuns conseguem utilizar essa energia. Porém, os desviantes têm vantagem. Geralmente os artistas marciais usam essa energia.

Beatrice virou para o quadro negro e escreveu “Psychoenergy”.

— Já a Psico energia, serve para aqueles que usam de bestas mágicas. A energia psíquica pode manipular os sentimentos e a maneira de pensar dos seres vivos, geralmente os domadores usam dessa energia para ter suas feras sob controle.

Escrevendo os nomes “Mana, Eter e Quantum”, ela continua:

— Já a mana, é simples e todos sabemos o que é: a partícula de energia natural. E também, a com maior abundância do nosso mundo. Já o Eter e Quantum, são tabus… não sabemos exatamente o que são. Sabemos apenas que o Eter vem do espaço, enquanto o Quantum é uma partícula que vem de dentro dos núcleos atômicos.

— Não está faltando algo? — Antony cochichou para Theo.

— Os discos de energia — retrucou Theo.

— E os discos de energia? — Antony indagou.

— Bom, eles são como pequenos núcleos espalhados pelo corpo. Servem como armazéns secundários de energia. Alguns desviantes não conseguem usar a energia nos núcleos, então eles ficam presos ao Chakra. Já que um dos discos de Chakra pode aprimorar a visão, a mente e a capacidade de processamento. Geralmente chamamos essas pessoas de “cientistas ou alquimistas”.

O soar de uma trombeta ecoou pelo campus.

— Acabou logo quando eu estava me empolgando… enfim! — ela exclamou, chamando atenção daqueles que já estavam saindo. — Lembrem-se: desviantes são humanos que não se prenderam a violência primitiva e selvagem da nossa natureza, por isso somos superiores. E por sermos superiores, temos que protegê-los. 

— Uma ótima filosofia… Mas já está na hora de voltar para os quartos. Até amanhã, então? — Antony perguntou para Theo, porém o mesmo estava perdido na própria cabeça.

“Se o éter vem do espaço, então como eu poderia conseguir uma reserva considerável dessa energia?…” refletiu consigo mesmo.

— Theo? — Chamou novamente.

— Claro, até amanhã. — Theo se despede de Antony.

— Até!

Olá, eu sou o Mirius!

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