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Uma rajada de vento cortou o ambiente; as próprias moléculas de ar se afastaram para a passagem do ataque. Theo, no entanto, apenas desviou do ataque sem muita preocupação.

Correndo para o lado, Theo caçou as pequenas criaturas que rondavam o andar; um local escuro e extenso, iluminado pela presença das pequenas criaturas inimigas. Seres pequenos, semelhantes a amuletos, porém, portando duas asas que os mantinham no ar. Seus olhos verdes emitiam a única luz ambiente, que era usada por Theo para se guiar.

Com sua ressonância elementar ativada, Theo buscou capturar os Anmelts e absorver sua propriedade anemo. Como seus golpes consistem em rajadas de alta pressão e pequenas turbulências no ar, não foi de tamanha ameaça para o Jovem Mestre Lawrence.

Por entender que restavam cem andares, Theo optou por armazenar energia enquanto as coisas estivessem fáceis já que futuramente não seria desse jeito. Sem desferir um feitiço sequer, ele continuou desviando das rajadas e absorvendo os atributos das pequenas criaturas até que não restasse nenhuma.

‘Anuncio: você finalizou o primeiro andar da torre…’

Uma voz feminina anunciou em seu ombro, no entanto, por um susto repentino, Theo virou-se abruptamente. Olhando para o próprio ombro, presenciou um pequeno orbe maciço de energia, erguido por duas pequenas asas de fada. Por reflexo, ele tentou esmagar.

No entanto, ao invés de ser esmagada e absorvida pelo rapaz, a esfera de energia, uma pixie, se desfez por entre seus dedos e escapou das mãos de Theo. Impressionado, ele permitiu que as asas retornassem a pixie sem alardes.

‘Você finalizou o primeiro andar da torre do vento norte, absorvendo cinquenta Anmelts em cinco minutos. Sua passagem para o próximo andar está liberada.’

— Um narrador? — comentou Theo, observando a pequena pixie.

Raios de luz se materializaram pelo ambiente, traçando o futuro caminho da pixie. Posteriormente, este seguiu pelo caminho predeterminado e parou na frente da parede da torre, iluminando uma escadaria que levaria até o andar superior.

Theo seguiu o pequeno narrador enquanto condensava e refinava sua propriedade elementar, aumentando suas reservas de energia a outro limite. Ao mesmo tempo que caminhava em direção ao próximo andar, ele notou um comportamento em si que não pôde deixar de se questionar: sua confiança.

Ele realizava fundamentos facilmente em seu plano espiritual, mas carecia dessa mesma confiança no mundo físico. Talvez pelo medo da morte, já em seu plano ele não sentia a presença desse conceito — embora existisse — sua confiança para realizar atos arriscados. Theo notou ter medo da morte; o fato de algum dia morrer novamente, porém, dessa vez sem saber o que acontecerá depois, lhe causa medo. Ele não quer uma terceira chance, mas também não quer morrer.

‘Prepare-se.’ disse o narrador.

— Você tem personalidade? — indagou curioso mas com uma segunda intenção pessoal; descontrair sua mente dos pensamentos anteriores.

‘Claro. Sou um espírito de vento, sou bem animada.’

— Pode me contar tudo sobre essa torre?

‘Sim. Apenas no centésimo andar.’

O humor de Theo despencou para o chão.

‘Se ganhar confiança o suficiente comigo, posso informar as criaturas do próximo andar.’ sugeriu o espírito, dando uma chance ao rapaz.

Theo estalou a língua e suspirou refrescantemente.

— Tá bom.

Ele passou a pixie em direção à escada, tal qual revelou um formato em espiral a cada degrau deixado para trás. Theo caminhou esfregando suas mãos e determinado, chegando rapidamente no segundo andar da torre.

Para a surpresa do jovem, o local era bem iluminado devido às janelas arqueadas que rondavam a estrutura. Ainda assim, a luz que adentrava pelos arcos paravam no centro do andar, formando quase um círculo. No entanto, era no teto que se encontrava o perigo; criaturas que possuem um comportamento peculiar de se arrastarem pelas extremidades do ambiente, já que sua formação ainda está no início.

Um parente tanto quanto próximo dos Anmelts, as criaturas chamadas de Anolus: uma pequena esfera de vórtices, possuindo duas asas pequenas como as de um beija-flor e uma membrana que se expandia pela traseira.

Assim que Theo pisou no andar, a zona territorial das criaturas fora invadida; suas zonas são demarcadas pelo campo de visão das próprias — curto, se limitando a alguns metros. Eles mantêm o comportamento agressivo e intuitivo para se livrarem de predadores e conseguirem atingir o estágio evolutivo. Por esse motivo que os anolus tendem a se manter nas partes superiores e escuras, pois conseguem a se esconder adequadamente.

Curiosamente, o segundo andar, ao qual já era inferior em área ao segundo, estava limitado exatamente ao campo de visão dessas criaturas. Ao entrar em contato com a mana e campo de visão das criaturas, Theo as despertou descuidadamente.

Dezenas de anolus avançaram repentinamente contra o rapaz em explosões de vento, distribuindo estrondos sonoros e explosivos por todo o andar. A primeira criatura a avançar acertou precisamente o braço de Theo e caiu no chão com a pressão; por serem uma espécie de embrião com vida, ainda não portavam a força do impacto gerado por eles próprios, então eram como abelhas; apenas um ataque, uma ferroada, uma morte.

Theo sentiu uma dor absurda diretamente no osso de seu antebraço, o que forçou o jovem a se movimentar rapidamente por entre os anolus.

‘Precisará de uma agilidade maior caso deseje permanecer vivo.’ Theo ouviu o narrador zombar dele.

Um semblante de raiva transpareceu, sobrepondo-se aos seus olhos brilhantes de âmbar. 

Sendo golpeado por mais três anolus, o rapaz recuperou sua postura e desviou novamente, vendo rastros de atributo elementar passar rente a si. 

Segurando o braço esquerdo — onde sua ressonância está por natureza — Theo pressionou seu pulso, impedindo que o atributo elemental de seu núcleo passasse pelas veias de chakra para poder sugar o elemento ambiente. Criando uma pequena tempestade controlada, com o epicentro sendo sua mão, Theo esperou até a atmosfera cair gradativamente.

Com isso, ele despejou tudo de vez e explodiu, liberando seu atributo concentrado nas veias de chakra e encantando com o elemento fogo; uma explosão de chamas percorreu o local e incinerou a todos.

Se a pequena pixie não tivesse saído pelas janelas arqueadas, teria virado alvo do feitiço.

As chamas saltaram pelas janelas buscando se alastrar, mas foram contidas pelo próprio conjurador.

Segundos após, Theo surgiu saindo por uma das janelas e parando numa sacada — marcada pelo telhado do primeiro andar, que era a diferença da área entre os dois andares. Theo aproveitou para vislumbrar seu plano espiritual, analisando a plantação de trigo para além do horizonte, onde se confundia com o pôr do sol.

— Meu plano espiritual possui um ciclo diurno? — murmurou consigo.

O pixie se juntou ao jovem.

‘Ainda está aprendendo sobre seu plano espiritual?’

— É. Sinto que ele está completo agora.

‘Entendo… Bom, caso alcance a vibração correta, poderá juntar sua mente ao plano astral. Com isso, poderá viajar para um mundo de seres superiores intelectualmente.’

Theo encarou o pequeno espírito, curioso sobre o assunto e estupefato.

‘Seres como espíritos, demônios, anjos, deuses… Todos eles estão coexistindo no mesmo lugar. Todos os humanos têm o direito de chegar a este local, mas sua arrogância e prisão ao plano mundano impede isso.’

— Como cê sabe disso? — perguntou perplexo.

‘Sou um espírito…’ Sua voz estava notoriamente magoada; Theo ainda o encara como uma pequena pixie; uma fada.

— Ah, é. Enfim, passei de andar?

‘Sim. O andar três já está disponível.’

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Olá, eu sou Mirius!

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