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My Dragon System – Volume 9: O Ano Prometido | Capítulo 492 – Compartilhando Minha Vida


>> Tradutor: Metal_Oppa / Revisor: Yokobataki <<


A sala não estava cheia de fofocas ou tagarelice, não houve aplausos após o discurso de Ray. Em vez disso, todos ficaram sentados em silêncio enquanto refletiam o que tinham acabado de ouvir. Se Ray simplesmente tivesse feito essa declaração boba, talvez eles tivessem rido disso, pensando que era alguma piada.

No entanto, bem na frente de seus olhos, neste momento eles podiam ver que Ray parecia tudo menos humano. Se alguém fosse pintar um quadro de como seria uma versão humanoide do Dragão Vermelho Sen, então seria o que estava diante deles agora, neste exato momento.

‘A forma dele mudou muito!’ – Bliss pensou em choque. – ‘Ele progrediu muito mais rápido do que eu esperava, seu corpo deve estar além do Nível-Rei, talvez até mais neste momento. Tudo isso aconteceu depois do Torneio Mundial entre Reinos? É a única explicação, e explica como ele voltou tão forte também. Seus poderes mágicos devem ser esmagadores. Eu não senti nenhuma mudança nele.’

Slyvia, que estava em pé, tinha caído mole em sua cadeira e sua mente estava andando em círculos sobre o que acreditar e o que não acreditar. Comparado com o que ela tinha visto antes, Ray certamente parecia mais um Dragão.

Naquela época, quando ela perguntou por que ele era assim, ele disse a mesma coisa, e agora ele estava contando para todo o Reino Asas Carmesim.

O que ela não conseguia entender eram duas coisas, a primeira, se era mentira, então por que isso? Havia mentiras melhores para encobrir sua forma de besta, e não era nem mesmo um encobrimento. Essa foi a segunda coisa que a confundiu, por que contar a todos?

A menos que fosse realmente a verdade, ele realmente era o Grande Dragão Sen.

Enquanto Slyvia ainda lutava para acreditar, muitas pessoas na mesa dos lideres dos Asas Carmesim acreditaram. Para eles, respondia muitas das questões que tinham em suas cabeças. Por que Ray poderia usar tais grandes poderes mágicos, além que um Mestre da Torre poderia usar, embora ele tenha treinado como um Cavaleiro durante toda a sua vida.

Algumas habilidades mágicas estavam além das coisas que qualquer um já tinha visto. Se alguém dissesse que tinha um deus dentro dele, teriam acreditado, mas agora era diferente.

Quando Van foi cortado, seu sangue era de cor vermelha, assim como qualquer outro humano, mas quando Ray sangrou, escorreu um liquido escuro como uma besta. Jack estava ao lado de Ray praticamente desde que o conheceu até antes dele partir para o Torneio Mundial entre Reinos então não havia chance dele ter passado pelo processo de bestialização.

“Espere, o símbolo do Asas Carmesim,” – Kyle disse como se tivesse acabado de descobrir tudo sozinho. “Então foi por isso, era porque Ray era esse, esse Dragão Vermelho Sen o tempo todo!”

Naquele momento, Lenny começou a rir da mesa e os outros ficaram confusos porque ele estava rindo de repente. O clima na sala de banquetes era sério e de repente alguém começou a gargalhar sem nenhum motivo aparente.

Se essa pessoa realmente era Sen, o Grande Dragão, em um certo ponto da historia, ele tentou aniquilar toda a humanidade. Eles tinham ouvido as histórias do que aquele Dragão fez. Talvez ele até tenha matado muitos ancestrais daqueles que estavam na sala. Qual era o verdadeiro objetivo do Asas Carmesim? Eles eram tão ruins quanto a Sombra sem perceber?

Essa foi a principal preocupação de muitos que acreditaram no que Ray estava dizendo.

“Achei engraçado que Ray não tenha realmente escondido isso de nós em nenhum momento, afinal.” – Lenny respondeu.

“O que você quer dizer?” – perguntou Harry.

“Qual é o nome do misterioso guerreiro como Ray se disfarçava?”

Demorou um pouco, mas finalmente captaram a mensagem. O nome do guerreiro que Ray sempre escolhia era Nes, era o mesmo quando ele era aluno da Academia Roland.

“Nes, é Sen ao contrário.” – disse Martha.

Roy, de repente, não se sentiu mais tão mal por sua derrota e falta de habilidade quando se comparou com essa pessoa. Afinal, ele era um Grande Dragão, não um humano. Acontece que seus poderes de fogo ainda podem ser os melhores e mais fortes em toda a Bronzeland.

“Posso ver que muitos de vocês estão confusos, indecisos em acreditar se estou dizendo a verdade ou não.” – disse Ray. “Então vou compartilhar com vocês tudo até este ponto que vi com meus próprios olhos. Não posso compartilhar as memórias que tive com vocês como um Dragão porque não iriam entender, mas vocês podem ver minha vida que vivi como um humano.”

Jogando a mão para o ar, pequenas partículas douradas brilhantes se espalharam pela sala e começaram a cair como flocos de neve.

“Compartilhamento de Memória!” – Bliss disse. “Quanto de seus poderes ele recebeu de volta?”

Ouvindo Bliss dizer isso em voz alta, parecia que ela sabia que ele era Sen o tempo todo. Essa era apenas a confirmação de que precisavam para saber que Ray não estava mentindo. Ela era o Ser Divino e lentamente as coisas estavam começando a se encaixar.

Quando os flocos de neve dourados tocaram a superfície de suas peles, eles passaram por eles como se estivessem sendo absorvidos por seus corpos e, ao mesmo tempo, a vida de Ray começou a girar em suas mentes. Cada detalhe disso.

Desde o dia em que ele nasceu como um bebê e todos os seus pensamentos. Como ele desejava destruir a raça humana por matá-lo, suas tramas, seus planos, a morte de Amy, seu primeiro amigo humano, Gary, seu segundo amigo humano que salvou sua vida.

Com isso, ele pensou que eles teriam uma compreensão das emoções pelas quais ele havia passado e então após alguns instantes, as lágrimas escorriam pelos rostos de todos do exército. Era claro que para eles, em suas mentes, eles estavam passando por anos da vida de Ray, enquanto em tempo real tudo estava passando muito rápido.

“Sen, qual é o significado disso?” – Bliss perguntou. Todos na sala estavam em um estado de transe, incapaz de responder enquanto passava pelas memórias. – “Por que você contaria a todos quem você é.”

“Por que eu não posso?” – Ray respondeu. “É uma mentira? Quando eu desapareci e escolhi lutar contra a formiga infectada por conta própria, percebi uma coisa. Eu me importo com as Asas Carmesim tanto quanto me importava com os Dragões.

– Eu não entendia por que ou como eu mesmo cheguei a esse ponto, até que comecei a repassar tudo o que aconteceu desde que cheguei a esse corpo. Eu ainda acho que os humanos são escória, eles mentem, enganam, roubam e machucam uns aos outros sem motivo.

– Eles criam sistemas de poder apenas para aqueles que estão no topo, e não aqueles abaixo deles. No entanto, por algum motivo eu não me vejo os abandonando completamente, sinto que devo ensiná-los a mudar.

– O Asas Carmesim têm sido a prova dessa mudança até agora. Não temos as mesmas dificuldades que os outros reinos. Talvez isso mude conforme crescermos em tamanho, ou talvez tudo funcione porque estou aqui.

– Este é o problema que eu logo percebi. O que teria acontecido se eu morresse naquele dia. E se eu morresse com a formiga infectada, ninguém saberia da verdade sobre quem eu era. Eles colocaram suas vidas na linha por um líder falso, por trás de um nome falso.

– Não, é hora de ser transparente, transparente sobre tudo e quando chegar a minha hora de deixá-los. Gostaria que eles passassem o que aprenderam comigo para ajudar os outros.”

Nas próprias memórias, até agora eles tinham visto tudo, passado por tudo que Ray havia passado, tudo até mesmo o ponto do Torneio Mundial Entre Reino, que foi quando Ray mudou, e ficou desaparecido por tanto tempo, para lutar com a formiga infectada.

Na arena, Ray olhou para todos, estava claro que ele não poderia matar a Formiga com sua força atual; nem mesmo com os três que a desafiava. Imagens apareceram na cabeça de Ray de todos morrendo, incluindo Slyvia.

Mais uma vez que pensou nisso, seu coração começou a doer, sem pensar muito ele meramente agiu por instinto, tudo para proteger aqueles de quem gostava. Ele agarrou a formiga e usou uma de suas habilidades recém-adquiridas ― Teleporte.

Mas isso não era como a outra habilidade de teletransporte onde ele poderia aparecer ao lado de um membro do Asas Carmesim, não, este teletransportou ele e seu inimigo para um destino aleatório. Era a única coisa que ele podia fazer e pensar, talvez morresse, mas pelo menos seria o único.

Com esse pensamento, ele poderia morrer feliz.

Os dois se teletransportaram e apareceram em um pântano em algum lugar do continente. Mas, naquele exato momento, Ray recebeu uma notificação do sistema.

“Talvez eu não esteja morrendo hoje, afinal.”

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