A marcha do exército do Rei Demônio Janius parecia estar indo bem.
Agora eles estavam a apenas alguns dias de distância de nós.
De acordo com o comando da General Miralda, ninguém deveria interceptar ou perturbá-los de maneira alguma.
Se alguém tivesse tempo de sobra, deveria usá-lo para ajudar a construir as defesas ao redor do acampamento.
Além disso, mesmo sem qualquer interferência, a marcha do exército de Janius era lenta.
Aparentemente, eles estavam construindo bases e muros de defesa enquanto marchavam, para que não desmoronassem caso tivessem que recuar.
Um exército que agisse assim durante a marcha também seria cauteloso ao lutar. Seria igualmente difícil fazê-los desmoronar no campo de batalha.
Quanto ao que os homens de Miralda estavam fazendo nesse meio tempo, eles estavam fazendo reconhecimento da área.
Ela tinha sentinelas indo e voltando entre o nosso acampamento e a área inimiga. E assim, a força de batalha inimiga era agora conhecida por nós.
O chefe deles era o General Fonval, como havia sido previsto. Um Rahab.
General de um Rei Demônio.
E, portanto, garantido de ser muito forte.
Os Rahabs eram inimigos mortais dos dragões a ponto de serem chamados de ‘Comedores de Dragão’. Eles tinham a aparência de serpentes marinhas de quatro patas e tinham presas especialmente afiadas.
E eles eram tão grandes que era fácil vê-los de longe.
“Sim, eles têm nomes grandiosos como ‘Comedores de Dragão’, mas é tudo uma farsa. É de grande infortúnio dele que ele foi enviado para essas terras. Tenho certeza de que logo logo a máscara cairá.”
A General Miralda então riu para si mesma como uma espécie de vilã.
Até agora, o Rei Demônio Janius estava se concentrando em sua guerra com o Rei Demônio Gidman, e ignorando o país de Tralzard e todos os seus dragões.
No entanto, ele manteve Fonval perto da cidade fronteiriça, como forma de manter Tralzard sob controle.
Mas, de acordo com Miralda, eles não mereciam a nomenclatura de ‘Comedores de Dragão’.
Os sentinelas continuaram a ir e vir com seus relatórios, e recebemos atualizações sobre como o inimigo estava se movendo.
O objetivo do exército de Fonval era a destruição da General Miralda.
E assim eles estavam marchando em linha reta em direção a este acampamento.
“Eles claramente não têm intenção de atacar qualquer cidade ao longo do caminho. Nesse ritmo, é como se eles fossem construir estradas se não houvesse nenhuma.”
“Bem, eles claramente não estão tentando perder tempo então.”
Essas eram as terras de Tralzard. Se muito tempo passasse, reforços poderiam chegar.
Então eles rapidamente perderiam a vantagem. Isso era o que Fonval provavelmente estava pensando.
Estimamos que o exército de Fonval tenha cerca de dez mil soldados.
Quanto ao exército de Miralda, eram quase seis mil.
Isso porquê ela não podia chamar nenhum soldado para longe da linha de frente e um Regimento havia sido destruído.
“É aqui que a batalha decisiva será travada.”
A General apontou para o leito do rio.
Não havia muita água, mas muita areia e cascalho que se estendiam ao longo do rio largo.
“O inimigo nos supera em número. Você realmente vai lutar em uma área tão aberta?”
“Tenho certeza de que eles irão dividir seus homens antes da batalha e também encontrarão posições vantajosas. Este não é o momento de lutar com o acampamento em nossas costas. Devemos ir em frente e atacar.”
Não havia dúvida de que Fonval separaria suas tropas para dispersar nossos números já inferiores.
Na pior das hipóteses, ele pode nos atacar de três lados diferentes. E então talvez ter um rio de um lado pelo menos facilitasse a nossa defesa.
“Por outro lado, existe a possibilidade de lutarmos sem nos separarmos?”
“Se tomarmos nosso tempo e nos concentrarmos muito na defesa, eles apenas nos atacarão pela lateral ou pelas costas.”
Sim, as coisas provavelmente não aconteceriam do jeito que queríamos.
Além disso, se não dividíssemos nossos soldados, apenas aqueles na frente estariam realmente lutando.
Eles não fariam nada enquanto o inimigo estivesse livre para se movimentar como quisesse.
Seria mais fácil lutar se nos separássemos como eles estavam e os enfrentássemos.
No shogi, mesmo quando a batalha principal acontecia à direita do tabuleiro, as peças ainda eram movidas do lado esquerdo. Se nós nos movermos juntos como um bando de cabeças de músculo, não seríamos capazes de reagir à situação em constante mudança.
“Vejo que estão todos aqui.”
A General Miralda estava na plataforma.
Todos que lutariam na próxima batalha estavam alinhados aqui.
Isso me lembrou das reuniões matinais da escola.
Claro, Miralda era a diretora.
Fiquei atrás do comandante Dyle e observei.
“Fonval e seu bando de paspalhos chegarão em breve. O que vocês farão?”
“Lutar!”
“Esmagá-los!”
“Matar todos eles!”
As vozes inquietantes gritaram.
Eles realmente não eram tão diferentes dos Ogros.
“Eu entendo bem vocês. Então, como você irão fazer isso?”
“Fácil! Usaremos todas as nossas forças para acabar com eles!”
Disse uma voz especialmente alta.
“Não, Vovob. Para que serve essa sua boca enorme?”
Ela perguntou. O homem com uma boca de crocodilo tropeçou em busca de uma resposta.
Aparentemente, ele se chamava Vovob. Ele parecia muito forte.
Miralda continuou.
“Acabar com eles? Eu nunca ensinei vocês a lutarem com tanta elegância!”
A general continuou.
“O inimigo nos subestima. Então o que deveríamos fazer? Devemos enfrentá-los?”
Os olhos da General passaram pelos soldados.
“Vovob. Sua boca existe para dilacerar o inimigo. E é isso que você deve fazer!”
“Sim! Eu despedaçarei eles com todo o poder dentro de mim!”
“É o mesmo para o resto de vocês. Façam o que vocês fazem de melhor. E… Rasguem. Os. Inimigos. Em. Pedacinhos!”
A General fez uma pausa antes de soltar cada palavra.
Devore tudo o que vocês puderem pegar em suas mãos. Não olhem para trás.
Foi o que ela disse para todos eles.
— Sejam imundos e alimentem-se.
Foi incrivelmente desagradável.
Esse era o exército de um Rei Demônio?
Era assim que eles lutavam?
Enquanto eu estava lá e franzindo a testa, os outros soldados gritaram empolgados.
Foi mais selvagem do que um show de Idols. O rugido provavelmente daria pra ser ouvido de longe.
“Louco…”
Me virei para olhar para Saifo, esperando que ele concordasse comigo. No entanto, ele também estava socando o punho no ar como se esse fosse o apocalipse.
“Você é afetado muito facilmente.”
Mas meu protesto foi apagado pela loucura.
Afinal, este lugar agora estava fervendo de paixão.
E então eu olhei ao redor e sem entusiasmo levantei meu próprio punho e disse, ‘Isso aí’ só para não ficar de fora.
A hora para a batalha decisiva se aproximava.
