Tradutor: Vento Leste | Revisor: Ender
Alguns minutos antes…
Amy, Sarah, Sophie e Loana foram despidas e jogadas como sacos de batatas no meio de uma tenda sob o riso perverso de seus sequestradores, cujas feições não podiam ver claramente na escuridão do ambiente.
Finalmente conseguindo uma trégua, amarradas, nuas e amordaçadas no meio de uma tenda básica, as quatro mulheres se viram abandonadas a todo tipo de angústia. Antes mesmo que tivessem tempo de fomentar qualquer tipo de plano, um homem com cara de fera lasciva entrou na tenda, apalpou-as uma a uma como se pesasse melões no mercado, antes de repousar sua escolha na jovem loira com voluptuosas curvas.
Perplexa e em pânico, Sarah foi arrancada de suas amigas sem ser capaz de dizer ou fazer nada. Foi arrastada pela areia fria no que pensava ser cerca de 30 metros antes de ser jogada de cabeça em outra tenda.
O bandido estava, sem dúvida, animado e impaciente, e ela podia ouvi-lo desabotoar o cinto, em seguida, tirar as calças antes de jogar todo o seu peso sobre ela, ansioso para satisfazer seus impulsos.
Ainda amarrada e incapaz de resistir, o cérebro de Sarah estava em plena atividade, pensando como nunca antes. Então ela se lembrou que tinha um dispositivo Oráculo dedicado a resolver exatamente esse tipo de situação.
Sarah era uma jovem egoísta e arrogante, manipulava os homens para atingir seus objetivos, enquanto lhes dava o que queriam dela. Um grande homem disse uma vez: “Amar alguém tem tudo a ver com amar a si mesmo”.
Quando uma pessoa se apaixona, ela se apaixona pela pessoa ideal, capaz de satisfazer as suas necessidades mais profundas. Necessidade de afeto, ternura, sexo. Afinidades de caráter, humor e hobbies para sociabilidade. Beleza ideal para gerar atração.
Quando um homem ou mulher traia seus maridos, ou esposas, foi porque suas necessidades mudaram e não eram mais satisfeitas. Da mesma forma, quando a mulher ou o homem por quem você estava perdidamente apaixonado o abandonasse, a única reação seria tristeza, ressentimento e, às vezes, raiva ou ódio.
Quem realmente amou incondicionalmente, deveria na verdade apenas estar feliz por essa pessoa e desejar-lhe o melhor. Impossível, certo? Sarah entendeu isso.
Os homens a amavam por sua aparência, suas habilidades na cama ou seu riso, e ela os amava pelo dinheiro, prazer, utilidade ou reputação que lhe trariam. Ela dormiu com muitos homens para conseguir o que queria, nem sempre muito bonitos, mas nunca foi forçada a isso.
No século 22, ditados como “Uma chave que abre todas as fechaduras é bom, uma fechadura que pode ser aberta por todas as chaves é um lixo” há muito caíram no esquecimento. Julgamentos machistas ou racistas ainda existiam, mas no geral a moral havia evoluído na direção certa.
Sarah nunca se sentiu suja ou impura e nunca sentiu qualquer vergonha por suas ações. O fim justifica os meios.
Lutou e apertou as pernas o melhor que podia, mas de repente percebeu que seu impaciente aspirante a estuprador não conseguia se levantar. O criminoso era aparentemente um viciado em cocaína de longa data e vinha sofrendo de violentos sintomas de abstinência desde que chegou ao B842. Uma das principais consequências foram os níveis elevados de cortisol e a impotência.
Percebendo que essa era sua chance, ela consultou seu Oráculo para explorar essa lacuna. O Caminho revelou-se e ela se comprometeu com ele sem hesitação.
Ouvindo-o se masturbando ativamente para despertar seu verme preguiçoso, ela rastejou cautelosamente em direção a ele, fazendo o melhor com as mãos e os pés amarrados, depois endireitando-se de joelhos fingiu acariciá-lo com as duas mãos.
Surpreso com a iniciativa dela a princípio, o estuprador relaxou, pensando que ela havia caído sob seu feitiço, ou que ela era uma daquelas garotas com fantasias submissas. Por um tempo, apenas seus gemidos de prazer foram ouvidos na tenda. Infelizmente, esse erro foi fatal para ele.
TATATATATATATATA!
Uma explosão de fogo no meio do acampamento assustou o homem animado. Aproveitando a distração, ela seguiu seu Guia das Sombras ao pé da letra. Sem misericórdia, agarrou seus testículos delicadamente, então apertou com toda sua força. Um som de uvas estourando sob a pressão ressoou dentro da tenda, seguido por um grito de dor de partir o coração.
Enquanto o homem estava encolhido e paralisado pela dor paroxística, Sarah rastejou a toda velocidade até o cinturão do criminoso na escuridão total como se pudesse ver em plena luz do dia. Tirando uma longa faca de seu cinto, ela voltou para o homem agonizante, e com um alto grito de raiva apunhalou a lâmina em seu coração.
Depois dessa primeira facada, ela continuou a esfaqueá-lo repetidamente, descarregando todo o medo e raiva acumulados. Depois de um tempo, muito depois que o homem deu seu último suspiro e um filamento de Éter apareceu acima de seu corpo, ela se acalmou.
Então, percebendo o horror do crime que acabara de cometer e o sangue pegajoso que a cobria, dobrou os joelhos contra o peito em um canto da tenda, convencida de que era um caso perdido assim que seu crime fosse descoberto.
Foi assim que Jake a descobriu ao entrar na tenda. Ele não conseguia distingui-la claramente, mas as nuvens bloqueando a luz das luas roxas e estrelas começaram a se dissipar, permitindo que alguns raios finos de luar passassem. Por fim, ele conseguiu ver alguma coisa, embora muito pouco.
Batendo suavemente em seu ombro para ver como ela estava, ele foi respondido com um golpe de faca mirando seu coração, mas facilmente neutralizou agarrando seu pulso. Se não tivesse controlado sua força, ele teria quebrado seu antebraço.
“Sou eu, Jake.” Ele disse, enquanto a fazia largar a faca.
Seus olhos se arregalaram ligeiramente ao reconhecer sua voz, Sarah nunca pensou que um dia ficaria feliz em ouvi-la novamente. Recuperando a esperança, retomou em um instante a expressão de uma mulher confiante e presunçosa. Jake ficou surpreso com a rapidez com que a mudança de atitude ocorreu.
Ele então removeu sua mordaça e desfez suas restrições. Depois a deixou pegar a arma do crime e absorver o Éter merecido de seu assassinato.
“Ok, me siga agora. Estamos voltando para a nossa tenda.” Ele ordenou no mesmo tom sem brilho com que falava normalmente. Sem saber por quê, ela achou essa indiferença reconfortante desta vez.
O retorno ao acampamento foi tranquilo, e a dupla encontrou Amy e as outras garotas ilesas, junto com Kyle e Will. A criança ainda estava inconsciente dentro da tenda.
Amy então devolveu as roupas a Sarah e Jake removeu a bala da coxa de Will. O sangue do digestor fez seu trabalho bem e ele teve de reabrir a ferida para removê-lo. Depois disso, suturou e enfaixou o ferimento antes de passar para o ferimento do Playboy.
Então, quando as coisas finalmente se acalmaram, ele verificou seu próprio ferimento à bala no ombro e percebeu que, além de uma cicatriz que prometia ser bem desagradável, a cura estava no caminho certo. O aumento em suas estatísticas teve o efeito desejado.
Enquanto os outros membros exaustos de seu grupo voltavam para a cama, aconchegando-se dentro da tenda apesar da falta de espaço, Jake saiu para dar uma volta novamente.
Agora que a visibilidade estava decente novamente graças à luz das estrelas e da lua, Jake refez seus passos até o acampamento mercenário, na esperança de encontrar a mãe da criança e verificar suas condições.
Ele encontrou o corpo dela facilmente, deitado na areia a algumas dezenas de metros de sua própria base. Depois de todo esse tempo, ela ainda não acordara e vendo como seu rosto estava meio enterrado na areia, não era um bom presságio.
Virando o corpo, ele verificou seu pulso e respiração. Nada. Tocando suavemente a parte de trás do crânio da falecida, ele sentiu seus dedos cavando em seu crânio como um frasco de cerâmica quebrado. Com um longo suspiro, ele a revistou, procurando algo para dar a criança em memória de sua mãe.
Eventualmente, encontrou um smartphone desligado, que decidiu trazer de volta. Se havia um item que pudesse conter fotos de família, era este. No Universo Espelhado, deveria haver uma maneira de carregar ou recuperar os dados dentro, mesmo sem o carregador original.
Não encontrando mais nada de valor, ele se comprometeu a enterrá-la com dignidade. Se a criança visse o cadáver ao acordar, seria um desastre e por respeito a essa mulher, ele não poderia deixá-la apodrecer na areia ou acabar como lanche noturno para um grupo de alienígenas necrófagos.
Quando a noite deu lugar ao amanhecer, ele finalmente voltou ao acampamento, mentalmente preparado para enfrentar muitas outras noites como esta. Mas assim que estava se preparando para comer algo e se recuperar de suas aventuras noturnas, o gigante Cubo Vermelho começou a piscar descontroladamente, emitindo um ruído agudo que despertou todas as criaturas.
