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Capítulo 100 – Respeito

Thaz’geth enfrentava os soldados de gelo da bruxa, soldados até então indestrutíveis, mas depois de mais alguns movimentos os soldados se desmancharam. Olhando ao redor, ela não encontrou a bruxa e nem o filhote de dragão.

caveira 

[Restrição de terceiro círculo liberada!]

 Seus olhos se fixaram em outra coisa, uma mana que serpenteava ao longe. Era uma mana perversa, algo que em partes causava agonia. O cabelo de Thaz’geth se agitou e os pelos de seu corpo se arrepiaram.

Leona se erguia devagar enquanto de seus lábios gotejavam sangue.

O rosto de Leona começou a sair vapor e se curou por completo. Seus braços também saiam uma quantidade exagerada de vapor enquanto se curava.

Seu focinho se alongou, seus olhos ficaram totalmente brancos. Um vapor tórrido saiu de seus lábios. Seu pelo, ficou ouriçado, suas unhas cresceram assim como a pelagem de seu corpo.

Thaz’geth abriu um sorriso e apoiou a espada no ombro. Mesmo surpresa, ela estava empolgada.

“Fascinante, é a primeira vez que vejo uma liberação de restrição sem a ordem da contraparte dominante. Não é para menos, afinal, ela é uma raposa de nove caudas.”

Uma quarta e quinta cauda, feitas puramente de mana, apareceram. Leona estava resumida a um animal selvagem. Seus lábios babavam, e de seus olhos brancos exalavam uma perversa intensão assassina. Em sua cabeça se formou uma auréola branca e em seu braço direito se formou as mesmas tatuagens que Colin tinha.

Thaz’geth não pôde deixar de ficar impressionada.

“Então o vínculo deles é forte a esse ponto…”

— Vamos lá raposinha, me mostre o que sabe fazer!

Num estrondo que mandou boa parte da ponte para baixo, Leona avançou com suas garras, mas Thaz’geth conseguiu defender a tempo, porém, foi lançada para trás, recuperando o equilíbrio sem muito esforço.

As caudas de Leona serpenteavam enquanto ela rosnava demasiadamente. A raposa, de pelagem escura, auréola e tatuagem branca no braço direito, eram sem dúvidas um dos seres mais poderosos que Thaz’geth já viu. Não só pela quantidade de mana absurda, mas pelo fato de ser um pandoriano especial que servia a um errante.

 Boom!

Thaz’geth avançou quebrando novamente a barreira do som, mas foi recebida com um belo soco no rosto antes de alcançar Leona.

 [Pancada!]

 O pescoço de Thaz’geth rodou três vezes e voltou ao lugar.

A apóstola abriu um sorriso e as duas avançaram, trocando golpes cada vez mais poderosos, tão poderosos que pareciam trovoadas em uma tempestade de raios.

 Vush!

Thaz’geth defendeu outro soco de Leona apoiando a espada na frente. Jogou o braço de sua oponente para o lado abrindo sua guarda. Movendo a espada, Thaz’geth conseguiu cortar a raposa profundamente. Faltou pouco para cortá-la ao meio.

A ferida de Leona fechou-se e ela abriu a boca. Um círculo mágico se formou, com ela concentrando uma energia frente aos lábios.

“Merda!”

Antes que pudesse correr, um círculo magico apareceu embaixo de Thaz’geth e braços feitos de mana elétrica a seguraram.

Uma rajada elétrica em poder condensado, deixou a boca de Leona, atingindo Thaz’geth a queima-roupa. Um raio azul cruzou a ponte, até mesmo quem estivesse a alguns quilômetros de distância, veria um rastro de luz luminoso cruzar a ponte quilométrica.

 Uivo!

Erguendo a cabeça para cima, Leona uivou tão alto que aquele som pôde ser ouvido até mesmo por Walorin, que lutava longe dali.

caveira 

Habilidade de terceiro círculo adquirida: O glutão!

Assim que o uivo cessou, Leona começou a sugar o ar como se fosse um funil, mas outras coisas estavam sendo sugadas além do ar. Com o cabelo e roupas esvoaçando, a bruxa, que estava ao longe, notou mana verde ser absorvida por Leona, uma mana que vinha de todos os lugares.

Ela sentiu diversos tremores e olhou ao redor. Ao longe, colossos caiam no chão, assim como outros seres menores que pereciam um a um.

“Almas?” pensou a bruxa “Ela está devorando almas?”

Outra cauda feita de mana começou a aparecer e Leona ficou maior. Conforme crescia, sua característica humana desapareceu completamente. Uma pelagem escura percorreu todo seu corpo e seus ossos ganharam volume.

Leona ficou enorme, da altura de um edifício de dez andares. Sua saliva ácida respingava no concreto da ponte, derretendo-o. Seu corpo ficou mais quente e outra auréola surgiu em sua cabeça.

Ao longe, Thaz’geth retornou caminhando. Parte de sua imponente armadura estava destruída, e a mesma estava cheia de escoriações, mas não ficou com eles por muito tempo. Pouco a pouco seu corpo curava-se, entretanto, os ferimentos que Safira fez continuavam ali.

“Impressionante! A raposinha ficou mais forte, e a mana dela está transbordando. É uma mana tão pegajosa quanto a minha. Se sua contraparte dominante fosse um monarca, eu provavelmente teria sérios problemas”.

Espremendo a vista, Thaz’geth viu Colin em cima da cabeça da enorme raposa. Aqueles não eram olhos de fúria nem de medo, eram olhos que exalavam desprezo.

Ao despertar, ele havia ganho uma nova habilidade, uma habilidade ligada diretamente a sua marca de errante.

— Então aí está — murmurou Thaz’geth — A verdadeira face de um errante.

caveira 

Habilidade Desbloqueada: Passos Fantasmas.

O usuário da marca do errante consegue se mover instantaneamente para qualquer lugar em um raio de 200 metros. A distância aumenta conforme a reserva de mana do usuário.

Gasto: 1000 de mana por Passo.



 Colin fixou seu olhar em Thaz’geth.

Seu braço formigava. Sentiu como se parte da mana que Leona absorveu também fosse absorvida por suas tatuagens.

“Aquela mulher… o que ela fez comigo?”

A mana dela continuava monstruosa, mas ele não estava intimidado. Sentia como se tivesse renascido, e pouco a pouco se lembrou do que havia acontecido e, seu desprezo, se transformou em ódio.

— Então aí está você! — disse a apóstola — sua barata!

Ao longe, Colin cruzou olhares com a bruxa. Sua análise estava bem apurada. Ele a viu segurando Safira no ombro e depois voltou seu olhar para Thaz’geth.

Colin ergueu o braço direito e o encarou. Se sentia invencível, dono de uma mana que ele jamais teve desde que chegou a este mundo.

A sensação que passava por seu corpo era maravilhosa. Sentia um prazer que jamais pensou em sentir. Nem mesmo seus momentos mais intensos com Brighid forneciam a ele tal sensação.

Em meio a sensação de prazer, outro sentimento conhecido de Colin apareceu, sua sede de sangue.

 

caveira 
HP: 15. 100
MP: Indefinido.
Tempo restante: 5 minutos.


 
“Provavelmente é nossa conexão.” Pensou Colin “Leona é parte de mim, mas ainda assim é um ser pensante independente, além de ser um animal raro. A única coisa que mudou foi minha mana. O resto dos meus atributos não se alteraram. Aquela mulher que possivelmente é minha irmã, deve ter feito alguma coisa. Tenho que agradecer a ela depois.”

[Passos Fantasma]

Slash!

Aparecendo atrás de Thaz’geth, Colin a partiu ao meio portando a adaga ante magia. A apóstola sentiu extrema ardência nas costas, seu corpo partido reconectou-se, e ela saltou para longe.

“Teleporte?” pensou “Ou ele usou um portal? Um portal instantâneo? Não, isso não existe!”

 [Passos Fantasma]

Ela foi cortada nas costas mais uma vez. O fato de não saber de onde vinha o ataque a apavorou por um instante. Sua análise conseguia enxergar o passado de cada indivíduo, mas era impossível ver o que aconteceria no futuro.

Concentrando mana na espada, Thaz’geth preparou-se para atacar Leona que estava parada apenas observando, mas antes que fizesse isso seu braço saiu voando.

 [Corte!]

Desta vez Colin não usou os passos fantasmas, apenas velocidade. A eletricidade que percorria seu corpo se destoava do azul, assumindo um negro denso. Aquilo já havia acontecido outras vezes, mas ele nunca entendeu porque sua mana mudava de cor.

Sentir sua mana transbordar era a definição protuberante de poder. Fazia meses que ele não sentia tal sensação. A última vez foi quando invadiu o covil dos vampiros e massacrou o exército de Alistar.

A mesma sede de sangue havia retornado, porém, estava bem mais intensa que antes. Talvez fosse pela forma bestial de Leona, ou pela quantidade de mana que o dava praticamente poderes ilimitados.

Ele sabia que aquilo poderia progredir para algo que se tornaria incontrolável. Então se concentrou inteiramente em Thaz’geth. A bruxa e Safira estavam longe e, enquanto Thaz’geth fosse o único alvo a sua frente, não importava se ele cedesse aos seus instintos.

E foi isso que ele fez.

Thaz’geth assumiu sua posição de luta e sua mana transbordou. Aquilo era algo de se admirar. A apóstola detinha uma mana que pareceria não ter fim.

Na mão esquerda, Colin segurava sua espada ante magia, e na direita formou-se uma adaga feita de raios negros.

Colin empinou o nariz.

— Farei você se arrepender! — disse de maneira calma e sucinta.

 [Passos Fantasma]

Foi a vez do peito de Thaz’geth ser perfurado, mas ela reagiu de imediato mirando sua espada no pescoço de Colin. Ele segurou o pulso dela. Com sua mana ilimitada, Colin fortificou todo seu corpo, fazendo cada vaso sanguíneo ser preenchido com aquele poder.

Em seu estado atual, ele poderia forçar seu corpo a níveis inimagináveis, mas haveria consequências que ele não estava disposto a encarar, então a deixou num nível que pareasse com Thaz’geth.

“Esse pirralho de merda! Tsc… A raposa se alimentou de mana e esse pirralho é um errante habilidoso, mesmo que sua chave esteja incompleta. Essa é a pior combinação possível para se lutar contra. Não importa, eu ainda detenho a vantagem, não posso morrer e provavelmente essa explosão de mana irá cessar cedo ou tarde. Só tenho que resistir mais um pouco e acabar com esses vermes”.

— Você parece tensa. — zombou Colin. — Quer que eu pegue mais leve?

Thaz’geth abriu um sorriso de canto.

— Seu pivete de merda!

Os dois saltaram para longe, se afastando um do outro. Cerraram os punhos no cabo de suas espadas e avançaram trocando golpes rápidos e precisos por boa parte da extensão daquela ponte.

Ao longe, a bruxa observava aquela batalha que era resumida a velocidade e golpes brutais. As ondas de choque que chegavam até ela eram densas e tórrida. Quase como se estivesse na beira de um vulcão.

Arregalando os olhos, a bruxa sentiu uma intensão assassina bem atrás dela. Se virou e tomou um susto com uma raposa enorme, que estava sentada a encarando.

Mesmo que seus olhos brancos fossem inexpressivos, era fácil sentir pavor ao encarar algo como aquilo. Ela relutou em atacar, pois, não queria brigar com aquela coisa de jeito nenhum.

Leona se levantou e foi para o lado oposto, em direção aos grandes colossos mortos. A bruxa se perguntou o que ela iria fazer, mas sua pergunta logo foi respondida.

Como um animal selvagem faminto, Leona devorou o enorme colosso em alguns minutos. Não comeu somente aquela carne pútrida, devorou o colosso até os ossos e foi além, devorando qualquer criatura morta pela frente.

Com cuidado, a bruxa apoiou Safira no chão.

Quanto mais o tempo prolongasse, mas as chances de outro apóstolo de Drez’gan aparecer se tornava possível.

Juntando as duas mãos, um círculo mágico prateado se formou abaixo dela. A bruxa fechou os olhos e começou sua oração disfarçada de encantamento.

Sua intenção era somente uma, banir Thaz’geth para outro plano. Com Colin mantendo a apóstola ocupada, ela não seria interrompida.

Provavelmente o banimento duraria somente algumas horas, mas qualquer tempo de vantagem era válido.

Logo a frente, ouvia-se o tilintar constante de lâminas se chocando. Mesmo que Thaz’geth fosse sua inimiga, Colin a respeitava como guerreira. Apesar de exceder seus limites e ter ganhado várias habilidades imponentes na última hora, Thaz’geth conseguia manter uma luta equilibrada.

Não demoraria para que ela sobressaísse perante ele, mas ele queria continuar com aquele embate, adicionando a cada segundo doses e mais doses de brutalidade.

Thaz’geth também estava gostando do embate. Fazia eras que ela não se divertia tanto contra um oponente. Não havia muitas coisas para se fazer no palácio de Drez’gan. Apesar de o próprio rei ser desafiado a todo momento pelo trono do abismo, não haviam inimigos de fato interessantes naquele lugar.

Colin e suas companheiras foram os primeiros que resistiram por tanto tempo, mesmo que suas experiências fossem mínimas.

Safira conseguiu manter um embate bem equilibrado contra ela, causando ferimentos que não poderiam ser curados por seus métodos convencionais. A garota raposa era um monstro que se alimentava de mana, tornando-a um oponente tão difícil de lhe dar quanto a própria Thaz’geth, mas a surpresa era o errante.

Um errante que tinha um caído tão promissor a seu comando e uma raposa de nove caudas que consegue forçar um vínculo de terceiro círculo sem a ordem da contraparte dominante.

Respeito.

O ódio dela em partes se transformou em respeito. Talvez não fosse coincidência Brighid ter se apaixonado por um homem assim. A diferença de Drez’gan e Colin era imensurável, mas o ponto forte de Colin não era sua força. De alguma forma, ele conseguia atrair gente forte para perto dele sem muito esforço.

 Slash!

 Thaz’geth conseguiu cortar o tórax de Colin durante a troca de golpes, mas foi um corte superficial.

 Slash! Slash! Thing!

Ela cortou-o mais duas vezes, porém, na terceira, a pele rígida de Colin parou o seu golpe.

 [Pancada!]

Colin cerrou o punho e tentou golpeá-la no rosto, mas Thaz’geth defendeu-se com um dos braços a tempo, derrapando alguns metros para trás.

Um raio negro circundou o corpo de Colin e ele passou por Thaz’geth tentando cortá-la ao meio, mas ouviu-se o som agudo de um tilintar.

Ela havia conseguido defender-se de Colin com maestria.

Conforme a luta progredia, não só Colin evoluía, como Thaz’geth acostumava-se a velocidade e força dele, a superando em instantes.

— Vamos, garoto! — berrou Thaz’geth com um sorriso genuíno no rosto — Não pare!

E ele não parou.

Avançou contra Thaz’geth mais uma vez, afastando toda neve ao redor com aquela onda de choque.

 Thing!

 “Esse garoto está me fazendo entrar em forma, não pare, pivete, continue me entretendo.”

 Thing!

Num balançar de espada, Colin lançou Thaz’geth longe. Girando a espada, ela a enfiou no chão da ponte. Derrapando por alguns metros.
“Ele ficou mais forte de novo. O que está acontecendo?”
Lá em baixo, Leona continuava a devorar inúmeros cadáveres, enquanto isso Colin viu cada vez mais notificações brotarem diante seus olhos.

 

caveira 
Parabéns! Você desbloqueou o título “Pele de aço!” Seu corpo ganhou 50% de resistência ao frio e 50% de resistência ao calor.

caveira
Parabéns! Você ganhou mais 5% de pontos mágicos!
Parabéns! Você Ganhou mais 10% em estamina!
Parabéns! Você ganhou mais 10% em agilidade!    
Parabéns! Você ganhou mais 10% em pontos mágicos!
Parabéns! Você Ganhou mais 15% em estamina!
Parabéns! Você ganhou mais 15% em agilidade!   
Parabéns! Você ganhou mais 15% em força!
Parabéns! Você ganhou mais 35% em força!


caveira
Parabéns! Você desbloqueou a conquista “Devorador!” Seu HP recuperará 50% ao se alimentar.


caveira
Parabéns! Você ganhou mais 35% em força!
Parabéns! Você ganhou mais 55% em força!


De repente, as notificações pararam, e Colin notou estar bem mais forte que o normal. Seus sentidos pareciam mais aguçados, assim como sua força. O único empecilho, foi que seu nível pareceu não aumentar em nada.

“Me sinto saciado, mas mesmo assim, essa mulher a minha frente conseguirá me subjugar em minutos. Provavelmente não conseguirei vencê-la, não agora.”

— O que foi? — zombou Thaz’geth — Quer que eu pegue mais leve com você?

Colin deu uma risadinha e fez que não com a cabeça.

— Que graça teria se você pegasse leve comigo?

Um círculo mágico surgiu abaixo de Thaz’geth e mãos começaram a puxá-la para dentro do círculo. Ela não se moveu, apenas olhou para Colin enquanto afundava para dentro do círculo como se estivesse em areia movediça.

“Um ritual de banimento?” pensou Thaz’geth “É um bem forte. Deve ser daquela mulher de cabelo branco.”

— A gente vai se encontrar de novo. — disse Thaz’geth afundando lentamente — Não pegarei tão leve da próxima vez.

Colin sorriu.

Assim que Thaz’geth foi completamente banida, Colin caiu sentado no chão e deu um longo suspiro. Ele com certeza estava bem forte, porém, continuava exausto.

 

caveira 

HP: 11.258/15. 100
MP: 0 /28.875

Aquela foi a primeira vez que ele viu sua mana completamente zerada. Muita coisa havia acontecido em poucas horas. Assim que saísse do abismo, ele colocaria a cabeça no lugar, mas agora, Colin estava empolgado com outra coisa.

— Hora de dar uma olhada no status e ver o quão forte fiquei.

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Olá, eu sou Stuart Graciano!

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