Selecione o tipo de erro abaixo

Capítulo 101 – A Encruzilhada

Status Geral:

Nome: Colin
Idade: 23
 
Árvore primária: Céu. Nível: 06
Árvore secundária: Pujança. Nível: 08
Árvore secundária: Caos. Nível: 05
 
HP: 15. 100
MP: 28.875
 
Habilidades:

Força: 230
Destreza: 109
Agilidade: 162
Inteligência: 102
Estamina: 218
Oratória: 40

820 pontos em pujança, pontos necessários para o nível nove: 250 pontos.
850 pontos em caos. Para alcançar o próximo nível é necessário mais um pacto de alma.
1590 pontos, habilidade primária, pontos necessários para o nível 7: 520 pontos.
 
Seres vinculados:
Leona: Nível Avançado.
Jane: Nível Lendário.

 Título Ativo: Pele de Aço.


“Caralho! 230 em força é quase igual à Jane. Acho que só um monarca da pujança deve ter mais que eu em força na capital. Essa ida ao abismo me rendeu bons frutos, sem falar que Leona alcançou nível avançado. Deve ser porque ela liberou seis caudas.”

Colin suspirou.

“Se eu der um murro com força total em uma rocha bruta, consigo quebrá-la? E se eu me tornar monarca da pujança, quantos mais pontos consigo subir? Caramba, estou ficando empolgado com isso! Consegui contrato com um demônio poderoso, upei vários pontos em atributos e consigo me mover quase instantaneamente com a tatuagem. É uma pena eu não conseguir usar portais ainda.”

— Colin… — Ele olhou para cima vendo a bruxa. — Está tudo bem?

Colin fez que sim e se ergueu.

— Estou bem, só um pouco cansado. — Ele olhou para os dois lados — Seu companheiro não está aqui?

Ela olhou para o horizonte, onde duas manas poderosas se chocavam.

— Walorin está lutando contra o arquiduque a oeste.

Ele assentiu.

— Então vamos lá ajudá-lo.

A bruxa abanou uma das mãos.

— Não precisa se preocupar com ele. Walorin pode ser um idiota, mas ele não é nada fraco. É possível que ele ainda não venceu o arquiduque por estar brincando com ele.

Colin ergueu os dois braços na direção da bruxa.

— Pode deixar que a levo.

— Ah! Certo.

Com cuidado, Colin pegou Safira no colo.

Ela dormia como um bebê.

— Ela lutou bravamente.

Colin assentiu.

— Thaz’geth se curava com facilidade — disse Colin — Mas ela tinha ferimentos que não se curavam de jeito nenhum. Foi Safira quem os fez, não foi?

— Cheguei atrasada no confronto — ela respondeu — mas sim, foi Safira.

Colin encarou a companheira em seus braços.

Apesar de seu corpo estar escoriado, não havia hematomas tão profundos. A bruxa já havia feito os primeiros socorros nos ferimentos das flechas de fogo de Thaz’geth.

Após escutarem um tremor, eles viram Leona se aproximar ainda em sua forma animalesca. O canto de seus lábios estavam cheios de sangue. Ela se sentou e abaixou a cabeça.

— Ela quer que a gente suba — disse Colin — Leona vai nos levar até seu amigo.

A bruxa encarou aquela raposa enorme e assustadora. Relutou por alguns segundos, mas logo saltou indo para as costas do animal.

Leona se ergueu e começou a correr na direção das duas manas que estavam ao longe.

— Como se chama? — perguntou Colin.

— Meu nome?

Ele fez que sim.

— É meio estranho ficar chamando você de bruxa. Qual seu nome de verdade?

— Homrieklumvie…

“Quê?”

— É um nome bem difícil…

— Pois é… 





Não demorou muito para que chegassem onde estava acontecendo o confronto final.

Walorin rebatia os poderosos golpes de espada do arquiduque com as mãos nuas. Aqueles não eram golpes de espadas comuns, eram precisos e refinados, mas mesmo assim não eram páreo para a arte marcial de Walorin, seja lá qual fosse.

Brandindo a espada, o arquiduque partiu para cima de Walorin com uma estocada. O caído ergueu o indicador direito e o usou como espada, avançando contra a estocada do arquiduque.


[Quebra!]

A espada do arquiduque foi destruída junto a seu braço e parte de seu corpo, mas o golpe não parou por aí, foi mais além, explodindo ao longe em um morro de neve.

— Parece que essa é a quinquagésima sétima vez que consigo quebrar sua espada — disse Walorin orgulhoso de seu feito — Até quando planeja resistir, rei Arthur?

O corpo e a espada de Arthur se reconstituíram de imediato. Apertando o cabo da espada, ele tentou um corte diagonal na direção de Walorin, mas a espada do arquiduque foi direto pro chão antes de tocá-lo.

Arthur tentou retirar a espada do gelo, mas não obteve sucesso.

— Sério, Arturzinho, isso já tá ficando entediante.

Concentrando mana na palma da mão, Walorin a expandiu e depois a condensou. Sua mana ganhou forma, se transformando em uma lâmina amarela.

— Toma essa, Arturzinho! Onda divisória de montanhas!

 Crash! Boom!


Em um movimento de cima para baixo, Walorin partiu o arquiduque ao meio, abrindo também uma fenda no chão.

As geleiras ao redor começaram a quebrar e erosões começaram a acontecer. Colin ficou impressionado com tamanho poder. Ao contrário de inimigos poderosos que gostavam de expandir mana, Walorin buscava sempre usar o mínimo de mana possível.

Outra coisa que se destacava era sua arte marcial impenetrável. Sua postura de combate chamava bastante atenção. Da cintura para cima os braços estavam dobrados na altura do cotovelo. Os movimentos de seus ombros cobriam perfeitamente qualquer movimento que tivesse como alvo o seu tórax. O braço esquerdo estava um pouco mais adiante do corpo, enquanto o direito estava mais junto ao corpo.

Da cintura para baixo, Walorin deixava a maioria do peso do corpo cair sobre a perna recuada, enquanto nenhuma outra carga era exercida sobre a perna mais adiante.

Arthur se reconstituiu e tentou aplicar outro golpe em Walorin, que rebateu com o dedo indicador, um golpe carregado de fúria e fogo, direcionando aquela devastadora onda flamejante para bem longe.

Kaboom!


Colin não conseguia entender como ele usava tudo aquilo com maestria, e ainda por cima havia um calor infernal naquele lugar. Não era nada fácil se concentrar para ficar tão próximo daquele embate.

Mesmo estando em uma distância segura, Homrieklumvie começou a suar.

— Que estilo de luta é aquele? — perguntou Colin à bruxa.

Ela empinou o nariz e franziu os lábios.

Era um nome embaraçoso para se falar em voz alta.

— Estilo sangrado do Lorde supremo Walorin… — disse baixinho, quase sussurrando. — Foi esse idiota que criou esse nome idiota…

Colin assentiu.

— Foi ele mesmo quem o criou?

— Em partes sim. É um estilo que varia de dois estilos diferentes. Basicamente ele consegue rebater aquele golpe redirecionando a pressão e a mana concentrada para onde ele quiser. O golpe tem que ser rebatido no ponto de pressão certo, então a força usada contra ele será refletida.

Não era fácil fazer algo como aquilo. Redirecionar um golpe baseado no ponto exato de pressão era algo que necessitava de extremo treino. O corpo repleto de cicatrizes de Walorin denunciava que ele havia treinado até desmaiar.

Embora sua mana fosse a segunda mais alta dentre os caídos, ele nunca dependeu dela em batalha.

Walorin sentiu alguns olhos sobre seus ombros e se virou, avistando a bruxa e Colin. Com um sorriso idiota no rosto, ele deu um tchauzinho.

A bruxa cruzou os braços e desviou o olhar envergonhada.

— Esse imbecil… — disse a bruxa — Está no meio de uma batalha e continua se portando como um idiota.

Cerrando os punhos, Walorin concentrou mana neles e abriu um sorriso de orelha a orelha.

— É o seguinte, Arturzinho, foi divertido e tudo, mas a garota que estou a fim tá de olho em mim agora, então não posso fazer feio. O que acontecerá aqui não é nada pessoal, beleza?

Rei Arthur sentiu uma intensa carga gravitacional pairar sobre seu corpo, o impossibilitando de se mover.

O punho cerrado de Walorin atingiu seu peito e o desintegrou num golpe brutal. Ao contrário de seus golpes espalhafatosos que quebravam geleiras e causavam fissuras, aquele golpe não teve nada disso.

A armadura de Arthur se desfez, junto a seu corpo.

Ele avistou a esfera que buscava pairando no ar e a pegou, enfiando no bolso.

 [Suspiro!]


— Parece que esse era fraquinho também…

Walorin saltou, indo para perto de seus companheiros.

Ele assoviou ou ver a raposa enorme e depois deu uma risadinha de deboche ao ver Colin todo detonado.

— Limparam sua cara no gelo?

Colin deu de ombros.

— Pare de encher o saco do garoto — repreendeu a bruxa — Eles enfrentaram um apóstolo sozinhos enquanto você ficou brincando com um arquiduque.

Walorin cruzou os braços e fez beicinho.

— Vai ficar do lado dele agora?

Ela revirou os olhos.

— Precisamos voltar.

— Por onde viemos? — perguntou Walorin entrelaçando os dedos atrás da cabeça. — Vai ser uma viagem bem longa.

— Um ritual de banimento. — disse a bruxa — Se formos banidos desse plano podemos ir pro nosso mundo, mas precisarei de um tempo. — Ela olhou para Leona — Consegue fazê-la voltar ao normal? É difícil banir coisas grandes demais.

Com Safira nos braços, Colin encarou Leona.

“Não sei como fazer isso, já que essa é a primeira vez que isso acontece…”

— Leona, volte!

Como se seus ossos se quebrassem centenas de vezes, o corpo de Leona se reduziu pouco a pouco. Seu focinho sumiu, suas unhas regressar ao tamanho normal, mas suas seis caudas continuaram ali.

“Caramba, funcionou…”

Apoiando a mão no queixo, Walorin a encarava desfalecida no chão. Retirou a jaqueta amarrada em sua cintura e cobriu o corpo nu da pandoriana, a pegando no colo.

— Tão fofinha dormindo — disse Walorin — Nem parece o demônio em pessoa acordada. E aí, bruxa, de quanto tempo precisa?

Com os pés, a bruxa desenhava círculos no chão.

— Alguns minutos.

— Caralho, alguns minutos? Morrerei congelado aqui!

— Calado! Me deixe trabalhar ou congelo você!

Engolindo o seco, Walorin se virou para Colin.

— Então você é um errante de chave incompleta. Não tem muitos de vocês por aí, né?

Colin ergueu as sobrancelhas.

— Acho que não…

— Você é um meio elfo negro ou é um Calimaniano como eu?

Ele se recordou de ver um retrato pintado de sua mãe com orelhas pontudas e ficou em duvido do que ele iria se afirmar. Talvez o termo “meio elfo” que ele tanto negou coubesse perfeitamente nele no momento.

— Acho que sou um meio elfo…

Walorin assentiu.

— É um saco confundirem os Calimanianos com elfos negros…

Colin se recordou dos primeiros dias nesse mundo. Todos acharam que ele era um elfo negro e o trataram com um total desprezo.

— Por que isso acontece? — Colin perguntou.

Walorin deu de ombros.

— Para você entender, eu tenho que te explicar desde o começo. É basicamente o seguinte, quando o véu caiu… os elfos acharam que esse novo mundo era deles por direito. As três raças de Elfos dominavam o Oeste, enquanto humanos, errantes, caídos e vampiros se atracavam no Leste. Para o bem ou para o mal.  Elfos negros detinham o maior poder arcano dentre as três raças de elfos, e eles expulsaram os elfos da neve e os da floresta do extremo oeste, assumindo ali seu território. — Walorin apontou o queixo para a Bruxa — Ela descende dos elfos da neve. Hoje em dia os elfos da neve se separaram por todo norte, vivendo em tribos isoladas do resto do mundo.

— Por quê? — indagou Colin.

— Elfos da neve são bonitos, tanto os homens quanto as mulheres. Foram caçados e vendidos como escravos. A maioria deles preferiu a morte a servir como escravos, então a população foi reduzida drasticamente.

Colin olhou para a bruxa e depois voltou seus olhos para Walorin.

— Bem — continuou Walorin — Depois de expulsar os elfos do extremo oeste. Elfos negros começaram a caçar os elfos da floresta impiedosamente. Até mesmo vilas de humanos que estavam no caminho foram varridas para debaixo do tapete. Com a maioria dos humanos ocupados demais com a guerra, os elfos avançaram para reinos vizinhos.  Brambéria, Diocese de Barlog, Valéria, Elfos negros invadiram todos esses países, tomaram as mulheres, seus lares, suas crianças…

Era a primeira vez que Colin ouvia aquela história. Ele ouviu o lado dos vampiros que estavam localizados mais ao centro do continente, porém, parece que conflitos distintos aconteciam por outras partes daquele continente. Ele entendeu que a queda do véu não era a única coisa atribuída aos Elfos negros. Com tanta barbárie em seu currículo, Colin entendeu que os motivos para os odiar era bastante plausível.

Walorin continuou.

— Depois das invasões e da barbárie, bastardos começaram a nascer por todo oeste. Bebês mestiços foram jogados em guetos junto com suas mães. Mestiços que descendem diretamente dos Elfos negros. Carregar o estigma de descender de uma raça tão cruel quanto elfos negros não é nada fácil. Os humanos rejeitaram as vítimas de toda situação, os tratando como se fossem culpados. Muitas mães resolveram abandonar seus bebês a própria sorte, os abandonando em florestas ou os vendendo a mercadores de escravos. As mães que resolveram cuidar de seus filhos desceram até o deserto, um lugar inóspito que era vasto e amplo. A travessia no deserto era mortal, poucos sobreviveram. Os que sobreviveram encontraram um gigantesco oásis e um rio que cruzava parte daquele país, e ali fizeram seu assentamento.

Uma brisa gélida soprou e Walorin se arrepiou por inteiro. Pelo título recém-conquistado, Colin não sentia tanto frio quanto o Calimaniano.

— Caramba, bruxa, anda logo com isso!

Ela o ignorou.

— Enfim — disse Walorin — Enterrado naquela areia havia diversas pedras preciosas. O povo do deserto organizava caravanas para vender as joias aos nobres do centro do continente. Claro que por ser uma travessia perigosa muitos deles não voltaram. Isso levou a criação de postos avançados em torno do deserto, então clãs começaram a surgir, já que eram parte de uma grande tribo. — Walorin olhou o fundo dos olhos de Colin — Até mesmo os elfos negros odeiam mestiços. Não generalizando, mas eles são supremacistas em sua essência.

O olhar de Walorin ficou bastante sério.

— Existem boatos que o líder dos elfos negros é um membro importante da encruzilhada.

Colin ergueu a sobrancelha.

— Encruzilhada? Nunca ouvi falar.

— Não é uma organização grande se tratando de membros, mas ela é bem influente. O que se destaca neles é que são uma organização formada de monarcas do pélago, os quais a especialidade é focada em domínio de sangue.

Colin presenciou usuários experientes do domínio do sangue. Carmilla e a bruxa eram bons exemplos disso.

— Isso é bem problemático… — disse Colin.

Walorin assentiu.

— Se topar com algum membro da Encruzilhada, é melhor fugir. Esses desgraçados são bem difíceis de matar.

— Terminei! — disse a Bruxa — vamos sair desse lugar.

Picture of Olá, eu sou Stuart Graciano!

Olá, eu sou Stuart Graciano!

Comentem e avaliem o capítulo! Se quiser me apoiar de alguma forma, entre em nosso Discord para conversarmos!

Clique aqui para entrar em nosso Discord ➥