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Capítulo 109 – Informações Valiosas

Após acordarem, Colin e Brigid foram para a sala tomar café da manhã, mas já estava quase na hora do jantar. Os dois se sentiam extremamente bem. Seus corpos estavam descansados e bem-dispostos.

Colin não havia reparado antes, mas o cabelo dela estava começando a ficar escuro.

— O cabelo escuro é porque você está perdendo os poderes?

Ela terminou de beber o café da xícara e assentiu.

— Acho que em três ou quatro meses serei só uma mulher comum. Embora eu seja mais humana que fada agora, é normal que o corpo das fadas foque em proteger a prole durante a gestação.

Quando fadas engravidavam, elas se tornavam totalmente vulneráveis a perigos externos e até mesmo a doenças. Até mesmo uma gripe comum poderia matá-las.  Por isso o critério de seleção de um parceiro era algo rigoroso, e quando finalmente encontravam o parceiro certo, elas passavam a vida toda ao lado deste parceiro, já que isso funcionava como mecanismo de defesa para proteger a prole.

Conforme sua barriga fosse crescendo, Brighid ficaria ainda mais dependente de Colin. Ela seria mais como uma criança pequena que precisa a todo momento de acompanhamento.

Brighid encarou a mão esquerda de Colin e se recordou da noite passada.

— Não ia me contar da súcubos?

Colin bebeu do café e olhou pro lado.

— Eu ia contar, é que eu precisava chegar até o sétimo fosso para fechar o portal do abismo nesse mundo. Jane sugeriu um contrato para me deixar passar… impus alguns termos e ela aceitou com a condição de evocá-la nesse mundo.

Brighid cruzou os braços e levantou uma sobrancelha.

— Espera aí, tá falando daquela Jane?

— Você a conhece?

Brighid suspirou e alisou a testa.

— Não diretamente, só ouvi histórias. Só sei que Drez’gan reclamava de ela ser uma insubordinada e uma mulher ardilosa. Sua sorte é que sua chave não está completa, então não irá acontecer nada grave… isso explica muita coisa.

Colin ergueu a sobrancelha.

— Você sabe… contratos afetam ambas as partes de maneira positiva ou negativa. Ontem à noite você estava bem “animado” … e seu corpo estava diferente da última vez que fizemos.

— Diferente? Tipo, para melhor?

— É… Sério que não notou nenhuma diferença?

Colin bebeu do café e deu de ombros.

— Senti meu físico ficando mais apurado e eu não me canso desde a luta contra Thaz’geth. Também cresci um pouco… Quando fui mijar eu até me assustei, mas achei que era porque meus atributos aumentaram, e como sou da árvore da pujança, achei que fosse algo normal.

Brighid suspirou e coçou a bochecha.

Foi aí que ela entendeu o que aconteceu na noite passada. Não só seu corpo que estava sensível, Colin estava com algumas características das súcubos. Era mais fácil Colin fazê-la alcançar certas sensações mais rapidamente.

— Atributos não influenciam diretamente no corpo. — disse ela — Só vai influenciar se você subir de nível nas árvores ou se tornar um monarca. — Brighid suspirou mais uma vez — Então é por isso que Leona também estava com um corpo chamativo da última vez que a vi… Ela também adquiriu as características da súcubos por dividir a alma com você.

Colin grunhiu em concordância e apoiou a mão no queixo.

— E se eu tivesse com a chave completa, o que aconteceria?

— Você seria mais como Jane do que como Colin…

Colin pensou em um momento no semblante sempre provocante de Jane e depois balançou a cabeça.

— Minha nossa… ia ser bem esquisito.

Ela fez que sim.

— Por isso contratos são perigosos para vocês, errantes.

— Entendi… a mulher que disse ser minha irmã me indicou algumas localizações de seres para fazer contratos. Ela disse que em Rontes eu encontraria a mãe de todos os monstros, em Caliman eu encontraria o monarca das sombras e no Reino Esquecido encontraria o soberano do céu. Alguns desses nomes te lembram algo?

Pensativa, Brighid apoiou o dedo indicador frente aos lábios. A mãe dos monstros provavelmente indicava Rontes do Sul, tomada por monstros depois de uma catástrofe causada por magos arcanos. Ela nunca ouviu falar de um monarca das sombras ou do soberano do céu.

— Eu não tenho informação útil sobre eles, e, aliás, você confia nessa mulher que diz ser sua irmã?

Colin cruzou os braços e relaxou na cadeira.

— Eu não devia, mas ela me lembra minha mãe… e isso me deixa um pouco confuso, entende?

Brighid assentiu e abriu um sorriso.

— Entendo… acho que minha mãe ia gostar muito de você.

— Sua mãe?

— É… depois que meu pai morreu, eu e outras amigas deixamos a ilha, mas mamãe decidiu ficar… não sei como ela está agora, mas acho que ela deve estar bem.

— E tem quanto tempo que você não vê sua mãe?

Brighid entristeceu o semblante e desviou o olhar.

— Não sei ao certo, mas tem ao menos um milênio.

“Às vezes me esqueço que Brighid é bem velha”.

— Relaxa, sua mãe deve estar bem. Se ela for forte como você, então tá tudo bem. — Colin se levantou — Estou pensando em ir ver Stedd na cidade e depois dar uma olhada nas crianças, quer vim junto?

Brighid fez que não com a cabeça.

— Acho que irei meditar um pouco. Depois dou uma passada lá nas crianças.

— Então tudo bem.

No momento que Colin iria tocar a maçaneta, a porta se abriu e ele viu Loaus carregando duas caixas.

— S-senhor Colin! Eu não sabia que o senhor tinha voltado!

— Pois é, eu voltei ontem à tarde.

Colin o ajudou pegando uma das caixas.

Eles foram até a mesa de centro e lá as colocaram.

— O que é isso? — Colin perguntou.

Loaus limpou o suor da testa e suspirou.

— Bem, todas as figuras importantes do continente já estão na cidade. Meu pai solicitou a presença da senhorita Brighid e da senhorita Lei Song. — Loaus deu dois tapinhas na caixa — Meu pai disse que vocês duas tem que usar esses vestidos. Foram feitos pelos melhores alfaiates da capital!

Colin cruzou os braços e suspirou.

— Seu pai é bem atrevido para mandar roupas para a minha mulher e dizer o que ela deve vestir, e você é bem corajoso para dizer tudo que disse na minha presença.

Loaus começou a suar frio. Apesar de aquilo não ter soado como ameaça, Loaus enxergava Colin como alguém capaz de qualquer coisa. Se Colin dissesse que tentaria matar o imperador agora mesmo, ele sequer levantaria qualquer sinal de dúvida.

— S-senhor Colin, e-eu sinto muito se isso causou algum desconforto! M-Meu pai também solicitou a sua presença no evento caso o senhor tivesse chegado de viagem…

Colin abriu um sorriso de canto.

— Um evento só com a elite, certo? Acho que dá para tirar algum proveito disso.

Loaus fez que sim com a cabeça várias vezes de maneira desesperada.

— V-Vocês são convidadas oficiais do meu pai. Brighid é a única monarca de duas árvores que se tem conhecimento, e senhorita Lei Song é uma princesa de uma dinastia milenar do oriente. Desculpem, mas meu pai planeja exibir as duas como troféus… E-e claro, o senhor Colin está convidado a acompanhar as duas…

Brighid suspirou.

— Então o convite foi para fazer política… Vindo de Ultan, eu esperaria qualquer coisa.

— Sinto muito, senhorita Brighid, mas sabe como meu pai é… Isso também servirá para demonstrar poder militar. Os nobres de Ultan ficaram furiosos quando senhor Colin e senhor Stedd massacraram a guilda de Loafe. Antes era Loafe quem servia de vitrine, agora parece serem vocês.

Loaus tirou a tampa da caixa e ergueu um belo vestido branco cheio de adornos. As mangas eram bordadas e ele era bem longo. Aquele era um vestido digno da realeza.

Então Loaus retirou a tampa da segunda caixa e retirou o mesmo vestido, porém em azul-escuro.

— O branco é para senhorita Brighid e o azul-escuro para senhorita Lei Song. D-desculpa, senhor Colin, m-mas meu pai não mandou nada para o senhor…

Colin tocou a testa de Loaus com o indicador e abriu um sorriso.

— Tá tudo bem, não precisa ficar tão nervoso.

— C-Certo… B-bem, homens do meu pai vão buscar vocês as onze da noite de hoje…

— Entendi — disse Colin — Isso me dá algum tempo. As onze estaremos prontos. Agora darei uma volta e já volto.

Colin afastou as mechas do cabelo de Brighid e beijou sua testa, depois afagou os cabelos de Loaus e deixou o apartamento.

Loaus ficou com seus olhos nas costas de Colin durante todo trajeto dele até a saída.

— Senhor Colin tá diferente… ele parece mais forte…






A luz da lua cheia iluminava uma estrada deserta em algum lugar do país sem lei conhecido como Desolação de Morlock. As estradas eram repletas de bandidos, mas eles raramente atacavam caravanas numerosas como aquela.

Dentro, Marduk Meron, Tony Treponemo e Peter Preducius, discutiam sua pequena viagem a capital e o tipo de informações que coletaram.

A obsidiana de Movor tinha um negócio lucrativo se tratando do tráfico de informações. Eles estavam mais que ansiosos para vender tudo que descobriram na capital a uma ameaça silenciosa no Leste, os temidos Elfos negros.

Peter assoprou o charuto e abriu os braços naquele sofá acolchoado.

— Podíamos vender ao norte também. A confederação também vê o império como ameaça.

Marduk assentiu com a cabeça e bebeu um gole da sua taça de vinho.

— Pensei a mesma coisa. Também pensei que talvez poderíamos entrar em contato com a Encruzilhada.

Tony ergueu as sobrancelhas e tirou o charuto da boca.

— É difícil entrar em contato com esses caras, mas o meu pessoal deve conseguir. Assim que chegarmos em Valéria começarei os preparativos. Mas me diz, por que entrar em contato com essa gente?

Marduk bebeu mais um gole do vinho.

— Eles são inimigos dos vampiros, e nós conseguimos informações sobre os vampiros. Depois do desentendimento deles, tenho certeza que eles pagariam qualquer preço por uma informação privilegiada.

A caravana de repente parou.

— Bandidos? — perguntou Peter despreocupado.

— Devem ser — respondeu Tony — Os soldados devem dar um jeito nisso.

O cocheiro havia parado porque as nuvens taparam a lua, os submergindo de vez naquela escuridão agonizante. Enquanto olhava para cima esperando a nuvem passar, o cocheiro viu olhos vermelhos se aproximarem na estrada.

Aquilo parecia ser um animal enorme, talvez algum urso ou tigre da montanha. Os olhos continuaram se aproximando e foi quando as nuvens saíram de trás da lua que o cocheiro teve uma visão que fez seu corpo inteiro se arrepiar.

Uma mulher alta e musculosa caminhava em direção a eles exibindo seus dentes pontiagudos.

Os soldados que acompanhavam a caravana em seus cavalos, sacaram suas espadas, mas eles não deixaram de se sentirem apavorados. Ao lado da mulher surgiu um cachorro branco enorme.

Ele rosnava como uma besta selvagem e sua saliva resvalava no solo, o derretendo. Os soldados ficaram ainda mais assustados quando sentiram o chão tremer. Olharam para o lado e viram algo tão grande quanto uma montanha rastejando em volta deles.

Foi quando olharam para cima e seus olhos se arregalaram. Uma serpente branca enorme estava os encarando enquanto sua língua sibilava.

Morgana deu um passo à frente.

— Os líderes da obsidiana de Movor — disse ela — Tragam todos aqui fora, ou eu mesma vou tirá-los daí.

Tremendo, um dos soldados se preparou para avançar.

Brandindo sua espada, ele avançou em direção a Morgana.

Dentro da caravana, Marduk e os outros sentiram o tremor. No momento que Peter tocou a maçaneta para a abrir a porta, ela se abriu sozinha.

Eles viram um garoto de bermuda preta, terno e sapatos com as duas mãos nos bolsos. Ele sorria feito um maníaco. Nenhum deles havia entendido o que estavam presenciando, até que reconheceram o rosto daquele garotinho.

— Graff!

Peter estendeu o braço na direção de Graff, mas antes mesmo de completar o movimento, seu braço foi abocanhado por um lobo feito de sombra e olhos vermelhos.

Peter não conseguiu conter o grito agonizante, mas logo ficou em silêncio, se concentrando para o sangramento não continuar.

Tony ficou em choque e sua primeira reação foi fugir. Cerrando o punho, ele quebrou a lateral da caravana e saltou, mas perdeu as esperanças de fugir quando seus olhos viram seus soldados retalhados e uma serpente os cercando.

Morgana estava com os lábios, bochecha e queixo ensanguentados. Ela estava agachada, devorando um braço decepado.

O pânico tomou conta de Tony, mas ele não estava nem um pouco a fim de morrer sem lutar. Ele era nível 9 na árvore da pujança, e como todos os usuários dessa árvore, ele tinha plena confiança em suas habilidades.

Boom!

Em uma poderosa explosão, ele partiu rumo a Morgana com o punho cerrado, e então ouviu-se outra poderosa explosão capaz de levantar poeira até quase os céus.

“Acertei!” pensou Tony “Essa vampira deve estar morta!”

A decepção de Tony foi evidente em sua expressão desesperada. Morgana continuava agachada mastigando o braço decepado.

Ela não havia segurado aquele soco. O tomou diretamente no rosto, mas não sentiu nada.

— Você é tão fraco que me dá sono.

 Crash!

Em um movimento até mesmo incapaz de fazer uma análise ao nível avançado acompanhar, Morgana destruiu o crânio de Tony, e aquele corpo grande de Tony se tornou flácido, desabando nos restos de outros soldados.

Peter e Marduk ficaram incrédulos com aquilo. Tony não era fraco, muito pelo contrário. Sua árvore permitia que ele fosse tão forte quanto um monarca, mas mesmo assim foi vencido por um golpe que nem mesmo eles conseguiram acompanhar.

“O lobo, a cobra… e…” Marduk olhou para o céu e viu uma baleia gigantesca os sobrevoando. “Entendi, ela é uma usuária do caos que consegue absorver a força dos próprios pandorianos. Uma monarca Arcana do Caos?”

O coração de Marduk quase parou quando ele resolveu usar a análise em Morgana.

Status Geral:

 Nome: Morgana Nosferatu.
Idade: 1228.

Árvore primária: Pujança. Nível: Monarca.
Árvore secundária: Caos. Nível: Monarca Arcano.
Árvore secundária: Céu. Nível:???

HP: 235.000 + (625.100)
MP: 120.000 + (640.300)

Atributos:
 Força: 315 + (1278)
Destreza: 387 + (1569)
Agilidade:  458 + (1362)

Inteligência: 250 + (1220)

Estamina: 397 + (2105)

Peter começou a tremer e suar frio enquanto encarava Morgana boquiaberto.

— Isso é impossível! Ninguém é tão forte assim!

“Então, os boatos sobre ela ser o cão da terceira geração são verdadeiros.” Pensou Marduk suando frio “Uma Monarca Arcana bem aqui, na minha frente. Ela deve ter conseguido esse feito graças aos pandorianos dela. Usuários do Caos sempre foram problemáticos, por dividirem a alma com pandorianos, eles ficam mais fortes conforme os pandorianos também ficam. Se um desses vermes se fortalece, toda a alma se fortalece em conjunto.”

— Marduk… — disse Graff abrindo um sorriso de orelha a orelha — Você mandou dois dos seus ratinhos para me espionar dentro da minha própria casa e achou que isso passaria impune?

Ao contrário de Marduk que tentava manter a calma, Peter estava desesperado. Sua única chance de sobreviver seria fazer um acordo com o vampiro.

— Escute Graff, nós poderia-

Crash!
Miolos da cabeça de Peter voaram em Marduk e por toda carruagem. O corpo dele tombou para o lado e começou a ter espasmos involuntários enquanto o pescoço decepado esguichava sangue sem parar.

Graff havia somente cuspido na têmpora de Peter.

— Odeio quando falam sem minha permissão. — Graff subiu na carruagem e se sentou frente a Marduk.

— Parece que você está sem sócios agora. Mas você pode sair vivo se eu considerar que você foi útil. Sei que têm toda uma rede de negócios para administrar, e convenhamos, seus sócios eram duas merdinhas.

Marduk suou frio e engoliu o seco.

— O que você quer?

Graff exibiu seu sorriso maligno.

— Quero toda informação que você tem, informação sobre os errantes, caídos, encruzilhada, império, oriente, tudo que você tiver para me oferecer. E tem também duas coisas que tenho certeza que você tem conhecimento.

Marduk ficou em silêncio por alguns segundos.

— O que seria?

Graff levantou o dedo fazendo o número um.

— Primeiro, eu soube que o caído que estava na ilha das fadas saiu de lá, quero saber onde ele está agora. — Ele fez o número dois com os dedos — E segundo, quero saber como se cria a essência de um caído.

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Olá, eu sou Stuart Graciano!

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