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Capítulo 121 – Crepúsculo de Sangue – Parte 06

Toda aquela matança continuou até o fim da tarde, sem falar nas pilhas de corpos espalhadas por todo lugar. Corpos de humanos de todas as idades apodreciam debaixo daquele tempo nublado.

Alucard caminhava pela calçada que parecia um tapete carmesim de tanto sangue. Ele não queria ter chegado aquele ponto, mas foi necessário.

Somente o rei e alguns homens estavam no palácio, fazendo a proteção de vossa majestade. As sombras de Alucard pararam de se mover, e depois de um estalar de dedos suas sombras se desintegraram como fumaça.

Sem enfrentar resistência alguma, Alucard adentrou os portões do palácio ao lado do irmão, e viu lá dentro a mesma cena que viu do lado de fora, pilhas e mais pilhas de corpos espalhados por todo canto.

Parou frente a grandes portas de madeira e as empurrou.

Os pisos de mármore estavam sujos de sangue, além de ter corpos mutilados nas escadas e pelos corredores.

— Vou buscar Chrisearla — disse Alucard — Faça o que quiser com o rei.

Alucard bateu o pé direito no chão o quebrando.

Drewalt saltou em direção as escadas, enquanto Alucard seguiu para os calabouços.

Chegando no solo em um estrondo, Alucard notou que ainda haviam soldados lá em baixo, apontando espadas em sua direção.

— P-Para trás, demônio!

Alucard continuou se aproximando, e dois soldado se aproximaram berrando desesperadamente. Como se sua mão fosse um chicote, Alucard explodiu o crânio daqueles dois soldados em um movimento quase imperceptível.

Seus corpos caíram e Alucard passou por cima, enquanto olhava para outros humanos encolhidos em suas celas de prisão.

Seus olhos se concentraram no fundo. Ele viu um baixinho corcunda correndo de medo e entrando em um quarto e batendo uma porta grossa de madeira, passando também uma chave.

Sem pressa, Alucard foi até a porta de madeira e quebrou a maçaneta, adentrando em uma ampla sala de tortura, com sua irmã suspensa por correntes.

Alucard lamentou em silêncio, e se sentiu culpado. Talvez se ele tivesse sido hostil desde o começo como Graff queria, então provavelmente sua família estaria inteiramente viva e bem.

Depois de quebrar as correntes que a prendiam, Alucard a pegou nos braços e afastou as mechas de cabelo de seu rosto cheio de hematomas.

Ela já estava morta.

Com cuidado, Alucard a deitou no chão e fechou os olhos da irmã. Tirou o paletó escuro e jogou sobre o torso dela. O baixinho corcunda continuava no escuro, e depois de ver que Alucard continuava caminhando, ele correu para os fundos e pegou um bebê no colo, apontando uma faca para o pescoço da bebezinha.

Morgana estava serena, tão calma que o torturador ficou nervoso. Ele sabia que ela se regenerava fácil, mas nunca testou apunhalá-la.

— S-Se você se aproximar eu a mato! E-Estou avisando!

Alucard não parou, continuou caminhando na direção do torturador, que não teve coragem de ferir a bebezinha. Ele era um covarde que prezava pela própria vida, e sabia que ferir a garota poderia ser sua sentença de morte.

O vampiro não disse nada, apenas estendeu a mão e o torturador entregou Morgana com as mãos trêmulas.

Dando as costas, Alucard foi até a irmã no chão e colocou Morgana em seus braços, logo depois ergueu Chrisearla junto a Morgana, deixando aquela cela.

O torturador pensou estar a salvo, até que toda masmorra escureceu, e olhos vermelhos saíram das sombras. Ouviram-se também agressivos rosnados e latidos de cães selvagens.

Os gritos do torturador foram as últimas coisas ouvidas ali, antes de ele ser retalhado em mil pedaços.

 



 

Drewalt caminhava sem preocupação pelos corredores. Ele sentia manas altas que vinham de dentro de um quarto em específico. Com as mãos nos bolsos, ele chutou a porta, e uma espada de prata parou a centímetros de seu pescoço.

De alguma forma, o soldado não conseguia avançar. Movendo-se contra sua vontade, o soldado avançou em direção aos próprios companheiros enquanto rei de Runipon estava ao fundo.

Outros soldados passaram a ser controlados e uma batalha se iniciou naquele quarto, com todos os soldados de matando enquanto Drewalt continuava caminhando para mais próximo do Rei.

Apavorado, o rei começou a derrubar vasos e móveis na intenção de parar o vampiro, mas aquilo era inútil.

— Fique longe de mim! — disse o rei jogando um jarro na direção de Drewalt — Saia daqui! Já não conseguiu o que queria?

Todos os soldados que estavam batalhando pararam de se mover e ficaram ao lado do vampiro.

— S-Senhor! — disse um dos soldados apavorado — N-Não consigo me mover direito, alguém me ajude!

Desesperado, o rei enfiou as mãos nos bolsos e mostrou um punhado de moedas para o vampiro.

— É dinheiro que você quer? Tenho um monte, que tal trabalhar para mim?

— Seu reino caiu, seus soldados estão mortos e a única coisa que consegue pensar para continuar vivendo é me oferecer dinheiro? Que coisa mais deprimente…

Drewalt deu as costas e caminhou em direção a saída. Os soldados do rei foram até ele e o esfaquearam repetidas vezes enquanto o rei berrava por ajuda. Depois de quase um minuto de apunhaladas interruptas, os soldados apontaram as espadas para os próprios pescoços e se mataram.

Drewalt encontrou Alucard nas portas do palácio encarando todo aquele cenário desolador. Drewalt pegou a pequena Morgana no colo e encarou o irmão de canto.

— Você fez o certo, vamos para casa.

Alucard assentiu.

Uma salamandra de sombra apareceu na frente deles e ambos adentraram.

A Salamandra desmanchou, e a enorme esfera que estava sob a capital começou a rachar, até que estilhaçou por completo.

Os pedaços enormes de fragmentos escuros caíram por toda capital, varrendo para debaixo do tapete da história a primeira capital considerada uma verdadeira potência.

 



 

Encarando o pôr do sol, Celae e Coen estavam deitados sob um pano forrado. Eles estavam abraçadinhos, com uma coberta tapando seus corpos nus.

— É lindo aqui, não é? — perguntou Celae, com a cabeça encostada no peito de Coen.

Coen acariciou os cabelos dourados dela.

— Realmente… não acredito que seu pai nunca deixou você vir aqui.

— Por que não fala com ele? Talvez se ele te conhecer ele mude de ideia.

Coen abanou uma das mãos.

— Ficou maluca? Seu pai vai é querer me matar! É melhor continuarmos assim até que eu consiga resolver algumas coisas.

Celae se sentou e segurou a coberta na altura do busto.

— Você está sempre “resolvendo coisas” … por que nunca me fala o que é? Não confia em mim?

— Confio, só não conto o que é, para proteger você.

Celae assentiu e olhou para as tatuagens no braço direito do amado.

— Meu pai disse que tem seres com tatuagens nos braços capazes de usar portais… Ele também disse que a maioria deles são fortes, mas que são cruéis em essência… Você é um errante, não é?

Coen deu de ombros.

— Acha que sou cruel em essência? Hehe Quanta bobagem. — Ele se ergueu e pegou as calças — Se vista, vou te levar para casa antes que deem falta de você.

— Você tá bravo comigo?

— Você está me julgando com base no que ouviu do seu pai. Quer que eu fique bem com isso?

— Não estou julgando você, só fiz uma pergunta…

— Sim, eu sou o que seu povo chama de errante. Quer que eu admita também que sou um assassino?

— Para com isso! Pelos doze, você está levando tudo para o lado extremo da coisa — disse Celae, vestindo uma camisa preta de botões. — Se eu pensasse tudo isso de você, a gente nem estaria junto.

Foi a vez de Coen vestir a camisa e depois calçar as botas.

— Desculpa… é que minha cabeça anda em outro lugar ultimamente.

— Sei… está relacionado com essas “coisas” que anda resolvendo?

Coen assentiu.

— Em partes… — Ele a abraçou pela cintura — Vou te contar tudo no tempo certo, eu prometo.

Cruzando os braços, ela o encarou com aqueles olhos amarelos e assentiu.

— Espero que conte mesmo…

Depois de terem se vestido, Coen abriu um portal e passou por ele, saindo no quarto de Celae. Eles se despediram com um beijo apaixonado e Coen retornou para onde estavam, com o pôr do sol dando lugar a noite.

— A quanto tempo está aí?

Volfizz saiu detrás de uma pedra, coberto com uma capa preta.

— Às vezes tenho pena da Elfa, ela parece uma boa mulher.

— Diz logo o que você quer.

— Runipon caiu.

Coen não entendeu num primeiro momento.

— Como assim?

— A capital foi apagada do mapa. Parece que foi coisa dos vampiros.

Coen engoliu o seco. Ele não esperava que aquilo fosse acontecer. Seu objetivo era minar ainda mais a força dos vampiros, já que era ele quem estava por trás dos caídos. Se Runipon caiu, então significava que qualquer reino poderia ser alvo dos vampiros, pior, eles poderiam estar focando os caídos agora.

Tsc… Parece que não seremos pagos pelo último trabalho. Avise o conselho dos humanos que eles terão que se virar sozinhos por um tempo.

— O quê? Por quê?

— Precisaremos rever todo plano. Acredito que falta pouco para Righ Zhao terminar a torre.

Volfizz suspirou e coçou a nuca.

— Não dá mesmo para prendê-lo no pingente da Elfa?

Coen fez que não.

— Já capturei dragões demais, se algum com uma magia tão grande quanto a de Tiamat for para lá, então as chances de o fruto ser destruído e causar uma segunda queda do véu são bem altas.

Depois de assentir, Volfizz sentou em uma pedra.

— Então esse é o plano? Vamos só ficar escondidos?

— Sim! Se os vampiros resolveram revidar, então provavelmente Alucard está os liderando. Infelizmente no meu estado atual não consigo sequer arranhá-lo.

Volfizz engoliu o seco.

Era difícil ouvir algo como aquilo de alguém tão forte quanto Coen, mas se o amigo imaginava algo assim, então provavelmente a história seria verídica.

— E quanto a Elfa, vai ficar sem vê-la também?

Coen deu de ombros.

— Celae é só uma vadia com os bolsos cheios de dinheiro. Não passa de uma mulher mimada que uso para passar o tempo, ela não é importante para mim.

— E o pingente?

— Melhor deixar com ela por enquanto. Aquela mulher é tão burra que nem deve imaginar que carrega algo tão poderoso no pescoço — Coen abriu um portal — Tenho que resolver algumas coisas, então é melhor você e Bledha cessarem as atividades por enquanto.

— Certo.

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Olá, eu sou Stuart Graciano!

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