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Capítulo 126 – Aurora de Sangue – Parte 01

Os vampiros já estavam cientes da enorme marcha que acontecia em direção ao castelo. Eles enxergavam aquela situação dos humanos como sendo desesperada, e isso era bastante favorável.

Vampiros transformados já estavam de olho nos humanos, atentos a cada movimentação importante enquanto se escondiam nas sombras.

Informações eram passadas a Drewalt que repassava para Alucard.

Desde a queda de Runipon os vampiros conseguiram avançar bem suas forças, transformando ainda mais vampiros e os usando como soldados.

Enquanto os humanos tinham em torno de 150 mil soldados. Os vampiros tinham 1/5 disso, mas números não eram um problema já que vampiros conseguiam abater inúmeros humanos por serem superiores a eles em quase todos os aspectos.

No calabouço, Alucard estava com sua sobrinha Vanly estudando quase sem descanso uma maneira de superar o sol. Os experimentos com as Salamandras falharam, mas Alucard não desistiu. Resolveu usar um número ainda maior de salamandras e recriou novamente sua “Grande obra.”

Depois de horas exaustivas em um ritual de fortalecimento, Alucard fez sua “Grande Obra” assumir uma forma líquida e colocou em uma vacina.

Foi até os fundos acompanhado por Vanly e abriu uma jaula, retirando lá de dentro um vampiro transformado.

O prendeu em uma maca e deu um peteleco na ponta da agulha.

— Vamos dar início ao teste na cobaia 426. É um homem entre 20 e 30 anos, 174 centímetros pesando 68 quilos. Cabelo escuro e pele clara. Foi transformado faz dois meses por outro vampiro transformado. A Grande obra levou quase seis horas para ficar pronta e mais dois dias de rituais de fortalecimento. As outras cobaias não apresentaram resultados significativos, mas estou com uma sensação diferente quanto a essa em específico. Está anotando tudo?

Vanly fez que sim empolgada.

— Sim senhor!

— Ótimo! Hora de aplicar!

Alucard aplicou a vacina no pescoço da cobaia e se afastou.

— Vamos aguardar algumas horas para ver como se sai.

Vanly fechou o livro e Alucard a pegou pela cintura, ajudando-a descer da cadeira.

— Por que não vai brincar com Carmilla agora? Ela está com saudade de brincar com você.

A pequena fez uma careta.

— Carmilla só quer brincar de lutinha, eu prefiro ler um livro…

— Entendi… — Alucard afagou os cabelos escuros dela — De qualquer modo vá se divertir. Só me garanta de manter o grimório seguro, está bem?

Ela abriu um sorriso e assentiu.

Sem dizer mais nada, a pequena Vanly saiu correndo pelo corredor, cumprimentando o tio Drewalt do lado de fora.

— Ainda está nisso? — perguntou Drewalt cruzando os braços e encostando o ombro na porta.

— O sol é nossa única fraqueza, se o superarmos então conquistaremos o mundo. Não é isso que você quer? Ir para outro continente?

Drewalt assentiu.

— Esse continente já está dominado. Não tem nada de novo aqui.

Depois de limpar as mãos em um pano úmido, Alucard caminhou para fora do laboratório, passando por Drewalt.

— E o que você propõe?

— Eu vi os mapas, o Oriente é mais vasto e bem maior, faz esse continente parecer uma ilha. Já pensou que pode ter coisas fascinantes lá também? Não pensa em sair desse buraco?

Alucard fez que não e começou a subir as escadas.

— Acho que já deu de batalhas para mim. Por que não assume o clã depois que acabarmos de vez com os humanos?

Drewalt não desejava assumir o clã, mas depois de Alucard ele era o mais apto para isso, já que era ele quem foi o responsável pela transformação dos vampiros e da criação de novos esquadrões de transformados que já agiam de forma autônoma.

— É uma oferta tentadora, mas é melhor deixar isso pro Graff.

Alucard parou na escada.

— Não sei se Graff seria um bom líder…

— Como não? Ele fez amizade com as fadas, isso é no mínimo curioso.

— Sim, mas ele é do tipo insaciável. Depois dos humanos ele focará nos Elfos, no Norte, e arrisco até mesmo dizer que ele vai querer tomar até mesmo Caliman.

Drewalt ergueu uma das sobrancelhas.

— Não acha que está exagerando? Graff gosta de fazer as coisas sozinho, fazer coisas assim acabaria envolvendo o clã inteiro — Drewalt deu dois tapinhas nas costas do irmão — Que tal a gente deixar isso para lá por um momento? Tenho outros assuntos para discutir com você agora. — Ele levantou o indicador — O que faremos com os humanos que estão marchando para cá? Pelos meus cálculos, eles devem chegar hoje à noite.

Para Alucard não fazia sentido humanos atacarem durante a noite. Eles estariam dando vantagem aos vampiros, uma vantagem que lhes custaria caro.

— O que eles estão planejando? — murmurou Alucard.

Drewalt enfiou as mãos nos bolsos e deu de ombros.

— Não sei, devem só estar desesperados. A espécie deles está ameaçada de extinção. Eles devem ter percebido que agora é matar ou morrer.

Alucard fez que sim.

— Talvez, mas acho que os caídos podem estar envolvidos nisso.

— Então a gente aproveita para extinguir eles também.


Dentro de um templo, Volfizz e Bledha meditavam enquanto pairavam no ar. Ambos exalavam uma mana ridiculamente poderosa.

Coen estava sentado em um banco de pedra no escuro.

Ele se deliciava com uma maçã suculenta.

Alguns minutos depois a meditação terminou, e os caídos limparam o suor de suas testas.

Volfizz se aproximou de Coen e se sentou no banco do lado, jogando os cabelos louros molhados de suor para trás.

— Você está bem tranquilo para alguém que vai pro tudo ou nada contra vampiros.

Coen deu de ombros.

— Por que eu me preocuparia? Tudo está correndo perfeitamente bem. Os humanos são fracos, são frágeis e fáceis de quebrar. Amanhã, neste mesmo horário, mais da metade deles estará morta. Matei seus grandes líderes e a maioria das vilas ficou a cuidado de mulheres que nunca empunharam uma espada. — Coen abriu um sorriso de orelha a orelha — O que vai restar, Volfizz? Apenas bandidos, salteadores e um punhado de gatunos afundados na miséria. Esse continente vai se afundar em guerras por séculos e eu duvido que ele se reerga sem um tirano ascender e tentar ser o imperador de tudo isso.

— Por isso essa é uma noite importante, certo? Tudo só funcionará se todas as potências do continente forem eliminadas, e só sobraram os vampiros nessa equação toda.

Depois de dar uma última mordida na maçã, Coen jogou o caroço de lado.

Ratos famintos já avançaram no resto.

— Bledha, vem aqui! — Chamou Coen fazendo sinal com a mão.

Dos três, ela era a mais nervosa.

A tarefa de banir Alucard ficou principalmente com ela. Apesar de ser poderosa, Bledha era só uma criança de dez anos.

— Sim senhor…

Os olhos dela vacilavam tentando não encarar Coen diretamente. Apoiando o indicador debaixo do queixo dela, Coen ergueu sua cabeça, fitando aqueles olhos escuros.

— Não precisa ficar nervosa, vai dar tudo certo. Volfizz e eu estaremos lá com você.

Ela franziu os lábios e começou a mexer na borda do vestido.

— E se não der certo por minha causa? — indagou a pequena relutante.

Coen afagou os cabelos dela e abriu um sorriso genuíno. Mesmo sendo difícil saber quando Coen estava sendo sincero, os únicos momentos que demonstrava algum tipo de afeto verdadeiro eram quando estavam somente os três.

— Não precisa se preocupar, eu e Volfizz faremos dar certo, mas você tem que me prometer uma coisa…

Ela engoliu o seco.

— O quê?

— Se algo acontecer comigo ou com Volfizz, então você tem que seguir sozinha, entendeu?

O coração da pequena apertou ao ouvir aquilo.

Bledha era tão apegada a eles quanto um cão era apegado a seu dono.

Coen soube entrar perfeitamente na mente da garota. Pegou uma menina frágil e emocionalmente abalada depois de perder os pais e mostrou ela o mundo por uma ótica deturpada.

Sem perceber, Bledha se tornou uma arma, um cão que jamais tentaria avançar no dono.

— C-Como assim? — Ela perguntou desesperada. Só de se imaginar sem eles, ela começou a entrar em desespero.

Coen tocou a testa dela com o indicador.

— Você é especial, assim como Volfizz é. De nós três eu sou o único que é completamente descartável. Acredito que mais pessoas especiais como vocês dois irão nascer nos próximos séculos, e você tem que guiá-los.

Os olhos inocentes dela começaram a se encher d’água. Apesar de tudo, Bledha era só uma criança com medo de ficar sozinha.

Num salto, ela pulou nos braços de Coen e o abraçou mais forte que conseguiu.

— Eu não quero isso! Não quero! Não quero! Não quero!

Coen a afastou gentilmente e colocou uma mecha do cabelo escuro dela para trás da orelha, limpando também as lágrimas dela com o dedão.

— Escuta, nós ainda vamos mudar o cosmos inteiro, e se algo acontecer comigo você tem que continuar seguindo. Então eu te pergunto, quer continuar sendo útil para mim, não quer?

Ele sabia que ela jamais diria não.

Coen só estava se divertindo com ela.

— Vou ser útil, eu prometo… — disse ela mal contendo as lágrimas.

Coen a abraçou apertado e depois a soltou.

— Os humanos são previsíveis, vão começar a brigar por terras, mulheres, poder… Você só tem que controlá-los como te ensinei. — Coen apoiou o indicador na testa dela — Você precisa ser inteligente, mais inteligente do que já fui um dia.  — Ele apoiou o indicador no peito dela, um pouco abaixo da garganta — Pelo que estamos fazendo e pelo que faremos, vamos ser vistos como vilões, mas bem e mal é só um ponto de vista. Vampiros são vilões para os humanos, assim como humanos são vilões para os Orcs e uma dezena de outras raças. Então só entenda o jogo deles e os derrote no seu próprio jogo.

Coen apoiou a mão nas bochechas macias dela.

— A antiga Bledha morreu junto com os pais naquele vilarejo esquecido pelos deuses. O que você é agora é bem diferente do que era antes de nos conhecer. Eu te fiz forte, te fiz poderosa, te dei um propósito e você agora pertence a mim, somente a mim. Seus sonhos são os meus, suas vontades são as minhas e você também é uma extensão de mim. Então me diga, pequena, o que você é?

Apesar de um discurso repleto de intensões deturpadas, a pequena Bledha concordou com tudo. Se Coen a dissesse para matar outras crianças ela faria, se ele dissesse para que ele massacrasse um vilarejo ela o faria sem pestanejar.

Ela sentia assim em relação a ele, alguém que estava ali para ser usada conforme a vontade daquele que a salvou. Bledha estava tão entregue emocionalmente que ela pensava em suicídio caso o desapontasse.

A pequena fungou mais duas vezes e secou as bochechas com as mangas do vestido. Como se fosse outra pessoa, Bledha encarou seu mentor no fundo dos olhos.

— Eu sou sua, senhor… e também sou você…

Volfizz sentiu um arrepio na espinha com aquelas palavras. Coen disse uma vez que seu propósito não era ser uma divindade, muito menos buscava qualquer tipo de iluminação. Ele só disse que faria as coisas melhores, mas melhores para quem?

Apesar de estar com o errante a algumas décadas, nem ele mesmo sabia quais os objetivos do melhor amigo.

Coen afagou os cabelos da garota.

— Boa garota, agora vá se preparar.

Bledha o abraçou mais uma vez e se retirou para os fundos correndo.

Volfizz o encarou com o canto dos olhos.

— Sabe que está criando um monstro, não sabe?

Coen assentiu.

— Ela será importante daqui a alguns anos, por isso eu a educo da forma que educaria uma filha.

Depois de um sorriso, Volfizz balançou a cabeça.

— Coitado dos filhos que tiver.

Os dois sorriram e Coen se ergueu.

— Vou me preparar, te vejo mais tarde.

— Claro, aproveite seus últimos momentos vivo.

Hehe Até parece.

Coen abriu um portal e adentrou, indo parar em um pântano lamacento.

Ele caminhou despreocupado em direção a uma cabana e empurrou a porta de madeira com uma das mãos.

Sentiu aquele cheiro podre e focou em Odenya no fundo da cabana, mexendo no caldeirão de ferro com uma enorme colher de madeira.

Ela levou uma colher com caldo esverdeado a boca e tomou aquele caldo gosmento.

— Olha só quem está aqui… — disse Odenya encarando Coen com um olhar provocante — Já faz alguns anos, não é?

Nezludra, a ruiva, saiu dos fundos junto a Dorothea e abriu um sorriso.

— O amaldiçoado! — disse empolgada batendo palmas — Pensei ter se cansado da gente.

Coen começou a andar pela cabana encarando os frascos na prateleira.

— Vim fazer um acordo com vocês.

Dorothea abraçou Coen por trás, sussurrando em seu ouvido com uma voz doce.

— Um acordo com um amaldiçoado, como a gente negaria uma coisa dessa?

Coen a olhou com o canto dos olhos.

Seu olhar exalava fúria.

— Tire essas mãos de mim!

Dorothea engoliu o seco e se afastou de imediato, indo para trás de Nezludra, que apoiou o dedo frente aos lábios e se aproximou dos lábios de Coen.

— Só porque está dormindo com uma princesa doente não significa que pode tratar a gente assim, até parece que esqueceu tudo que nós quatro vivemos.

Coen cruzou os braços e encostou o ombro na estante de livros.

— Não vim aqui reviver o passado, eu quero que me ajudem com Alucard.

As três se entreolharam.

— Então é você que está por trás dos caídos, não é? — indagou Odenya mexendo o caldeirão — Por isso os corvos, vermes e nem as borboletas conseguiam descobrir quem eles eram. Soubemos que os Elfos Negros, Elfos da Floresta e até mesmo os errantes caíram… foi coisa sua, não foi?

Ele abriu um sorriso de canto.

— Vocês já descobriram… hehe parece que continuam boas em ser um bando de fofoqueiras.

Nezludra apoiou a mão no peito chocada com o que havia sido chamada.

— Não somos fofoqueiras! — disse irritada — O que tem demais querer estar por dentro do que acontece nesse plano?

Coen deu de ombros.

— Não tenho problema com isso, vão me ajudar com Alucard ou não?

Nezludra cruzou os braços e franziu o cenho.

— O que você quer exatamente?

— Existem três vampiros problemáticos entre eles, Alucard, Drewalt e Graff. Quero que deem um jeito em Graff para mim, já que vocês mantêm contato com aquele pedaço de lixo, e depois disso tenho outro pedido para fazer.

Foi a vez de Odenya avançar.

Ela também cruzou os braços e franziu o cenho.

— Por que iriamos ajudar a acabar com um cliente regular? Sabe quantas crianças ele nos trouxe da última vez? Trinta! E você nunca traz nada, só aparece aqui para exigir favores! Acha que somos o quê?

Coen avançou e agarrou Odenya pelo pescoço, o apertando.

— Não é porque deixei vocês livres que significa que podem me tratar como tratam os outros homens que vem até vocês. Fui eu quem tirou vocês daquela prisão! Podem brincar e fazer de trouxa qualquer imbecil que caia no papo de vocês, mas isso não funciona comigo! Deixei vocês fazerem o que quiseram por muito tempo, perderam até mesmo o respeito… Falam comigo como se eu fosse um qualquer. Vocês não são donas de si mesmas, vocês pertencem a mim, e é melhor não se esquecerem disso, entenderam?

Ele soltou Odenya e ela caiu de bunda no chão enquanto tossia e alisava a garganta.

— Mil perdões, senhor… — disse Dorothea assustada acudindo a amiga no chão.

Coen abriu um sorriso de satisfação.

— Bem melhor, mas não se preocupem, eu disse que faria um acordo, portanto não as deixarei de mãos abanando, basta me dizer seu preço.

As três se entreolharam e Nezludra tomou a dianteira.

— Três crianças! — disse ela — Uma já temos em mente, as outras duas escolheremos depois.

— Certo, e quem é essa criança que você tem em mente?

— Bledha! — ela engoliu o seco esperando uma reação violenta de Coen, mas se surpreendeu ao perceber que aquilo não havia acontecido.

— Certo, mas tem uma condição, vocês não poderão matá-la e cuidarão bem dela como se fossem uma filha.

As três se entreolharam e assentiram.

— Não tínhamos intenção de fazer algum mal a garota… decidiremos quais serão as outras crianças depois. Qual o outro pedido que você tem, meu senhor?

Coen abriu um sorriso de orelha a orelha.

 



Aos poucos os humanos começaram a se organizar, construindo catapultas, afiando suas espadas e preparando suas flechas. Dentro de alguns minutos o sol iria se pôr e o ataque começaria em grande escala.

A maioria se concentrava em orações a seus deuses, outros beijavam artefatos dado a eles por suas esposas, irmãs e filhas para dar sorte.

Mais da metade daqueles homens tinha a ciência que lutariam e pereceriam ali, a outra metade esperava voltar para casa, mas ninguém sabia como tudo aquilo se desenrolaria.

Coen, Volfizz e Bledha estavam debaixo de uma árvore encarando o acampamento e olhando o castelo dos vampiros no horizonte.

— Tem certeza que é uma boa ideia fazer acordo com as moiras? — indagou Volfizz.

— Não se preocupe, elas não vão me enganar. — disse Coen convencido — Bledha, comece o ritual. — Ela assentiu — Volfizz, você está pronto?

— Mais que pronto. Os humanos vão iniciar os ataques assim que o sol se pôr no Oeste.

Coen deu dois tapinhas no ombro dele.

— Basta seguir o plano.

Sentando na posição de lótus, Bledha começou a meditar e ficou a metros do chão com uma redoma mágica feita de runas e fogo negro a envolvendo. Os cabelos dela esvoaçavam dentro daquela redoma, assim como suas vestes.

Aquela redoma era tão forte que até mesmo Coen teria dificuldade de quebrá-la.

Os soldados ficavam mais tensos à medida que o sol desaparecia nas montanhas do Oeste.

Em breve muitos deles estariam entre a vida e a morte.

O laranja do pôr do sol aos poucos se desfez, dando lugar ao azul-escuro de um céu noturno.

Magos da árvore da flama ascenderam as munições das catapultas e aguardaram a ordem de seus generais. Os que estavam mais na lateral, bem próximos à floresta, escutaram passos na mata e de prontidão sacaram suas espadas.

— Se preparem! — berrou um dos generais.

Avançando como um animal, um vampiro pulou em um dos soldados arrancando sua jugular numa mordida. Centenas de vampiros começaram a deixar a mata e avançar contra os humanos.

— Atacar!
 
Booom!
 
Magos começaram a usar bolas de fogo em direção a mata, e os guerreiros avançaram com suas espadas de prata.

Muitos conseguiram acabar com vampiros, outros não duraram sequer um minuto no combate.

As enormes catapultas foram disparadas.

Dezenas de bolas de fogo foram na direção do castelo dos vampiros. Alguns disparos atingiram os muros, mas a maioria foi destruído no ar por magia vinda dos vampiros no alto de torres.

O último ataque dos humanos havia se iniciado.

Volfizz flexionou os joelhos e deu um baita salto em direção ao castelo. Ele destruiu uma das torres como se o mesmo fosse uma bala de canhão, jogando escombros para todos os lados.

Os vampiros se dispersaram, e aqueles que tentaram atacar Volfizz foram esmagados de cima para baixo por algo invisível. Para os vampiros mais experientes não havia dúvidas, aquela era uma magia gravitacional.

Essa foi a brecha que os humanos queriam.

Muitos que estavam na fronte avançaram e destruíram os portões, invadindo o castelo com espadas em punho.

Coen encarava tudo aquilo com um sorriso demente no rosto.

Seus olhos encararam Bledha que estava concentrada no ritual e instantes depois ele sentiu um arrepio na espinha, um arrepio que não sentiu nem enfrentando o próprio Tiamat.

Ele se virou e viu um par de olhos vermelhos se aproximarem a passos lentos no meio do breu da mata.

— Então todo esse poder vem daqui… Impressionante que uma criança consiga atingir esse estado de concentração — disse Drewalt caminhando despreocupado — Nos atacar a noite e ainda em noite de lua cheia não foi uma boa ideia.

Coen engoliu o seco, mas não recuou.

— Pensei que os vampiros mais importantes fossem ficar no castelo, mas parece que me enganei.

Drewalt encarou Coen de cima a baixo.

— Então você me conhece, mas eu não conheço você…

Coen fez uma reverência.

— Sou Coen, muito prazer.

Drewalt focou seus olhos naquele braço tatuado.

— Um errante… é a primeira vez que vejo um de vocês.

O errante arregaçou as mangas mostrando as tatuagens.

“É só seguir o plano. Um dos três da elite vampírica está aqui. Volfizz foi ganhar algum tempo com Alucard até o ritual de banimento ficar pronto e as moiras darão um jeito em Graff. Não posso deixá-lo atrapalhar o ritual, ou será o fim.”

As tatuagens de Coen brilharam em um branco resplandecente, no qual contrastava com sua mana elétrica agressiva que circundava seu corpo.

“Ele é irmão de Alucard, afinal, não posso pegar leve com ele”.

Seus raios Carmesins pareciam mais agressivos que nunca, transformando no absoluto pó tudo aquilo que tocava. Pedras, insetos, folhas, nada estava a salvo.

“Que mana densa…” pensou Drewalt “Essa é a mana de um errante?”

— Sinta-se honrado, vampiro!

Drewalt exibiu um sorriso debochado.

Hehe, pelo quê?

— Você deve ser o primeiro oponente que verá o meu máximo! 

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Olá, eu sou Stuart Graciano!

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