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Alguns soldados e magos viram aquilo ao longe e imediatamente largaram suas armas se ajoelhando. Ver alguém tão forte quanto Coen sendo nocauteado com um único golpe os fez perder completamente as esperanças.

Aquilo só fez eles confirmarem os boatos sobre Alucard ser a criatura mais poderosa que já pisou sob a terra.

Não havia sobrado muitos soldados, os que sobraram haviam perdido por completo a vontade de lutar, até que um círculo mágico brilhante apareceu no peito de Alucard.

“O que é isso?”  Ele se perguntou.

 Boooom!

Uma tormenta de fogo tão devastadora quanto as de Tiamat cruzaram parte da floresta, incinerando tudo que tocava. O fogo se fundiu a terra e varreu tudo por quilômetros como uma avalanche de fogo.

A onda de choque não levou somente árvore e terra, levou também centenas de soldados e vampiros que viraram pó ao serem engolidos pelas chamas.

O corpo desfalecido de Coen não foi atingido em cheio, mas a onda de choque o jogou longe, fazendo o errante desaparecer junto aos destroços que seguiam como um rolo compressor pela floresta.

Aquela onda avassaladora durou cerca de quarenta segundos, quarenta segundos que pareceram um pesadelo eterno para soldados próximos.

O poder cessou, mas deixou uma cicatriz quilométrica na floresta, uma cicatriz que se estendia por doze quilômetros rumo ao oeste.

O chão ardia como magma, e aquela fumaça toda se dispersou aos poucos.

Drewalt havia sido atingido de rebote, mas seus danos não foram tão severos. Apenas queimaduras aqui e ali que já aos poucos se curavam.

O vampiro olhou para o castelo dos vampiros, aquele poder havia vindo daquela direção.

Volfizz estava com os braços estendidos saindo fumaça.

Ele usou o vento junto ao fogo para criar uma combinação suprema de poder, mas aquilo lhe custou mais da metade de sua mana.

— Peguei você! — disse estampando um sorriso senil — Matei, eu matei Alucard! HáHáHá eu venci!

Uma silhueta caminhava em meio ao magma.

O sorriso de Volfizz desmanchou ao ver quem vinha lá.

Ouvia-se o barulho de algo queimando à medida que os pés de Alucard tocavam o magma deixado pela tormenta. O corpo dele estava severamente ferido, suas roupas estavam aos farrapos, mas apesar de tudo ele continuava vivo.

Volfizz juntou as mãos para lançar um canhão Galick, mas sentiu como se seus braços fossem explodir, então desistiu.

Apesar de severamente ferido, Alucard não ficou assim por muito tempo. Suas feridas se curaram, assim como suas roupas que foram reconstituídas por sua sombra.

Volfizz resolveu usar a análise a fim de ver quanto de mana ainda restava ao vampiro.

 Nome: Alucard Nosferatu.
Idade:????

 Árvore primária: Penumbra: Nível — Monarca Arcano.
Árvore secundária: Sussurro — Nível:???
Árvore secundária: Transmuto — Nível:???

 HP: 5.235.000
MP: 2.20.000

 Atributos:
 Força: ????
Destreza: ????
Agilidade: ????
Inteligência: ????
Estamina: ????

 
Volfizz ficou de queixo caído pela quantidade de mana que ele tinha.

“Dois milhões? Impossível… não tem como derrotar essa coisa! Merda, ainda preciso segurá-lo até o ritual de banimento terminar, mas… Tsc!”

O caído saltou da torre para o chão e juntou as mãos em uma palma.

Uma quantidade absurda de mana começou a deixar seu corpo enquanto runas eram marcadas pelo mesmo, indo dos braços aos pés e se estendendo até a cabeça. Seu cabelo louro ficou branco, assim como os seus olhos.

Aaaaaaaaaaa!

Enquanto berrava, um círculo amarelo surgiu no céu, um círculo resplandecente que cobriu todo campo de batalha.

Até mesmo os vampiros e soldados pararam para admirar aquilo.

Nezludra encarava aquele círculo bem de longe, longe do raio de alcance. Suas irmãs estavam logo atrás meditando enquanto flutuavam a metros do chão.

— Esse imbecil enlouqueceu? — ela murmurou.

Outro círculo surgiu acima do primeiro e outro círculo maior surgiu acima do segundo.

As árvores no círculo começaram a murchar, as rochas menores viraram pó e os animais mortos entraram em um estágio acelerado de decomposição.

Os ferimentos de Volfizz aos poucos se curaram.

O semblante do caído exalava confiança e até mesmo seus músculos estavam maiores e mais rígidos.

Volfizz começou a flutuar e o círculo desapareceu.

Ele ficou a metros de Alucard estampando um sorriso convencido no rosto.

— Ouço há muito tempo dizerem que Alucard é a criatura mais forte viva e talvez isso fosse verdade… até agora.

Alucard assumiu um semblante sério.

— Drewalt, volte ao castelo e fique junto de Graff e dos outros.

— Mas irmão, nós dois jun-

— Drewalt! Isso é uma ordem!

Depois de engolir o seco, o vampiro se afastou a saltos largos em direção ao castelo.

— Você ficou bem forte — disse Alucard — E isso é impressionante, mas não quero lutar aqui.

— Não quer lutar aqui hehehe, como se você tivesse esco-

Booom!

Alucard saltou em direção a Volfizz e o chutou brutalmente no estômago, o lançando longe. O caído tentava se recompor enquanto girava desordenadamente no ar.

Quando ele recuperou o equilíbrio, percebeu que estava bem distante do campo de batalha.

Volfizz apoiou a mão no abdômen e golfou sangue, sentindo uma dor lacerante.

“Aquele vampiro filho da puta, quem ele pensa que é?”

— Ei! — berrou Alucard lá em baixo em cima de um morro — Estou bem aqui!

Alucard e tirou a camisa, deixando que o vento a levasse para longe. Ele também estalou o pescoço e abriu um sorriso de orelha a orelha.

— Foi mal, mas você parece um pouco mais perigoso agora. Não quero envolver as crianças do clã nisso.

Furioso, Volfizz conjurou uma lâmina de chamas negras.

— Vou te mandar pro inferno, seu desgraçado!

O caído avançou quebrando a barreira do som, tentando cortar Alucard ao meio, mas o vampiro segurou aquele golpe pressionando as partes planas da espada.

Mesmo que queimasse suas mãos, sua regeneração superava em muito o dano que recebia.

Poow!

Alucard puxou a espada para a direita, trazendo Volfizz junto, dando uma bela cabeçada no caído, forte o bastante para deixar o caído desnorteado por um átimo.

Volfizz soltou a espada e Alucard a pegou, cravando no ombro do caído. Girou sob o calcanhar e chutou Volfizz no rosto.

O caído capotou em meio a floresta por alguns metros até se recompor. Tirou a espada do ombro e voou de volta na direção de Alucard.

Era palpável aquele ódio exalando do caído.

Vush! Booom!

Volfizz tentou cortar Alucard de cima para baixo, mas o vampiro só deu um passo para o lado. O caído acabou afundando a própria espada no chão, um golpe avassalador que causou uma enorme fissura naquele espaço de terra.

Enfurecido, Volfizz olhou para o lado, ficando ainda mais irritado com o semblante convencido de Alucard.

— Seu des-

Pow!

Antes que pudesse completar a frase, Alucard o atingiu com um direto na boca, lançando o caído longe mais uma vez.

Enfiando a espada no chão, o caído derrapou, recuperou o equilíbrio e voou até Alucard mais uma vez.

Cada golpe de sua espada era avassalador.

Os cortes destruíam partes de montanhas longínquas, causavam fissuras no solo e cortavam qualquer coisa que eles tocassem.

“Ele está mais rápido que antes” pensou Alucard se esquivando daquela saraivada de golpes. “Porém, ainda continua lento.”

Grab!

O vampiro segurou a espada pela lâmina e a quebrou com as mãos nuas.

Labaredas se dispersaram no ar.

— Tenho que dar um jeito nesse círculo mágico de banimento, que tal a gente voltar?

O semblante de fúria de Volfizz já estava se tornando algo demoníaco.

Alucard o agarrou pelo pulso e com um único movimento o lançou na direção do castelo dos vampiros.

Assim que se recuperou, Volfizz sentiu outro golpe no rosto, o mandando direto para o chão num estrondo agonizante.

Eles estavam próximos a Bledha.

— Fique no chão, caído.

Vush! Vush! Vush!

Estacas de terra saíram do chão indo na direção de Alucard. O vampiro deu um salto para trás, escapando daquele golpe sem problema algum.

Volfizz, por outro lado, estava por um fio.

Ele não havia recebido muitos golpes de Alucard, mas os golpes que recebeu fizeram um dano significativo em seu corpo.

O rosto do caído estava quase irreconhecível.

Antes de fazer qualquer movimento, mãos feitas de sombra seguraram Volfizz.

Naquele ponto, o caído não tinha tanta força para se mover.

— Era melhor ter ficado no chão.

Crash!

Alucard avançou, atravessando o peito do caído com uma espada de sombras.

Assim que retirou a espada, Volfizz desabou, formando uma poça de sangue instantes depois.

Alucard se aproximou lentamente de Bledha que flutuava dentro de uma redoma escura.

Scrash!


Com as costas da mão, Alucard quebrou a redoma e ela se estilhaçou como se fosse vidro, uma redoma que até mesmo Coen teria dificuldade para quebrar.

Bledha caiu de bunda no chão assustada e ergueu a cabeça encarando aquele vampiro de intensos olhos avermelhados. Até mesmo o círculo mágico cravado no peito do vampiro desapareceu.

A pequena olhou para os dois lados e viu uma completa desolação.

Volfizz estava desfalecido no chão, deitado sobre o próprio sangue. O exército dos humanos havia sido reduzido a nada e ela não sentiu a mana de Coen.

“Nós perdemos?” pensou a garota.

Alucard agachou a encarando nos olhos.

— É impressionante que uma criança da sua idade saiba um encantamento de banimento desse nível. Vocês três me surpreenderam bastante, foi um bom aquecimento.

Alucard ergueu-se, girou a espada de sombras e se preparou para degolar Bledha, mas algo conseguiu rebater aquele golpe.

Ting!

Nezludra havia saído do chão e rebatido aquele golpe com uma espada azulada brilhante. Sendo golpe de sorte ou não, aquele golpe fez Alucard ficar alerta em relação a ela.

A espada que ela empunhava era de lâmina azul brilhante. Dentro da lâmina haviam pequenos pontos reluzentes que não paravam de se mexer.

Aquilo se parecia com estrelas.

— Sinto muito, morceguinho, mas não posso deixar você danificar minha mercadoria.

Bledha foi sugada pelo solo e Nezludra foi junto.

Longe dali, o solo cuspiu as duas.

Elas haviam ido parar próximas à Dorothea e Odenya que ainda continuavam meditando.

Sem entender o que estava acontecendo, Bledha encarou aquelas três mulheres uma a uma.

Era a primeira vez que ela as via.

Nezludra girou a espada celeste de brilho único e cravou no peito de Bledha, mas a pequena não sentiu dor. Apenas sentiu sua energia ser drenada e um cansaço repentino abateu sob seu corpo.

Ela fechou os olhos e caiu desmaiada.

— Vou pegar seu poder emprestado um pouquinho.

Nezludra enfiou a espada no chão e visgos negros percorreram parte do campo de batalha em uma velocidade surpreendente, se conectando a todos os cadáveres que surgiram durante o confronto.

As sombras debaixo dos inúmeros cadáveres começaram a serpentear.

Aos poucos, as sombras ganharam forma.

Não era possível distinguir qual a forma exata daquilo.

Os seres que se originaram das sombras dos cadáveres tinham uma capa preta surrada que cobriam também seus rostos. Eles flutuavam e era possível ver somente suas mãos cadavéricas. Quando se moviam deixavam uma névoa negra que aos poucos se dissipava no ar.

Todos eles sussurravam lamentos de suas vidas passadas, sussurraram seus sonhos, desejos, nome de familiares antigos e alguns até cantarolavam por debaixo daquele manto.

Aquelas criaturas começaram a se dispersar pelo campo de batalha, indo em direção aos vampiros entorno.

As criaturas não eram atingidas por ataques físicos, mas conseguiam ferir vampiros sem problemas, sugando parte de suas almas pouco a pouco.

Alguns vampiros viram que não tinham chance de vitória e começaram a correr sem parar, mas foram prontamente alcançados.

Alucard não entendeu o que estava acontecendo.

— O que é isso? — se perguntou Alucard olhando seus aliados serem mortos um a um. — Isso é a habilidade de controlar a morte?

Nezludra exibia um sorriso debochado enquanto observava milhares de espectros negros percorrerem o campo de batalha.

— Aconteceu exatamente como aquele amaldiçoado previu, tudo no tempo certo.

A lua cheia brilhava no ponto mais alto do céu.

Aquele era o momento em que as habilidades de Alucard se elevavam, mas também era onde o ritual de banimento ficava mais forte.

Um círculo se formou no tórax de Alucard, mas não era um círculo qualquer. Ele sentiu sua magia se esvaindo rapidamente. Seu corpo começou a ficar fraco e um de seus joelhos foi ao chão.

Aquele era outro tipo de banimento, um bem mais poderoso.

Alucard não sentia a mana daquela mulher que havia o impedido. Tentou procurá-la, mas não conseguiu rastrear de onde vinha a mana daquele círculo em seu tórax, e nem onde aquela mulher havia se metido.

“Quem é que está fazendo isso? Esse ritual de banimento não tem rastros de magia de humanos nem de Elfos, é mais parecido com o de um ser místico, mas qual? Uma fada? Dríades? Ninfas?”

Fios começaram a sair de dentro do círculo mágico no tórax de Alucard e prenderam seus braços. Mesmo perdendo bem mais do que a metade da força, ele conseguiu arrebentar os fios, mas eles logo se enrolaram mais uma vez em seu corpo, tapando seus olhos, nariz e boca.

Ele estava coberto como se fosse uma múmia.

Um pequeno círculo mágico apareceu debaixo dele e o sugou para dentro lentamente. Alucard ficou quieto, ele nem ao menos se debateu.

Assim que seu corpo foi completamente sugado, o chão em que ele estava rachou levantando poeira.

A criatura mais poderosa viva havia sido banida.

Coen havia visitado as três moiras do pântano e proposto um acordo. O próprio Coen e Volfizz tentariam segurar Alucard o máximo de tempo possível, enquanto isso Bledha daria início ao ritual de banimento.

As bruxas iniciariam outro banimento mais sutil, a fim de nublar os sentidos de Alucard, deixando o vampiro concentrado somente em Bledha.

Em troca dessa ajuda, as bruxas pediram três crianças saudáveis e fortes, uma para cada uma delas.

Bledha seria a primeira criança a ser dada. As bruxas se tornariam as responsáveis por ela no momento que Alucard fosse banido, e Coen aceitou sem pestanejar.

Os espectros continuavam se alimentando não só dos vampiros, mas de todo ser vivo daquele campo de batalha.

A humanidade havia sofrido um duro golpe, ninguém que se dispôs a lutar ou lutou contra sua própria vontade saiu vivo para contar história.

Os espectros invadiram o castelo de Alucard e mataram tudo que estava lá dentro.

Bastou mais alguns minutos para toda direção daquele confronto mudar novamente.

Tanto os vampiros quanto os humanos estavam destruídos. Não havia sobrado muito da segunda geração, muito menos da terceira.

Drewalt conseguiu erguer uma barreira no castelo impedindo aqueles seres de avançar, mas ele não pôde ajudar seus outros irmãos.

Graff estava desaparecido, Alucard banido e Drewalt estava bastante ferido. Os mais de 40 vampiros de puro-sangue haviam sido reduzidos a um pequeno grupo de sete vampiros.

A bebezinha Morgana chorava capciosamente nos braços da pequena Carmilla, que fazia de tudo para que Morgana se acalmasse.

Vanly estava abraçada ao grimório de Alucard e o pequeno Orlock abraçava as próprias pernas apavorado.

— Tio Drewalt! — berrou Lestat empunhando sua espada — Deixe as criaturas entrarem, eu mesmo cuido delas!

— Fique quieto!

Lestat apoiou seu indicador na base da espada e deslizou pela lâmina até a ponta. Runas amarelas percorreram a lâmina.

Drewalt não aguentava mais. Sua barreira se desfez e a porta cedeu. Lestat avançou na direção de um dos espectros e conseguiu atingi-lo com sua espada, fazendo o espectro dissolver como fumaça.

— Tio! Eu assumo daqui!

— Como você…

— Sou da árvore do reparo, consigo ferir criaturas impuras como um clérigo.

Lestat concentrou mana nas pernas e avançou pelo corredor ceifando todos aqueles espectros.

Nezludra sentiu uma pontada no peito e caiu com os joelhos no chão.

Cof! Cof!

Ela tossiu e cuspiu sangue, depois olhou para a própria mão ensanguentada.

— Isso é poder demais para uma garotinha. Ela ainda é uma criança, fico arrepiada só de pensar o quão forte ela pode ficar.

Nezludra segurou no cabo da espada e a desconjurou.

Os espectros evaporaram como fumaça.

— Finalmente acabou — disse Odenya se aproximando — Coen está vivo?

— Tem de estar — disse Dorothea pegando a pequena Bledha no colo. Ela dormia como um bebê. — Ele ainda tem que nos dar duas crianças tão poderosas quanto essa.

Dorothea entregou Bledha nos braços de Nezludra.

— Vou encontrá-lo — disse ela — Vocês duas vão para o esconderijo.

As duas assentiram e desapareceram em meio as árvores.

 



 

Dorothea caminhou por quase toda extensão de destruição que deixou a tormenta de chamas de Volfizz. Depois de procurar por cerca de meia hora, ela viu o corpo de Coen em meio a galhos e terra.

Ela puxou o braço dele, tirando-o de lá.

O arrastou por alguns metros e o encostou no tronco de uma árvore.

Dorothea agachou-se, encarando Coen sujo de terra. Ela limpou a terra do rosto dele de maneira gentil e aos poucos o curou. Logo depois levou a mão lá atrás e deu nele um forte tapa no rosto.

Paf!

Os olhos de Coen se abriram lentamente e ele viu uma mulher bela de olhos amarelos bem na sua frente.

— Celae? — balbuciou.

Dorothea abriu um sorriso de canto.

— É uma pena, mas não sou ela. Vocês levaram uma bela surra hehe, foi engraçado de assistir.

Depois de gemer de dor, Coen se ajeitou para sentir menos dor. Arrastou-se um pouco para trás e deu um suspiro.

— Dorothea… fico feliz em ver que está viva… sabe que sempre foi minha preferida, não sabe?!

Ela fez que sim com a cabeça e tocou as mãos dele.

— Vim lembrar você da sua dívida. Três crianças, uma já foi. Falta você me entregar duas com as mesmas proporções de força que tem a pequena Bledha. — Ela se aproximou do ouvido dele — Conversei com minhas irmãs sobre quais as outras duas crianças que queríamos, e chegamos ao consenso que elas têm que ter seu sangue, o sangue de um amaldiçoado.

Coen a encarou no fundo dos olhos e deu um sorriso de canto.

— Sangue do meu sangue, hehe e se eu recusar?

— A pequena Bledha é nossa agora, e você está aqui na minha frente, completamente vulnerável. E você precisa de nós três pro seu plano dar certo, não é? Pode nos bater ou nos ameaçar o quanto quiser, mas garanto que se não fizer, a gente desaparece com Bledha e você nunca mais vai nos encontrar.

Coen manteve seu sorriso e fez que sim com a cabeça.

— Por isso você sempre foi a minha preferida. Não precisava de todo esse drama para dizer que quer um filho meu, mas eu não estou nas minhas melhores condições. Quem sabe depois de um banho e algumas horas de sono me deixem apto para te dar o que você quer.

— Você sabe que minhas irmãs e eu somos inférteis…

Coen deu de ombros.

— Que pena hehe.

Dorothea ergueu o indicador o silenciando.

— A Elfa despatriada seria uma boa opção para você. Ela carrega aquela coisa no pescoço por aí de maneira bem despreocupada. Aquilo só vai matá-la mais rápido, mas você não se importa com isso, importa?

Aquele pedido irritou o errante.

— Vocês só querem dois filhos, não importa de qual mulher eles venham. Na verdade, vocês só querem duas crianças poderosas, não acordamos que elas teriam o meu sangue!

Ela se aproximou ainda mais do ouvido dele.

— Tem que ser do seu sangue e tem que ter o sangue da Elfa também. Ela descende diretamente da linhagem de Mane, assim como eu, mas ela tem a posse daquele artefato. Já você é um errante poderoso, seus filhos serão tão poderosos quanto você, herdaram suas tatuagens, sua mana e quem sabe até te superem.

Num movimento rápido, Coen tapou a boca dela e começou a apertar aquelas bochechas rosadas.

— Me superar? Hehe Vê se cala essa sua boca!  Vou pensar se entregarei ou não meus filhos a vocês, então até lá não quero que você nem suas irmãs apareçam na minha frente, ou eu mesmo mato as três!

Ele a soltou.

Coen não era do tipo que fazia ameaças levianas, e as moiras sabiam disso.

O errante se escorou na árvore e se ergueu.

— Vou sumir por um tempo, diga a Volfizz e a Bledha que eu ficarei bem.

Dorothea alisou as bochechas e abriu um sorriso provocante.

— Oeste.

Coen se virou a encarando.

— O quê?

— A Elfa está a oeste, se seguir essa direção você vai encontrá-la. As borboletas me disseram que ela está procurando você. Mais uma coisa, quando seus filhos fizerem dez anos, nós vamos buscá-los.

— Eu não disse que os entregaria a vocês. Quer saber, tanto faz. Aquele vampiro desgraçado me fodeu, não quero perder meu tempo discutindo com você…

Coen não disse mais nada e desapareceu na escuridão.

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Olá, eu sou o Stuart Graciano!

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