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O plano de Colin era conseguir algumas moedas em algum mercado de câmbio local, mas Samantha disse que ninguém tinha moedas o suficiente para trocar pelas joias, então eles teriam que ir a um lugar mais específico.

O lugar que estavam indo, ficava em um beco sórdido na parte periférica da capital. Os crimes e roubos naquele lugar eram recorrentes, além de assassinatos e estupros que os soldados ignoravam, tratando a parte periférica da capital como tratam qualquer outra cidade de fora.

Eles não davam a mínima.

O local que estavam indo foi apresentado a ela por Wiben. O rapaz costumava vender artigos de luxo que pilhava quando realizava missões sob as ordens de Loafe.

Depois de caminharem por um beco de terra, Samantha bateu na porta de uma casa comum, e a porta abriu uma fresta.

— Senhorita Samantha! — disse uma voz atrás da porta — E quem são esses?

— Colin e Leona, a gente veio falar com o gigante.

— Colin? O homem de quem todos estão falando? — Ele escancarou a porta — Podem entrar, por favor!

Eles entraram encontrando um cômodo com alguns homens esmiuçados fumando narguilés, cigarro, charuto, cachimbo e qualquer tipo de instrumento usado para inalar fumaça.

Aquelas pessoas não se importaram com eles, apenas continuaram fumando em paz.

O homem que abriu a porta parecia uma caveira de tão magro.

Ele se vestia luxuosamente para o tipo de estabelecimento em que estava.

— Nossa! — disse o velho olhando para Leona — Que linda! É a primeira vez que vejo uma pandoriana tão bonita como você.

Leona adorava ser elogiada.

— Obrigada, o senhor é muito gentil! — agradeceu Leona um pouco envergonhada.

— Senhorita Samantha, você também fica mais bela a cada dia que passa — Samantha também agradeceu e o velho focou os olhos em Colin — Caramba, é raro ver um Elfo Negro com algum músculo… Vieram ver o gigante, certo? Me acompanhem por favor.

Eles seguiram para o corredor, onde no final deste havia um elevador que funcionava a manivela.

— Ele se encontra no mesmo lugar de sempre, senhorita Samantha.

— Obrigada, puro osso.

Esse era o apelido dele.

Puro osso começou a girar a manivela e aos poucos o elevador começou a descer. O barulho de engrenagem e da madeira rangendo era bem alto.

Os estalidos de madeira denunciavam o quão precário aquele elevador estava.

— É a primeira vez de vocês no poço, não é?

— Sim… — disse Colin com os braços cruzados, atento a qualquer movimento estranho do elevador — onde exatamente está nos levando?

— O poço é um lugar que dá para comprar de tudo, e o melhor, não há nenhuma taxa. Alguns viajantes vêm até aqui e vendem coisas ao gigante, então o gigante revende aos nobres por preços superfaturados.

Depois de descer por quase dez minutos, o elevador parou, e eles puderam ver uma pequena cidade abaixo da grande capital.

Enormes cristais de mana iluminavam o teto e mantinham a temperatura do lugar agradável.

Haviam ruas ladrilhadas, casas, pessoas vendendo coisas, crianças brincando nas ruas, mercenários jogando conversa fora, bêbados desmaiados na rua, meretrizes oferecendo seus serviços e um enorme mercado de apostas ilegais.

Colin estava vislumbrado, aquele era um mundo a parte da capital. Os habitantes do poço se vestiam bem demais para habitantes que em teoria deveriam habitar o subúrbio.

— Me sigam! — disse Samantha caminhando pela rua. Ela já parecia bem familiarizada com o local.

O que mais surpreendia, era que a cada esquina havia alguém vendendo armas ou equipamentos mágicos. Na superfície havia um grande imposto sob produto que Ultan abocanhava. Isso fazia os vendedores repassarem valores mais caros aos consumidores, e muitos consumidores decidiam não comprar nada que fosse caro demais. Consequentemente, os vendedores acabavam saindo com um grande prejuízo por não conseguir vender quase nada de seus produtos, mesmo que eles tivessem uma ótima qualidade.

Já no poço, havia o clássico “bom e barato”, por isso até mesmo soldados compravam coisas vendidas ali.

Ultan não se metia no fosso por ter um acordo com o próprio gigante. Gigante sabia de tudo que acontecia na superfície. Seus homens estavam em todo lugar.

Então, ele repassava informações a Ultan de graça, e o imperador não se metia em seus negócios. Inúmeras rebeliões sequer ascenderam devido às informações que gigante repassou ao imperador.

Samantha os levou para um lugar de estrutura gótica que se parecia com uma igreja. Os guardas a reconheceram e a deixaram passar.

Depois de caminhar mais um pouco, Samantha abriu a porta devagar e lá estava o gigante sentado em sua cadeira fumando charuto.

Havia uma mulher seminua massageando seus ombros e a outra massageando os seus pés.

Gigante era um anão calvo vestindo terno luxuoso.

— Já falei para bater na porcaria da port-

Ele parou ao ver quem estava entrando.

— Samantha, minha deusa dos cabelos dourados, que bom te ver! — disse ele com aquela voz grave de fumante e um sorriso vazado naquele rosto grosseiro.

As mulheres se levantaram e caminharam para fora.

Assim que saíram, elas fecharam a porta.

— Quem é esse filho da puta atrás de você? Ele está te ameaçando? — O gigante subiu na mesa e encarou Colin com o cenho franzido — Está ameaçando a minha deusa dos cabelos dourados, seu Elfo Negro de merda?

Samantha abanou as mãos tranquilizando o gigante.

— Ele é meu amigo e essa é a pandoriana dele.

Gigante manteve os olhos em Leona.

— Que coisinha mais linda! Espera, ela é a pandoriana desse Elfo horroroso? Há! Quem diria que uma coisinha linda dessa teria dedo seu, Elfo de merda!

Leona segurou a risada e Colin permaneceu quieto apenas ouvindo. O jeito do anão o irritava, mas Colin se manteve calmo e se segurou, afinal, ele estava ali para fazer negócio.

Gigante enfiou a mão no terno e tirou outro charuto.

— O que quer aqui, minha deusa?

— Meu amigo veio vender algumas joias a você.

A postura de gigante mudou totalmente quando ele ouviu a palavra “joia” e “vender”.

— Que isso, todo amigo da minha deusa é meu amigo também — disse ele esfregando as mãos de ansiedade para ver as joias — Vai, me mostra as joias, meu querido amigo Elfo.

Colin enfiou a mão no paletó preto e entregou a gigante. O anão desceu da mesa, sentou-se em sua cadeira, abriu a gaveta, retirou uma balança, óculos, e começou a analisar a pureza das pedras.

— Um minuto, está bem? — disse ele analisando as joias uma a uma.

Haviam excursões secretas financiadas por alguns nobres somente para minerar determinadas joias, e isso só as tornava ainda mais caras, sem falar que havia um grande risco de morte nessas excursões.

Colin havia trago consigo 3 rubis, 4 pedras de diamante, 5 pedras de ouro branco, 2 pedras esmeralda, 6 pedras água-marinha, 12 ametistas roxas e 50 gramas de ouro.

Gigante as pesou, analisou sua pureza com esmero e anotou tudo em um caderno de capa preta. Depois disso começou a fazer algumas contas consultando outro caderno que era onde ficava marcado o preço de cada joia por grama e nível de pureza.

Assim que terminou, o gigante esfregou as mãos extasiado.

— Ei, seu Elfo de merda, você tem uma boa quantidade de ouro aqui, quem diria que um fodido como você me faria ganhar ainda mais dinheiro hehehe!

— Quanto deu? — perguntou Samantha.

— Cinquenta mil moedas de ouro.

— Cinquenta mil? — perguntou Samantha espantada.

Colin não fazia ideia de quanto dinheiro era aquilo.

Aquilo era dinheiro o suficiente para comprar 1/5 do país de Valéria e ainda sobraria dinheiro o suficiente para montar um batalhão de cem homens com equipamento de primeira.

— E então, vamos fechar negócio? Tenho dinheiro para pagar vocês, e então você pode dar o fora do meu estabelecimento, Elfo de merda!

Samantha puxou Colin de canto.

— Tem noção de quanto dinheiro aquilo vale? É melhor aceitar, você não achará oferta melhor em outro lugar.

Colin assentiu.

— Tudo bem, então…

Eles voltaram para perto do gigante.

— Tudo bem, a gente tem um acordo! — disse Samantha.

— Perfeito! — gigante abriu a gaveta e pegou o sininho — Cinquenta mil moedas de ouro, seus ratos miseráveis, me tragam cinquenta mil moedas de ouro! — berrou enquanto badalava o sininho.

Vários homens adentraram a sala carregando baús pequenos de moedas e os colocando no chão um a um.

Depois de cinco minutos de correria, o cômodo estava cheio de baús contendo tanto moedas de ouro quanto de prata e de bronze, mas o valor total dava exatas cinquenta mil moedas de ouro.

Moedas de prata valiam 10 moedas de bronze, e uma moeda de ouro valiam 10 moedas de prata.

Samantha era da árvore do transmuto. Era fácil para ela transformar minerais de minério em um objeto específico e depois colocar uma condição no objeto para transformá-lo novamente em minerais de minério.

Depois de quase dez minutos, ela transmutou todo aquele dinheiro em um único anel de ouro, entregue a Colin.

— Pronto, agora se quiser dinheiro é só dizer a quantidade em voz alta — disse ela.

Colin encarou o anel no dedo indicador esquerdo e assentiu.

— Certo, vamos indo nessa.

— Foi um prazer, Elfo de merda! Se quiser fazer outras transações como essa, você sabe onde me encontrar hehehe!

Eles deixaram o estabelecimento e começaram a vagar pelas ruas.

Colin estava a fim de gastar dinheiro.

— Que tal a gente dar uma volta por aí, ver se tem algo de útil para comprar.

Leona abraçou o braço direito de Colin toda dengosa.

— Mestrinho, será que poderia comprar roupas para sua pandorianazinha? Se você fizer, eu te perdoo por ter me trocado pela fada!

— Você é uma péssima atriz… — disse Colin com um sorriso debochado no rosto.

Leona se desvencilhou dele e cruzou os braços fazendo beicinho.

— Então tá bom, você nunca se importou comigo mesmo…

— Quanto drama… Vai, eu compro uma coisa ou outra para você…

— Por isso que eu te amo! — disse ela dando um beijo na bochecha de Colin.

“Eu realmente tenho que educa-la melhor…”

Eles seguiram a esmo por aí, olhando tudo que puderam. Passaram por vendedores ambulantes que vociferavam preços de talismãs, tomos, pergaminhos, pedras, óleos de encantamentos, mochilas, espadas, escudos, armaduras, mantos, capas e havia até mesmo instrumentos musicais que funcionavam de forma mágica.

Adentraram em uma loja de espadas, mantendo os olhos no mostruário à esquerda da loja.

Colin estava com um folheto em mãos, lendo a descrição de cada uma das espadas a mostra.

— Língua flamejante, este objeto consegue soltar uma tormenta de fogo duas vezes por dia… — Ele leu mais algumas até que uma em específico chamou sua atenção — Espada dançarina, basta dar o comando e ela irá flutuar, atacando o alvo desejado… Interessante.

O errante havia se decidido.

Ele levou a língua flamejante para dar de Presente a Safira e levou a espada dançarina para ele mesmo, custaram cinco moedas de prata cada.

Então partiram para outro estabelecimento.

Dessa vez começaram a olhar bolsas.

Samantha não havia trago dinheiro, mas seus olhos focaram em uma bolsa de truques. A bolsa parecia pequena, mas seu espaço interno era de 20 metros³. Bastava colocar o objeto lá dentro e quanto fosse apanhá-lo era só o imaginar.

Ela estava bastante tímida para pedir algo assim a Colin, mas ele não se importou se era caro ou não. A bolsa lhe custou 35 moedas de prata.


Depois de quase um dia inteiro de compras, Colin havia comprado duas espadas, uma bolsa, um anel que armazenava mana, seis colares que convertiam a mana do usuário em cura, talismãs de comunicação, um decantador de água infinita, manto de proteção e uma capa de agilidade.

Os mais caros foram o decantador de água infinita e os talismãs de comunicação, que funcionavam como rádios comunicadores, custando 50 moedas de prata cada.

Mesmo que tivesse gasto ao todo 350 moedas de prata, seu dinheiro estava longe de terminar.

Eles retornaram para a superfície e foram para o apartamento de Colin dividir os itens.

Havia seis colares de cura, foi acordado que os colares ficariam com os mais novos, que eram, Safira, Loaus, Liena, Alunys, Kurth e a novata Lei Song.

Tinham três talismãs de comunicação, que ficaria com Samantha, Colin e com Stedd caso ele decidisse participar do torneio.

Leona ficou com a capa da agilidade e Colin decidiu dar o manto de proteção a Lei Song.

Ainda teriam que decidir com quem ficaria o decantador, mas decidiram esperar o dia da prova para ver quem participaria.

Para finalizar, Colin entregou um saco com 200 moedas de prata para Samantha, caso ela decidisse comprar alguma coisa específica para ela ou a outro membro da guilda.

Depois de jogar mais meia hora de conversa fora com Samantha, Colin ficou sabendo que Wiben tinha voltado para casa, e isso era estranho, já que ele havia sido deserdado pelos próprios pais.

O pai de Wiben estava bastante doente, e como único herdeiro, seu pai reconsiderou sua posição. Atualmente, eles não se falavam havia quase duas semanas.

Samantha foi para casa e Colin foi se arrumar para se encontrar com Brighid.

Leona ficou tão feliz com sua capa de agilidade, que não se importou de Colin sair.

Ele vestiu um moletom preto e arregaçou as mangas. Vestiu também uma calça preta e calçou chinelos da mesma cor.

Colin não costumava andar com espadas, então deixou a espada dançarina em casa.

Ele observava o movimento agitado nas ruas.

Com o torneio cada vez mais próximo, as pessoas ficavam cada vez mais eufóricas, ainda mais depois que as novas regras se tornaram de conhecimento público.

Uma parte da população condenava aquele tipo de show de matança, mas a outra parte reverenciava, dizendo que finalmente teriam um show de verdade, algo brutal e sanguinário como as guerras travadas do lado de fora dos muros da capital.

Com tanto dinheiro como ele estava agora, decidiu passar em algum tipo de joalheria e comprar algo para Brighid. Saiu de dentro de uma delas carregando um par de alianças.

Era a primeira vez na vida que ele se sentia de fato como alguém que é abastado.

Aquele sentimento era no mínimo estranho. Ele não se lembrava de ter passado dificuldades financeiras na infância, mas também não se lembrava de ter tido tanto dinheiro assim.

Colin tinha algumas moedas que ganhou de Thane por vencer a armadura na torre, um dinheiro que ele não havia movimentado.

“Amanhã, depois do treino com o pai de Samantha, eu irei visitar as crianças e depois falar com Stedd. Então deixo o treino de evocações para a noite, sem previsão de término.”

Depois de subir as escadas, Colin bateu na porta de Brighid três vezes.

Quem abriu foi a própria Brighid, ela já estava o esperando.

A fada vestia um vestido tubo preto — vestido sem alça — bem justo do busto até a cintura. Da cintura para baixo o vestido afrouxava, parecendo mais uma saia rodada que ia da cintura até metade da coxa. O cabelo dela estava preso em um coque com mechas soltas nas laterais, e no pescoço dela estava o pingente que Colin havia dado de presente meses atrás.

Os lábios estavam bem avermelhados, e o verde-esmeralda dos olhos dela pareciam ainda mais cintilantes.

Colin a olhou de cima a baixo bem impressionado com o que estava vendo. Era a primeira vez que ele a via se vestindo de maneira tão sexy.

Ela escancarou a porta e ficou na ponta dos pés para beijá-lo.

O cheiro dela era doce, assim como o gosto dos lábios.

— Entra! — disse ela puxando Colin para dentro e fechando a porta. —  Você chegou bem na hora, eu havia acabado de arrumar tudo.

Perto da janela estava uma mesa bem enfeitada. Havia três vasilhas grandes sob um pano forrado. O conteúdo das vasilhas se parecia com o de lasanhas e tortas de frango.

Haviam velas em castiçais e uma garrafa de vinho ao lado de duas taças.

— Vou pegar os pratos, porque não se senta? — disse ela de maneira manhosa.

Colin se sentou calmamente e olhou pela janela. Era o começo do anoitecer, e dava para ver a universidade inteira dali, sem falar que as coisas estavam mais agitadas do que nunca. Depois ele olhou para Brighid de costas com o corpo inclinado apanhando os pratos na prateleira de baixo.

Aquele era o tipo de visão privilegiada que só ele tinha.

Brighid voltou a mesa dando a Colin um prato e talheres de prata. Ela também partiu um pedaço da torta e o serviu.

— O cheiro está bom! — comentou Colin.

— Fiz o bastante para você não reclamar dessa vez. — disse ela olhando para Colin apaixonadamente.

— Você me mima demais…

Ela olhou para ele com a sobrancelha erguida.

— Isso não é normal?

Colin deu de ombros.

— Depende…

— Bom, o casamento dos meus pais foi assim e eles se amavam… Faço isso porque eu te amo. — Ela encarou Colin no fundo dos olhos — Você também me ama, né?

— Mais do que qualquer coisa, senão eu não me casaria com você.

Ela retribuiu com um sorriso.

— Como era o relacionamento dos seus pais? — ela perguntou.

Colin desviou o olhar e encarou as luzes da universidade pela janela.

— Quando eu era mais novo, era normal, eu acho… meu pai trabalhava vendendo coisas antigas, e eu ficava a maioria do tempo com minha mãe. — Colin deixou escapar um sorriso — Se ela estivesse viva, ela ia adorar você, tenho certeza.

Brighid colocou uma mecha de cabelo para trás da orelha.

— Você a amava mesmo…

— É… eu amava. — Ele a encarou nos olhos — Obrigado, Brighid.

— Pelo quê?

Colin deu um suspiro.

— Se você não tivesse resolvido me seguir desde aquele dia que nos livramos do nobre, então provavelmente eu teria me tornado uma pessoa completamente diferente da que sou agora… Quando cheguei nesse mundo, eu estava com raiva e queria descontar essa raiva nos outros de qualquer maneira. Você e Safira me salvaram, por isso devo muito a vocês duas.

Brighid começou a encaracolar uma mecha de cabelo enquanto olhava para o lado bem envergonhada.

— Eu também tenho que te agradecer… amadureci bastante desde que te conheci… Foi a primeira vez que tive que treinar e cuidar de alguém… E eu gostei da sensação. — Ela focou o olhar no marido — Agora, quando penso em cuidar de alguém, penso logo nessas outras vidas crescendo dentro de mim, e isso me deixa ansiosa e assustada ao mesmo tempo… Fico pensando se nossos filhos serão mais parecidos comigo ou com você, ou se a gente vai conseguir criá-los como uma família… — Ela desviou o olhar — Quando penso em tudo que está por vir, eu fico com mais medo ainda… Eu não quero ter que cria-los sem você…

Colin esticou a mão, tocando gentilmente na bochecha dela.

— Por isso a gente está treinando… ficarei tão forte a ponto de não perder para ninguém.

Ela tocou nas costas da mão dele, sentindo o calor gentil daquelas mãos.

— Você promete?

— Eu prometo!

Diferente da promessa feita anteriormente, essa parecia diferente.

— Espera — disse Colin — Tenho que te mostrar uma coisa.

Colin enfiou as mãos nos bolsos e retirou um porta-alianças.

— Antes de começarmos a comer, eu queria te dar isso — Ele abriu a caixa revelando duas alianças — É uma maneira que o povo do meu mundo usa para mostrar que estão casados. Vem, me dá sua mão esquerda.

— Colin… — murmurou ela segurando o choro na garganta — não precisava…

— Não precisa chorar, só me dá sua mão.

Ela estendeu a mão, e Colin colocou a aliança gentilmente no anelar dela.

Coube perfeitamente.

— Agora é sua vez de colocar a aliança no meu dedo — disse Colin, e assim ela o fez. — Pronto, agora vamos comer!

Colin deu uma boa garfada na torta, sentindo aquele gosto quase único de algo preparado por Brighid.

Para ela, era sempre satisfatório vê-lo com tanto apetite.

Brighid comia moderadamente, já que a chance de ela enjoar e colocar tudo para fora eram bem altas.

— Esqueci de te avisar — disse ele terminando de mastigar — Mas ganhei cinquenta mil moedas de ouro vendendo joias.

— Cinquenta mil? — indagou ela erguendo as sobrancelhas.

Colin fez que sim.

Ele deu outra garfada e começou a se servir de mais um pedaço.

— Não sei quanto realmente é isso, mas Samantha disse que é muito dinheiro. Fui até um lugar chamado poço e comprei alguns equipamentos pro pessoal da guilda. Não sei se todo mundo aceitará participar.

Ela deu uma bicada na taça de vinho.

— Falei com as meninas, todas elas vão participar, até mesmo Lei Song concordou.

Colin a encarou.

— Acha que é uma boa ideia? Não faz nem seis meses que ela aprendeu a usar as habilidades de sua árvore…

Brighid assentiu e afastou outra mecha de cabelo para trás da orelha.

— Confia em mim, ela ficou comigo por meses inteiros. Ela é uma aluna bem dedicada e muito forte também. Você vai se surpreender com ela.

Colin deu de ombros, se era Brighid quem estava dizendo, então provavelmente era verdade.

— Vou falar com Stedd amanhã, seria bom ele participar, já que será a primeira vez com todo mundo junto.

— Parece que seu dia vai ser longo amanhã… e o treinamento?

— O pai de Samantha me chamou para treinar com ele amanhã de manhã, por que não vem comigo? A gente passa no Stedd, nas crianças e depois a gente treina invocação.

Brighid mastigou e deu outra bicada no vinho.

— Vai comprar coisas para as crianças?

Colin assentiu.

— A gente aproveita e faz um programa em família, o que acha? Será bom para eles te conhecerem melhor.

Brighid deu de ombros, ela realmente achava a ideia agradável, já que diferente de Colin, ela havia visto as crianças uma única vez e por poucos minutos.

— Acho que tudo bem…

Um pouco mais de conversa foi jogado fora por mais uma hora, até que Colin devorou tudo que Brighid havia preparado. Ele a ajudou a lavar as louças em meio a beijos e trocas intensas de carícias.

Eles foram para o quarto de Brighid e rolou provavelmente a noite mais intensa que tiveram juntos. Colin mal podia aguentar ansiedade de treinar com Leerstrom ou com a possibilidade de ter lutas brutais no torneio, então aproveitou aquele momento da melhor forma que pôde.

Puxões de cabelo, tapas na nádega, no rosto, arranhões, mordidas, chupões e xingamentos, essas eram as coisas que Colin fazia para diminuir a tensão do próprio corpo, descontando tudo na esposa entre quatro paredes.

Brighid não se importava em se entregar daquela forma.

Aquela troca de carinho mais violenta também aliviava as tensões do corpo dela, e fazia qualquer preocupação que ela tinha, desaparecer como fumaça, mantendo-a completamente focada nas sensações que sentia no momento.

Ambos sabiam que somente um poderia satisfazer o outro daquela maneira, já que eles tinham um vigor bem acima do normal e nenhum deles se machucava com facilidade.

Momentos como aquele que Colin passava com Brighid, costumavam durar bem mais que as batalhas que travava. Também faziam com que ambos se movimentassem bastante, colocando o vigor elevado de ambos a prova. Mesmo assim, entre gemidos, tapas e beijos, aquela troca intensa de carinho durou até a manhã do dia seguinte.

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Olá, eu sou o Stuart Graciano!

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