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Capítulo 140 – Meio-Dragão

Após serem transferidos para o espelho, Colin e os outros se encontraram em uma caverna fria e úmida. Por sorte, todos da guilda estavam ali.

Brighid conjurou um orbe de luz, afastando aquele breu nefasto. Aquele lugar passava uma sensação ruim, ainda mais porque eles pareciam estar sendo observados.

Leona se sentou como um cachorro e cheirou o ar.

— Mestre Colin, acho que tem inimigos à frente. Eles fedem à terra úmida, sangue e magia…

“Já começou?” pensou Colin.

— Certo! — Colin se virou para Brighid — Consegue fazer mais orbes e espalhar entorno?

— Consigo!

O orbe de Brighid se dividiu em dezenas de outros orbes que se espalharam pela caverna.

Eles perceberam que não havia nada atrás deles além de rocha bruta, mas logo a frente havia três túneis longos onde não era possível ver o fim.

— Parece que vamos ter que nos dividir. — disse Stedd encarando Colin — Você dividiu a equipe a meses atrás, que tal se a gente seguir como você sugeriu daquela vez?

— Não acho que dividir seja uma boa ideia — disse Colin — A gente nem sabe o que nos espera do outro lado.

Stedd apoiou as mãos na cintura e abriu um sorriso de canto.

— Sem essa, Colin, sei que você disse que levaria qualquer golpe por nós, mas aí você já está nos ofendendo. Olhe para os garotos — Colin os encarou e viu olhares de determinação — Deixe os garotos mostrarem trabalho. Confie na sua guilda.

Ele confiava. Por ser a primeira vez que todos estavam reunidos, Colin ficou com medo de acontecer algo grave, mas ele resolveu aceitar.

O amadurecimento de todos ali fazia parte do processo.

Colin suspirou e depois assentiu.

— Tudo bem!… Comigo vão Wiben, Safira e Alunys. Com Stedd irão Liena, Elhad e Kurth. E com Samantha, irão Brighid, Sashri, Lei Song e Loaus.

— E eu? — indagou Leona.

— Você vai com Stedd — respondeu Colin — Certo, eu vou pelo meio, Stedd pela esquerda e Samantha pela direita. Cada um dos representantes vai levar talismãs de comunicação — Ele olhou para Samantha — O decantador de água infinita fica com você.

Samantha fez que sim com a cabeça.

— A gente se vê no final do corredor — disse Colin.

A equipe se separou, com cada um seguindo o caminho designado.

Havia quatro telões gigantescos no coliseu, onde as pessoas viam com atenção os participantes.

Bledha se levantou educadamente da arquibancada e se retirou para os fundos.

Adentrou a toalete vazia e segundos depois Ehocne, na forma de Briana, entrou em seguida.

Ehocne trancou a porta da toalete e cruzou os braços encostando o quadril na pia de mármore.

— E então — disse Bledha abrindo a torneira — Como vai o andamento da missão?

— Está tudo indo conforme o planejado. Já coloquei minha marca em todos os membros do lótus, também já coloquei todas as marcas ao redor da capital para o exército do autodeclarado Rei do Norte avançar portando armas ante magia por toda capital.

Bledha lavou as mãos e fechou a torneira.

— Ótimo! Os Ubiytsy cuidarão dos nobres, incluindo o rei de Rontes e os príncipes do império do sul. Isso me deixa com o próprio imperador Ultan e aquele cachorrinho do Leerstrom. Você e Var’on devem me dar cobertura para que tudo ocorra como planejado.

Bledha não via os garotos que participavam da prova como uma ameaça.

— E quando os garotos da prova saírem do espelho, acha que eles vão ficar só assistindo tudo ser destruído? — indagou Ehocne.

— É claro que não. Por isso a missão vai começar quando o torneio estiver perto do fim — Bledha encarou fundo os olhos de Ehocne — Não se esqueça que depois de acabarmos com Ultan, Graff é o próximo a ser derrubado. Ele é nossa única ameaça real no momento.

Ehocne engoliu o seco.

Graff era ardiloso e ninguém sabia qual era sua força real. Apesar de Bledha estar confiante, ela também estava com medo do que viria depois. Para a caída, era bem mais fácil acabar com um império da noite para o dia do que pensar em como vencer vampiros como Graff.

Bledha foi até a porta e a destrancou, saindo em seguida.

Ehocne ainda permaneceu ali, perdida nos próprios pensamentos.


Colin seguia despreocupado pelo túnel.

Safira e Alunys seguiam mais a frente enquanto Wiben e Colin estavam um pouco mais atrás.

Aquele lugar não era do tipo que lhes causava algum medo. Todos ali já tiveram experiências bem piores do que cavernas úmidas com cheiro de sangue.

Safira seguia com o indicador erguido, iluminando o corredor com uma luz semelhante à de uma vela.

Entre as duas amigas estavam um clima estranho, ainda mais porque tinha muito tempo que elas não paravam e conversavam uma com a outra.

— Safira… — chamou Alunys — Tudo bem com você?

— Está… por que está me perguntando isso?

Alunys deu de ombros.

— Você parece um pouco… distante…

Safira virou para o lado a encarando. Ela pensou se deveria dizer o que estava entalado em sua garganta.

Colin e Wiben também estavam conversando entre si, e estavam um pouco atrás delas.

Seria quase uma conversa particular.

— É você que está distante… — respondeu Safira — Está distante desde que fez aquela viagem de escolta com senhor Colin e arrumou uma nova melhor amiga — Safira franziu os lábios e olhou para baixo — Até quando fomos para o castelo dos vampiros você mal falou comigo, só quer saber da “princesinha de Ultan”. Eu era sua amiga muito antes dela…

Alunys sentiu fundo aquelas palavras. De certo modo, Safira a salvou quando elas se conheceram. A Elfa nunca foi de fazer amigos por ser esquisita, e ao conhecer Safira ela foi apresentada a um bando de pessoas esquisitas que não se encaixavam em lugar nenhum, e ali ela sentiu que finalmente conseguiria pertencer a um lugar.

— Desculpa… — disse Alunys baixinho — É que eu não sou como você, senhorita Brighid, senhor Colin… eu não sou tão forte quanto vocês. Isso ficou mais claro para mim quando aqueles rapazes do Loafe me deram uma surra… — Ela olhou nos olhos de Safira — Quando conheci Liena, ela era fraca, tão fraca quanto eu, por isso passei a ficar mais tempo com ela, foi somente para treinar, apenas para isso. Sinto muito se eu te magoei, não era a minha intenção… Eu só queria ficar no mesmo nível que o resto de vocês…

Safira engoliu o seco e franziu os lábios. Ela se sentiu culpada por julgar Alunys de tê-la a abandonado sem considerar os próprios sentimentos da amiga.

— Você é minha melhor amiga… — disse Safira — Se precisar de treino para ficar mais forte, seja o que for, pode contar comigo também!

Alunys abriu um sorriso de canto e fez que sim.

— Obrigada…

Safira deu dois tapinhas no ombro de Alunys.

— Agora vamos continuar, vamos mostrar para aqueles dois que a gente consegue se virar sem eles.

Alunys assentiu.

Colin e Wiben estavam atrás e Wiben explicava a situação atual de sua família.

Com o pai enfermo, os negócios da família começaram a ser administrados pela mãe de Wiben, mas era dever de Wiben fazer isso, já que ele era o único filho homem.

Papeis e burocracia não faziam o estilo dele, mas ele estava disposto a largar a guilda para cuidar dos negócios da família. Essa era uma das razões do desentendimento com Samantha, que ela não concordava com isso, já que até pouco tempo a família dele o odiava.

Ele aceitou participar do torneio para marcar em sua memória como a última coisa que ele fez com seus amigos.

Colin compreendia a situação, só lamentava que Wiben estaria deixando a guilda dessa maneira, já que Colin gostava da companhia de Wiben, mesmo que eles não passassem muito tempo juntos.

Após mais alguns minutos de caminhada, eles conseguiram ver luz no fim do túnel.

Viram um punhado de corpos desmembrados entorno de um salão amplo com o chão decorado por cristais esmeralda, tochas nas paredes e havia uma enorme porta mais ao fundo.

Colin pegou o talismã de comunicação.

— Pessoal! Estão aí?

— Sim! — responderam Samantha e Stedd.

— Acho que encontrei a saída. Tem uma porta enorme de madeira aqui e um monte de corpo. Deve ser de uma guilda.

— Eu ia dizer para você não avançar, mas você vai seguir em frente, não é mesmo? — indagou Samantha.

Colin abriu um sorriso de canto.

— A gente vai abrir caminho, não demorem!

Colin enfiou o talismã no bolso.

Safira revirava os cadáveres com os pés. Apesar de portarem armaduras pesadas, o aço pareceu ter sido rasgado por uma lâmina afiada.

Wiben reconheceu um dos cadáveres.

— Esse é Marlon — disse ele enxergando um corpo partido ao meio — Já estudei com ele ano passado. O líder da guilda dele provavelmente é o Hivinis, um plebeu como você, Colin.

Colin caminhou até Marlon e se abaixou para encará-lo de perto.

— Consegue reconhecer o corpo desse tal Hivinis em meio a essa pilha de cadáveres?

— Vou procurar.

Depois de alguns minutos, Wiben não o encontrou.

— Ele deve estar atrás da porta — sugeriu Wiben — Seja lá o que tiver aí, parece ser bem habilidoso para partir um homem com armadura e tudo desse jeito.

— Certo! — disse Colin caminhando até a porta — Vamos entra-

Booom!

A porta de madeira se estilhaçou em milhares de fragmentos.

Hivinis rolou até os pés de Colin com parte do corpo queimado e sangrando em demasia.

Hivinis era um rapaz belo de cabelo preto longo. Assim que ele olhou para cima, se assustou ao ver Colin, mas sua próxima reação foi a de dor.

Ele apoiou a mão no abdômen e encarou a ponta dos dedos que estavam sujas de sangue.

— Tudo bem, amigo? — Indagou Colin despreocupado.

Usando a ponta da espada como bengala, Hivinis se ergueu.

— Meus homens ainda estão enfrentando a criatura, eu preciso ajudá-los!

Colin enfiou as mãos nos bolsos e caminhou até Hivinis. Após encará-lo de cima a baixo, Colin suspirou e chutou a ponta da espada, tirando o apoio de Hivinis. O rapaz caiu no chão sentindo ainda mais dor.

— Você não consegue nem andar, por que não fica aí e relaxa?

— Relaxar? Relaxar enquanto meus homens morrem lá dentro? Eu nunca faria nada assim!

Colin se abaixou em cócoras, encarando Hivinis no fundo dos olhos.

— Você tem um pingente, certo?! Preciso dele para passar para o nível 9. Você vai me entregar e eu salvo seus homens e mato a criatura.

Hivinis cerrou os dentes, furioso.

— Acha mesmo que eu faria uma coisa dessa?

— Eu não estou fazendo acordo com você, estou falando o que vou fazer. Você não está em posição de barganhar nada aqui.

Hivinis odiava admitir, mas aquele homem na sua frente tinha razão.

Colin se levantou.

— Vamos seguir, pessoal.

Eles encararam Hivinis mais uma vez e passaram pela porta. Foi surpreendente ver que tipo de criatura era aquela que os homens de Hivinis enfrentavam.

Era um meio-dragão. Um dragão no corpo de um homem de armadura. Ele portava uma espada longa e parecia ser bom em manejá-la.

A criatura tinha dois metros de altura e parecia se mover bem rápido além de usar magias de fogo.

Boom!

O meio-dragão disparou uma bola de fogo na direção dos homens de Hivinis os incinerando. Outros homens partiram para cima da criatura com suas espadas, mas aquilo foi inútil.

Crash!

Eles foram cortados ao meio num único golpe.

— Olha, Safira — disse Wiben com os dedos entrelaçados atrás da cabeça — Acho que aquele é o seu pai, hehehe.

— Vai se foder! Eu não sou um dragão, só tenho chifres, seu imbecil!

— Calma chifruda, é brincadeira hehehe.

Safira cruzou os braços e fez beicinho.

— Eu vou resolver isso — disse Colin. — Fiquem aqui.

No momento que Colin se preparou para avançar, Alunys segurou seu pulso.

— Senhor Colin, o senhor me permite enfrentar o monstro?

Não só Colin ficou surpreso, como Safira e Wiben também.

— Tem certeza? Aquela criatura parece bem forte.

Ela assumiu um olhar determinado e fez que sim com a cabeça.

— Eu consigo!

Colin deu de ombros.

— Nós não vamos interferir na luta — disse Colin — Será você e a criatura até a morte.

— Certo!

Colin abriu um sorriso de canto. Ele se sentiu orgulhoso de Alunys não ter nem mesmo ponderado a possibilidade de não ir.

— Boa sorte!

— Obrigada, senhor! — Alunys tirou os óculos redondos e entregou para Colin — Pode segurar para mim?

— Claro…

Haviam mais soldados entorno, mas a maioria se recusava a avançar. Eles viram uma Elfa de um metro e meio indo em direção a uma criatura de poder avassalador.

Hivinis chegou logo depois observando aquela cena, apavorado.

— Ficou louco? Aquela garota será morta se você não fizer nada! — Colin continuou com a expressão irresoluta — Vocês também não farão nada? — Safira e Wiben mantinham a mesma expressão de Colin.

— Só cala a boca e assiste — disse Wiben.

Alunys ativou sua análise.

“Um meio-dragão, já li sobre eles antes. Eles são rápidos e tem um corpo rígido. Sua única fraqueza visível são as articulações dos braços e das pernas. Certo, é só fazer como aprendi com senhorita Carmilla e reforcei com Liena.”

A criatura disparou uma bola de fogo na direção de Alunys.

Alunys esticou os braços e aos poucos uma barreira d’água surgiu na frente dela.

Boom!

Uma fumaça a nublou e os mais descrentes já imaginavam que ela havia virado churrasco, até que a viram deixar a névoa, partindo para cima da criatura buscando um confronto direto.

Vush! Vush! Vush!

Alunys conseguiam se desviar de três golpes seguidos que vieram em sua direção numa velocidade impressionante.

Slaph!

Ela enxergou uma abertura e com um chicote d’água ela conseguiu bater no joelho da criatura.

A criatura não facilitou, continuou tentando acertar Alunys, mas ela era bem mais rápida que ele.

— Estão vadiando aí, seus bostinhas? — indagou Stedd atrás, junto do resto do pessoal.

— Vocês demoraram bastante — disse Colin — Eu quase estava indo procurar vocês.

Stedd deu de ombros.

— Parece que o caminho do meio era mais rápido. — Ele olhou para frente vendo Alunys lutar contra um meio-dragão — A Elfinha está lutando contra o pai da Safira?

Safira fez beicinho mais uma vez.

— Eu já fiz essa piada — disse Wiben.

— Idiotas… — murmurou Safira.

O restante da guilda chegou em seguida e Hivinis ficou impressionado com o quanto eles estavam despreocupados com o combate.

— Tudo bem com você? — perguntou Brighid ao lado de Hivinis.

Ele engoliu o seco ao encará-la.

“A monarca de duas árvores… é a primeira vez que a vejo de perto. Ela é mesmo bonita como dizem…”

— Eu estou bem… — respondeu Hivinis desviando o olhar.

Brighid tocou a testa dele com o indicador e as feridas mais graves dele foram curadas.

— Você parece ter perdido muito sangue, eu só fiz os primeiros socorros, você vai precisar de cuidados mais sérios.

— O-Obrigado!

Brighid retribuiu o obrigado com um sorriso gentil e foi até Colin para assistir à luta de Alunys ao seu lado.

A Elfa continuava se esquivando e chicoteando as juntas da criatura com ainda mais força. Ela percebeu que após receber tantos golpes, a criatura estava começando a ficar mais lenta.

Aquelas chicotadas eram poderosas o bastante para partir uma árvore ao meio.

Os dois lutavam agora embaixo de um enorme círculo mágico que brilhava em alvo. O ar no círculo estava começando a ficar gélido.

Alunys vislumbrou seu oponente com as juntas sangrando. O meio-dragão estava exausto e o ar entorno dele estava congelante.

O frio ardia sua garganta, o impossibilitando de lançar bolas de fogo ou fazer qualquer tipo de magia da árvore da flama.

— Háaaa! — Berrou a criatura cingindo sua espada longa acima da cabeça e a descendo na direção de Alunys.

O chicote d’água na mão dela enrijeceu, se transformando em uma espada de gelo.

Ting!

Ela conseguiu rebater o golpe para o lado.

“Ele não está tão forte nem tão rápido como antes” pensou Alunys “É como senhorita Carmilla disse, só tenho que ser calma e analisar meu oponente pacientemente que eu consigo vencer!”.

Alunys apertou o cabo da espada e abaixou-se, esquivando do golpe da espada. A criatura também apertou o cabo de sua espada e voltou com tudo na intenção de degolar a Elfa que deu um passo ligeiro para o lado, ficando colada a criatura.

Antes que o meio-dragão terminasse o golpe, ela o atingiu bem nas juntas dos cotovelos, decepando suas mãos.

Crash!

A espada do meio-dragão cravou no chão e ele encarou a Elfa. Ela estava tão surpresa quanto seu oponente. Era a primeira vez que ela fazia algo assim.

“Eu consegui? Eu realmente consegui?!” Ela se afastou do meio-dragão num salto “Certo! Agora tenho que testar uma última coisa!”

Alunys respirou fundo e ergueu a mão direita acima da cabeça, criando uma lança de gelo de quase três metros de cumprimento.

“Depois de treinar tanto com Liena, fazer isso ficou bem mais fácil do que quando tentei fazer pela primeira vez. Mesmo depois de criar a zona gélida, meu corpo não esfriou, e foi até fácil desviar das investidas dele usando movimentos que aprendi no mi chi chuan com senhorita Carmilla.”.

Alunys deu mais um passo, levou a mão lá atrás e lançou aquela enorme lança que pairava em sua mão. A lança zuniu no ar e atravessou o peito do meio-dragão, deixando um oco no tórax da criatura.

O meio-dragão tombou e o círculo mágico desapareceu.

Alunys se virou para encarar Colin e os outros.

Ela não esperava que a guilda toda estivesse assistindo.

— Mandou bem, pirralha! — berrou Stedd.

— Agora sim! — berrou Sashri — Finalmente é uma de nós!

Hivinis franziu os lábios e se sentiu pequeno, menor do que Alunys.

A criatura que destruiu sua guilda e matou vários de seus homens foi derrotada por uma garota que tinha quase metade do tamanho dele.

Envergonhada, Alunys caminhou para perto de seus companheiros.

— Eu não sabia que você tinha ficado tão forte! — disse Safira animada.

— Você fez como nos treinos — disse Liena tão empolgada quanto Safira — Eu sabia que iria conseguir!

— Parece que o time dos Elfos ficou mais forte — disse Elhad — Mandou bem, garota.

— Ei! quatro-olhos! — disse Leona — Vamos lutar!

Alunys ficou toda vermelha de vergonha.

— Isso é seu — disse Colin entregando os óculos a ela — Sei que todo mundo já disse isso, mas você mandou bem,  orgulhoso!

Ela colocou os óculos e ficou ainda mais vermelha.

— O-Obrigada pessoal…

Colin estendeu a mão na direção de Hivinis.

— Vamos lá, o pingente.

Hivinis franziu os lábios e desviou o olhar. Ele tentaria lutar em uma situação normal, mas seu grupo estava muito abaixo do de Colin se tratando de força.

— É frustrante perder assim… que droga! — Ele encarou Colin — Tem muitos companheiros meus feridos… pode fazer os primeiros socorros neles?

— Acha que somos a merda da cruz vermelha?

— Por favor!… Eles são meus amigos…

Colin encarou Brighid.

— Tudo bem! — disse ela — Eu os tiro do perigo sem problema.

— Certo. — respondeu Colin — Porém, é melhor sua guilda passar todo seu equipamento e a gente tire seus companheiros do risco de morte.

Hivinis cerrou os dentes e depois deu de ombros. Colin poderia pegar todos os equipamentos a força se quisesse.

— Os boatos diziam que você era um cretino maluco, começo a pensar que isso é verdade. Tudo bem, nossos equipamentos são seus…


Samantha recolheu todo equipamento em boa condição e enfiou em sua bolsa dimensional que tinha espaço de sobra, enquanto Brighid seguiu fazendo os primeiros socorros usando o mínimo de mana possível.

Hivinis segurou o pingente e deu um longo suspiro.

— Estarei observando vocês do outro lado. Você é um plebeu como eu, senhor Colin, espero que vença esse torneio. — Ele arrancou o pingente do pescoço e o entregou nas mãos de Colin — Até mais, Elfo.

Todos os membros da guilda de Hivinis brilharam em alvo e desapareceram.

O pingente de Hivinis brilhou em um rubro lampejante e desapareceu.

Um portal se formou atrás da criatura abatida.

— Deve ser o portal para o nível nove. — disse Colin.

Stedd bocejou e entrelaçou os dedos atrás da cabeça.

— Esse foi o nível dez do espelho do diabo? Achei fácil.

— Achou fácil… — disse Wiben — Você nem lutou, só ficou aí coçando o saco.

— Luto quando aparecer um inimigo forte que valha a pena matar.

— Forte quanto? — perguntou Sashri.

Stedd olhou para o teto pensativo.

— Forte o bastante para dar trabalho a monarca de duas árvores ali.

— Já entendi! — disse Sashri cruzando os braços — Você não está nem um pouco a fim de lutar.

— Exatamente! Só vamos seguir logo para o nível nove. Quero terminar essa prova logo e dormir por uma semana.

Colin seguiu em direção ao portal prestando atenção naquela conversa.

“Um inimigo forte o bastante para dar trabalho a Brighid?” pensou ele “Algo assim não existe, não nesse plano”.

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Olá, eu sou Stuart Graciano!

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