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Capítulo 142 – Colin vs O escorpião rei

Baam!

O homem peixe gigante veio a baixo num estrondo.

Loaus retirou sua espada das costas da criatura e a girou, tirando o sangue que estava na lâmina, a devolvendo a bainha.

Uma das criaturas estava cheia de cortes por todo corpo, enquanto a outro estava com um oco enorme que havia destruído metade de sua cabeça.

— Até que enfim! — disse Liena encostada na parede rochosa e com os braços cruzados — Você demorou bem mais que o Kurth.

— Kurth usou magia — disse Loaus saltando de cima da criatura — Eu não usei.

— Eu não estava a fim de suar enfrentando a criatura — respondeu Kurth — Ainda estamos no nível nove, não quero gastar força desnecessária aqui.

A mulher e seus companheiros observaram atentos a àquela luta que durou no máximo cinco minutos. Aqueles garotos eram mais novos que ela, mas a experiência deles era algo que ela ainda não possuía.

“Porcaria… fomos salvos por pirralhos… que droga!”

Ela se levantou com uma das mãos apoiadas no abdômen.

— Com licença! — Eles a encararam — Vocês não deviam ajudar o Elfo Colin?

— Por quê? — indagou Liena.

Aquela indagação a pegou de surpresa.

— Colin não é companheiro de vocês?

— Senhor Colin não precisa de ajuda — disse Kurth se alongando.

— Isso aí — completou Liena — Senhor Colin nunca perde. Se ele precisar de ajuda, então é melhor começar a rezar.

“Aquele Elfo é tão forte assim?”

— Vamos lá assistir — disse Loaus indo para o fundo da caverna — Já acabamos aqui.


Ting! Ting! Ting!

A batalha de Colin seguia a todo vapor e em uma velocidade que poucos conseguiriam acompanhar.

Colin rebateu o ferrão da cauda do escorpião e a espada dançarina partiu em uma estocada envolta com mana elétrica.

Ting!

O escorpião rebateu a lâmina com as costas da mão, mas ele notou que sua mão não havia sofrido um leve arranhão e sim um corte profundo.

“Ele conseguiu rasgar a minha pele?”

Concentrando mana nos braços, o escorpião socou o chão com as duas mãos, levantando poeira e se afastando o mais longe possível de Colin.

Ele foi para cima do maior monólito da caverna, observando Colin lá de cima.

“Isso é estranho” pensou ele “No começo o confronto estava equilibrado, mas esse merda aos poucos está me superando, mas isso não faz sentido. Esse desgraçado não evoluiu em nada desde o começo, fui eu quem ficou mais fraco” Ele olhou para as próprias mãos “Minha mana está diminuindo, mas eu sequer usei magia… ele está sugando minha mana de alguma forma…, mas como?”

— Já cansou? — indagou Colin lá em baixo — Não tem nem dez minutos que começamos.

“Esse filho da puta está me provocando?!”

— Só vim tomar fôlego — respondeu o escorpião — Não precisa se preocupar, consigo fazer isso o dia todo.

O escorpião respirou fundo e manifestou sua mana, que atingiu Colin como um açoite violento.

Uma ventania tomou conta do lugar, tendo o escorpião como epicentro.

“Vamos lá! Tente roubar minha mana e me acompanhar ao mesmo tempo! Quero vez se consegue!”

O escorpião ficou em cócoras e saltou na direção de Colin como um míssil zunindo o ar.

Booom!

Poeira e pedras foram lançadas aos quatro cantos daquela arena. A onda de choque também destruiu monólitos e fez a caverna inteira tremer.

Os dois saíram da fumaça, próximos ao teto da caverna.

Bam!

O escorpião girou no ar mandou e Colin na parede com sua cauda, mas Colin se defendeu a tempo usando seu reflexo apurado.

Girando, ele recuperou o equilíbrio e apoiou sutilmente os pés na parede da caverna. Claymore se transformou de adaga para lança.

Zium!

Colin envolveu a lâmina dançarina com sua mana elétrica e lançou na direção do escorpião que estava em queda livre.

Ting!

Com a cauda, ele rebateu a espada. Aquela espada estava pesada, foi como se ele tivesse se defendido de um projétil afiado disparado por uma balista.

Colin aproveitou que seu oponente havia aberto a guarda e saltou da parede em direção ao escorpião.

Ainda no ar, Colin levou a lança lá atrás e a jogou na direção do escorpião.

“Isso parece perigoso!” pensou o escorpião “Não vou conseguir desviar a tempo!”

O escorpião recolheu sua cauda e ela se enrolou por todo seu corpo como um casulo.

Crash!

A lança atravessou a cauda dura como rocha do escorpião.

O escorpião encarou incrédulo seu próprio sangue de tom esverdeado jorrar.

“Merda!”

Por uma fresta da cauda que o protegia, o escorpião viu Colin se preparando pra socá-lo, e foi isso que ele fez.

Crack!

O punho de Colin estava pesado o suficiente para trincar a grossa armadura que envolvia toda aquela cauda.

Boom!

O escorpião foi devolvido ao solo num estrondo ensurdecedor.

Poeira enfestou o lugar e o que sobrou dos monólitos foi reduzido a destroços após mais uma onda de choque.

Loaus e os outros chegaram até a arena de combate. A mulher que salvaram e seus companheiros arregalaram os olhos com aquele cenário pós-guerra. Pedregulhos caiam do teto e a fumaça se dissipava pouco a pouco, revelando os dois atores principais daquele combate em lados opostos.

Colin estava sem nenhum arranhão, ao contrário de seu oponente que estava com diversas escoriações pelo corpo.

Erguendo o braço, Colin apanhou a lâmina dançarina que veio girando até sua mão.

Arfando, o escorpião arrancou a lança cravada em sua cauda e a jogou de lado.

“Verme maldito! Esse Elfo não tem nada de especial, ele não usa nada além de força bruta, seus golpes são sempre previsíveis e diretos, então, por que sou eu quem está sendo pressionado aqui?”

— Tomando fôlego de novo? — zombou Colin — Pode beber água se estiver cansado, eu espero.

O escorpião ficou tão furioso que cerrou seus dentes tão forte a ponto de suas gengivas sangrarem.

— Eu vou te matar! — Ele ferroou o próprio peito.

Shhhh!

Uma mana agressiva começou a ser emanada do escorpião, e todos os presentes puderam sentir aquela pressão assustadora.

Embora a mulher e seus companheiros estivessem apavorados, ela ficou sem palavras pela calma daqueles garotos e do Elfo que enfrentava aquela criatura.

O escorpião cresceu em massa muscular e em tamanho, assumindo uma forma mais bestializada de si mesmo.

— O que achou disso, Elfo? Está tão assustado que não consegue nem falar? Hehehe — disse num tom demoníaco.

Colin deu de ombros.

— Tanto faz, na verdade — ele encostou a lâmina dançarina no ombro — Pensei em fazer de você minha evocação, mas meio que estou decepcionado.

— O que disse?

— É… pensei que você seria uma boa evocação, mas infelizmente você é mais fraco que eu. Nada contra, mas decidi que faria uma criatura realmente poderosa ser minha próxima evocação.

“Mais fraco que eu”.

Essas palavras fizeram as veias da têmpora do escorpião saltarem. Seus dentes cerraram com ainda mais força e ele partiu para cima de Colin em uma velocidade que a mulher e seus companheiros não conseguiram acompanhar.

Boom!

Ele socou o chão onde Colin estava, mas o errante não estava ali. O escorpião olhou para trás e viu Colin se agachando para apanhar a lança que o escorpião havia jogado de lado.

“Impossível!” pensou a criatura “Eu estou mais rápido do que o começo da luta, e mesmo assim…”

— Acho que foi o suficiente. — disse Colin transformando sua Claymore em uma espada — Você é bom, se essa luta tivesse acontecido dois meses atrás, você teria me vencido. — Colin apontou Claymore para ele — Você deve ter notado estar ficando mais fraco com o passar do tempo. Foi esperto em me enfrentar numa luta, corpo a corpo. Normalmente eu aceitaria uma luta justa de punhos contra alguém, mas estou com pressa.

Claymore foi envolvida por uma mana completamente escura acompanhada de faíscas brancas.

— Sua mana estava, sim, sendo sugada, por minha Claymore aqui. — Colin abriu um sorriso de canto — Ela gostou tanto da sua mana que devorou tudo que pôde.

Vush!

O escorpião foi para trás de Colin e tentou cortá-lo, mas o que ele viu foi seu braço direito sair voando e cair no chão como se fosse um pedaço pesado de pedregulho.

“O meu braço!”

Saltando para trás, o escorpião avançou com sua cauda na intenção de ferroar Colin.

O errante usou sua análise apurada e viu o ponto de pressão da cauda, avançando contra ela com uma estocada.

Ting! Scrash!

A cauda do escorpião se quebrou como vidro ao ter a pressão do golpe ricocheteada.

O escorpião fez uma expressão de pânico.

“E-Eu preciso pensar em algo, mas em quê? Esse Elfo me superou, eu preciso, preciso viver!” Ele correu os olhos pela arena e se concentrou nas pessoas assistindo ao combate “Os companheiros dele? Se eu fizer deles meus reféns, talvez eu poss-”

Crash!

Ele olhou para baixo e viu a lâmina dançarina de Colin atravessada em seu peito. O escorpião golfou sangue e com o braço que lhe restava, tentou arrancar a lâmina, mas ele não teve força para isso.

“Essa merda não sai!”

Cabrum!

Colin deu uma estocada no ar, e uma descarga elétrica poderosa deixou a ponta de sua Claymore e ganhou mais poder destrutivo ao passar pela lâmina dançarina, que descarregou todo aquele poder destrutivo no peito do escorpião.

O poder era tamanho, que o corpo do escorpião foi destruído da cintura para cima.

Entranhas dele caíram entorno e o que restou daquele corpo desabou no chão rachado.

— Até que foi uma boa luta. — Colin transformou Claymore em um anel e pegou sua espada dançarina, a devolvendo a bainha.

Ele foi até seus companheiros enquanto tirava a poeira das roupas com fracos bofetes.

— Foi difícil com aqueles humanoides? — indagou Colin.

— Até que foi fácil — respondeu Loaus — E aqui?

Colin deu de ombros.

— Ele era forte, mas ele não usou nenhum ataque mágico contra mim por medo de eu absorver. Acho que isso facilitou o combate. — Colin se virou para a mulher e os companheiros dela — E vocês, estão bem?

Ela engoliu o seco e fez que sim com a cabeça.

— Ótimo! — gracejou Colin — Vamos voltar para a entrada e esperar Brighid e os outros chegarem. — Ele olhou para o escuro — Sai daí, peixe falante, estou vendo você.

— O-Olá, senhor Elfo! — disse o humanoide-peixe deixando seu esconderijo — S-Saiba que eu estava torcendo por você a todo momento! O escorpião rei era um crápula que vivia nos menosprezando, a-ainda bem que alguém como o senhor apareceu para nos salvar!

— Você vem com a gente — disse Colin — Tenho algumas perguntas para fazer.

— C-Claro que sim, senhor!


Graff estava em sua sala, sentado em sua poltrona em sua forma de criança, segurando uma vasilha de dedos decepados.

Os dedos se quebravam e eram triturados por seus dentes afiados. Ao contrário dos caídos que ficavam mais tensos com o passar dos dias, ele parecia bem tranquilo.

Logo à frente, pendurado na parede, estava um enorme quadro onde se encontrava Alucard, ele e Drewalt.

Graff ouviu passos e o estalar do ferrolho da fechadura. A porta da sala se abriu e Carmilla entrou.

Vestindo roupas vermelhas como sangue, Carmilla entrou e olhou para os dois lados. Toda aquela sala estava impecavelmente limpa.

— O torneio de guildas começou — disse ela ficando frente a Graff — Não devíamos nos preparar?

— Para quê? — indagou Graff de boca cheia — Vamos lutar contra o lótus, eles são só vermes sem importância — Graff lambeu o sangue que escorria por seus dedos — Na verdade, estou pensando em mandar você e Morgana para cuidar dos lótus.

Carmilla se perguntou o que diabos ele estava aprontando.

— Por que nós duas? O que planeja fazer?

— Tenho outros assuntos para resolver. Os garotos vão comigo, já que é mais importante.

Carmilla cruzou os braços e franziu o cenho.

— O que é tão importante assim para deixar nós duas de fora?

Graff colocou a vasilha de lado e deu um arroto.

— Tenho assuntos a resolver com os caídos — Ele se ajeitou na poltrona — Sabe, Morgana era a mais obediente de vocês, fazia o que eu mandava sem me questionar, mas depois do errante, ela começou a ficar cheia de dúvidas, então ela não é necessária para o que vou fazer. Por isso você ficará de olho nela até tudo estar resolvido. Não precisa se preocupar, ela consegue dar cabo dos lótus sozinha.

Aquele tipo de jogo era algo típico de Graff, e ele não estava totalmente errado em confiar somente em Morgana para dar um jeito no lótus.

Sozinha, ela já valia por um exército de usuários experientes no uso de magias. Ela também tinha três pandorianos de classe especial a seu serviço. Para Graff, ela era bem capaz de matar todos os membros do lótus, mesmo que usuários de magia de poder lendário como o diretor Hodrixey e o monarca do céu Melin fizessem parte desse grupo.

— Me diz logo o que está planejando, eu tenho direito de saber!

Graff deu de ombros.

Carmilla era o membro da família que Graff mais conversava. Enquanto o restante, preferiam passar seu tempo, sozinhos, ela apreciava a companhia do tio.

Lestat passava seu tempo em treinos exaustivos, Orlock gostava de ler, e Morgana vivia vagando pela noite com seus pandorianos. Às vezes ela ficava em cima de sua baleia voadora, vendo as estrelas enquanto Willy nadava nas nuvens, ou sentia a brisa da noite no rosto enquanto estava em cima de seu lobo gigante.

— Bom! — disse Graff — O caído da ilha das fadas saiu de lá. Estou contando que ele apareça nesse torneio.

“Então é isso!” pensou Carmilla.

— E se ele não aparecer? — indagou.

— Ele vai aparecer. Bledha não é estúpida para achar que consegue me vencer só com três caídos.

O ego de Graff era algo palpável. Depois do banimento de Alucard, ele se achava a criatura mais forte viva.

Graff abriu um sorriso de canto.

— Acabarei com qualquer um que estiver no meu caminho, e isso inclui até mesmo o errante que Morgana tem algum apego e todos os amiguinhos dele. Por isso ela cuidará dos lótus e você ficará de olho nela. Morgana não pode me atrapalhar.

Carmilla engoliu o seco. Mesmo que confiasse em Graff, ela não conseguia aceitar tudo aquilo facilmente. Vampiros eram solitários, e eles apreciaram a companhia de Colin e seus amigos por seis meses inteiros. Ela ensinou Alunys várias coisas, e se apegou a ela como um mestre se apegaria a um aluno dedicado.

Ela tinha certeza que os outros pensavam a mesma coisa, mas Morgana era a mais sentimental deles. A vampira já estava relutante em participar desse plano de invasão fazia meses, e para Graff, uma Morgana furiosa era um problema tão grande quanto três caídos.

— Não acha que está subestimando os caídos? — Ela indagou — Eles baniram até mesmo mestre Alucard, e pelos relatos, precisou somente de dois caídos para isso.

Graff segurou a risada.

— Alucard foi importante e tudo mais, mas ele é passado. O futuro sou eu! Nostradamus tentou recriar a aurora de sangue que Alucard criou, mas o pirralho era um incompetente. Ele só conseguiu transformar um monte de vampiro e criou aquele monte de clãs inúteis para a causa. Por isso eu o matei e matei todas aquelas merdinhas. Sou eu quem vai trazer a noite eterna, alguém que carrega o verdadeiro puro-sangue, não um vagabundo transformado.

Carmilla continuava achando tudo aquilo loucura, mas não o confrontou.

— Enfim, treinarei com Orlock — disse Carmilla indo até à porta — Vejo você mais tarde.

Carmilla deixou a sala e Graff se ergueu, caminhando até o quadro dele e dos irmãos.

— Fiz dos pirralhos a geração mais poderosa, e mesmo assim eles te acham melhor do que eu. Mostrarei para eles o verdadeiro significado de poder. Só me assista, irmão, seja lá de qual inferno estiver.

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Olá, eu sou Stuart Graciano!

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