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Capítulo 158 – A merda de um monstro!

Após se concentrar, Brighid desceu sua enorme espada de lâmina curvada, deixando-a a centímetros do chão. Le Jun pensou em avançar, mas seus instintos fizeram seu corpo se mover no último segundo.

Brum!

Ela deu um passo para o lado e o chão ao lado dela foi dividido, com parte da terra indo para cima e a outra parte para baixo, mas o corte de Brighid não parou por aí, continuou abrindo a floresta por quase cinquenta metros.

Os caçadores de monarcas se dispersaram, mas Le Jun continuou ali, com os olhos concentrados em Brighid.

“Que técnica monstruosa, mas você não é a única que sabe usar uma espada!”

Le Jun era um espadachim experiente, ela sabia ter vantagem em lutas a curta distância, pois, sua espada não era tão longa e, espadas longas, são destrutivas, mas péssimas para defesa.

Suas pernas engrossaram e ela avançou contra Brighid, que logo ajeitou sua postura. Deixou a nuca reta para distribuir a força igual para seus ombros e resto do corpo.

Brighid moveu o pé direito e em seguida o esquerdo, segurando a espada na lateral esquerda.

Segurou sua espada a fim de manter o indicador e o polegar flexível, para uma eventual mudança de postura. Também deixou sua pegada mais frouxa, aguardando Le Jun se aproximar sem tirar os olhos dela.

— Aaaa!

Le Jun cingiu a espada acima da cabeça e avançou como um raio.

Brighid leu a situação com perfeição, então, moveu sua enorme espada em direção de Le Jun antes que a mesma pudesse completar seu ataque.

Ting!

A espada da kinesi vibrou, assim como os ossos de seus braços.

Ela jurou que eles fossem se quebrar.

“Quanta força!”

Brighid aproveitou que sua oponente ainda tentava se recuperar do golpe anterior e preparou um contra-ataque, movendo a espada um pouco acima da altura dos ombros de Le Jun.

Ela avistou a morte de perto.

Um portal apareceu atrás de Le Jun e a puxou para dentro, deixando o corte de Brighid passar direto.

Woosh!

O vento daquele ataque seguiu em direção ao céu, abrindo até mesmo as nuvens.

kinesi estava ao longe, junta de seus companheiros. Leidvard ainda não havia se recuperado totalmente da luta contra Colin, e isso o tornava um fardo. Era melhor ficar longe e dar suporte aos seus companheiros.

— Um maldito monstro! — esbravejou Le Jun ao lado de Leidvard — Se não atacarmos juntos, não venceremos, qual o plano, ruivo?

Após engolir o seco, o ruivo se concentrou em Brighid metros à frente. A fada mantinha aquele olhar penetrante neles.

— Feldris! Evoque o seu exército da morte! Leidan, Le Jun e eu, atacaremos juntos! — Ele olhou para a fada — Conhece algum encantamento destrutivo o bastante para vencê-la?

A fada engoliu o seco e assentiu.

— A-Acho que sim!

— Perfeito! Leidvard, sua função é nos tirar de golpes mortais.

— Entendido!

Brighid viu um enorme círculo mágico enegrecido abrir acima dela. Aquilo era grande o bastante para cobrir parte da floresta.

Feldris estampava um semblante demente enquanto encarava o céu. Todas as veias de seu rosto ficaram bem aparentes, seu nariz começou a sangrar à medida que o círculo mágico ficava maior.

— Bem-vinda ao Festim dos Vermes! — berrou ele.

Soldados umbrosos começaram a despencar do céu entorno da floresta.

Bam! Bam! Bam!

Alguns vestiam armaduras umbrosas imponentes, outros, não passavam de meras sombras.

Aquelas criaturas continuavam despencando aos montes, derrubando árvores e marchando em direção a Brighid.

Aquilo era um exército de quase quinhentos soldados umbrosos, empunhando variados tipos de armas.

Aquelas criaturas murmuravam e grunhiam em lamúria.

Brighid correu os olhos pelo mar de seres umbrosos que não parecia ter fim. Mesmo após aquela demonstração insana de poder, Brighid não se abalou.

Ela apoiou a espada no ombro e ergueu a mão livre, apontando a palma para baixo.

Wooshh!

Um círculo magico bem diferente dos convencionais de Brighid se abriu. Do círculo, começou a brotar uma rosa-branca, que logo desabrochou. A raiz da rosa avançou pelo campo de batalha, passando pelos soldados umbrosos e indo além.

Os soldados olharam para os próprios pés e lentamente, as rosas-brancas ficaram enegrecidas. Como se estivesse derretendo, os soldados desmancharam e, à medida que isso acontecia, as rosas ficavam cada vez mais escuras.

Não havia restado nenhum soldado umbroso.

As rosas começaram a se desfazer em partículas esverdeadas. O jardim havia desaparecido e as partículas retornaram para o círculo mágico de onde a primeira rosa havia brotado.

Os caçadores de monarcas ficaram sem reação alguma.

Foi tão assustador quanto belo vislumbrar aquela demonstração de poder.

— Ela… purificou o meu exército?

O ruivo começou a ligar os pontos.

“Essa mulher… conseguiu se sobressair contra nosso melhor espadachim, destruiu o exército imortal de Feldris e mesmo assim, ela continua ali, parada, como se não tivesse feito nada de mais.”

— É a porra de um monstro! — O ruivo estava furioso — Esqueçam a missão de captura, lutaremos para matar!

— Tem certeza? — indagou Leidan — O velho forneceu uma fortuna para ter essa mulher, vamos mesmo jogar isso fora?

— Pensa que ela ficará parada assistindo? — respondeu o ruivo — Olha como ela é forte, levaremos o cadáver dela e vender aos bruxos de Brambéria. O cadáver de uma mulher assim deve render bem mais que o dinheiro daquele bosta.

Esticando as mãos, o ruivo conjurou espadas de mana e abriu um sorriso largo.

— Le Jun, Leidan, vamos!

Foi Brighid quem avançou primeiro.

Ela flexionou os joelhos e avançou em disparada, empunhando a espada do lado direito.

— Quer mesmo um combate direto?! — bradou Leidan — Quanta presunção!

Leidan cobriu seu corpo com mana e foi em direção a Brighid, excedendo uma confiança que não lhe cabia.

— Venha! — Ele levou o braço lá atrás e concentrou parte de sua mana naquele soco.

O ruivo e Le Jun avançaram pelos flancos, focando seus ataques em qualquer abertura mínima de Brighid.

“Vai mesmo avançar com os punhos nus contra minha espada? Isso não é nem um pouco inteligente”.

Brighid forçou uma parada, derrapando alguns metros enquanto seus oponentes continuavam avançando. Girando a espada, ela a cravou no chão.

“Agora!”

Le Jun e o ruivo avançaram, visando atingir as costelas dela.

Ting! Ting!

Atingiram a lâmina longa de Nion.

Brighid esquivou, ficando de ponta a cabeça enquanto mantinha a palma da mão no cabo de sua espada, equilibrando, mantendo os olhos naqueles dois que a encaravam de baixo.

— Peguei você!

Leidan aproveitou a brecha e concentrou metade de sua mana naquele soco. Ele avançou e ainda de ponta cabeça, Brighid ergueu a palma da mão livre para defender-se daquele soco imbuído de mana.

Antes de encostar na mão dela, Leidan arregalou os olhos.

Seu punho havia sido destruído, como se tivesse sido apagado, e isso continuou até ele completar o movimento do soco, apagando o seu antebraço até o cotovelo.

Woosh!

Um portal apareceu atrás dos três, e eles desapareceram.

— Aaaaa! — Leidan urrou de dor — Vadia desgraçada! Vou te matar!

Nenhum deles estava acreditando no que havia acabado de acontecer, mas não tiveram nem tempo de repensar seu plano.

Brighid segurou o cabo da espada e tombou para frente, tirando a espada do chão enquanto seus pés tocavam nele. Assim que terminou seu movimento, ergueu a espada acima da cabeça, dobrou bem os cotovelos e, em vez de cortar, ela jogou a espada, pegando-os de surpresa.

— Cuidado!

O ruivo berrou para alertar seus amigos próximos, mas Brighid não estava mirando neles, seu alvo era Fledris, que estava bem distante de seus amigos.

O corpo fadigado de Leidvard não conseguia reagir a ponto de criar outro portal tão rápido, então a espada longa girou no ar fazendo o som de um furacão.

Fledris mal conseguia se mover.

Seu corpo havia sido levado ao limite quando ele utilizou sua técnica mais forte. Tudo que ele pôde ver foi aquela espada ir em sua direção num piscar de olhos.

Crash!

— Fledris!

Leidan mal teve tempo de lamentar.

Sentindo um arrepio na espinha, ele virou para trás, vendo a palma da mão de Brighid passar por seu rosto, apagando sua cabeça.

Não se ouviu som nenhum daquele golpe, pois, aquela era uma técnica do vácuo absoluto.

O corpo dele desabou, e seus companheiros ficaram em choque.

Leidan era poderoso, e eles sabiam disso. O viram em batalhas centenas de vezes, derrotando inúmeros oponentes poderosos, mas tudo aquilo acabou em um instante, sem Leidan nem mesmo mostrar do que era capaz.

— Fujam! — O ruivo usou toda sua mana para correr.

Le Jun estava em choque.

O único que se comparava a Raudal em força era Leidan. Avistar o corpo dele despencar sem vida a fez perder a atenção com a mulher em sua frente.

— Le Jun! — berrou Leidvard que estava a metros dela — Sai daqui!

Brighid conjurou uma espada de mana e avançou, aproveitando a desatenção de sua oponente.

— Merda! — Leidvard abriu um portal atrás de Le Jun e a puxou para dentro.

Wosh!

Antes de adentrar completamente o portal, Brighid conseguiu decepar as duas mãos de Le Jun, fazendo-a deixar a espada para trás.

Puf!

Tanto ela quanto Leidvard caíram no chão.

— Le Jun! — berrou o errante cuspindo sangue — Se concentre!

Após o berro de seu companheiro, Le Jun se tocou o que havia acontecido ao encarar suas mãos.

— Aaaaaaaa!

Berrou pelo choque e em seguida pela dor.

Brighid se abaixou e pegou a espada de Le Jun.

Encarou a lâmina e o punho bem trabalhado no entalhe.

“É como imaginei, é do mesmo material que Claymore.”

Enquanto fugia saltando de galho em galho, o ruivo não deixava de pensar na má ideia que foi aceitar essa missão.

Ele havia subestimado sua presa.

Após fazer tantas missões com êxito e matar tanta gente forte, pensou ser invencível.

Esse era o tipo de descuido que poderia levar sua vida.

“Merda! Preciso pensar em um pla-”

Crash!

Uma lança feita puramente de mana atravessou seu ombro. O ruivo, que fugia em meio as árvores, bateu nos galhos e foi direto para o chão.

Arrastou-se até encostar em uma árvore e apoiou a mão no ombro.

— Arrrg!

Outra lança veio na direção do ruivo e ele rolou para o lado.

Boom!

O tronco da árvore foi completamente destruído.

Ele se recuperou, ergueu-se e usou a análise para tentar desviar de outros projéteis.

— Merda!

Boom! Boom!

Mais duas lanças foram em sua direção, levantando terra do chão como se fossem disparados por balistas.

O ruivo não conseguia pensar em absolutamente nada a não ser na própria sobrevivência.

Fazia anos que nenhum dos caçadores de monarcas era morto. Le Jun havia perdido as mãos, Leidan estava morto e ele estava a um passo de ter o mesmo destino.

Não restavam opções a não ser deixar o espelho.

Ele correu os olhos pelas árvores, procurando Leidvard.

— Leidvard! Leidvard! Onde voc-

Arregalou os olhos ao ver seu amigo errante.

Leidvard estava com a espada de Le Jun atravessada em seu peito. Após golfar sangue, Leidvard cerrou os dentes ensanguentados e segurou na lâmina, cortando a mão ao tentar arrancá-la.

— Merda! Merda! — A visão do errante ficava embaçada e suas forças se esvaiam — Eu… não quero… morrer…

Aquelas foram suas últimas palavras.

Brighid puxou a espada abruptamente e deixou o corpo do errante tombar.

— Sem fugas desta vez — Ela cruzou olhares com o ruivo ao longe — Sua vez!

Dezenas de lanças foram conjuradas, pairando entorno dela. Brighid apontou com o queixo para o ruivo e suas lanças avançaram, destruindo tudo pelo caminho.

— Porcaria!

Boom! Boom!

Enquanto suas lanças eram conjuradas, ela caminhou em direção a Le Jun encostada em uma árvore.

Tremia como um cão assustado.

— E-Espere! Podemos negociar!

Brighid não deu ouvidos. Continuou caminhando a passos lentos, deixando a Kinesi em pânico.

— Se me matar, o errante morrerá! — Ela parou de se mover — I-Isso mesmo, ele é importante para você, não é? C-Colin, o nome dele, né?! Se me deixar viva, posso convencer Raudal e Vrumud a não o matar!

Brighid franziu o cenho.

— Por que estão atrás dele?

— Trunyson! Ele nos pagou para matar o errante e levarmos você pra ele! C-Conhece Loafe, n-né? Estamos com ele, ele e Trunyson planejaram isso juntos, i-isso é tudo que eu sei!

— Entendi…

Zim!

Brighid cortou a cabeça de Le Jun junto a árvore atrás da mesma.

Ela se sentia diferente, estava mais brutal que o normal. Era a primeira vez em muito tempo que ela lutava com tanto ímpeto.

— Os outros devem estar em perigo!

Usando a análise, ela se concentrou no ruivo que ainda corria desesperado pela sobrevivência.

Dois pares enormes de asas de libélula foram conjurados em suas costas. Ela bateu as asas e avançou, mantendo o olhar fixo no ruivo, que ainda não estava conseguindo pensar em um contra-ataque.

— Se afaste de mim, monstro maldito!

Desesperado, o ruivo ergueu a mão na direção de Brighid para lançar sua magia, mas uma das lanças veio voando em meio as árvores e arrancou seu braço antes que pudesse completá-la.

Crash!

— Merda!

Vush!

Foi a vez de Brighid passar direto, arrancando a cabeça do ruivo com a espada de Le Jun.

Ela não viu nem o corpo do ruivo desabar e bateu as asas, indo em direção a Fledris.

— Ainda falta uma…

Brighid arrancou a espada do peito de Fledris e caminhou para fora da floresta.

No céu, havia um círculo de mana enorme sendo conjurado pela fadinha.

A pequena viu seus companheiros serem eliminados um a um sem a menor piedade. Estava furiosa e louca para se vingar.

Seus olhos ardiam em ódio e lágrimas escorriam por suas bochechas.

— Sua… Eles eram meus amigos!

Brighid nunca havia matado seres de sua espécie. Se não tivessem ameaçado Colin, ela ponderaria em deixá-la viva, mas ela era uma inimiga.

Não havia porque sentir pena de um inimigo.

Ela se concentrou, imbuiu sua espada longa de mana e cortou o ar em direção a fada.

Woosh!

O corte, era tão fino quanto a teia de uma aranha. A pequenina nem o viu chegando.

Ela foi cortada ao meio.

Scrash!

O enorme círculo mágico que a fada conjurava rachou e estilhaçou como vidro. Ela pensou que sentiria mal ao matar um igual, mas ela não sentiu absolutamente nada.

— Tenho que encontrar os outros.

Ela bateu as asas e partiu floresta adentro.

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Olá, eu sou Stuart Graciano!

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