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Capítulo 21 – Dando o Troco.

Colin cruzou a rua movimentada e foi até o rapaz que paquerava a garota.

A garota ria sem parar até ver um homem atrás daquele garoto que a cortejava. O sorriso dela desapareceu como fumaça, e o rapaz olhou para trás, arregalando os olhos ao ver quem era.

Ele reconheceria aqueles olhos amarelos em qualquer lugar.

— Vo-Você!

Colin passou o braço direito pelo ombro do rapaz.

— Meu grande amigo! — disse com um sorriso. — Por onde esteve? Acredita que eu estava mesmo procurando por você? — Colin olhou para a garota e ela engoliu em seco. — Desculpa, mas vou roubá-lo de você um pouquinho, hehe, não se preocupa, será rápido!

Ainda com as mãos no ombro do rapaz, Colin o conduziu para fora da multidão e entrou em um beco. Assim que entraram, Colin tirou as mãos do ombro do rapaz e o enforcou pressionando as costas dele contra a parede.

— Lembra de mim?

O rapaz tossiu algumas vezes e tentou tirar as mãos de Colin, mas não obteve sucesso.

— E-Eu sinto muito! — ele mal conseguia falar. — Senhor… não consigo, respirar…

Colin o soltou.

Cof! Cof!

O rapaz alisou a garganta.

— Cadê aquele idiota que me bateu no outro dia?

— V-Vai fazer o que se eu disser?

Colin o segurou pelo colarinho e o pressionou contra a parede.

— Não é óbvio? Darei o troco pelo que ele fez comigo.

Aquele olhar de Colin dava medo. Era semelhante ao olhar de uma besta com sede de sangue.

— Ce-Certo! A-Amanhã não haverá aula, então tem um pessoal reunido naquele bar em que eu estava… Wi-Wiben está lá dentro com Samantha…

— Vá lá dentro e traga ele aqui.

— O-O quê?

Bam!

Colin o socou no estômago e o segurou pelo colarinho, batendo as costas do rapaz na parede.

O rapaz tossiu algumas vezes tentando recuperar o fôlego.

— T-Tá bom! — disse com as mãos apoiadas no abdômen. — E-Eu o trago aqui como o senhor quer!

Colin o soltou e o rapaz caiu de joelhos no chão. Ele levantou-se em seguida e começou a correr para buscar Wiben.


Aquele Pub estava bem cheio.

Um alaúde em um palanque improvisado enquanto os clientes, principalmente estudantes, riam alto e bebiam incessantemente.

No canto, Wiben estava conversando com Samantha sobre assuntos relacionados à universidade, quando um rapaz se aproximou dele. O rosto do rapaz estava pálido e ele suava bastante.

— O que foi? — indagou Wiben.

— De-Desculpe incomodá-lo, senhor Wiben, mas lembra do Elfo daquele dia?

— Elfo? — Wiben ergueu as sobrancelhas. — O de olhos amarelos?

— I-Isso mesmo! E-Ele estava no beco do outro lado da rua, ele me pediu para chamar o senhor…

Wiben cruzou olhares com Samantha.

Ele ponderou por um instante se iria, mas logo aceitou. Wiben não era do tipo que recusava um pedido como aquele.

Wiben se levantou e Samantha segurou seu pulso.

— Você vai? — indagou preocupada. — E se aquela garota de chifres estiver lá?

— O-O Elfo está sozinho… — respondeu o rapaz.

— Amor, vai ser rápido como da última vez.

Samantha continuava relutante.

A última vez não foi tão fácil assim.

Wiben conseguiu esquivar-se de todos os golpes do Elfo e o socou centenas de vezes. A resistência dele era impressionante.

Wiben teve que pagar uma usuária do reparo para curar seus punhos inchados.

— Samantha! — ele apoiou a mão no rosto dela — Vai ficar tudo bem! O que acredita que aconteceria comigo se Loafe descobrisse que recusei o pedido de combate de um Elfo Negro?

Ela engoliu o seco e assentiu.

— Tá! Mas vou com você!


Após cruzarem a rua, eles avistaram Colin no beco de braços cruzados encostado na parede. O dito Elfo transmitia uma sensação diferente de antes. Wiben e Samantha perceberam, e Samantha engoliu em seco enquanto encarava-o.

— Wiben… — sussurrou. — Não acho que essa seja uma boa ideia.

— Fica calma, isso vai terminar logo.

— Você veio mesmo. — Colin desvencilhou da parede. — Que tal a gente continuar de onde paramos? Dessa vez não tem ninguém para parar a gente.

Wiben esboçou um sorriso de canto e tirou a camisa, jogando para Samantha que ainda sentia-se incomodada.

— Mesmas regras de antes, Elfo?

Colin deu de ombros.

— Pode ser.

O rapaz universitário estava bem ao lado de Samantha, torcendo para que Wiben desse uma bela surra naquele Elfo.

“Ele está mais forte”, Wiben o analisou minuciosamente, “A mana dele não está maior, mas o Elfo parece… diferente. Melhor ser cauteloso dessa vez”.

Vush!

Colin avançou com um direto, mas Wiben esquivou sem problemas.

Vush! Vush! Vush!

Sem dar tempo de Wiben reagir, Colin continuou desferindo golpes cada vez mais rápidos, não dando as aberturas que Wiben buscava.

“Eu sabia!”, mesmo pressionado Wiben se esquivava com perfeição, igual a um pugilista experiente, “O Elfo está mais rápido! Tsc! Ele não está me dando brechas para atacar, se continuar me pressionando assim posso acabar sendo atingido!”

Wiben deu um passo adiante e esquivou-se de um direto de Colin, encontrando a abertura que desejava.

“Agora!”

Ele colocou força em seu quadril e avançou com o punho na direção do queixo de Colin.

Bam!

Com a outra mão, Colin segurou aquele soco.

Samantha arregalou os olhos e com o outro braço Colin deu uma cotovelada no rosto de Wiben, derrubando-o no chão.

Crash!

O golpe de Colin era pesado e brutal. Foi como se Wiben tivesse sido atingido por uma barra de ferro. Ele permaneceu no chão com o nariz sangrando, tentando recompor-se depois da pancada.

— Só te bati uma vez — debochou Colin. — Você aguenta mais!

Colin não atacou Wiben no chão, esperou ele se erguer ainda desorientado.

“Que golpe pesado”, Wiben limpou o sangue do nariz com as costas da mão, “Estou em desvantagem em uma luta sem magia, mas não tem problema. É um combate entre dois homens, continuaremos assim até que um de nós caia!”

— Isso foi um golpe de sorte! — Wiben dobrou os joelhos. — Não vai acontecer de novo!

Vush!

Foi a vez de Wiben avançar e Colin ficou em guarda.

Bam! Bam!

Wiben desferiu dois golpes pesados em direção ao rosto de Colin, mas ele defendeu sem problemas e atacou com um direto, porém, Wiben se esquivou saltando para trás.

Ele não poderia arriscar ser atingido por outro golpe daquele.

“Tsc! Esse Elfo está conseguindo ler meus golpes sem problemas, sem falar que ele não parece nem um pouco cansado. Se eu pudesse usar uma faca…”

— Não fuja de mim, a gente só tá começando!

Colin avançou, desta vez com um chute que Wiben defendeu. Aquele golpe ia direto para suas costelas, mas ele sentiu os braços vibrarem assim que defendeu-se daquela pancada.

Crushh!

Wiben tentou se recuperar enquanto derrapava para o lado, mas Colin não deixou e avançou contra o nobre mais uma vez.

“Merda!”

Bam!

Wiben cruzou os braços para proteger o rosto, mas Colin atingiu seu abdômen com uma baita pancada que fez Wiben perder a consciência por um instante.

— Wiben! — Samantha desesperou-se.

Antes que Wiben caísse de costas e a luta encerra-se, Colin segurou o pulso de seu oponente e levou sua outra mão lá atrás, o socando no rosto repetidas vezes.

Bam! Bam! Crash!

O punho de Colin estava encharcado com o sangue de Wiben, então o soltou, deixando-o cair na lama.

Splash!

Samantha foi até Wiben no chão e seu coração se encheu de pânico. Era a primeira vez que ela o via daquela forma.

— Wiben! Aguenta firme, chamarei alguém para ajudar! — Ela se desesperou mais ainda quando viu que o amado estava começando a tossir sangue. — Chamem alguém, rápido! — O rapaz universitário fez que sim e afastou-se às pressas.

Furiosa, ela levantou-se e encarou Colin.

— Seu monstro! Você queria o matar!

Colin esboçou um sorriso de canto e deu de ombros.

— Foi seu namoradinho que mexeu comigo primeiro. Melhor ficarem longe de mim e das minhas companheiras, ou mato vocês na próxima vez que eu os encontrar.

Samantha ergueu a mão na direção de Colin, e antes que o círculo mágico ganhasse forma, Colin avançou. Segurou o pulso dela com uma mão e com a outra a enforcou, batendo as costas dela na parede.

Sem dosar nem um pouco sua força, Colin apertou tanto o pescoço quanto o pulso de Samantha, chegando seus lábios próximos ao ouvido dela.

— Vocês nunca aprendem, né? Não me procurem nunca mais, me ouviu? Se me virem caminhando na rua, é melhor darem meia volta, se eu estiver comendo em algum restaurante, nem pensem em entrar nele, se ocuparem o mesmo espaço que eu, farei questão de matá-los!

Colin a soltou e Samantha caiu de joelhos com uma das mãos apoiada no pescoço.

Sem dizer mais nada, Colin desapareceu na escuridão do beco.

Pessoas apareceram para socorrer Wiben.

Caminhando por um beco sórdido, Colin sentia demasiado êxtase. A sensação de espancar alguém não dava-lhe o mesmo prazer de quando ele matava, e ele assustou-se consigo mesmo por um instante.

Perguntou-se se era comum sentir-se tão bem assim após demonstrar tamanha brutalidade contra alguém.

Balançou a cabeça afastando tais pensamentos e resolveu retornar para a estalagem o mais rápido possível. Passou pelo anão que continuava sentado e subiu as escadas, indo em direção ao banheiro para lavar o sangue em seu punho.

Após concluir a limpeza, sentindo-se um pouco mais purificado, ele seguiu em direção ao seu quarto.

Girou a maçaneta e abriu a porta, revelando o interior silencioso.

Safira estava mergulhada em um sono profundo.

No entanto, Brighid estava acordada, sentada na cama. Seu rosto exibia uma expressão de preocupação evidente, refletindo sua inquietação. Assim que Colin entrou, fechou a porta atrás de si.

Seus olhares se encontraram, e ele lançou uma pergunta direta a Brighid.

— Faz o que acordada?

O semblante de preocupação dela era visível. Colin disse que voltaria em meia hora, mas haviam se passado quase duas.

Ela levantou-se, franziu o cenho e cruzou os braços, ficando frente a ele.

— Onde estava? — indagou preocupada.

— Dando uma volta, não precisa me olhar com essa cara.

Brighid não acreditou naquilo, mas não discutiu para Safira não acordar.

Colin passou por ela e sentou-se em sua cama. Notou que Brighid ainda o encarava e coçou a nuca depois de um suspiro.

— Vem aqui. — Colin deu dois tapinhas na cama. — Vamos conversar.

Com um movimento brusco de sua garganta, Brighid engoliu em seco, sentindo o nervosismo se acumular dentro dela.

O pedido de Colin a deixou em uma situação estranha, agora tão próxima dele. Ela pôde sentir a proximidade física e emocional entre os dois, o que a deixou ainda mais inquieta.

Apesar do turbilhão de emoções que a invadia, Brighid se esforçou para manter o controle.

Ela apertou os lábios, procurando disfarçar o tremor sutil de suas mãos, e fixou seu olhar em Colin, buscando transmitir confiança, embora por dentro estivesse um mar de ansiedade.

— Briguei com aquele nobre de novo, mas ganhei dessa vez.

Brighid, sentindo-se desconfortável com a situação, desviou o olhar de Colin e cerrou os punhos, revelando sua tensão.

Uma mistura de emoções a invadiu enquanto ela tentava compreender as motivações por trás das ações de Colin.

Ela questionava internamente se ele agia dessa maneira para proteger tanto a ela quanto a Safira, ou se suas ações eram motivadas por um desejo pessoal de satisfação.

Essa dúvida pairava no ar, enquanto Brighid se debatia com a natureza sombria e misteriosa da magia que emanava de Colin.

— Por que foi atrás dele? — Ela indagou.

— Senti que podia.

— Hum… — ela levantou-se — Boa noite, Colin…

Ele suspirou.

— Sinto muito, devia ter avisado você, só não queria preocupá-la.

Brighid desviou o olhar.

— Você prometeu para mim e para Safira que não faria nada perigoso sem falar conosco antes… ele poderia ter machucado você, sabia? E se você não voltasse para cá, ia me deixar a madrugada toda preocupada pensando se você podia ou não estar morto?

Foi a vez de Colin desviar o olhar.

— Não vai mais acontecer…

— Espero que não mesmo!

Em um momento de tensão e silêncio entre os dois, Brighid começou a mexer nos dedos nervosamente, debatendo-se internamente sobre se deveria compartilhar com Colin o que estava sentindo.

Enquanto isso, Colin a encarava timidamente, sentindo-se um pouco desconfortável com a situação. Seus olhos vagaram pelo corpo de Brighid, que usava um pijama simples composto por uma regata branca de alças finas e uma bermuda curta da mesma cor.

Ele não pôde deixar de admirar suas pernas, deslizando o olhar em direção aos seios e terminando no rosto angelical da Fada.

Brighid era indiscutivelmente bonita, com um corpo esbelto que acentuava sua beleza natural.

Enquanto isso, Colin notava as mudanças rápidas em seu próprio corpo, como se estivesse passando por uma transformação acelerada.

Sua evolução rápida estava refletindo em um desenvolvimento muscular notável, e essa rápida mudança parecia aumentar seus níveis de testosterona.

Percebendo que a situação poderia tomar um rumo indesejado, Colin tomou a decisão de se virar e deitar na cama, voltando-se de costas para Brighid.

Essa atitude era uma forma de evitar que as tensões entre eles se intensificassem e, talvez, proporcionar um momento de pausa e distanciamento emocional.

— A gente se fala amanhã, Brighid. Boa noite.

— Certo… boa noite…

Ela deitou-se, encarando as costas dele, pensando em como ele reagiria se eventualmente conversassem sobre assuntos mais sérios. Após afastar esses pensamentos, Brighid resolveu dormir.

Teriam um dia longo assim que amanhecesse.

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Olá, eu sou Stuart Graciano!

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