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Leyvell foi agraciado com um raio que veio dos céus e mirou o martelo em Colin que vinha ligeiro em sua direção. Do martelo foi lançado uma poderosa descarga elétrica.

Cabrum!

O errante dissipou o ataque com a lâmina Gram. Já esperando que ele fizesse isso, dois caçadores avançaram com suas espadas imbuídas de mana rumo aos flancos do Errante.

Scrash! Scrash!

De trás do sobrinho, Cykna cortou os dois homens ao meio lançando seus poderosos cortes de mana. Colin passou por eles e seguiu na direção de Leyvell que preparava outro ataque.

Um poderoso relâmpago energizou seu martelo e uma rajada quase cinco vezes mais poderosa que seus golpes anteriores, foi na direção de Colin. Ele se preparou para dissipar aquele ataque, mas outros dois caçadores estavam de prontidão.

Cykna segurou a espada na forma de saque, mas mãos cadavéricas saíram de sua sombra, segurando-a.

— Nem pense nisso, vadia! — vociferou o caçador careca ao lado dela.

Próximos a Colin, caçadores estavam com braços erguidos apontados para ele. Enormes bolas de fogo eram formadas em suas palmas.

Sem o auxílio da tia, seria difícil se esquivar de todos aqueles golpes.

Colin derrapou, transformou Claymore em um anel e ergueu o braço direito. Tanto a magia poderosa de Leyvell quanto a de seus subordinados foram sugadas por seu braço.

Incrédulos, os caçadores arregalaram os olhos.

— Um Errante? — indagou Leyvell surpreso. — Esperem, não avancem!

Seus espadachins o ignoraram e avançaram imbuindo mana em suas lâminas. Colin prontamente transformou Claymore em uma espada e esperou os espadachins aproximarem-se.

Ting! Ting! Ting!

Com duas espadas em mãos e um reflexo acima da média mesmo sem usar mana, Colin enfrentava dois espadachins ao mesmo tempo. O estilo de seus oponentes era refinado, alterando rapidamente a posição de suas mãos explorando o corpo de Colin para tentar achar uma abertura.

Em contrapartida, o estilo de Colin era seco e bruto. Ele não tinha técnica alguma, apenas balançava a espada e, por sorte, conseguia se sair bem à medida que aquele duelo avançava.

Ting!

Com golpes focados em força, Colin quebrou a espada de um dos homens e, com uma abertura formada, cortou-o ao meio com Claymore.

O outro espadachim arregalou os olhos em espanto e, o segundo que ele parou de ser mover, foi o segundo que Colin usou para avançar. Ele o decapitou, dobrou os joelhos e, sem perder tempo, avançou na direção de Leyvell.

Um dos caçadores bateu palmas e um brilhante círculo mágico surgiu abaixo do Errante.

Boom!

Uma tormenta de fogo o engoliu. Um furacão flamejante subiu alto, mais alto que o pico das montanhas que cercavam o desfiladeiro. Os Elfos da floresta tergiversaram, vendo o pilar de fogo se formar.

Cykna bateu um dos pés no chão, e as mãos cadavéricas desapareceram devido à luz emitida pelo círculo mágico que se formou abaixo de seus pés.

Ela saltou para trás e ergueu uma das mãos protegendo-se, conjurando uma barreira amarela que a protegeu das labaredas que começaram a tomar conta do desfiladeiro. Ficou preocupada com o sobrinho, principalmente por que aquele não era um golpe comum.

Leyvell ergueu o braço e as nuvens começaram a se agitar. Trovoadas ficaram mais intensas e ele desceu o martelo.

[Julgamento do senhor das tempestades].

Um enorme relâmpago saiu das nuvens indo em direção ao redemoinho de fogo, desfazendo-o à medida que descia.

Cabrum!

Assim que alcançou o solo, um poderoso trovejar foi-se ouvido, tremendo toda cadeia de montanhas entorno. Deslizamentos de terra começaram bloqueando as saídas norte e sul do desfiladeiro.

Cykna estava com os olhos arregalados.

Era a primeira vez que via um poder tão destrutivo de perto.

Háháhá! — gargalhou Leyvell — O que achou disso?!

Aproveitando a brecha, caçadores começaram cercar a Elfa.

— É a sua vez, Elfa! — disse o caçador careca lambendo os beiços.

A poeira dissipou, revelando Colin com um dos joelhos apoiado no chão de uma pequena cratera. Seu corpo da cintura para cima estava bastante queimado. Parte de sua armadura de couro estava destruída e sua cabeça sangrava sem parar.

— O errante está acabado! — Os outros caçadores preparavam o golpe derradeiro. — Vamos mandá-lo para o inferno para se juntar aos outros Errantes desgraçados!

“Tem algo errado” pensou Josan ainda vendo aquela luta de cima do desfiladeiro. “Mesmo nesse estado, é difícil avançar contra o Errante. Essa aura… que merda é essa?” Ele olhou para seus companheiros e, desconfiado, ficou invisível.

Colin os encarou nos olhos. Mesmo com seu estado desolador, ele mantinha o sorriso no rosto. Ele ergueu-se, ainda com as duas espadas em mãos.

— Tia! — ele olhou para trás nos olhos de Cykna. — Consegue me curar?

O mais assustador não era o estado de Colin, mas sim seus olhos que estavam sedentos por algo que ela não conseguia explicar. O garoto estava consciente, mas parecia fora de si. Instintivamente ela deu um passo para trás, engoliu em seco e assentiu.

— C-Consigo!

— Não deixem ela o curar! — berrou um dos caçadores avançando contra a rainha dos Elfos.

O corpo de Cykna transbordou mana, mana amarela. Assim que os caçadores chegaram até ela, a rainha avançou, não dando a menor chance de defesa. Decepou braços, decapitou e retalhou cerca de seis caçadores em um piscar de olhos, alcançando o sobrinho.

Leyvell espremeu os olhos.

“Pensei que ela fosse uma conjuradora, mas isso é magia de luz.” O sorriso dele ficou ainda mais largo “Uma monarca arcana da Flama!”

Ela tocou as costas do sobrinho e começou a curá-lo.

Os ferimentos dele fechavam-se lentamente.

A pupila de Colin estava bem contraída, dando ao Errante um ar de insanidade que Cykna não estava acostumada a ver.

Leyvell ergueu o martelo no alto mais uma vez. As nuvens tornaram a trovejar e os caçadores estavam prontos para usarem suas magias.

— Finalmente terei o que busquei por quase um ano! — disse Colin mantendo os olhos ensandecidos em Leyvell. — Uma luta perfeita onde eu não preciso me segurar. — apontou Claymore para Leyvell e encarou a tia por cima dos ombros — Seja a testemunha disso, tia, me observe enquanto atinjo o meu máximo!

Cykna engoliu em seco e continuou em silêncio.

“Ele está delirando? Esse garoto parece mais louco que antes. Melhor não o tirar deste estado mental por enquanto, ou pode sobrar para mim!”

— Tome cuidado… — Cykna abaixou as mãos.

— Pode deixar! — Raios negros começaram a circundar seu corpo e o ar começou a vibrar.

Colin estava pronto para lutar como de costume. Sua mente não estava raciocinando corretamente, o golpe anterior havia embaralhado seus pensamentos, mas ele nunca se sentiu tão bem.

— Caçador! — ele urrou, abrindo um sorriso medonho. — Céu contra Céu, vamos ver quem é mais poderoso, não me desaponte!

Cabrum!

O errante avançou e Cykna protegeu o rosto das pedras que o sobrinho deixou na potente arrancada. Leyvell se preparava para enfrentar o errante, mas Colin desapareceu antes de atingi-lo. Leyvell olhou para o lado e viu Colin avançar contra seus companheiros.

— Cuidado! — avisou tarde demais.

Cabrum!

Ouviu-se um poderoso trovejar e o corpo do caçador careca foi partido ao meio. Ele mal viu o que o atingiu.

Cabrum! Cabrum! Cabrum!

O Errante ia de um lado para o outro num piscar de olhos, retalhando, decapitando, desmembrando todos os caçadores que tentavam sem sucesso se defender daquele algoz invisível.

“Porcaria!” Leyvell tentava acompanhá-lo com os olhos “Ele está mais rápido que antes!”

— Você está morto, Errante!

Leyvell energizou não só o martelo, mas seu corpo como um todo. Um poderoso raio caiu sobre ele, deixando todo seu corpo protegido por uma armadura natural de raios.

Faíscas deixavam cada canto de seu o corpo e seu longo cabelo negro estava espetado. Aquela era sua carta na manga. Nos próximos dois minutos ele seria invencível.

Boom!

Leyvell acompanhou a velocidade assustadora de Colin e o golpeou direto no abdômen, enterrando-o violentamente na montanha. A pancada foi tão forte que Colin sentiu suas entranhas revirarem-se. Parte da montanha rachou, e a rachadura se estendeu até o topo da montanha. Pedregulhos enormes se desprenderam e começaram a despencar como uma chuva mortal.

Cykna saltou para longe, escapando dos enormes pedregulhos que caiam sobre o desfiladeiro. Assim que ficou segura, seu coração palpitou intensamente. Ela ficou preocupada com o sobrinho e pensou em ir até ele, mas parou quando escutou sua voz em meio a poeira.

— Tia! — berrou Colin com um sorriso ensanguentado. — Nem pense nisso! Essa luta é minha!

Colin saiu da fumaça com um sangramento profundo no abdômen. Ele estava tão excitado por aquele combate que nem se importou com a seriedade do seu ferimento. Apenas estalou o pescoço e continuou caminhando na direção de Leyvell que cerrou os dentes.

Era a primeira vez que alguém se levantava após receber um de seus golpes naquela sua forma.

“Esse homem… melhor acabar com isso rápido!”

Cabrum!

Leyvell desapareceu e foi para trás de Colin, focando em atingir um de seus pontos cegos. Ele só não esperava que Colin conseguisse se defender cruzando suas lâminas.

Ting! Cabrum!

Raios dispersaram-se do encontro daquelas lâminas, causando destruição ao redor.

— Esse seu poderzinho é artificial! — a pupila de Colin estava cada vez mais retraída — Vou mostrar a você, caçador, o que é poder de verdade!

Ambos apertaram o cabo de suas armas e começaram a trocar golpes cada vez mais brutais.

Cabrum! Ting! Ting! Cabrum!

Cykna erguia os braços para se proteger das ondas de choque. Os dois iam de um lado para o outro incessantemente em um flash de raios negro mesclando com o azul.

Era como se o céu tivesse descido e se concentrado bem ali.

Raios continuavam sendo dispersos, destruindo cada vez mais ao entorno. 

Mesmo em mil anos, Cykna nunca havia presenciado um duelo tão feroz.

Os caçadores restantes tentavam escapar daquele combate, mas logo acabavam envolvidos de alguma forma e mortos.

Boom!

Algo passou ao lado de Cykna e explodiu lá atrás, na montanha. Ela tergiversou, vendo Leyvell de dentes cerrados e com o corpo repleto de ferimentos. Virou-se para frente e avistou o sobrinho em estado pior ainda. Ele sangrava sem parar e várias de suas costelas estavam quebradas, mas ele continuava se mexendo como se estivesse inteiro.

— Eu disse a você, não disse? — Colin estava completamente fora de si. — Seu poder é falso!

Após um estrondo, Leyvell partiu para cima de Colin mais uma vez e tentou golpeá-lo de todas as formas possíveis, mas o errante se esquivou de todos aqueles golpes com maestria, quase como se pudesse ver o futuro.

Com espadas apoiadas nos ombros, Colin esquivou-se de um golpe e foi para atrás de Leyvell, o chutando bem no meio da coluna.

Bam! Boom!

O caçador foi enterrado na parede da montanha novamente.

— Fraco! — aquele sorriso maligno de Colin não se desfazia — Isso é tudo que tem? Levanta! Eu ainda não estou satisfeito!

— Cala a merda da boca!

Leyvell avançou mais uma vez. Tentou golpear Colin se movendo cada vez mais rápido, mas era inútil. O errante esquivava-se, golpeando o caçador com pontapés bem mais fracos que o anterior, porém, fortes o suficiente para feri-lo.

“Porcaria!” Pensou Leyvell “Por que ele não cai? Mesmo nesse estado ele continua se movendo dessa forma. Tsc!”

Bam! Bam! Bam!

Colin chutou Leyvell no abdômen, costela e rosto. O caçador girou e caiu no chão em meio a poeira. O Errante caminhou até ele e começou a pisar em sua cabeça repetidas vezes.

— Aprendeu a lição, caçador? Hein? Aprendeu? Seu pedaço de lixo!

Bam!

Leyvell foi atingido com um pontapé no abdômen que o tirou do chão. Rolou por alguns metros e a descarga elétrica que percorria seu corpo desapareceu.

— Você é um filho da puta durão… — Leyvell esforçava-se para se sentar.

Colin apontou Claymore para o caçador. — Últimas palavras, caçador?

Leyvell abriu um sorriso abatido.

— Hehe, com todos esses ferimentos, você está acabado!

Koma með glundroða!

Seu martelo começou a energizar-se e Colin sentiu que havia algo de errado. O céu começou a trovejar sem parar e o errante saltou para trás.

Cabrum!

Um poderoso relâmpago atingiu o martelo, o explodindo.

Os estilhaços do martelo se juntaram em uma esfera e o ar rachou. Leyvell continuou sorrindo, até que uma mão enorme deixou a rachadura e o esmagou.

Crash!

Colin sentiu um arrepio na espinha e tentou saltar, mas suas pernas não o responderam. Um de seus joelhos foi ao chão e ele golfou sangue.

A rachadura ficava maior, à medida que aquela criatura a deixava. Suas mãos eram enormes com unhas afiadas e o pelo escuro era grosso e metálico.

Outra mão peluda apareceu e a criatura abriu a rachadura como se abrisse uma janela. A cabeça era a de um felino, semelhante ao de uma pantera com bastante pelo. Seu corpo esforçava-se para sair do portal. 

“I-Isso é… u-um Bakurak adulto?” Pensou Cykna “Tenho que bani-lo, mas preciso curar Colin, porém, se eu o curar, terei que esperar um tempo até realizar o banimento, e isso pode fazer o Bakurak ir atrás dos Elfos, o que eu faço? Que droga!”

— Não se preocupe comigo! — esforçando-se ao máximo, Colin ficou de pé — Eu dou conta dessa coisa! Não era tão grade, mas já matei um desse antes!

Cykna estava indecisa, ela não sabia o que fazer.

— Você tem que voltar para os outros! — disse desesperada — Eles devem ter alguma poção de cura e o seu estado é grave!

— Tia! Esses ferimentos não vão me matar!

“Ele voltou a si?”

A visão de Colin estava escurecendo, sentia que suas entranhas estavam reviradas e manter-se de pé exigia um esforço tremendo.

— Você consegue fazer algo em relação aquilo? — ele indagou, mal tendo forças para falar.

O Bakurak começava a se erguer. A criatura de braços longos escorava-se no que havia restado do desfiladeiro para levantar-se, causando abalos sísmicos. Sua enorme cauda balançava de um lado para o outro, causando ainda mais tremores quando batia no chão.

Desesperada, ela encarou o sobrinho e em seguida o Bakurak. Engoliu em seco e assentiu.

— Consigo, mas vou precisar de tempo!

O corpo dele começou a tremer, Colin já havia alcançado o limite.

— Certo! — ele continuou sorrindo e dobrou os joelhos como se seus ferimentos não fossem nada de mais. — Vou conseguir o tempo que precisa!

“Tenho que deixar a dor de lado, quando isso acabar, terei o descanso merecido. Será a primeira vez que matarei uma criatura tão grande! Esqueça tudo ao redor e pense na sensação de despedaçar, desmembrar e retalhar aquela coisa”.

Sua pupila retraiu-se novamente e Cykna foi açoitada por uma intenção assassina, uma intenção que veio diretamente do sobrinho.

Era como se Colin fosse outra pessoa.

Não eram apenas raios negros que circundavam seu corpo curvado, mas roxos também, dando a ele uma aura maligna. Por um instante, Cykna esqueceu que era Colin que estava ali. Vapor tórrido saiu pela boca dele, enquanto o mesmo dobrava os joelhos. 

Boom!

Colin avançou em uma arrancada quase cinco vezes mais poderosa que suas arrancadas comuns. Era impossível alguém ficar de pé naquele estado.

— Esse garoto é um monstro!

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Olá, eu sou o Stuart Graciano!

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