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Capítulo 248 – Reunião de negócios

Colin subiu as escadas assumindo a dianteira, Ayla, Cykna e Lina vieram logo atrás. Os empregados e servos continuavam se curvando ao rei conforme ele avançava. Ele empurrou a grande porta de madeira do salão de reuniões.

O Errante sentou-se em uma ponta e Ayla na outra.

Lina e Cykna sentaram-se de frente para a outra. Apesar do inverno, o salão estava aquecido, com velas o decorando por toda parte.

— Podemos começar? — indagou Colin. — Ayla, tem algo a dizer?

A rainha não queria contar tudo com aquelas duas no recinto. Precavida, ela preferia que ambas soubessem apenas o básico antes de ganharem sua confiança.

— Assim que você partiu, Runyra foi atacada por Yanolondor. Felizmente não houve baixas civis, mas uma dezena de soldados acabaram perecendo neste ataque.

Colin suspirou.

— Eles invadiram meu ducado e a capital. Alexander e seus aliados estão ficando bem atrevidos.

— Foi o que pensei, medidas já estão sendo tomadas — Para desviar o foco de si, Ayla olhou para Lina a sua direita. — Lina, a bastarda de Ultan… pensei que estivesse morta.

Ela abriu um sorriso e assentiu.

— Muita gente pensou isso, mas minha razão de estar aqui é referente a Lumur. Me encontrei com ele, e o mesmo me disse que pretende atacá-lo quando estiver desgastado enfrentando Alexander. Claro que pode ser um blefe e ele já esteja aliado ao pontífice, colocando você em uma situação desfavorável. Minha prioridade estava voltada para as crianças, mas agora acredito que elas devem estar seguras, então vim ajudar o meu pupilo mais promissor.

Colin assentiu com um sorriso.

— É bom te ter de volta — ele olhou para a tia. — Com a rainha dos Elfos da Floresta aqui, creio que Runyra ganhará certa notoriedade, já que os Elfos da Floresta não precisarão mais se esconder — ele encarou Ayla. — Estive em Ultan.

— Sério? — indagou Lina. — E como…

— Está em ruínas, mas ainda assim continua populosa. As vilas entorno da capital se reuniram lá quando Ultan caiu. Um homem chamado Cymuel comanda o lugar. Aliás, eu disse a ele que o ajudaríamos, não sei se ele escreveu para você, Ayla.

Ela deu de ombros.

— Se escreveu, ainda não recebi nada.

— Entendi, também enfrentei alguns homens que diziam se chamar de “Caçadores de espectros”. Eles estavam atrás da Brighid, mas enfrentei o líder deles que tem relação com o caçador de monarca com o codinome “ruivo” e outro figurão que está no oriente.

Lina engoliu em seco. Ela já ouviu falar do ruivo e os ratos espiões de Eilika ouviram quando as pessoas comentavam sobre o impiedoso líder dos caçadores de espectros. Colin havia ficado mais forte do que ela imaginou.

— Certo, parece que este é menos um problema — disse a rainha coçando a bochecha com o indicador. — Sua amiga, Samantha, ainda não retornou de Valéria, e pelo tempo, acredito que eles não devem nos ajudar na guerra.

— É, eu já imaginava.

— Bem… — disse Cykna. — Minhas meninas são rastreadoras. Sempre se esgueiravam pelos bosques e florestas evitando inimigos perigosos. Foi assim que conseguimos nos esconder por tanto tempo sem sermos pegos. Sei que ainda é cedo, mas com uma boa estrutura creio ser possível ter uma rede abrangente de espionagem.

— Acho uma excelente ideia — disse Ayla. — Informações são valiosas nestes tempos de guerra, quanto mais, melhor. Lina, se você quiser, monto um esquadrão que irá obedecê-la. Tenho que conversar com os conselheiros, mas se for do seu desejo, posso deixar o Sul sob seus cuidados.

— Bem… acho que tudo bem.

— Ótimo! Irei procurá-la depois para resolvermos isso — Ayla olhou para Cykna. — O mesmo com a senhora, majestade. Colin mencionou as ruínas de Ultan, se eles fizerem contato, vou ajudá-los como puder. Talvez os armar, mandar soldados e dinheiro para aumentarem sua segurança. Só há um problema, Runyra não pode ficar parada. O dinheiro nos cofres públicos acabará daqui a alguns meses.

— Está sugerindo que comecemos invasões? — indagou Colin encarando a esposa.

— Sim, levará algum tempo até que todo investimento que fizemos retorne como imposto. Pilhagem costuma ser lucrativa, já que pelo que ouvi, todos os cidadãos das terras do pontífice pagam tributos generosos a sua capital. As vilas e vilarejos entorno devem ser abastados, já que eles nunca precisaram lhe dar com invasões externas até agora.

— Entendi, quer começar oficialmente a guerra.

— Na verdade, já comecei. Quando vocês estavam fora, reuni um grupo seleto e matei o líder dos Agoureiros. Pilhei o forte e o destruí, mas não avancei.

Todos eles se entreolharam.

— Por que não ocupou o território e começou uma invasão?

— Não vi necessidade. Eu… — ela pausou, pensando em suas próximas palavras. — Tenho informantes no território de Alexander, e foram apenas algumas pessoas seletas para essa missão. Meus informantes disseram que a queda dos agoureiros causaria dor de cabeça o suficiente para o pontífice. Eles vão ficar ocupados tentando se recuperar deste golpe. Isso dará tempo a ele, e também a nós. Organizaremos as tropas, terminaremos as reformas no país e conseguiremos mais soldados.

Colin permaneceu em silêncio.

— Por mim, tudo bem! — disse Cykna. — Minhas meninas precisarão de um tempo para se instalarem. Se for possível, rainha Ayla, gostaria de ler os relatórios que tiver.

— Eu também — Foi a vez de Lina. — Qualquer informação sobre o meu irmão é válida.

— Certo, providenciarei um calhamaço de informações, para as duas — ela encarou Colin. — Tem mais alguma coisa que queira tratar?

Cruzaram olhares e nada disseram.

— Então acho que essa reunião está encerrada — Ayla levantou-se. — Rainha, princesa, meus servos já devem ter preparado seus aposentos.

Ambas assentiram.

— Certo, então entrarei em contato o mais breve possível.

Ayla caminhou até a porta, a abriu e deixou as duas saírem. Assim que Colin passou por ela, Ayla a fechou. Deixou as duas seguirem pelo corredor acompanhadas de algumas servas e segurou o pulso do marido que ergueu uma das sobrancelhas com o agarrão.

— Tudo bem? — ele indagou.

— Pode vir comigo? Tenho que conversar uma coisa com você.

— Claro…

Ayla tergiversou e Colin a seguiu pelo corredor. Subiram mais uma escada e caminharam por mais um corredor enquanto eram cumprimentados pelos servos.

Enfim, chegaram ao quarto do casal. Ayla entrou primeiro e Colin fechou a porta. Assim que o fez, Ayla deu-lhe um abraço, encostando a cabeça em seu peito.

Nenhum dos dois disse nada por alguns segundos.

— Fiquei pouco tempo resolvendo coisas administrativas, mas essa semana foi de longe uma das mais cansativas que tive. — ela se afastou, exibindo um sorriso de canto. — Fui para a fronteira, depois viajei para o Norte e depois para o império do sul, tudo isso sem descanso, mas valeu a pena.

— Por que foi para todos esses lugares?

— Enviaram uma carta codificada para você. Não me leve a mal, mas não queria falar isso na frente da sua tia e sua mestra. — Ayla ficou na ponta dos pés, dando um selinho no marido — Você voltou agora, e eu também, por que a gente não vai para a banheira? Te conto tudo que aconteceu comigo e você me conta tudo que aconteceu com você.

Colin deu de ombros.

— Tá bom. — ele colocou uma mecha do cabelo dela para trás da orelha. — Gostei do cabelo, combinou com você.

— Você achou? Tive que cortá-lo depois que Yanolondor queimou parte dele explodindo o salão de treinamento. Tenho que te contar mais sobre ele também.


A banheira estava cheia de água quente e perfumada, as bolhas se formavam na superfície enquanto o vapor subia em espirais. O casal estava sentado juntos, seus corpos nus afundando na água borbulhante. Ayla estava sentada de costas para Colin, com a cabeça apoiada no ombro dele e seus braços envoltos em volta de seu pescoço. Colin, por sua vez, tinha os braços ao redor da borda da banheira.

Ayla disse aonde ela foi, quem encontrou, como encontrou e quais seriam os seus próximos passos. Contou a ele sobre Sulestino, Ethel e Isabela.

Colin ficou surpreso em como ela trabalhou arduamente nas últimas semanas. O errante contou a ela sobre sua luta frenética, detalhe por detalhe. Às vezes abriu um sorriso de orelha a orelha ao descrever, como se pudesse sentir a sensação da batalha.

— Tem mais uma coisa que você precisa saber — Ayla tocou o nariz do marido, deixando ali, um pouco de espuma. — Jane e Valagorn retornaram, eles trouxeram uma garota.

Colin ergueu uma das sobrancelhas.

— Garota?

— Sim, lembra do Ibras?

Ele assentiu.

— Até me esqueci que o mandei espionar Alexander. Ele voltou?

— Infelizmente ele está morto — Colin desviou o olhar e fez muxoxo. — A garota que veio com Jane se chama Heilee, na verdade, é experimento 33, mas Heilee é o nome que Ibras deu a ela antes de morrer.

— Experimento 33?

— Isso. A garota trouxe um caderno de anotações com ela, o caderno de Ibras. Lá está escrito tudo que ele descobriu, e a garota parece ser a pessoa que Alexander tira o poder através do sangue. Parece que é através dela que Nag ficou naquele estado, exalando todo aquele poder absurdo.

Para o Errante, aquilo só poderia significar uma coisa.

— Ela pode trazer minha mana de volta?

— Jane acredita que sim, e eu também — Ayla franziu os lábios e desviou o olhar. — Ibras deixou uma última mensagem a você… ele pediu para que cuidasse da família dele… disse que foi o acordo que fizeram caso algo acontecesse com ele.

Sem jeito, Colin coçou a nuca.

— Merda… quem o matou, os homens do pontífice?

— Sim. Heilee disse que seu nome é Rian, um dos homens de confiança de Alexander.

— Entendi… amanhã falarei com a viúva.

Ayla abanou uma das mãos.

— Já fiz isso. Ela chorou muito, mas eu disse que ele foi um homem honrado até o fim. Ofereci uma vaga no corpo de cadetes para o filho dela e a dei uma quantia de 1500 moedas de ouro. Deve ser o suficiente para ela viver por cinco anos, ou até seu filho se graduar.

Colin assentiu e alisou o cabelo para trás.

— Você sempre deixa as coisas em ordem por aqui.

Ayla pegou a mão dele, passou pela cintura dela e o fez tocar sua barriga.

— Essa é a vantagem de cuidar de um ducado há anos, me deixou organizada — ela abriu um sorriso. — Em alguns dias os sintomas devem começar a aparecer.

Ele ergueu as sobrancelhas.

— Sintomas?

— Sim — ela se virou de frente para ele e passou os braços por seus ombros. — Estou grávida! — ela o beijou. — Não é ótimo? Teremos herdeiros!

Colin não conseguiu manter-se inexpressivo ao observar os olhos de Ayla brilhando como nunca. Ele lembrou-se de Brighid quando ela deu a mesma notícia.

Colin abriu um sorriso gentil e assentiu.

— Então finalmente vai ter o herdeiro que sempre quis.

Ayla fez beicinho.

— Não é apenas isso, você vai ser o pai e eu a mãe. Isso é bem mais do que ter um “herdeiro” — ela abriu um sorriso genuíno. — Isabela ou a rede de informantes que Cykna vai montar podem nos ajudar a encontrar Brighid — ela desviou o olhar. — Ainda nem sou mãe e já estou imaginando o quão difícil é cuidar de uma criança sozinha, imagine três…

— É… — Colin deu outro suspiro. — As crianças de mais cedo, aquelas que me chamaram de pai.

— O que tem elas?

— Vou legitimá-los, todos eles.

Ela ergueu uma das sobrancelhas.

— Vai dar seu sobrenome a eles?

— Sim. O meu sobrenome, o de Brighid e o seu. Espero que não se importe que seja nessa ordem.

Ayla deu de ombros.

— Os pestinhas chamam a você de pai. Para eles, sou só uma estranha, então não se preocupa, se é sua vontade, vou respeitá-la.

— Obrigado.

Ela assentiu com um sorriso.

— Uma semana atrás éramos eu e você, e agora somos quantos? Quatorze?

— Quatorze?

— Não é? Tirando você, eu e Brighid, sobram as sete crianças que chegaram hoje, a nossa que virá em breve e os três da sua primeira esposa.

Colin ergueu uma das sobrancelhas.

— É estranho você falar da Brighid com tanta naturalidade…

— Por que acha isso?

Ele coçou a nuca.

— Algo na minha cabeça sempre disse que você a odiava.

Ayla fez uma careta estranha.

 — Não há razão para isso. Ela é sua esposa e eu também sou. Ela tem filhos seus e eu também terei. Não acho que esse tipo de competição seja algo viável, muito menos lógico se prestarmos atenção em todos os inimigos que temos em volta. Seria melhor até para as crianças se convivêssemos em harmonia do que viver brigando. Além de tudo, você mesmo já disse que ela é poderosa, qualquer ajuda é bem-vinda. 

Colin a olhou nos fundos daqueles olhos amarelos, depois assentiu.

— Então, tudo bem — ele apoiou a mão no rosto dela. — Ayla, você é leal a mim, não é?

— Você sabe que sim.

A pupila de Colin retraiu como na luta contra Leyvell, e um sorriso de canto formou-se em sua face.

— Os seus conselheiros, os nobres desse lugar, até mesmo os carniceiros, todos eles podem acabar ficando contra a gente algum dia, você sabe disso, não sabe?

Ela manteve o silêncio por alguns segundos.

— Por que está dizendo essas coisas?

— Tem um alvo enorme nas nossas costas, e com você gravida, esse alvo só fica maior. 

 Enquanto eles conversavam em voz baixa, Ayla se inclinou para trás, seus cabelos molhados espalharam-se sobre o ombro dela. Ela suspirou quando ele começou a beijar seu pescoço, seus lábios quentes e úmidos deixavam um rastro de fogo naquela pele macia. Ela virou o rosto para ele, seus lábios se encontraram num beijo apaixonado enquanto suas línguas se entrelaçavam.

Colin acariciou os seios dela, seus dedos brincavam com os mamilos endurecidos enquanto ela se contorcia sob seu toque.

— C-Colin! — exclamou ficando envergonhada.

— Preste atenção — ele a encarou nos olhos, estavam tão próximos que sentiam a respiração um do outro. — Aqui nesta cidade, eu, você e as crianças somos os únicos que importam, entendeu?

Com os olhos brilhando, ela assentiu.

— M-Mas e sua tia?

— Consegue ficar de olho nela?

— Sim…

— Ótimo, ela se parece com minha mãe, e isso me faz abaixar a guarda. Eu não a conheço, então preciso ter certeza se ela é ou não uma pessoa confiável.

 Ela afundou ainda mais na água, seus quadris roçando contra os dele. Colin sentia seu corpo reagir à proximidade dela. Ele afundou a mão na água, acariciando o monte de Vênus dela, sentindo a umidade crescente enquanto ela se contorcia sob seus dedos.

Ayla gemeu, sentindo a urgência crescente entre as pernas, e levantou-se para se sentar de frente para ele. Ela acomodou-se em seu colo, sentindo seu membro pulsando entre suas pernas.

— Depois que tivermos o Leste, aqueles desgraçados de Valéria serão obrigados a aceitar os meus termos — Ayla não conseguia dizer nada. — Farei eles se arrependerem de não ter escolhido um lado, o meu lado.

 Ele a beijou novamente, com paixão, enquanto suas mãos acariciavam as costas dela. Ele a levantou um pouco, enquanto ela o acomodava, deixando-o penetrá-la profundamente. Ayla gemeu, enquanto ele começava a mover-se dentro dela, seus corpos afundavam e emergiam na água perfumada.

Após colocar a mão no rosto dela, Colin a beijou, e Ayla passou os braços por seus ombros.

A água da banheira ia de um lado para o outro enquanto Ayla ia para cima e para baixo sentada no colo do marido, quase inundando todo banheiro.

— P-Pensei que fossemos nos concentrar apenas no Leste — disse ela em meio aos gemidos.

Colin encarou-a nos olhos.

— Esses desgraçados vão tentar nos derrubar, tenho certeza disso! Afinal, eles são nobres, e nós somos Elfos, mestiços, somos uma ameaça. Vou protegê-la, proteger os nossos filhos, mas preciso que você me obedeça e faça o que eu mandar, pode fazer isso?

Com o canto dos olhos cheios ‘d’água e o rosto tão vermelho quanto pimenta, Ayla fez que sim com a cabeça quatro vezes.

— Posso…

Ele a beijou.

— Boa garota, agora chega de conversa.

O ritmo de seus movimentos aumentou gradualmente, enquanto eles se entregavam ao prazer crescente. O calor da água, o aroma doce e envolvente, e o toque intenso do outro se combinaram em um frenesi intenso.  

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Olá, eu sou Stuart Graciano!

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