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Capítulo 255 – Evolução.

Todos os seus músculos estavam tencionados enquanto mantinha os olhos no Elfo a sua frente. Segurava tão firmemente a katana que era quase impossível tirarem-na de suas mãos.

A brisa marítima soprou, sacudindo a roupa de ambos, e foi quando a brisa passou que avançaram um contra o outro.

Em uma parada brusca, Brighid abaixou-se e derrapou até Elhad, focando seu ataque em um de seus joelhos, mas ele saltou sobre Brighid, seus pés tocaram a areia e ele avançou contra ela com um poderoso pontapé.

Bam!

Fora um chute pesado, mas Brighid conseguiu defender-se com o antebraço, derrapando para trás.

O seu braço atingido tremia sem parar.

— Nem ao menos usei mana nesse ataque — disse ele voltando às mãos para dentro dos bolsos. — Você fez um favor para mim atacando esses miseráveis. Não quero feri-la, senhorita Brighid.

A carranca dela permanecia sisuda.

— Não quer me ferir? Por que mandou seus subordinados acabarem comigo? Por que me atacou se podíamos apenas ter nos entendido?

— Senhorita Brighid, você está atrás de seus filhos, não está? A senhorita não parece nem um pouco disposta a mudar sua rota.

Ela continuou em silêncio, encarando-o com um semblante sério.

— Vou levá-la comigo, então não resista.

Brighid dobrou os joelhos e segurou a katana com as duas mãos do lado esquerdo do peito.

Elhad suspirou.

— Então é assim? Que seja, chega de pegar leve, senhorita Brighid.

“Não tenho muita mana” pensou Brighid “Preciso recarregar o meu anel de casamento, mas a mana que tenho deve ser o suficiente. Ele é mais rápido que eu, mais forte, tem mais mana, mas sou mais habilidosa. Tenho que esperar ele avançar e partir para o tudo ou nada. Refinar a minha mana o máximo que conseguir e parti-lo ao meio.”

Woosh!

Elhad avançou.

Assim que a Fada piscou o olho, o Elfo já estava na sua frente.

“Merda! Ele é rápido”.

Brighid saltou para trás cingindo a espada acima da cabeça.

“Agora!”

Grab!

Elhad esticou o braço esquerdo, segurando um dos pulsos de Brighid, a impossibilitando de completar seu ataque.

Então esticou o braço direito, com a mão em forma de punho cerrado. Os dedos estavam esticados e unidos, imitando a forma de uma espada. 

Bam!

Em um movimento de estocada, Elhad enfiou os dedos no abdômen de Brighid, mas não a perfurou. Por um instante a Fada perdeu a consciência após golfar, caindo na areia e tossindo demasiadamente.

— Você é forte, mas nesse estado não tem chance contra mim — ele passou por Brighid ainda tossindo com o rosto na areia e foi para dentro da residência de onde ela saiu, vendo o seu companheiro que teve a perna transpassada por uma cimitarra ainda vivo e agonizando.

— Se-Senhor Elhad! — ele estava bem pálido, já havia perdido sangue demais. — O senhor venceu aquela vadia, não venceu? Hehe, eu sabia! Agora me ajude, preciso de alguma poção de cura.

Elhad continuou o encarando.

Desviou o olhar concentrando na cimitarra próximo aos seus pés. Abaixou-se e a pegou, caminhando até o seu companheiro.

— Senhor Elhad? Hehe, o que fará com isso?

— Isso não é pessoal.

Crash!

Elhad o decapitou e largou a cimitarra, caminhando para fora da casa para próximo de Brighid que ainda estava na areia se remoendo.

— Hora de irmos, senhorita Brighid.

Ele a ergueu pelo braço e a colocou em seu ombro direito. Com delicadeza, ajeitou seus braços ao redor da cintura dela, certificando-se de que ela estivesse segura. Apanhou a Katana dela e a mochila jogada na areia.

Brighid ainda estava consciente, mas não conseguia mover-se, muito menos pronunciar uma palavra.

— Vamos retornar antes que eles deem falta do meu pessoal.


23:45 h.

Após a conversa com o sacerdote, Ayla ficou sozinha refletindo, contemplativa. Mesmo que já tivesse dado sua cota de treino diário, ela não conseguiu ficar sozinha com seus pensamentos.

Trocou de roupa e foi para onde Colin ainda treinava.

O pegou meditando, extremamente concentrado.

Assim que sentiu a mana dela, Colin abriu os olhos, a vendo com roupas de treino.

— Já retornou?

— Não ficou com saudade? Resolvi o que tinha pendente. Levanta, vamos voltar a treinar.

Ele ergueu-se.

— Vamos treinar ou ainda será você me batendo a ponte de me deixar em um estado de quase morte?

Ayla abriu um sorriso de canto e deu de ombros.

— Quer o raio vermelho ou não?

Coçando a nuca, Colin suspirou.

— Tem certeza que vai funcionar? Da última vez só senti uma fisgada ou outra.

— Da outra vez eu estava me aquecendo.

— Certo…


Mais cedo, Ayla havia se acostumado à rigidez do corpo do marido, então ela sabia muito bem o que tinha que fazer, mas também tinha a ciência que levaria tempo, talvez o resto da noite. 


A cada golpe que dava, Ayla concentrava-se no refinamento de sua mana. Era uma tarefa árdua manter a mana refinada e, ao mesmo tempo, destrutiva.

Colin começou a sentir dor a cada vez que Ayla desferia um golpe, já que o golpe ficava cada vez mais forte.

Sua camisa estava cheia de buracos e Ayla estava coberta por suor.

“Acho que atingi meu limite diário, esse vai ser o meu último ataque.”

A mana de Ayla explodiu em sua mão direita e, em seguida, voltou ao normal, tornando-se tão fina que quase não era perceptível.

Ela avançou em direção ao local do primeiro ataque, mirando no fígado do marido.

Baaam!

Ao invés de derrapar por alguns centímetros, Colin ficou quieto. Sua expressão permaneceu neutra, mas Ayla abriu um sorriso convencido.

— Consegui!

Cof!

Colin tossiu sangue, mas não sentiu dor alguma.

Limpou o sangue do queixo e encarou Ayla que permaneceu com os olhos brilhando, depois ele olhou para o seu fígado e havia somente arranhões.

 — Eu consegui! Consegui! — comemorou erguendo os braços e dando pulinhos.

— Conseguiu o que exatamente?

— Você não viu? — indagou empolgada. — Minha mana, ela atingiu um estado bem puro, claro que demorou mais do que imaginei, mas foi por isso que consegui superar a muralha que é o seu corpo — ela ergueu o indicador. — Primeiro, eu precisava encontrar um jeito de te atingir, mas como? Foi então que pensei “E se eu refinasse minha mana a ponto de passar pela muralha que é o corpo dele?” Então foquei nisso, mas não funcionou. Continuei refinando e refinando, até que consegui. A mana é tão fina que passa por seu corpo resistente, alcançando a parede de mana atrás de sua pele — ela não parava de sorrir. — Sério! Estou tão feliz que nem sei o que dizer!

“Tsc… que saco.”

— Vamos comer e depois ir para casa descansar — ela olhou para o corpo suado. — Preciso de um banho e você precisa se trocar, amanhã começaremos o treinamento para valer.

Sem escolha, Colin assentiu.

— Certo…

Colin sentou-se no chão e encostou na parede, enquanto Ayla foi até o outro lado do salão, mexeu na mochila e pegou sua marmita, indo para perto do marido.

Ela usava regata branca justa ao corpo, um top preto por baixo e shorts curto que modelavam sua cintura.

Colin estava sem camisa e usava uma calça moletom escura que estava erguida, mostrando a metade de sua canela.

Ayla ficou de joelhos frente a Colin, com os pés dobrados para trás e as nádegas apoiadas nos calcanhares. Com talheres em mãos, ela abriu a marmita, vendo carne temperada com ervas e especiarias, acompanhada de uma porção de arroz. Os acompanhamentos eram legumes cozidos, como cenoura, brócolis e abobrinha, temperados com azeite e sal.

Com o garfo ela misturou e levou a boca.

Como sempre, seus cozinheiros faziam um trabalho excelente.

Pegou mais um pouco e deu na boca de Colin.

— Falei com o sacerdote que o batizou antes de vir para cá — Colin mastigou em silêncio. — Colin… — ela deu comida na boca dele novamente. — Quero tentar ser uma pessoa melhor, não só para os nossos filhos, mas para o nosso povo também. Andei pensando nisso, e decidi que começaremos a frequentar a catedral ao menos uma vez por semana.

Terminando de engolir, ele ergueu uma das sobrancelhas.

— “Vamos?”

Ayla desviou o olhar e fez beicinho.

— Por que não? — disse com voz manhosa. — Sempre faço tudo que você quer… não pode fazer isso por mim?

Ele continuou encarando-a por alguns segundos e suspirou dando de ombros.

— Uma vez por semana é tolerável. Será bom para nos aproximarmos das pessoas.

Ayla abriu um sorriso, e seus olhos estavam com uma expressão suave. Pela primeira vez desde que se casou com ela, Colin sentiu que ela estava com um brilho diferente no olhar, fazendo até ele sorrir involuntariamente.

— Vamos terminar de comer e ir descansar — disse ele.

Ela misturou a comida, deu uma garfada e colocou a outra na boca de Colin.

— A gente tem que pensar no nome do bebê — disse ela com o mesmo sorriso gentil de antes. — Sei que ainda falta muito, mas já é bom irmos pensando. O que acha?

Ele deu de ombros novamente.

— Estava pensando em quê?

— Se for menino eu estava pensando em Caranthir, e se fosse menina, eu estava pensando em Ailith, o que acha?

— São nomes bonitos, tem algum mais?

Colin fez perguntas pontuais para que Ayla continuasse a falar sem parar.

Ele sorria enquanto escutava atentamente cada nome que ela mencionava. Seus olhos também brilhavam de alegria enquanto ele tentava visualizar como seria a aparência de seus futuros filhos com os nomes escolhidos.

Diferente do Colin habitual, esse demonstrava interesse e entusiasmo em cada nome que ela sugeria, fazendo perguntas para entender o significado e a história por trás de cada um deles.

O momento estava bom para ambos, então nenhum deles se preocupou em sair rápido dali.  

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