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Ting!

No ápice da batalha, a lâmina de Colin, resplandecente e carregada de energia elétrica, colidiu com a lâmina fluida de água de Valagorn.

O impacto foi tremendo, fazendo com que os dois combatentes fossem empurrados para lados opostos, como se fossem forças da natureza colidindo.

Com um olhar afiado, Valagorn, o Elfo do mar, ergueu o indicador em direção ao Errante. Concentrando sua magia, uma esfera d’água começou a se formar na ponta de seu dedo. A água, serena e límpida, dançava ao redor de Valagorn, respondendo aos seus comandos com maestria.

A tensão no ar era palpável, o combate frenético atingindo lentamente o seu auge. Eletricidade emanava da lâmina de Colin, criando faíscas e ondas de energia elétrica no ar.

Enquanto isso, a esfera d’água de Valagorn crescia em tamanho e intensidade, pronta para ser lançada em direção ao seu oponente.

Zium!

Com uma velocidade surpreendente, o projétil mágico foi lançado em direção a Colin, cortando o ar com um assobio agudo.

Em um instante de reflexo, Colin ergueu seu braço direito, estendendo-o em um gesto de defesa.

Enquanto Colin absorvia a poderosa magia, Valagorn não perdeu tempo. Antecipando os movimentos do Errante, o Elfo do mar aproveitou-se da brecha criada e se deslocou rapidamente em direção ao ponto cego de Colin. Sua movimentação era fluida e calculada, como se conhecesse cada passo do seu oponente.

A tensão no ar era palpável, com ambos os combatentes demonstrando uma incrível habilidade estratégica e agilidade.

Colin, ainda se recuperando do impacto da magia absorvida, percebeu a movimentação de Valagorn e rapidamente reagiu, girando seu corpo para enfrentar o avanço do Elfo.

Ting! Ting! Ting!

O confronto entre os dois era um verdadeiro jogo de xadrez, cada movimento sendo calculado e executado com precisão. Colin sabia que não poderia vacilar diante da astúcia de Valagorn.

Ambos estavam determinados a superar um ao outro, testando seus limites e estratégias em uma dança frenética de ação e reação.

Ting! Splash!

Após recuperar sua mana, Colin sentiu um novo nível de conexão com o fluxo de energia mágica ao seu redor.

Seus sentidos aguçados permitiam que visse claramente o movimento da mana, uma habilidade aprimorada por seu intenso treinamento.

Com um movimento preciso, ele canalizou seu conhecimento e habilidade, interrompendo o fluxo de energia da espada feita d’água de Valagorn, uma técnica que ele mesmo desenvolveu após ver Walorin lutar no abismo.

O poderoso corte da espada de raios de Colin atravessou o ar com velocidade, colidindo com a espada feita d’água. O choque entre os dois elementos foi espetacular, gerando faíscas e ondas de energia. A espada de raios de Colin prevaleceu, despedaçando a lâmina de água com um estrondo impressionante.

Percebendo o contra-ataque de Colin, Valagorn reagiu rapidamente. Juntando as mãos em um gesto fluido, ele saltou para trás, sua destreza atlética permitindo que evitasse a lâmina de Colin em seu pescoço. Com um movimento ágil, lançou uma bolha d’água em direção ao abdômen do Errante.

Splash!

Valagorn, determinado, dobrou os joelhos e avançou com velocidade impressionante. Seu objetivo era claro: atingir o rosto de Colin com um golpe certeiro.

Bam!

Com um salto veloz, Valagorn lançou seu punho em direção ao rosto do Errante. Porém, Colin estava preparado e rapidamente ergueu o antebraço para se defender do ataque.

O impacto foi forte, mas Colin resistiu, mantendo-se firme em sua postura defensiva.

Valagorn, aproveitando o impulso movimento anterior, lançou outro golpe em direção ao rosto de Colin. Dessa vez, ele acertou em cheio.

O impacto foi poderoso, fazendo Colin recuar alguns passos, lutando para manter o equilíbrio.

Enquanto Colin tentava se recuperar do golpe, Valagorn não perdeu tempo. Ele aproveitou a abertura e desferiu um chute certeiro, usando toda sua força e precisão. O impacto foi avassalador, lançando Colin para trás e fazendo-o colidir contra a parede atrás dele.

Bam!

Determinado a não ser derrotado, Colin reagiu rapidamente. Com um movimento ágil, ele dissipou sua espada de relâmpagos, liberando uma energia elétrica pulsante. Em um instante, ele avançou em direção a Valagorn, emitindo um zunido ensurdecedor que rachou o solo sob seus pés.

Zium! Bam! Bam! Bam!

Em meio a um confronto eletrizante, Colin e Valagorn se envolveram em uma troca frenética de golpes. A velocidade e agilidade do Elfo davam a ele uma clara vantagem sobre o Errante.

Valagorn se movia com fluidez e precisão, demonstrando uma maestria impressionante nas artes marciais. Seus socos e pontapés eram rápidos como raios, acertando Colin repetidamente.

O Errante resistia, mesmo sendo alvejado pelos ataques do oponente.

Colin, por sua vez, lutava com uma abordagem diferente.

Seus golpes eram brutais, carregados de pura força, mas faltava-lhes a técnica refinada de Valagorn.

Ele investia com intensidade, lançando golpes poderosos, porém, nenhum deles parecia alcançar seu oponente da forma desejada.

Apesar da clara desvantagem técnica, Colin se mantinha firme em pé, recusando-se a ceder diante do domínio eminente de Valagorn. Resistia aos golpes incessantes enquanto buscava uma abertura para contra-atacar.

O confronto entre eles era um verdadeiro duelo de estilos. Valagorn combinava velocidade, agilidade e precisão, enquanto Colin contava com sua imensa força bruta e seus instintos.

Bam! Bam!

Colin avançou, mas foi recebido por dois poderosos cruzados desferidos pelos punhos de Valagorn, atingindo seu queixo. Embora os golpes não fossem suficientes para causar ferimentos graves, eles começaram a irritar o Errante.

Sentindo a frustração crescer, Colin cerrou os punhos e aumentou sua velocidade.

Seus movimentos se tornaram mais rápidos e intensos, desencadeando uma rajada furiosa de golpes em direção a Valagorn. No entanto, o Elfo do mar mostrou habilidade em se defender, bloqueando os ataques com relativa facilidade.

Leona, Jane e Heilee estavam no fundo, tomando chá.

Sentadas sobre suas panturrilhas, formavam um círculo. Elas compartilhavam uma pequena refeição acompanhada por uma xícara de chá fumegante.

Um tapete macio sob seus pés trazia conforto enquanto elas desfrutavam desse momento calmo.

Ao centro do círculo, uma pequena mesa de madeira servia como apoio para os biscoitinhos recém-assados e as xícaras de chá.

— Isso tá muito bom! — disse Leona com a boca cheia. Sua cauda abanava de um lado para o outro. — Não sabia que você sabia fazer biscoitos e nem chá, Jane.

Movendo uma mecha para trás da orelha, Jane abriu um sorriso sutil.

— Sou mais velha que a queda do véu, seria uma vergonha se eu não soubesse fazer ao menos um chá descente. — Ela olhou para Heilee. — Não está com fome, mocinha?

Ela desviou o olhar e abanou a cabeça.

— Não é isso…

Com delicadeza, Jane levou um biscoito a boca e mordeu um pedaço. Até seu jeito de mastigar exalava sedução.

— Não me diga que está ruim…

— Também não é isso… eu só… não sei o que pensar…

Leona enfiou um biscoito na boca de Heilee.

— Não pense, mastigue! — disse Leona com um sorriso.

Heilee mordeu um pedaço do biscoito e ficou ali, concentrada no gosto. Era realmente delicioso.

— Ainda duvida do garoto? — indagou Jane. — Isso ainda tem haver com Ibras? — Sem dizer nada, Heilee assentiu. — Entendo, ele foi o primeiro ser que foi gentil com você, né? E comparado ao nosso Colin, ele deveria ser um anjo. Os seus sentimentos são válidos, mas não são necessários. Desapegue do passado, ou você não conseguirá seguir em frente.

Heilee olhou para baixo e cerrou os punhos.

— Isso não é tão fácil… sempre que olho para o senhor Colin, lembro do senhor Ibras…

Jane deu um suspiro e cruzou os braços.

— Não estou diminuindo a sua dor, garota, mas Ibras era pequeno. — Ela apontou com o queixo para Colin que lutava contra Valagorn. — Sou uma entidade de outro plano, e sou adorada aqui como a senhora das mil faces. Valagorn é o arquiteto mais habilidoso que conheci em séculos, além de também ser uma enciclopédia viva. A raposinha aqui é de uma raça e consegue devorar almas. Você é a materialização daquilo que sustenta tudo isso.

— E o senhor Colin? Por que você e Valagorn confiam tanto nele?

— Tanto Valagorn quanto eu, estávamos aprisionados, e Colin nos libertou. — Ela abriu um sorriso recordando-se do passado. — O pirralho foi até o abismo, acredita nisso? E ainda foi idiota o bastante para fazer um contrato comigo. Os termos que ele impôs são violáveis, mas não fiz isso, confiei nele. Claro, o garoto é cheio de falhas, mas não é o monstro que você pensa que ele é. — Ela olhou de canto para Leona que estava com os lábios sujos de farelo. — A raposinha aqui é apenas a personificação de algumas emoções do garoto, e ela é adorável, né?

Heilee encarou Leona e depois olhou para Colin que continuava a batalhar ao longe.

— Eu ainda-

— Viu como ele ficou quando soube que se ele morrer todos nós morreríamos? Ele se preocupa com a gente. — Jane apoiou a mão no peito. — Sinto isso em meu coração.

— Entendi… — Heilee queria se sentir como eles, mas não conseguia.

— Não precisa se preocupar, você ainda terá muito tempo para conhecer o pirralho.

Os dois terminaram o treinamento e caminharam até a mesa de madeira. Com os corpos suados, eles se sentaram, formando uma roda.

Colin esticou a mão, pegando mais de um biscoito por vez e enfiando tudo na boca.

Ixu tá muito bom! Quem feix?  

— Mestre! — chamou Leona pegando outro montante de biscoitos. — Você vai acabar com tudo!

Ela também enfiou tudo na boca.

Tap!

Jane bateu palmas, chamando a atenção para si.

— E então meus amores, como foi o treino.

Valagorn mordeu um pedaço do biscoito elegantemente.

— Colin tem ótimos instintos, tem um corpo resistente e uma velocidade assustadora, mas falta técnica. — Ele pegou a chaleira e encheu sua xícara. — Deveria aprender alguma arte marcial. Ayla sabe três, não é? Devia pedir para ela ensiná-lo. A gravidez dela não avançou tanto, e você aprende rápido.

Colin fez que não com a cabeça.

— Não me interesso por artes marciais, já aprendi uma no meu plano de origem.

Todos eles o encararam enquanto Colin enchia sua xícara de chá.

— Você sabe arte marcial? — indagou Valagorn com uma das sobrancelhas erguidas.

Colin assentiu, bebendo um gole do chá.

— Aprendi com uma mulher. Era campeã de Muay Thai, uma arte marcial do meu mundo. Ela tinha uma academia, mas não me lembro dela ter muitos alunos, ou era eu que sempre ia em horários vazios.

— E como ela era? — indagou Jane, tão curiosa quanto Valagorn.

Colin pensou por alguns segundos.

— Era forte, mas eu treinava mesmo era com o sobrinho dela, um pirralho que vivia me seguindo por aí. Treinei com ela poucas vezes, mas foi o suficiente para aprender uma coisa ou outra.

Valagorn bebeu mais do chá.

— Se você sabe, por que não usa?

Colin deu de ombros. — Não preciso. Minha força supera qualquer técnica.

— Me ensina! — disse Leona empolada abraçando Heilee pelo pescoço. — Ensina pra gente!

Colin abanou uma das mãos.

— Isso já faz muito tempo, não lembro de todos os movimentos.

— Mas o senhor não sabe?

Colin fez muxoxo enquanto bebia do chá.

— Só vamos mudar de assunto, pode ser?

— O senhor sempre me trata mal quando peço alguma coisa — disse Leona cruzando os braços e fazendo beicinho. — Aposto que se fosse Ayla pedindo…

Ele revirou os olhos. — Já reparou que sempre volta a este mesmo assunto?

Ela mostrou a língua e virou o rosto.

— Que linda família nós somos! — disse Jane com as bochechas coradas e os olhos brilhando. — Isso me traz lembranças.

— Sucubos tem famílias? — indagou Leona.

— Claro que temos! — Ele limpou uma lágrima do rosto. — Nossas orgias duravam dias, era tão bom…

Colin, Leona e Heilee fizeram um semblante de repulsa enquanto Valagorn continuava irresoluto.

Cortando o clima estranho, Leona encarou Valagorn.

— E a sua família? Fazia orgias também?

Ele fez que não com a cabeça.

— Sem ofensas — disse olhando para Colin. — Mas casamentos com mais de uma pessoa era proibido, então orgias estavam fora de questão.

— Que chato — disse Jane. — Deve ser por isso que foram extintos.

Valagorn assentiu enquanto bebia do chá.

— Talvez. Nunca fomos tão numerosos, e não procriávamos tão rápido quanto outras raças de Elfos. Mesmo centenas de anos atrás, ouvia-se sobre um humano que engravidou uma Elfa ou um Elfo Negro que se envolveu com uma Elfa da Floreta. Nós não nos misturamos com outras raças de Elfos, porque nossas proles acabariam mortas ainda crianças.

— Mortas? — murmurou Leona e Valagorn assentiu.

— Uma geração nossa há muito tempo, havia deixado as regiões costeiras para explorar. Alguns acabaram envolvendo com humanas e outras Elfas. As fêmeas engravidaram, mas as crias vieram a falecer em menos de cinco anos.

Jane bebeu mais um pouco do chá. — Então significa que se você morrer é o fim dos Elfos do Mar. Isso não abala você?

Ele fez que não.

— O tempo sempre leva tudo, mesmo que as espécies busquem a sobrevivência, o fim já está ali mesmo antes de começar. Se meu destino é ser o último Elfo do Mar, que seja.

Todos eles estavam surpresos com o estoicismo de Valagorn. Ele realmente se parecia com um ancião ou coisa do tipo.

— Ei! — Leona chamou atenção para si. — Por que não saímos todos juntos? Conheço uma taverna com uma comida deliciosa e o melhor, eles vendem rato frito!

Foi a vez de eles fazerem expressão de repulsa.

— Só você gosta disso — resmungou Colin.

— Humpf! E daí? Você não gosta por que nunca experimentou!

— E nem quero!

Jane cruzou os braços e abriu um sorriso convencido.

— Morei no abismo por séculos! — disse ela. — Já experimentaram o gosto de uma lacraia do deserto?

Até mesmo Valagorn fez uma expressão de repulsa e Jane inclinou-se na mesa o fitando no fundo dos olhos.

— Que cara é essa? — indagou. — Está estampado na sua cara que peixe podre estava incluído na sua dieta.

— Ainda assim — respondeu ele. — É melhor do que uma lacraia do deserto.

— Não é não! — Ela olhou para Colin. — Vai deixá-lo falar assim comigo?

— E quer que eu fala o que? — indagou Colin abanando uma das mãos. — O paladar de vocês é bizarro.

— O mestre que é um fresco! — apontou Leona.

— Fresco? O meu paladar é normal!

Observando-os, Heilee não conseguia conter o sorriso que se formava em seus lábios. Aquele momento especial, aquele instante em que todos estavam tão à vontade em sua presença, era algo novo para ela. Embora passassem muito tempo juntos, essa era a primeira vez que testemunhava a profundidade de sua amizade e a maneira como se conectavam de maneira tão natural.

Enquanto a discussão se prolongava, o medo e a desconfiança que Heilee sentia em relação a Colin começavam a se dissipar.

A proximidade e o tempo compartilhado com Valagorn, Jane e Leona, estavam desvanecendo suas incertezas. Aos poucos, ela estava percebendo que Colin não era apenas o homem temido e misterioso que imaginara. A cada momento, ele revelava uma faceta mais humana e cativante, aproximando-se de seu coração de uma forma única.

A atmosfera naquele momento era excepcionalmente agradável. Heilee desejava que o tempo pudesse se estender, prolongando aquele clima de camaradagem e afeto por horas a fio. Sentia-se envolvida por uma sensação de paz e harmonia, como se tivesse encontrado um refúgio seguro no meio da agitação do mundo exterior.

Era uma pausa bem-vinda, permitindo-lhe apreciar a magia da amizade e a alegria daquele momento compartilhado.

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Olá, eu sou o Stuart Graciano!

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