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A nevasca fazia com que as janelas continuassem chacoalhando. A sensação que dava era que a qualquer momento os vidros se estilhaçariam.

Coen e Ayla continuavam se encarando enquanto o barulho da nevasca era o único som que era ouvido.

— Nailah, vem! — ordenou Ayla.

A garota cruzou olhar com Coen mais uma vez e foi correndo até Ayla, ficando atrás dela.

— O que quer falar comigo?

Um sorriso de canto estava estampado no rosto de Coen.

— Nem pense em se mover! — disse Ayla antes de Coen dar um passo sequer. — Fale daí de onde está!

— Acha que eu correria o risco de ficar no alcance do seu demônio onírico? Já disse que não precisa se preocupar. A propósito, você me lembra minha falecida esposa.

— Você não tem muito tempo — Ayla empinou o nariz. — Deve saber que há pessoas poderosas nessa cidade, se não quer acabar morto por meus companheiros, então comece a falar!

Coen continuou sorrindo. — Aí está, a Rainha Ayla. Bom, quero que você dê um recado ao meu filho. Alexander planeja fazer um ataque a sua cidade em um ano ou mais, e ele irá com tudo.

— E por que eu acreditaria em você?

— Que escolha você tem? Pode ignorar o meu aviso e sua cidade afogará em sua própria desgraça, rainha. O Norte também agirá, assim como Lumur, vocês serão pressionados por todos os lados. Vão esmagá-los até expressar a última gota de sangue de vocês, não será nada bonito.

Ayla permanecia em estado de cautela, seus sentidos aguçados enquanto segurava firmemente a mão de Nailah com a esquerda, buscando confortá-la em meio à tensão do momento. Com a mão direita, ela acomodava-a sob sua barriga, disfarçando qualquer sinal de nervosismo.

Cada palavra pronunciada pelo homem diante dela era cuidadosamente avaliada, mas Ayla também mantinha um grau de ceticismo prudente em relação a ele. Afinal, ela tinha plena consciência de que aquele homem em sua frente era o responsável direto pela queda de Ultan.

— O que é isso? Sua consciência paterna o afetou?

Coen meneou a cabeça.

— Sabe, algumas coisas são planejadas, e há certas coisas que seguem o plano, mas há outras que não. Colin se tornar Rei e ter uma ascensão tão meteórica não estava nos meus planos, mas aconteceu e eu tive que me adaptar. O Leste inteiro começou a ser incendiado, uma guerra brutal começou a ser esperada, uma guerra tão grande quanto a dos Caídos contra os Vampiros de séculos atrás, mas a desvantagem de vocês era clara, por isso resolvi ajudar.

Ayla ergueu uma das sobrancelhas. — Resolveu ajudar?

— Claro! Fui até a ilha das fadas e a destruí, pegando também os filhos de Brighid. A coitada não tinha outra escolha a não ser buscar por Colin, e pelo visto ela deve chegar em breve. Não se preocupe, não fiz mal as crianças, que tipo de monstro eu seria se ferisse os meus próprios netos?

Ela estava atenta a cada palavra de Coen, mas também buscava por aberturas. Se precisassem lutar, ela queria manter o reino e Nailah a salvo.

— Então veio até aqui avisar sobre Alexander… uma pena que sua visita tenha sido inútil, pois eu já sabia de tudo isso.

Com um sorriso, Coen meneou a cabeça.

— Claro que sabia, por isso tenho informações que nem você e seus espiões possuem. — A tempestade do lado de fora ficava cada vez mais intensa. — Alexander não é um sacerdote da Deusa Thitorea, ele é um dos apóstolos do Deus Morto e possui uma parte de seu poder. Sem falar que Thaz’geth, outra apóstola, está nesse plano, e ela participará do ataque. Deve saber o quão forte é um apóstolo do Deus Morto, não é?

Ayla suou frio.

“Isso é sério? Seres tão poderosos estão realmente vindo para este plano? Tsc… é pior do que eu pensei!”

— Hum, e o que te faz pensar que eu acreditaria nisso?

— É como eu disse, que escolha você tem? O que eu disse acontecerá, acreditando ou não. — Coen tirou as mãos dos bolsos, deixando Ayla alerta. — Bom, diga ao meu filho que seus oponentes serão poderosos, e diga que Safira estará preparada para ceifá-lo. Estou dando uma chance ao garoto, um presente de um pai para um filho.

Os sons suaves e agudos do choro de bebês ecoaram pelo ar, começando como um único soluço distante, mas logo se multiplicando em uma cacofonia de vozes frágeis e chorosas. Três choros se somavam ao coro, criando uma atmosfera tanto comovente quanto inquietante.

Os sons pareciam se entrelaçar, preenchendo o ambiente com um misto de vulnerabilidade e vida, ecoando por todos os cantos.

— Não me dou bem com crianças, então espero que cuide deles até a mãe chegar. — Os olhos de Coen ficaram sérios. — Não se esqueça que os seus inimigos são os apóstolos de um Deus, eles não vão facilitar para vocês, não importa quantos aliados poderosos tenham.

Um portal mágico se abriu atrás de Coen, revelando um caminho para outro destino. Antes que ele pudesse atravessá-lo, Ayla o chamou.

— Espera! Por que está nos ajudando?

Ele deu de ombros.

— O Deus morto vai devorar esse mundo e tudo que há nele, o que quero é algo bem diferente. Até mais, rainha Ayla.

O portal se abriu vorazmente, engolindo Coen, e à medida que ele era engolido, os choros dos bebês pareciam ganhar força, ecoando com intensidade. Ayla, ainda segurando a mão de Nailah com firmeza, agiu rapidamente e correu até a porta, abrindo-a apressadamente. Ali, no corredor, encontraram uma cena inesperada: três adoráveis bebês enrolados em cobertores.

A forma daquelas manas quase inexistentes era familiar.

— Esses são… os filhos de Colin? — Ayla agachou-se com cuidado, encarando aqueles rostinhos rechonchudos. — Sim… — murmurou segurando com cuidado as mãos da garota que tinha olhos amarelos e cabelo esverdeado. — São mesmo dele… guardas! — Alguns despontaram no corredor. — Chamem os curandeiros, preciso que analisem essas crianças para ver se está tudo bem!

Com uma ternura maternal, Ayla envolveu as crianças em seus braços, cobrindo-os com delicadeza para mantê-los confortáveis e seguros.

Entre os bebês estava Cohen, um garotinho que possuía uma semelhança surpreendente com Colin, e, ao sentir o carinho de Ayla, ele parou de chorar, fixando seus olhinhos curiosos no rosto da mulher.

Seus irmãos também se aquietaram e permaneceram em silêncio, como se compreendessem a importância do momento.

As palavras de Coen, cheias de significado, teriam que esperar, pois a atenção de Ayla estava dedicada integralmente àqueles pequenos seres que acabaram de entrar em sua vida.


Após visitar a rainha de Runyra, Coen estava em pé no topo da torre, absorto na visão noturna majestosa das montanhas envoltas em um manto de neve. Seus cabelos longos e escuros se agitavam em harmonia com o vento frio de uma pequena fresta da janela, enquanto o sobretudo longo e as vestes escuras lhe conferiam uma aparência imponente, desafiando o rigoroso clima que o cercava.

O ambiente da sala na torre de pedra era tão grandioso quanto a própria vista, iluminando de forma esplêndida por janelas amplas que ofereciam uma visão panorâmica das majestosas montanhas.

Os móveis de madeira escura e as cortinas pesadas criavam um cenário de aconchego, mantendo o frio à distância.

A lareira acesa, posicionada estrategicamente no canto da sala, irradiava uma luz acolhedora, envolvendo o espaço em uma atmosfera acolhedora e cativante.

Num momento de curiosidade, Coen se virou para perceber a chegada inesperada de alguém.

— Safira… — murmurou. — Chegou mais cedo…

Safira, envolta em um casaco vermelho adornado com botões dourados, deslizava pela cena com confiança, suas calças escuras e botas harmoniosamente combinando com a elegância do seu traje.

Seu cabelo, tão escuro quanto o céu noturno, caía em ondas que já ultrapassavam um palmo abaixo dos ombros, conferindo-lhe uma aura tão imponente quanto sedutora.

A pequena Pixie voejava a seu lado, trajando seu vestido branco, o qual contrastava com sua pele púrpura.

— Chegar cedo é melhor do que se atrasar — disse a Pixie de braços cruzados. — O seu pessoal devia seguir o nosso exemplo.

Coen assentiu.

— Concordo. — Ele se afastou da janela.

Emburrada, a Pixie apontou o indicador para ele.

— Você ainda vai precisar me pagar por fazer aquelas crianças barulhentas dormir.

— Você não vai mais precisar se preocupar com elas.

— Por quê? — indagou a Pixie. — Você…

— Eu as deixei com alguém que cuidará delas como merecem.

Safira estava quieta, até que se envolveu na conversa.

— Senhor, por que fazemos tudo isso? — Silêncio permeou o recinto. — O senhor disse que estaríamos mudando as coisas para melhor, que transformaríamos esse mundo…, mas até agora não fizemos nada relevante, e esse tal Colin… fala como se ele fosse um monstro, mas… — Ela desviou o olhar. — Ele é o mesmo homem dos meus sonhos, né? Eu… não sinto raiva dele… — Tirou uma das mãos do bolso e a colocou próxima ao peito. — Sinto como se eu tivesse causado algo ruim a ele… — Voltou seus olhos para Coen. — E o senhor não me conta nada…

Coen abriu um sorriso de canto e assentiu.

— Quer saber a verdade? A verdade sobre Colin? Sobre você? — Seu sorriso se alargou. — A verdade sobre mim?

Safira engoliu em seco.

— Sim, quero!

Ele assentiu.

— Muito bem… — Coen sentou-se em sua poltrona e relaxou. — O garoto que você sonha, Colin, é o meu filho, assim como Ehocne… você já deve ter ligado os pontos, certo? — Safira franziu os lábios, mas nada disse. — Vocês eram amigos de equipe, mas uma barbaridade aconteceu em Ultan, o lugar que vocês residiam. Os Ubiytsy com os Nortenhos e os vampiros, assassinaram o Imperador Ultan e todos os seus colaboradores. Como sabe, você é uma Caída, Safira, e durante este ataque você ficou fora de controle. — Coen entristeceu seu semblante e desviou o olhar. — Sinto muito, mas você matou alguns dos seus companheiros com as próprias mãos, e Colin viu tudo.

As memórias fragmentadas daquela fatídica noite invadiram a mente de Safira, perfurando seu peito como uma lâmina afiada. Enquanto as palavras de Coen ecoavam em seus ouvidos, lágrimas começaram a se formar em seus olhos, lentamente transformando-se em cristais líquidos.

O rosto de cada um deles se materializou vividamente em sua mente, Liena, Loaus, Wiben, Kurth, todos eles emergindo como uma onda avassaladora.

Uma sensação angustiante apertou seu peito, fazendo com que a respiração de Safira se tornasse ofegante. Uma dor lancinante se instalou em seu coração, como uma pontada inclemente que parecia dilacerar sua alma em pedaços.

No entanto, mesmo diante dessa tormenta, Coen continuou a falar, desvendando ainda mais segredos.

— Colin tentou matar você, e teria conseguido se eu não tivesse aparecido e te resgatado. Essa é a verdade sobre vocês, se ele te encontrar, ele tentará te matar, e já ouviu as histórias sobre como ele trata seus inimigos, né? O Carniceiro não terá pena de você, já que não teve com os companheiros dele.

Safira se encontrava em um turbilhão de emoções, perdida em meio ao caos interno. A culpa a abraçava como chamas vorazes em uma palha seca, consumindo sua serenidade e deixando-a desnorteada.

Embora o desejo de desabar em lágrimas fosse intenso, ela lutava para conter a torrente emocional que ameaçava inundar sua alma.

Os olhos marejados revelavam a batalha interna que travava, enquanto sua força interior buscava resistir à torrente avassaladora de sentimentos.

Era como se um furacão tivesse sido desencadeado dentro dela, mas Safira mantinha-se firme, segurando as rédeas da sua vulnerabilidade.

— E o que você estava fazendo lá? — indagou a Pixie desconfiada. — Se você sabe de tudo isso, então quer dizer que você presenciou, certo? Já que chegou no último momento para salvar Safira.

Coen focou seu olhar nela e manteve seu sorriso.

— Parece que vamos ter que continuar nossa conversa mais tarde.

Walorin adentrou a sala, vestindo roupas claras com bordados coloridos, coçou o longo cabelo escuro atrapalhado e encarou Safira de cima a baixo.

Ela se apressou para voltar a sua postura.

— Olha só, chifruda, já faz um tempo, né? — Ele a encarou melhor. — Você cresceu bastante, hein, quantos anos tem mesmo?

— Devia ser mais respeitoso — resmungou a Bruxa gélida. — Ela ainda é apenas uma criança.

A bruxa vestia uma túnica branca e continuava extremamente bela. Seu cabelo branco caía por seus ombros e seus olhos azul cristal continuavam lampejantes.

— Você é sempre um saco, bruxa. — Ele abriu um sorriso de canto. — Está com ciúmes?

Ela somente revirou os olhos.

— Ainda continua com isso?

Walorin deu uma piscadela. — Continuarei até que aceite sair comigo.

— Então isso vai continuar até minha morte.

Ele fez beicinho.

— Não precisa ser tão fria.

— Faz tempo desde que todos nós nos juntamos — disse Var’on adentrando o recinto com as mãos nos bolsos. — Imagino que tenha algo grande nos esperando. Tem a ver com Runyra?

Walorin abriu um sorriso zombeteiro.

— Olha só quem apareceu — zombou ele. — Pensei que ficariam alguns anos de cama depois da surra que levou daquela vadia de cabelo verde, hehe!

Var’on deu de ombros.

— Digo o mesmo de você. Alguém que se orgulha tanto de sua técnica que acabou sendo derrotado por uma mulher grávida.

Walorin franziu o cenho. — Uma pena que não foi apenas eu, né? Pois saiba que treinei muito, minhas técnicas estão refinadas agora. Aposto que consigo te vencer com uma só mão!

— Até parece.

— Ei! — chamou Ehocne acompanhada de Bledha. — Não devíamos focar no principal aqui? Senhor Coen nos chamou aqui para resolvermos os assuntos de Runyra, certo?

Coen fez que não com a cabeça.

— Alexander cuidará de Runyra, e Safira vai ajudá-lo — Todos eles a encararam. — Porém, isso ainda levará algum tempo. Tenho outro trabalho para vocês. Como sabem, Saphielle tem nos sabotado lentamente, está até mesmo ajudando Jack Ubiytsy no oriente.

Hehe, quer que a gente cace a vadia? — indagou Walorin. — Será fácil!

Coen fez que não com a cabeça.

— Não pensem que será tão fácil derrotá-la, mas quero que mantenham o foco em outra coisa. — Coen levantou-se da cadeira e tornou a encarar a vista pela janela. — Meu filho, Colin. — Todos eles ficaram em silêncio. — Ele está com um poderoso Elfo do Mar e uma antiga Rainha do abismo, além da personificação da grande árvore. O garoto continua evoluindo, e isso pode ser um problema.

Eles continuavam em silêncio enquanto Coen continuava encarando a paisagem.

— Vocês sabem que a magia é uma força poderosa e imprevisível. Cada ser tem uma potencialidade mágica única e irrepetível, e essa potencialidade é determinada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Quando duas pessoas se unem para gerar um filho, eles criam uma nova combinação genética, e essa combinação pode resultar em um potencial mágico muito diferente do que se esperava.

Coen voltou a encará-los com um semblante mais sério.

— Diferente de Saphielle e Ehocne que puxaram o meu potencial mágico, meu filho puxou a maior parte do potencial mágico da mãe, que é uma pessoa com uma habilidade mágica muito avançada, afinal, ela tem o sangue dos primeiros Elfos, e Colin também o herdou.

Foi a vez de Ehocne que estava quieta até então, se pronunciar.

— Do que está falando? A mamãe nunca foi tão forte, e Colin sempre teve uma magia podre se comparado a gente.

— Você tem razão, mas sua mãe era limitada por sua doença, e Colin não é. Ele está destinado a se tornar o que sua mãe não se tornou, e isso é um problema. — Ele fez uma pausa dramática. — O garoto continua em fase de aprendizado.

Todos eles ficaram em silêncio, até que Walorin quebrou o silêncio com uma gargalhada histérica.

Háhá! Aquele pirralho? Invadi o abismo com ele para pegar a pedra de selamento, não me leve a mal, senhor, mas aquele garoto era patético de tão fraco. Quero testar essa teoria, vou atrás desse garoto e vou matá-lo, o que acha, hein? Se importa se eu trouxer a cabeça do seu filhinho?

Coen deu de ombros.

— Faça como quiser, mas você será morto.

Háhá! Até parece!

— Bem, você pode ir atrás dele, mas não sem antes executar a missão que designarei a vocês.

— Manda logo, chefe, estou ficando empolgado!

Coen assentiu.

— Vocês vão se dividir, parte de vocês vai para o Norte e irá matar a criatura conhecida como “Imperador dos Céus”. A outra parte vai para Caliman e matarão a criatura conhecida como “Monarca das sombras”.

Walorin abriu um sorriso de orelha a orelha.

— Monarca das sombras? Ele é lacaio do imperador de Caliman, né? Podem deixá-lo comigo! Quem quiser me seguir, fique à vontade! Mais alguma coisa, senhor?

Coen balançou a cabeça.

— Não.

— Ótimo! Ehocne, abra logo um portal para Caliman!

Empolgado, Walorin correu até as janelas e saltou, desaparecendo em um portal que surgiu abaixo dele.

— Tsc… — reclamou a Bruxa. — Esse idiota… continua impulsivo. Irei com ele para Caliman.

— Também vou — disse Var’on. — Cansei de ver gelo, preciso de um lugar quente.

Os dois se dispersaram.

— Sobraram nós três — disse Ehocne encarando Safira e Bledha. — Quero ir logo acabar com isso.

— Por mim tudo bem — respondeu Bledha entediada.

Safira deu de ombros. — Tá…

Ehocne abriu um portal e adentrou, aquelas duas o seguiram e a Pixie parou antes de adentrar, encarando Coen no fundo dos olhos.

— Nossa conversa ainda não terminou, Coen.

Sorrindo, ele assentiu.

— Claro, quando retornar continuaremos de onde paramos.

— Humpf!

A Pixie adentrou com graciosidade, e assim que ela atravessou o portal, este desapareceu, deixando Coen isolado naquele cômodo sombrio.

Ou, pelo menos, era o que ele imaginava.

Súbitos passos ecoaram no fim do corredor, se aproximando rapidamente da porta. Com um rangido agudo, a porta se abriu, revelando uma presença opressora que parecia esmagar Coen com sua intensidade avassaladora.

Apesar da pressão avassaladora, um sorriso persistia no rosto de Coen, embora seu corpo suasse frio.

— Estava escondido nas sombras esperando os meus companheiros desaparecerem?

Em sua forma adulta, Graff adentrou o recinto com as mãos nos bolsos e um sorriso sádico em seu rosto.

— O quê? — A escuridão seguia o vampiro. — Está dizendo que eu estava com medo desses desgraçados que obedecem a você como cães?

Coen engoliu em seco.

— Como me achou?

— Isso foi fácil. Farejei Morgana, e sabe aonde fui parar? Nas praias do Sul, e sabe qual outro cheiro que era forte naquele lugar? O seu! Então farejei você até aqui, Errante maldito. — Graff abriu seu sorriso medonho de dentes pontiagudos. — Vai fugir usando seus portais, Errante?

— Isso não será necessário. — Lentamente uma espada de fogo materializou na mão de Coen. — Eu estava esperando por você, só não esperava que fosse vê-lo tão cedo. Já que está aqui, vamos terminar com isso.

Graff ergueu uma sobrancelha, contraindo o cenho com intensidade, enquanto a luz reluzente da espada fazia suas sombras tremularem.

“A lâmina do sol? Como esse cretino conseguiu isso?”

— O que foi? — zombou Coen. — Está assustado?

— Assustado? Acha mesmo que tenho medo de luz? — As sombras de Graff pararam de tremular e ele lambeu os beiços. — Sempre quis saber o gosto do sangue de um Errante!

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Olá, eu sou Stuart Graciano!

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