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Capítulo 291 – Alvorecer cintilante de um plano em ruínas.

Avançando sobre o terreno gelado, a Bruxa movia-se com um ar de calma perante o caos circundante. Soldados petrificados pelo gelo jaziam à sua volta, congelados em posições de batalha eternamente interrompida.

Seus passos deliberados transmitiam uma confiança aparentemente inabalável, enquanto a turbulência do ambiente parecia não a perturbar.

A sensação pulsante da mana de Walorin e de outra fonte poderosa percorria todo castelo, acompanhada pelo estrondo das explosões e os abalos do colapso do castelo de mármore.

Parando nos corredores, seus ouvidos captaram os passos apressados que se aproximavam.

Lá estava o imperador, parando no corredor ao encontrá-la.

— Me-Merda!

Os olhares dos dois se entrelaçaram. O imperador, sentindo-se confrontado por aquela presença assustadora, tomou a iniciativa e desatou a correr na direção oposta, como se a mera visão da Bruxa conseguisse acender o fogo de sua urgência pela vida.

Seus passos eram apressados, mas sua tentativa de escapar foi abruptamente frustrada.

Com um sorriso desenhado nos lábios, a Bruxa ergueu uma mão, e o gelo pareceu responder ao seu comando de maneira quase instantânea.

Uma película de gelo cobriu o corredor diante deles, transformando o chão em uma superfície escorregadia e traiçoeira.

O imperador perdeu o equilíbrio, seus passos transformando-se em deslizadas descontroladas até que seu rosto colidiu com a parede fria.

Bam!

O som surdo do impacto ecoou pelo corredor, enquanto o imperador se esforçava para se reerguer.

Enquanto o imperador lutava para levantar-se, a Bruxa avançava com uma calma intrigante, cada passo marcado pela confiança na sua magia e na situação que estava se desdobrando diante dela.

— Com todos esses adornos é fácil adivinhar quem é você, sabia? — Com um sorriso no rosto, ela cruzou os braços. — Fugir assim não é nada honrado. Como imperador, você devia saber disso.

A expressão de medo no rosto do imperador era palpável.

— Vo-Você está com aquele homem?

Ela assentiu. — Walorin não é tão assustador assim, e você não é o alvo dele.

— E-Então vai me deixar ir?

Ela apoiou o indicador frente aos lábios, pensativa.

— Talvez… o que vai me dar em troca?

Um raio de esperança iluminou a face dele.

— Qualquer coisa que a senhora queira! Tenho tesouros, muitos deles, uma montanha de tesouros e joias que você vai adorar!

Assentindo, a bruxa ficou com o dedo na bochecha, o tamborilando enquanto fazia uma expressão estranha.

— Mas se você cair hoje, então esse tesouro não será seu, né? Fica para o próximo que assumir o trono… e ouro é inútil para mim… quero outra coisa.

Ouro era tudo que ele conseguia oferecer.

— O-Outra coisa? De-Desculpe, eu acho que não tenho…

Apoiando as mãos na anca, ela suspirou.

— Que pena…

Crash!

Uma estaca de gelo, moldada pela magia da Bruxa, perfurou implacavelmente o peito do imperador. Seus olhos se arregalaram em um misto de surpresa e desespero, a compreensão do fim iminente insinuando-se em sua mente.

A velocidade com que tudo ocorreu parecia negar qualquer tentativa de defesa, deixando-o paralisado em sua agonia.

Aquele momento final era a concretização do destino que ele próprio havia tecido ao longo de uma busca insaciável pelo poder, marcada por traições e conspirações.

No entanto, diante da inevitabilidade da morte, seus olhos se encheram de lágrimas, suas emoções e ações se entrelaçando em uma complexa teia de arrependimento e reflexão, enquanto ele lutava em seus últimos instantes.

— Me-Merda… eu não quero… morrer…

A vida havia abandonado o corpo inerte, dissipando-se pelo corredor como um suspiro final. Sashri e Elhad, enclausurados na segurança do esconderijo proporcionado pela habilidade da Elfa, sentiam as gotas de suor frio que se formavam em suas peles.

— O imperador está morto… — balbuciou Sashri. — Tem outro deles aqui, outro Caído, né? Sinto essa mana semelhante à da mulher.

— Sim, eles vieram em trio, vamos sair logo daqui!


A tensão entre Walorin e o Monarca atingia níveis inimagináveis enquanto travavam um duelo feroz. Cada golpe lançado pelo Monarca era como um trovão, mas Walorin resistia, usando sua habilidade excepcional para manipular a gravidade.

“Hehe, esse desgraçado está aumentando a força dos golpes!” pensou Walorin, “Se isso Continuar posso perder esse cabo de guerra! Tenho que refinar minha técnica e dar um fim nisso!”

Os olhos de Walorin faiscavam com determinação, sua concentração absoluta enquanto calculava cada movimento do Monarca.

A técnica secreta que ele guardava estava prestes a ser desencadeada, mas ele esperava o momento certo. O Monarca, por outro lado, mostrava um sorriso sádico, como se estivesse se deleitando com o desafio que Walorin lhe proporcionava.

Bam! Bam! Bam!

As rajadas de poder se chocavam, criando ondas de energia que se espalhavam como uma tempestade pelo castelo que não parava de tremer.

O chão tremia sob os impactos, os pilares circundantes eram despedaçados pelo choque das forças colidindo. Cada soco, chute e golpe de espada eram trocados em uma dança furiosa de destreza e poder inigualáveis.

Bam!

O punho dos dois se chocou, e Walorin sentiu aquele golpe em seus ossos, mesmo fazendo com que a onda de choque fosse lançada para outra estrutura.

“Tsc! Esse desgraçado ficou mais forte? Não posso mais perder tempo com ele!”

Walorin sabia que estava chegando ao limite, mas também sabia que sua técnica final estava à espera. Ele controlava sua respiração, focava sua mente e liberava a energia acumulada.

— Sua vez de tentar acompanhar minha velocidade, Monarca das Sombras!

 Seu corpo manifestou uma mana intensa, e a própria gravidade parecia ceder a seu comando.

[Alvorecer cintilante de um plano em ruínas.]

Ele avançou em um turbilhão de energia, abrindo as mãos firmando suas palmas, pronto para estraçalhar seu oponente.

“Isso é perigoso, ele está sério desta vez!”

O Monarca finalmente percebeu a ameaça iminente e seus olhos se estreitaram.

Ele canalizou sua própria energia, erguendo-se contra a força avassaladora de Walorin.

Bam! Bam! Bam! Bam! Bam!

Os golpes do Caído eram como meteoros caindo do céu, cada um mais devastador que o anterior.

Os choques eram ensurdecedores, o impacto ultrapassou o limite das paredes do castelo, podendo ser sentido quilômetros de distância.

O ar se encheu de um rugido ensurdecedor quando o castelo, outrora majestoso e imponente, cedeu à destruição iminente. O céu se encheu de um turbilhão de destroços, uma tempestade de pedras e escombros que caíam como uma chuva de fogo sobre a capital de Caliman.

O impacto inicial pareceu ecoar como um trovão, sacudindo os alicerces da cidade e causando uma onda de terror e desespero.

As construções que outrora abrigavam a população agora eram transformadas em ruínas em questão de segundos. Casas, lojas e monumentos caíam em colapso, suas estruturas fragmentadas como se fossem feitas de papel.

As ruas, antes cheias de vida e atividade, agora se transformavam em rios de destroços, queimando com fogo e fumaça.

Pessoas corriam em pânico, tentando escapar da chuva mortal de pedras e detritos que desabava do céu. Gritos de agonia misturavam-se com os estalos das construções desabando, criando uma cacofonia horrível de som.

Famílias eram separadas, amigos perdiam uns aos outros e vidas eram ceifadas em um piscar de olhos.

O caos tomava conta das ruas, enquanto os sobreviventes corriam em todas as direções em busca de abrigo.

O cheiro de fumaça e poeira preenchia o ar, tornando difícil respirar. Aquele céu estava agora tingido de vermelho e laranja, a cor do inferno que se desencadeava sobre a cidade outrora vibrante.

Quando a poeira baixou, o campo de batalha estava em ruínas. Walorin estava de pé sobre os escombros, seus braços pendiam ao chão enquanto sua respiração ofegante se fazia presente.

Com um de seus olhos cerrados, ele abriu um sorriso de satisfação.

— Hehe, eu venci! Venci um Monarca Arcano das sombras!

Brum!

Um bloco de mármore branco voou longe, e dele saiu A Bruxa com a carranca sisuda.

— Seu idiota! — Furiosa, ela apontou o dedo para o companheiro. — Podia ter me ferido!

Var’on estava de pé no que havia restado de uma pilastra.

— Ela tem razão. Você nunca pensa, né?

— Hehe, a culpa não foi minha, o desgraçado era poderoso. Se isso se prolongasse mais, isso poderia ter terminado mal-

Crash!

O punho do Monarca das Sombras havia atravessado o abdômen de Walorin. O Caído olhou para baixo, vendo seu oponente com um sorriso de canto.

De regata e com o corpo cheio de escoriações, o Monarca continuava vivo. Retirou o braço do estômago de Walorin e o Caído deu alguns passos para trás enquanto suas pernas ficavam bambas.

— Como… você… está vivo?

Em um movimento abrupto, o Monarca fez o sangue de Walorin resvalar nos destroços, limpando o seu braço.

— Meu corpo é resistente, apenas isso.

Plaft!

O Caído foi ao chão.

— Então vocês são os outros dois que estavam no castelo — disse o Monarca. — Parece que o imperador está morto, o que significa que estou livre do meu pacto com ele. — Ele virou-se na direção deles. — Quando eu terminar com vocês procurarei um oponente digno.

Var’on deu um bocejo e enfiou as mãos nos bolsos. — Você não vai tão longe, sequer passará da gente.

De soslaio, o Monarca encarou Walorin usando a análise.

O Caído estava morto.

— A mana de vocês não é tão poderosa quanto a do seu companheiro. Se conseguirem durar metade do tempo dele será um milagre.

— Você acha? — indagou Var’on desinteressado.

“Tem algo errado…” pensou o Monarca. “O companheiro deles era claramente superior no físico e na mana, então por que eles estão tão calmos? Eles não eram tão próximos assim?”

De repente, o Monarca sentiu um arrepio na espinha e virou-se para trás, foi quando Walorin o surpreendeu com um soco no rosto, fazendo-o derrapar.

— Desgraçado! — esbravejou Walorin. — Você me matou!

— Isso, ele te matou, agora você vai trocar de lugar com um de nós, você perdeu! — Var’on saltou do pilar. — Vamos lá, Bruxa, vamos escolher quem lutará com ele agora!

Ela fez beicinho. — Não seria por ordem de chegada? Se for assim, a próxima sou eu!

— O quê? — Var’on estava incrédulo. — Você nem queria participar da competição, me deixa enfrentá-lo, vai!?

— Eu não queria, mas aqui estou. Regras são regras, eu vou primeiro!

— Tsc… — Foi a vez de Var’on fazer beicinho. — Que saco…

— Não seja um mal perdedor — disse ela dando dois tapinhas no ombro do companheiro. — Quem sabe eu morra também, então será sua vez.

Ao longe, o Monarca ficava confuso. Como aquele homem havia voltado a vida? Somente necromantes conseguiam fazer isso, e nenhum deles tinha traços de mana de um.

Do jeito que falavam da morte de maneira tão leviana fez ascender um alerta em sua cabeça, seriam eles imortais? Ou algum deles tinha uma magia tão poderosa capaz de fazer isso?

— Ei, Monarca! — chamou a Bruxa. — Sou eu quem vai lutar contra você agora, tá?

— O que vocês são? Como aquele cretino voltou a vida?

— Se me derrotar eu te conto, que tal? — ela o provocou. — Você é o grande Monarca das sombras, não deve ser problema para você, né?

— Sua… — Ele começou a manifestar sua mana. — Não importa quantas vezes voltarem, vou matá-los quantas vezes forem necessárias!

Ela também começou a manifestar sua mana. — Esse é o espírito!

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Olá, eu sou Stuart Graciano!

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