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No éter cintilante do cosmos, Safira estava sentada sozinha em uma rocha flutuante, banhada pela luz de um sol distante. Quanto mais tempo ela passava no plano astral, mais percebia o quão lindo ele era.

Ela olhou para trás.

— Ele chegou.

Lentamente, ela ergueu-se, deixando sua capa ondular com o vento frio do plano astral. Por baixo da capa, ela usava uma túnica longa e resistente, feita de tecido grosso que ia até a metade das coxas.

Um cinto largo formava a silhueta de sua cintura, além de possuir bolsos para guardar pequenos objetos e poções.

Também usava uma calça escura por debaixo da túnica e um par de botas de couro reforçado.

Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, e seus olhos cor Safira estavam mais cintilantes do que nunca.

Uma força monstruosa se aproximava no horizonte, até que chegou, parando abruptamente.

Lá estava o seu alvo principal, o deus das chamas do plano astral, alto, robusto e assustador.

— Segui o rastro da sua mana! — exclamou, sua voz cheia de ódio. — Você destruiu o meu lar! Sua desgraçada miserável, sabe quantos milênios levaram para construí-la?

— A culpa foi sua — disse Safira com um sorriso de canto. — Se estivesse na cidade, quem sabe você poderia ter impedido o desastre, mas acho que não… o desastre seria inevitável.

— É isso que você pensa?! — O deus conjurou uma esfera de fogo vivo, pronto para desencadear uma batalha que sacudiria os alicerces do plano astral.

Ele apontou a mão direita para ela.

Chamas ardentes dançavam em torno dele, lançando raios incendiários na direção da Caída. Safira, com seus cabelos agora brilhando como fogo e olhos flamejantes, ergueu as mãos e convocou pilares de chamas que se ergueram em espirais no vazio, como serpentes em busca de presa.

Boooom!

As magias se chocaram com um estampido ensurdecedor.

Ela saltou para longe enquanto conjurava dezenas de bolas de fogo entorno de si.

— Você é o deus do fogo! Aposto que consegue fazer bem mais que isso!

As bolas de fogo foram disparadas e o deus do Fogo respondeu criando uma barreira de chamas intensas que se erguiam como muralhas flamejantes.

Boom!

Safira então desapareceu no éter, movendo-se com a velocidade do pensamento. Ela emergiu atrás do deus do fogo, lançando uma chuva de socos imbuídos de mana. Este respondeu, envolvendo seu corpo com chamas intensas, transformando-se em uma muralha natural.

Bam! Bam! Bam!

O deus se virou com um sorriso sinistro em seu rosto, mas Safira saltou para longe, porém, o seu adversário não deu trégua. Ele avançou como um torpedo, deixando um rastro de chamas que iluminaram o éter como se fossem línguas de fogo do próprio sol.

Com os punhos cerrados, ele e Safira envolveram-se em uma brutal troca de golpes de proporções cataclísmicas, criando um rastro de explosões que iluminaram parte do plano astral.

Boom!

A caída alcançou uma ilha em chamas, seu nariz e boca sangravam, mas ela parecia animada. O deus continuava flutuando, o brilho que emanava dele lembrava o sol em sua forma mais perfeita.

Ele então juntou as duas mãos para um ataque poderoso, o ataque de um deus.

“Esse merda é bem forte, mas tudo bem, eu queria te enfrentar sozinha para testar meus próprios limites, não há porque reclamar agora!”

Safira fez uma posição como quem segurava um arco, e logo depois uma flecha de fogo se formou em suas mãos. Os chifres dela cresceram, assim como os caninos, as unhas, e a flecha ardente brilhou intensamente.

“Ele é um deus, e eu vou devorar as chamas dele!”

As chamas de Safira assumiram uma cor azulada misturada com uma cor enegrecida.

Woosh!

Ambos lançaram suas magias, e o que veio em seguida foi um clarão, depois as chamas se misturaram, destruindo as ilhas próximas, as transformando em cinzas, e só depois veio o som do impacto, como se uma dinamite tivesse sido detonada ao lado da orelha.

Boom!

Safira estava em cima de seu círculo mágico, ilesa.

O que sobrou da troca de golpes foi um imenso espaço vazio e silencioso, com cinzas ainda se dissolvendo.

O deus continuava de pé, mas seu brilho diminuíra drasticamente.

“Essa pirralha, como ela conseguiu essas variações? Uma Monarca? Não… ela não é uma, só é forte demais… talvez tenha outro segredo por trás de sua técnica.”

— Você deve estar se perguntando se há algum segredo por trás da minha técnica, não está?

“Ela… consegue ler meus pensamentos?”

— Sinto dizer isso, mas você manipula o fogo como qualquer usuário da flama, mas eu não, eu sou o próprio fogo, a essência mais pura dele. — Safira apontou a mão direita para ele. — O seu título de deus do Fogo é falso, ele deveria ser meu!

Seu tom meigo havia desaparecido completamente, abraçando aquela aura cruel que há muito a seduzia.

O deus deixou sua mana transbordar, reunindo-se em um único ponto frente ao seu peito. — É isso que você acha? Não passa de uma pirralha mimada que deu sorte de ser abençoada pela magia!

Safira abaixou a mão e abriu os braços.

— Então me ataque, vamos, use o seu golpe mais forte. Mais um pouco e eu acabarei morrendo de tédio.

— Sua…

Um círculo mágico formou-se frente ao deus, e o poder que conjurava ficou mais denso.

“Isso é o suficiente para parti-la ao meio!”

Ele fez um triângulo com a mão e disparou.

Seu poder começou fino como uma agulha, mas à medida que alcançava Safira, ele se expandiu. A caída sentia como se uma onda gigantesca de um oceano de fogo estivesse prestes a atingi-la.

“Uau…”, pensou Safira. “Que lindo…”

Fishhh!

O poder continuava, mas ao invés de atingir Safira e ir além, o poder se concentrava nela e não parecia dispersar. Era como se fosse absorvido por ela, como se a água da banheira saísse pelo ralo.

“Impossível!” Aquele golpe perdeu forças até se extinguir.

Lá estava o deus, curvado e ofegante, incrédulo com o que havia acabado de acontecer.

— Merda! Quem é você?

Ela brilhava como o sol, mas seu brilho também se extinguiu. Lá estava ela, frente ao deus, portando o seu sorriso convencido, um sorriso quase idêntico ao de Colin.

— Você é forte, mas não merece o título que tem. Um deus sem templo, sem estátuas, sem fiéis… você deixou de ser um deus quando destruí aquela cidade… não, deixou de ser um deus quando cheguei ao plano astral, ou talvez você nunca tivesse sido um.

Frustrado, ele abaixou a cabeça. — Tsc… você está com o Devorador de deuses?

— Estou…

— Eu estive com a deusa do ar e o deus da terra. — Foi a vez de ele abrir um sorriso convencido. — Eles encontraram pessoas que estão com um homem que acabou sendo confundido com o devorador… o impostor eu não conheci, mas conheci as companheiras dele… agora sei porque Vallkuna quer fazer amizade com os impostores… tudo isso para destruir você e o devorador, hehe!

Safira estendeu a palma da mão sobre a cabeça dele. — Como se isso fosse adiantar. Eles serão derrotados assim como você foi.

— Algo me diz que não será tão fácil… sabe como Vallkuna o chama, pirralha? Colin, o devorador de devoradores…

Safira arregalou os olhos e recuou um passo. Engoliu em seco e sua mão começou a tremer enquanto ela suava.

— O que você disse? Colin está aqui?

O deus abriu um sorriso zombeteiro. — Hehe, caramba, então é verdade… pelo jeito que ficou, esse Colin deve ser realmente grande coisa. Vallkuna, sua cadela miserável, hehe…

— CALA A BOCA!

Boom!

A cabeça do deus foi transformada em pó, e seu corpo se desfez em cinzas enquanto Safira continuou tremendo. Ela ficou ofegante e sua cabeça começou a doer.

Lembrou-se do seu último encontro com ele, mas suas memórias estavam confusas. Em um instante, lembrou-se dele em cima dela, a esmurrando com fúria, mas as lembranças hostis se suavizaram.

Lembrou-se dos dois sorrindo juntos, deles se divertindo com as pessoas que Safira tirou as vidas, depois se lembrou de Brighid, e até mesmo do sentimento que sentia em relação a ela.

Lembrou-se de Colin e Brighid juntos, e de como ela sentia que eles eram sua nova família, suas novas figuras paternas. Lembrou-se de como eles treinaram juntos, das noites que passaram contando histórias, e de repente, tudo ficou escuro.

Assim que Safira abriu os olhos, ela se viu em um celeiro escuro, e seus olhos assustaram-se ao ver um homem em cima dela, segurando suas mãos, lambendo o seu rosto.

Ela tentou se soltar, mas ele era forte demais, foi então que ela acabou o atingindo com uma ferradura, e ele a golpeou diversas vezes no rosto, a deixando incapacitada.

Aquele soldado tirou o cinto e, no momento em que ele iria começar aquele ato vil, sangue dele respingou em seu rosto.

Ao reparar melhor, ela viu Colin, o mesmo homem hostil de suas memórias.

Então, suas memórias a levaram para outro lugar, uma floresta congelada. Colin estava sentado ao seu lado, e a cabeça dela repousava em um dos ombros dele, então ela disse:

— Obrigada por sempre cuidar de mim. Não sei o que faria sem você…

Como se fosse puxada de um pesadelo, ela despertou, suando da cabeça aos pés, recuperando o ar em seus pulmões.

Foi então que ela apoiou a mão na boca e golfou.

— Eu… — Sua cabeça começou a doer novamente. — O que está acontecendo comigo?

— Até que você foi rápida — disse o pandoriano, aparecendo atrás de Safira por meio de um portal.

— Ele não era grande coisa… — disse, como se nada tivesse acontecido. — Pensei que iríamos matar deuses de verdade.

— Devia ficar orgulhosa, você conseguiu matar um dos mais fortes. O próximo está há alguns meses de distância daqui, se a gente se apressar podemos alcançá-los em semanas.

A pixie notou que Safira estava estranha, mas ela decidiu manter-se reservada. Levantar suspeitas na frente do pandoriano poderia ser suicídio.

— Vamos — disse ele conjurando um portal. — Finalmente, nosso tempo nesse inferno está terminando.

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Olá, eu sou o Stuart Graciano!

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