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Capítulo 340 – Colin vs Gorred!

A mana de Colin queimava, como se ele fosse o único foco de luz em meio a escuridão do plano astral. A íris dele estava retraída ao extremo, quase imperceptível.

“Então é isso?”, pensou Gorred. “Vai partir para cima com tudo? Tudo bem, pode vir.”

— Me mostre o que um erro como você pode fazer.

Cabrum!

Colin desapareceu num estalar de dedos, materializando-se sorrateiramente atrás de Gorred. O pandoriano sentiu um arrepio eletrizante percorrer sua espinha — uma sensação de perigo iminente, pulsante e terrivelmente empolgante.

“Ataques diretos? Como se isso fosse funcionar, garoto.”

Cabrum!

Ele defendeu-se erguendo uma redoma que Colin sequer conseguiu arranhar. Uma pressão quase três vezes maior que as anteriores atingiram o errante, jogando-o para outra ilha.

Boom!

Ele a atravessou, mas assim que o fez, ouviu-se outro ribombar de trovão, e Colin estava na frente de Gorred. Faíscas amarelas dançavam por seu corpo.

Cabrum!

Com um rugido de pura fúria, o errante cortou o ar com uma estocada tão violenta que parecia querer rasgar o próprio tecido da realidade. Mas Gorred, em um ato de poder supremo, ergueu uma barreira mágica no último segundo.

A onda de choque resultante foi cataclísmica, emanando uma força que Vallkuna, Sirela e todos os presentes, até os confins mais distantes, puderam sentir em suas almas. Afinal, este não era um mero golpe, mas o ataque devastador de alguém que havia transcendido os limites mortais para se tornar um Monarca da Pujança.

“Quanta força”, zombou Gorred. “Mas precisará de bem mais que isso se quiser atravessar minha barreira.”

Trick!

A barreira dele rachou e eles cruzaram olhares.

“O garoto está completamente fora de si. Feri-lo não é o suficiente, tenho que nocauteá-lo.”

Imbuindo o punho com mana, Gorred inclinou a cabeça para o lado e desfez sua barreira.

Cabrum!

Ele desferiu um golpe monumental no abdômen de Colin, liberando faíscas vermelhas que dançavam como demônios ao seu redor, catapultando Colin pelos ares com uma força titânica.

O errante recuperou-se com a elegância de uma fera, seus pés encontrando firmeza numa pequena ilha flutuante.

“Destrua, oblitere, dilacere, rasgue, desmantele, quebre, aniquile” Seu pensamento só tinha um único foco, fazer a existência de Gorred desaparecer.

Sangue jorrou de sua boca em um arco, uma visão tanto grotesca quanto gloriosa, mas ele, imperturbável, ignorou o gosto metálico em seus lábios.

Com os olhos inflamados por uma ferocidade bestial, ele se lançou em direção a Gorred com uma velocidade que desafiava o próprio conceito de limite.

— Vai insistir nisso, garoto?

Cabrum! Ting! Ting! Cabrum!

Com uma determinação feroz que queimava em seu peito, Colin lançava-se incansavelmente contra a barreira impenetrável.

Para o errante, aquela era uma batalha para estilhaçar os próprios limites do impossível.

E do outro lado, Goreed, com a ferocidade de um deus, desferia uma tempestade de socos sobre o errante, cada golpe carregado com um poder que crescia exponencialmente, transformando a pele de aço de Colin em um mosaico vivo de hematomas.

— O “erro” de Celae é persistente, né? Tudo bem, continue atacando, estará tão ferido que mal conseguirá ficar de pé!

Bam!

Com uma força cataclísmica, Colin foi arremessado através do espaço, catapultado para além do horizonte, seu corpo adornado com lacerações profundas que contavam a história de uma batalha titânica.

“O garoto é durão. Já matei diversos deuses do plano astral com apenas um golpe, mas ele já recebeu dezenas… o ‘erro’ de Celae não é tão fraco assim. Então que tal se elevarmos o nível, garoto!”

Gorred invocou do nada uma majestosa espada de duas mãos, que se materializou em suas mãos com um esplendor arrebatador.

Com um movimento soberano, ele a agarrou firmemente com uma só mão. A lâmina, forjada não de metal, mas de raios carmesim puros, vibrava com uma energia viva, faíscas serpenteando ao longo de sua extensão como cobras de fogo.

— Chega de brincadeira, garoto!

Cabrum!

Com a fúria de um vendaval, um arco de raios foi desferido na direção de Colin, que, num reflexo de pura instintividade, esquivou-se por um triz, porém, não sem preço.

Swin!

O braço esquerdo de Colin, aquele que brandia a lendária lâmina Gram, foi arrancado de seu corpo, uma oferenda brutal ao altar da batalha. Para contra-atacar a indescritível velocidade de Colin, Gorred, como um espectro, usou seu portal, aparecendo atrás de um Colin atordoado pelo golpe quase fatal.

Crunch!

Com uma precisão cruel, Gorred cravou sua espada nas costas do errante, empalando-o em um espetáculo de dor e desespero, enquanto mais sangue escapava dos lábios do guerreiro.

Cruel, Gorred afundou ainda mais sua espada, sua intenção não apenas a de romper a carne de seu oponente, mas também o seu espírito.

— Você não é tão bom, só tem uma força anormal. Já enfrentei criaturas mais poderosas que você, garoto. Daqui a alguns anos sequer vou me lembrar do seu rosto, você não chegou nem perto de ser um desafio.

Nem mesmo alguém como Colin resistiria após perder tanto sangue e ser ferido tantas vezes.

Crunch!

Com um gesto teatral e impiedoso, Gorred arrancou sua espada do corpo devastado de Colin, vendo mais sangue jorrar dele como uma cascata.

“Acabou, o garoto está nocauteado.”

O errante o encarou por cima dos ombros, seu semblante havia voltado ao normal, seu rosto ficou pálido. Ele não conseguia se mover, seu corpo não o respondia.

— Merda…

— Sinta-se orgulhoso, garoto. Ao menos, você é mais poderoso que aqueles que se chamam de deuses desse plano.

Com uma tensão explosiva, o último braço de Colin foi carregado com uma força sobrenatural, transformando-se, por um instante, numa lâmina de pura vontade.

Num movimento, Colin desencadeou um corte devastador, uma onda de energia cortante que rasgava o ar em direção a Gorred, contudo, o pandariano ergueu sua barreira com a rapidez de um relâmpago.

Cabrum!

— Devia desistir, garoto. Se continuar se movimentando assim, sangrará até a morte. Que seja, só facilitaria as coisas.

Ele continuava a sangrar, mas, como era de praxe, Colin resolveu levar aquilo como se fosse um arranhão.

— Não vai me matar enquanto não arrancar minha cabeça! — exclamou com o vermelho de seu sangue pintando o branco de seus dentes.

“Eu consigo sentir, esse fluxo… a mana de Claymore… sinto cada resquício, como se eu conseguisse moldá-la, como se ela fosse… completamente minha!”

A mana de Colin despertou como uma fênix renascendo das cinzas, raios celestes começaram a se manifestar, metamorfoseando-se numa dança de cores que se tingiam de um carmesim profundo e ameaçador, deixando Gorred em alerta.

— Amaldiçoado, cadáver ambulante, erro, que se foda, eu sou o que sou, pandoriano! O que aconteceu comigo me tornou o que sou hoje, né? Quem liga pra isso? Desastre, tragédia, para o inferno com toda essa merda! Só sei que estou amando esse momento com você, e isso é tudo que importa!

Um sorriso macabro desenhou-se nos lábios de Colin. Raios carmesim, agora ferozes e selvagens como nunca, dançavam ao seu redor em um frenesi cada vez mais agressivo, como se alimentassem a própria escuridão de seu ser.

“Esse pivete é o pior tipo de oponente… ele gosta de ser ferido, isso o alimenta… apesar de ser um erro, não posso deixá-lo vivo!”

Gorred apertou o cabo de sua espada e avançou contra Colin.

Cabrum!

Suas lâminas se encontraram em um poderoso ribombar, e Gorred conseguiu cortá-lo no tórax, um corte profundo, mas Colin sequer esboçou reação de dor, apenas seu sorriso doentio estava estampado em seus lábios.

Foi proposital, Colin se deixou ser atingido.

“Tsc… ele está mais resistente? Consegui arrancar o braço dele com bem menos que isso.”

A dor, essa mestra gloriosa, tornou-se uma fonte inesgotável de prazer extático para o rei de Runyra, uma alquimia sublime que transmutava sofrimento em êxtase.

Para Colin, ela era uma amante ardente, uma companheira íntima cujos sussurros ele havia aprendido a venerar e desejar acima de tudo.

Scrash!

“O quê?”

Bam!

O rei de Runyra desferiu um chute no abdômen de Gorred, atravessando sua barreira com uma força devastadora que mais parecia um meteoro em ira, arremessando-o violentamente pelo ar.

Gorred, como uma estrela-cadente, foi lançado através do éter, chocando-se contra uma ilha. Ele transpassou não uma, mas três ilhas, cada impacto uma explosão de força bruta e destruição, antes de finalmente conseguir se recompor.

— Merda! — Sangue escorria do canto de seus lábios. — Ele está quase morto, então por quê?

O coração de Colin era bombeado freneticamente. Não era sequer para ele estar consciente e se movimentando daquela maneira, era questão de tempo até que seu coração explodisse.

Gorred segurou a espada na forma de saque e lançou um corte arqueado em Colin que novamente se deixou ser atingido.

Swin!

Fora um corte ainda mais profundo que o anterior.

— Tsc! Morra de uma vez!

Gorred lançou um golpe de pressão, e Colin aplicou uma estocada na direção do pandoriano, desfazendo o seu golpe e obrigando Gorred a esquivar-se.

Boom!

A pressão da estocada de Colin obliterou a ilha na qual o pandoriano estava.

A visão do rei estava escurecendo, ele estava atacando por instinto, sentindo a mana de Gorred.

“Maldita aberração esse seu filho, Coen!”

Não tardou para que Colin ficasse completamente no escuro, mas ele ainda estava consciente. Seus olhos opacos focaram ao longe, desviando de Gorred. 

Em cima de seu círculo mágico, ele dobrou os joelhos e avançou, se afastando de Gorred com os passos fantasmas, aplicando-o dezenas de vezes consecutivas.

— Onde ele… Safira!

Safira havia chegado aonde os Alados se reuniam. Ela esticou a mão, conjurando uma bola de fogo enorme.

— Sinto muito, mas quanto mais rápido isso terminar, melhor…

As pessoas abraçaram umas às outras, e com as mãos juntas, Sirela e Vallkuna continuavam com o ritual de banimento.

Então, Safira disparou, mas sentiu algo passar por ela rapidamente, indo para frente da bola de fogo.

Boom!

Até mesmo Nix ficou surpresa com aquela velocidade. Colin havia bloqueado aquela magia, mas não deu tempo para que ele a absorvesse, tomando todo o dano dela.

Ele saiu da fumaça, pousando na borda da ilha onde todas aquelas pessoas se refugiavam, sendo assim a sua sentinela.

Além dos cortes profundos, quase todo seu corpo estava queimado, e por mais que se concentrasse, era impossível se curar naquele estado. Ele de fato se assemelhava a um cadáver ambulante.

O que o deixava consciente não era sua força de vontade, mas a dor que era sua única fonte de prazer no momento.

— Sirela! Essa mana é sua, né? O que está fazendo?

Era difícil encará-lo naquele estado.

— U-um ritual de banimento! Expulsaremos os devoradores do plano astral de uma vez por todas, mas precisamos de mais tempo!

— Entendi… vou segurá-los aqui!

“Eu devia pedir para ela entregar minhas últimas palavras pra Brighid, Ayla… que merda, no que estou pensando? Não perco desde a queda de Ultan, e não posso perder agora. Essas pessoas, Runyra, minhas esposas, meus filhos… voltarei pra casa!”

— Mas senhor Colin… o seu corpo…

— Isso não é nada, e não precisa se preocupar, eu não vou perder!

Um portal abriu-se ao lado de Safira, e Gorred saiu lá de dentro.

— Aí está você… e uau, que estado decadente. Consegue resistir a outro assalto, garoto?

— Quem você pensa que eu sou? — Raios carmesim foram manifestados de Colin.

Sirela se encontrava em um dilema. Naquele estado, Colin não resistiria mais que alguns segundos, mas sem ele todos seriam mortos. Era melhor tentar curá-lo, ou continuar o ritual?

— Sirela! — chamou Vallkuna, seu olhar firme. — Tenha fé nele!

Engoliu o choro e assentiu.

— T-tá!

Safira havia digladiado por tempo demais com Leona, Heilee, Scasya e em seguida Colin. Ela estava cansada, assim como Nix que mantinha uma liberação não autorizada de terceiro círculo por um tempo considerável.

Gorred ainda era o único com disposição para lutar, mas bastariam alguns golpes de Colin e ele estaria nocauteado. 

Já Colin, por outro lado, havia aceitado a inevitabilidade da morte. Seu foco havia mudado, ele não lutaria para se satisfazer, lutaria para proteger todas aquelas pessoas, e se possível, levaria o pandoriano consigo para que a carga sobre suas esposas fosse amenizada.

A morte de um pandoriano seria um golpe brutal em Coen, e era isso que ele buscava.

“Um minuto…” pensou ele. “Depois disso, é provável que meu coração pare.”

Sem um dos braços, metade do corpo queimado em carne viva, um buraco no abdômen que não parava de sangrar, dezenas de cortes profundos e olhos que já não tinham luz, esse era o estado do homem que era a última barreira do plano astral. 

Porém, para aqueles três, o estado decadente de Colin não o deixava menos perigoso, muito pelo contrário. Não havia criatura viva que conseguisse ficar de pé depois de tudo aquilo, ainda mais se mover de maneira tão despretensiosa como se seus ferimentos fossem irrelevantes.

Gorred cerrou os dentes, furioso.

“Celae, sua maldita! Você sabia que isso aconteceria? Não, isso é impossível!”

O semblante calmo de Colin lembrava o de sua mãe, o que deixou Gorred ainda mais furioso.

— Desgraçado!

— Aí vem ele — murmurou Colin.

Aqueles quatro se prepararam para o último assalto.  

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Olá, eu sou Stuart Graciano!

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