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Capítulo 366 – Conhecidos.

À distância, os Orcs montados em lobos gigantes avançavam, suas formas verdes e robustas inspirando temor nos corações dos bravos. 

Kurth, ágil como o vento, ajustou a mira de sua flecha de vácuo. O arco estalou e o projétil partiu em direção a um dos lobos.

A flecha perfurou a criatura peluda, fazendo-a capotar em um espetáculo caótico de presas e garras.

— Desgraçados verdes! — vociferou Kurth, os olhos faiscando de raiva.

Dasken não ficou atrás. Ele arrancou a lâmina da bainha que carregava nas costas e, com um golpe preciso, partiu um Orc ao meio. O sangue verde jorrou e o corpo da criatura caiu como um tronco partido.

Swin!

Os carniceiros, cada um com suas habilidades peculiares, entraram em ação.

Sylvana conjurou uma bola de fogo em suas mãos e a lançou contra o inimigo. A explosão incinerou alguns Orcs, suas carcaças ardendo em chamas.

Eden deslizou entre as sombras, suas adagas reluzindo à luz das explosões. Ele apunhalou os Orcs nas costelas, enfraquecendo-os para que seus companheiros dessem o golpe final.

Enquanto isso, Kurth permanecia imperturbável, soltando flechas letais com precisão mortal. Cada tiro encontrava seu alvo.

Nas entranhas do campo de batalha, Dasken, sua espada oscilando como uma foice afiada, avançava entre os Orcs com a fúria de um deus vingador. 

Cada golpe era uma promessa de morte, e sua lâmina encontrava carne verde a cada movimento, como se o próprio destino estivesse inscrito na curva de seu aço.

Ting! Ting! Crunch!

O choque das lâminas ecoava como trovões, enquanto os rugidos dos lobos e os gritos de batalha compunham uma sinfonia infernal.

Os carniceiros, seus olhos famintos refletindo a sede de sangue, dançavam em torno de Dasken, formando uma coreografia macabra.

Eles retalhavam os inimigos com precisão cirúrgica, como se a morte fosse sua arte secreta.

No epicentro desse caos, Samantha emergiu.

Seus olhos encontraram uma figura imponente entre os Orcs, um líder entre os selvagens, destacando-se pela sua presença intimidadora.

Sem hesitar, Samantha retirou uma moeda do bolso. Seus dedos, hábeis como os de uma feiticeira, realizaram uma transformação mágica diante dos olhos atentos do Orc.

A moeda metamorfoseou-se em uma lâmina reluzente, uma espada improvisada que agora repousava em suas mãos trêmulas.

O Orc, aceitando o desafio silencioso, empunhou sua própria arma com um rosnado gutural. Os dois guerreiros se encararam.

— Gyaaaa!

E então, como se o próprio mundo segurasse a respiração, os dois se lançaram um contra o outro. Suas lâminas colidiram em uma dança frenética, uma série de movimentos velozes e brutais.

Ting! Ting! Ting!

Samantha exibia uma destreza acrobática que desconcertava até mesmo o líder Orc. Seus saltos eram elegantes, desvios ágeis caracterizavam seus movimentos, e ela mantinha-se sempre fora do alcance direto das garras da criatura.

— Fica quieta! — rosnou o Orc, a voz gutural ecoando entre os choques metálicos.

Ting!

As lâminas se encontraram e o impacto afastou Samantha, fazendo-a recuar. A força bruta do líder Orc começava a se impor; seus braços tremiam sob o peso da espada.

“Preciso encerrar isso rapidamente.” O pensamento martelava na mente de Samantha enquanto ela avaliava a situação.

Seu olhar perspicaz identificou uma oportunidade. Saltando para trás em um movimento fluido, Samantha arrancou uma moeda do bolso.

Seus dedos habilidosos lançaram a moeda e uma transformação mágica aconteceu diante dos olhos atentos do Orc. A moeda explodiu, desencadeando uma onda de energia que destroçou o elmo inimigo e parte de sua armadura.

Boom!

O líder Orc rugiu em agonia, momentaneamente cego pela explosão. Samantha não hesitou. Com velocidade sobrenatural, avançou. Sua espada encontrou a garganta do Orc, cortando através da defesa enfraquecida.

O líder Orc tombou, sua presença intimidadora foi reduzida a nada. Os demais Orcs, assustados e desorientados, começaram a recuar, como sombras encurraladas pela luz do dia.

— Não deixem ninguém escapar! — ordenou Samantha, sua voz firme e decidida.

Com uma destreza que beirava o sobrenatural, Kurth ajustou sua mira nos lobos gigantes, derrubando-os um a um. Dasken, com sua espada, liderou o avanço. Homens corajosos o seguiram, suas lâminas ceifando o que restava do bando Orc.


Crunch!

Dasken retirou sua espada do crânio de um Orc, apoiando-a no ombro como um troféu sangrento. Os outros vasculharam o campo de batalha, buscando qualquer coisa de valor entre os corpos e destroços.

Com o rosto marcado pelo sangue inimigo, Samantha se aproximou da jaula onde as Orcs estavam presas. Seus olhos encontraram os olhos apavorados das criaturas.

— Vocês os conheciam? — perguntou, sua voz suavizada pela compaixão.

As Orcs fizeram que não com a cabeça, suas presas trêmulas.

— Somos de uma tribo ao leste… — começou uma delas, a voz rouca. — Os gigantes… e outras tribos de Orcs têm lutado por território. Quando se encontram, é sempre um banho de sangue. Nossa vila foi atacada, e… bem, havia outros, mas eles foram… devorados…

Samantha assentiu.

— Há uma tribo mais forte? Um líder supremo? — perguntou Samantha, seus olhos perscrutando o campo de batalha como se buscasse respostas.

A Orc mulher, ainda trêmula, respondeu: — Acho que não… Orcs e gigantes são fechados em seus próprios bandos. Não são como os humanos ou os Elfos, que, mesmo tendo seus ninhos ou famílias, costumam responder a alguém mais poderoso.

Samantha virou-se para seus companheiros. — Dasken, Kurth, Eden, venham até aqui. 

Assim que se aproximaram, ela transmutou sua espada em uma moeda novamente.

— Gigantes e Orcs sofrem do mesmo mal que aflige toda criatura um pouco mais poderosa que as raças comuns — continuou Samantha. — Sede de poder.

Finalmente, Dasken conseguiu acender seu cigarro, o fogo tremulando.

— Então, qual o plano? — perguntou ele, soltando uma nuvem de fumaça.

— Não tenho certeza se outros Orcs sabem da existência deste acampamento — explicou Samantha —, mas faremos uma base aqui. Rastreadores e batedores ficarão responsáveis por vasculhar os recantos das montanhas, atrás dos acampamentos de Orcs e gigantes. Preciso de um mapa detalhado que cubra uma área de dez quilômetros.

Dasken apoiou a espada no ombro, olhando-a com olhos endurecidos pela batalha. — Sem acordos, então?

— Eles não farão acordos até se sentirem verdadeiramente ameaçados — respondeu Samantha. Sua voz cortante como a lâmina que outrora empunhara. — A partir de agora, mataremos todo Orc e gigante que nos desafie.

Seus olhos se voltaram para a mulher Orc, que ainda tremia. 

— Dasken, você, Eden e alguns outros irão escoltar nossa amiga até sua tribo. Se a tribo dela insistir no combate, não tenham pena.

A frieza de Samantha assustou a todos. Mas ela não hesitou.

— O norte é vasto, e somos um contingente pequeno — concluiu Samantha. — Mesmo assim, Colin decidiu que nós, os que estamos aqui, seríamos suficientes para pacificar o noroeste e encerrar essa guerra. Não podemos falhar, pois essa foi uma ordem direta do rei.

Eles assentiram, jurando lealdade à causa.

— Sim, senhora! — ecoaram, e o vento levou suas palavras para os confins das montanhas.


Sob o sol impiedoso, o exército de cem homens avançava pela vasta planície com uma precisão militar que ecoava como um tambor de guerra. 

Cada cavaleiro, armadura polida e espada afiada, parecia uma extensão do próprio campo de batalha. Seus cavalos, músculos tensos e olhos alerta, moviam-se em perfeita harmonia, como se compartilhassem um propósito oculto.

À frente do pelotão, o comandante se erguia como uma estátua de autoridade. Sua armadura, gravada com símbolos ancestrais, refletia a luz do sol em um espetáculo dourado.

Ele cavalgava com confiança, a capa vermelha esvoaçando, um sinal de sua linhagem nobre. O estandarte da sua casa tremulava ao vento, uma promessa de glória e dever.

— Estamos nos aproximando da fronteira de Runyra, senhor! — berrou um dos soldados, a voz carregada de excitação. — Já podemos avistar um dos fortes!

O comandante assentiu, os olhos fixos no horizonte. — Ótimo! Preparem-se! Atacaremos com fúria, sem dar chance para revidarem!

Mas da grama alta, algo sinistro se formou.

Um sorriso, mais ameaçador que qualquer lâmina, brotou nos lábios de um observador oculto.

E então, como se o próprio solo tivesse conspirado contra eles, um círculo mágico irrompeu, exatamente abaixo dos cavalos que marchavam no centro do pelotão.

Boom!

A planície estremeceu sob a explosão colossal, projetando destroços e cavaleiros em todas as direções. O estrondo reverberou como um trovão, e uma nuvem de poeira ergueu-se, obscurecendo a visão dos sobreviventes.

— Ataque! Estamos sob ataque! — gritou um dos cavaleiros, sua voz ecoando no caos.

O líder, agora caído, tentou se levantar, mas seus olhos estavam desorientados. Ele buscava reagrupar o que restava de seu exército, mas a confusão instalou-se rapidamente.

Os cavaleiros sobreviventes, atordoados e desnorteados, lutavam para reorganizar suas fileiras, como peças de um tabuleiro despedaçado.

Foi então que, dos flancos da planície, emergiram os carniceiros do centro-leste. Silenciosos como sombras, eles haviam esperado o momento certo para atacar.

Armados com lâminas afiadas e olhares ferozes, os carniceiros lançaram-se sobre os soldados desorientados.

O campo de batalha transformou-se em um redemoinho de violência, onde os cavaleiros eram abatidos sem piedade.

Crunch! Crunch! Crunch!

— O-oi! — Lettini estava à frente do líder daquele pelotão, a adaga tremendo em suas mãos.

“Eles são de Runyra?”

— Os magos, onde estão os magos? — berrou o líder, vendo seus homens serem abatidos sem ter chance de se defender. — Nós… estamos sendo aniquilados…?

— A-ainda estou aqui… — balbuciou Lettini. — A-aí vou eu!

Woosh!

Ela desapareceu em um piscar de olhos, sua lâmina afiada estocando o abdômen do líder.

“Uma… usuária do silêncio…?”

Crunch!

Lettini o rasgou do abdômen até a garganta, partindo sua armadura como se fosse manteiga.

Ao longe, Elhad, Falone, Heilee e Leona observavam a carnificina.

— Essa mulher é bem animada… — comentou Leona.

— É melhor assim — disse Falone. — A divisão de Lettini é experiente em aniquilar uma grande guarnição rápido. Se continuarmos nesse ritmo, conseguiremos alcançar a capital em poucas semanas.

— Humpf! — Suspirou Leona irritada. — Desde que estávamos em Ultan, ouvíamos que Rontes era uma força militar a ser temida, mas isso foi decepcionante.

— Se passaram dois anos desde que Ultan caiu, e ficamos mais fortes nesse tempo — disse Elhad.

Leona fez beicinho e Heilee coçou a nuca.

— Não faz essa cara, você pode enfrentar Yonolondor se quiser.

As orelhas dela contraíram-se.

— Tudo bem, eu aceito! Yonolondor é meu!

De trás deles, do fundo, Sashri retornou limpando o sangue do rosto com as costas da mão.

— E então? — perguntou Elhad.

— Pelo que descobri, Yonolondor ordenou que tudo em Rontes fosse focado para a guerra. Parece que Alexander está morto, Colin o matou.

— Droga! — esbravejou Leona. — Ele mata um apóstolo e me manda para esse fim de mundo cheio de gente fraca! Quando eu colocar minhas mãos no mestre Colin…

— Ele não matou um apóstolo — comentou Elhad. — Mas uma carcaça. O verdadeiro apóstolo nem neste mundo deve estar.

Ainda fazendo beicinho, Leona continuou em silêncio.

— Melhor ir andando, Rontes é grande — disse Elhad se afastando. — Não quero ficar meses nesse lugar.

A tomada do Norte por Runyra havia sido iniciada. Por parte de Colin, o rei, havia certa expectativa que todo norte fosse pacificado antes que seus filhos com Ayla nascessem.

Isso feito, seus esforços seriam direcionados para Rontes do Sul, pacificando totalmente o leste, um feito nunca alcançado nem pelos mais poderosos seres que já pisaram naquelas terras.  

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