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Desde que Colin partiu em sua missão, seus futuros companheiros de guilda não perderam tempo e começaram de imediato o treinamento.

Elhad era um espadachim habilidoso, e depois de dois dias treinando Safira, ela já o chamava de mestre.

O elfo sempre pregava que para ter sucesso no caminho da espada, deve-se conhecer outras artes além da militar. Deve conhecer a caligrafia, pintura, escultura, poesia e as cerimônias de adoração aos Deuses de suas árvores.

Era importante a reverência aos deuses, mas não deviam contar com sua proteção, deviam, além de tudo, confiar no esforço próprio.

Descalço e sobre um longo tatame avermelhado, Elhad segurava uma espada de madeira em uma das mãos. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo e ele usava regata preta e shorts da mesma cor. Safira usava um top preto de alça com uma regata branca por cima que realçava bastante seus braços e um shorts, que denunciava os músculos de suas coxas.

Seu cabelo curto estava bagunçado, e não só seu rosto, mas todo seu corpo pingava suor.

Eles já estavam treinando há horas.

— Você é bruta demais — alertou Elhad — Usa muita força ao invés de sutileza. Já disse a você, não tente imitar seu amigo Colin. O estilo de luta de vocês é diferente. O que funciona com ele não funciona em você.

Safira abaixou a espada enquanto tentava recuperar o fôlego.

— Como assim? — perguntou ofegante.

Elhad suspirou e coçou a nuca.

— O estilo de luta dele se encaixa perfeitamente para as árvores que ele tem. Velocidade e força são uma combinação poderosa, mas o seu estilo se encaixa melhor em poder destrutivo e sutileza. Vi sua luta contra Anton, você foi bem, mas não foi sutil o suficiente. Seus golpes eram diretos com uma brutal carga de poder e isso tornava seus golpes previsíveis. Você é uma garota fora da curva quando se trata de poder, por isso tantas guildas chamaram você para as integrar. Você tem uma espada em mãos, mas não sabe como usá-las, parece uma amadora usando isso.

Safira franziu o cenho. Ouvir aquelas palavras foram um pouco desagradáveis. No rank geral da universidade, ela estava entre os 30 melhores, mas mesmo assim, não era o suficiente.

— Preste atenção! — Elhad ergueu a espada de madeira — É por isso que você deve trabalhar em sintonia com todas as atividades que citei anteriormente. Elas são um conjunto de tarefas que usam de importantes instrumentos que podem ser bem trabalhados harmonicamente, mas para isso, você precisa saber o que está fazendo, conhecer a arma que empunha em suas mãos. O escritor, além do pincel, deve conhecer as palavras, os movimentos, as formas e sentimentos a serem transmitidos no papel. Assim como o lavrador tem os instrumentos necessários para sua atividade, ele fica de olho nas estações, observa atentamente a natureza para tirar o melhor dela. O artesão também tem seus próprios equipamentos e aprende a usá-los com maestria para erguer carcaças e outras construções.

Cortando o ar em forma de cruz, Elhad apoiou a ponta da espada no tatame.

— Para os guerreiros e espadachins como nós, devemos compreender nossos instrumentos de trabalho. Se desconhecermos nossas vantagens e desvantagens com eles, estaremos caindo em desleixo e seremos consequentemente derrotados no campo de batalha. Tenha isso em mente, nós terminamos por hoje.

— Mas Mestre Elhad, eu ainda posso continuar…

— Não, não pode. Você é jovem demais, é muito apressada. Vá meditar, treinaremos depois de amanhã.

— Por que não amanhã?

— Tenho um trabalho para fazer. Ocupe seu tempo de treino com meditação, pode ajudar você a ser menos impaciente.

Safira fez beicinho e abaixou a cabeça.

— Não precisa me tratar como se eu fosse uma criança.

Caminhando próximo a Safira, Elhad bagunçou ainda mais o cabelo dela e exibiu um sorriso gentil.

— Você não é uma criança, mas ainda não é uma adulta. Limpe tudo e guarde os equipamentos.

— O quê? Sozinha?

— Sim. Guardar as coisas também é uma parte importante do treino.

— Mentiroso…

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Após limpar tudo e guardar os equipamentos, Safira trocou de roupas e retornou para seu dormitório.

Assim que chegou na porta, retirou os chinelos e girou a maçaneta. Sua residência não passava de um apartamento com três quartos. Como Alunys estava viajando, o apartamento ficava bem grande para Safira e Brighid.

Brighid estava com o cabelo preso em um coque próxima à bancada da cozinha. Usava um avental bordado, segurava uma colher de madeira em uma mão e uma vasilha com massa dentro na outra.

Jogando a mochila com sua roupa de treino próxima à parede, Safira sentiu um cheiro forte que vinha do fogão a lenha que ficava perto da enorme janela.

— O que está fazendo? — perguntou Safira indo até à cozinha e abrindo a tampa da panela.

Dentro, havia cacau derretido que tinha um cheiro bastante doce e agradável.

— Ei! — chamou Brighid — Vá lavar as mãos antes de sair tocando nas panelas.

Ah! Desculpa.

Safira tampou a panela e correu até o banheiro. Lavou as mãos rapidamente e voltou para a cozinha, sentando-se em um dos bancos da bancada de mármore.

Enquanto mexia a massa com a colher de madeira, Brighid não parava de esboçar seu sorriso. Ao mesmo tempo, em que ela estava ali, sua mente parecia estar em um lugar distante.

— Porque essa cara de boba? — perguntou Safira.

Brighid a encarou e sorriu gentilmente.

— Eu só estava pensando…

— No quê?

— No que eu e Colin faremos quando ele retornar…

Safira ergueu uma das sobrancelhas, depois franziu o cenho. Ela sabia que Brighid era tão apegada a Colin quanto ela, mas Brighid parecia ter sentimentos bem mais intensos, sentimentos que Safira desconhecia.

— O que vocês vão fazer? — perguntou com a maior inocência do mundo.

Brighid parou de mexer a vasilha e ergueu os olhos, encarando Safira. Foi então que ela percebeu que havia falado demais. Franzindo os lábios, ela ficou vermelha como pimenta. Virou-se de costas e começou a mexer a massa na vasilha ainda mais rápido.

— N-Não é nada! E-Eu só estou com saudade, só isso…

Safira notou o nervosismo dela, mas deu de ombros.

— Desde quando você se interessa por cozinha? — perguntou Safira olhando várias vasilhas sujas espalhadas na pia ao lado.

Brighid estava com um pouco de cacau derretido na bochecha, até mesmo seu avental estava um pouco sujo.

Ela havia despertado o interesse em cozinha porque sabia que não só os humanos gostavam de comer, mas todas as raças eram apaixonadas por isso. Porém, seu objetivo era ganhar alguns pontos com Colin, e quem sabe conquistá-lo de vez pelo estômago.

— Bem… — disse Brighid olhando para o lado — Não dá para gente comprar comida sempre, sabe?!… Então resolvi aprender — Ela encarou Safira nos olhos — Você devia aprender também, pode ser útil para você.

Safira abanou uma das mãos.

— Minhas mãos foram feitas para quebrar coisas, brandir espadas e socar os rostos dos meus inimigos. — disse ela gesticulando com as mãos — As suas mãos são bem mais gentis. Você é uma ótima curandeira, tenho certeza que será uma ótima cozinheira também.

Brighid corou e abriu um sorriso.

— Obrigada por dizer isso. Pensei que você não conseguisse fazer elogios como esse. — Zombou Brighid.

— Eu só disse a verdade, e é Colin que não consegue fazer esse tipo de elogio — Safira se levantou do banco — Quando ficar pronto me avise, acredito que vou dormir um pouco. Mestre Elhad não me dá um minuto de descanso, exceto nas partes em que ele vem com aqueles sermões irritantes sobre eu não saber usar uma espada corretamente.

— Está até mesmo o chamando de mestre háhá. Parece que estão se dando bem.

— Ele é um pouco irritante, mas é legal.

Safira se afastou a passos lentos, retirando-se para o fundo do corredor e Brighid reparou em suas costas. Ela estava mais musculosa, mas suas curvas femininas pareciam ainda mais realçadas. Os quadris dela estavam levemente mais largos, a nádega estava bem empinada e as coxas dela estavam mais grossas.

Até mesmo seu busto havia começado a ganhar volume. Safira treinava a pouco tempo, mas como estava na puberdade, seu corpo parecia se adaptar mais rápido aos exercícios rígidos impostos a ela.

— Está se tornando uma mocinha. — Zombou Brighid. — Tenha cuidado, os garotos podem te tratar gentilmente só para se aproveitarem de você.

Safira se virou sem entender o que ela quis dizer com isso.

— Se aproveitar de mim? Não entendi…

Esse era um assunto embaraçoso demais para ser tocado, até mesmo para Brighid.

Quando Colin voltar, peço para ele ter esse tipo de conversa com ela. Safira ouve tudo que ele diz, então acredito que com ele falando, ela entenderá” pensou Brighid.

— Bem… depois teremos essa conversa, mas não hoje, quero terminar o meu bolo.

— Tá… Eu hein…

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Sentado debaixo de uma árvore, Colin observava Samantha treinar os garotos. Ela passou rapidamente pelos fundamentos e explicou por cima algumas regras. Ela não tinha tempo, então tentaria passar os ensinamentos da forma mais enxuta possível.

Mesmo que não se aprofundasse demais, ela frisou que eles tinham que se dedicar a meditação e a artes como poesia, escrita ou pintura.

O róseo tingia as nuvens, dando um contraste pitoresco ao lugar. Uma névoa fina estava sobre o vale, dando um ar agradável ao local de treino.

Samantha segurava uma lança frente aos garotos e mantinha sua postura de autoridade.

— A arte da esgrima é a principal das artes marciais, em seguida a arte da lança, de arco e flecha, de equitação, de combate, de bastão, corrente e setoura, como artes marciais secundárias, ensinadas em todas as escolas de artes marciais.

Samantha cravou a lança ao seu lado e se agachou apanhando duas espadas, uma em cada mão.

Fez movimentos graciosos como se dançasse lentamente, logo depois, com extrema maestria, fez movimentos de combate. Depois de alguns segundos, ela parou de se mover, encarando os garotos que ficaram boquiabertos com todos aqueles movimentos.

— É difícil empunhar as duas espadas quando se está a cavalo ou em corridas aceleradas, em regiões pantanosas, em arrozais lamacentos, em trechos pedregosos, em subidas íngremes, ou, ainda, no meio da multidão. Se o inimigo porta na mão esquerda arco, lança ou outra arma, vocês devem empunhar a espada longa na mão direita.

Ela soltou as duas espadas e apanhou uma espada longa.

— Nesses casos, segurar a espada longa com ambas as mãos não corresponde com o que aprendi e com o que ensinarei a vocês. — Samantha cortou o ar gentilmente algumas vezes — Caso seja impossível abater o adversário com uma espada, então se deve usar as duas. Primeiro, proponho começarmos com o básico do combate, logo escalaremos depois para coisas mais abrangentes. Podem pegar as espadas.

Samantha queria treiná-los com o simples no começo, e logo depois ensiná-los a imbuir suas armas com mana, deixando-as quase dez vezes mais potente.

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O treino durou quase toda manhã, e após inúmeros movimentos, os quatro estavam exaustos. Não pelo treino em si, mas pelo desgaste mental do número de informações aprendidas. Já na carruagem, Liena conseguiu papel e pincel. Ela se concentrava, tentando colocar o que aprendeu no papel enquanto a carruagem sacudia de um lado para o outro sem parar.

Loaus jogava conversa fora com Kurth. Falavam sobre o treinamento e as armas que agradaram mais a ambos. Kurth se sentiu melhor usando um arco. A maioria de seus golpes envolviam disparos, e se ele conseguisse imbuir magia nos seus disparos de arco e flecha, então poderia atingir um patamar que jamais imaginou. Já Loaus preferia a arma longa, acreditando que ela trazia vantagem em qualquer tipo de combate.

Alunys, Wiben e Colin haviam partido na carruagem da frente, acompanhados de outros camponeses. Colin não era muito de conversar, muito menos Wiben. Já Alunys, não parava de falar sobre como sua primeira experiência do treino de combate foi incrível. Usuária da árvore do pélago, ela tinha de longe a maior versatilidade das doze árvores.

Usuários da árvore do pélago, podiam manipular a água em seus três estados, sólido, líquido e gasoso. Os usuários mais experientes conseguiam fazer com que sua água tivesse poder curativo, e havia boatos que os monarcas dessa árvore conseguiam manipular um humano como marionete através do sangue.

Porém, tudo não passava de boatos. Monarcas da árvore do pélago eram tão raros quanto monarcas da árvore-do-céu. Talvez, fosse essa dificuldade que fez Alunys admirar Colin tanto quanto Safira ou Kurth. Mesmo com tudo contra ele, Colin conseguia se virar, e ela achava isso incrível.

Sem contar que Wiben também era alguém que chamava bastante atenção. Não era por ele ser habilidoso com armas, mas porque entre ele e Colin parecia existir uma tensão intrigante no ar, e ela estava curiosa para saber do que se tratava.

— Senhor Colin — disse Alunys encarando Colin nos olhos — Acredita que conseguiremos nos tornar monarcas um dia? Acredito que esse é um sonho meu, é o seu também?

Colin deu de ombros.

— Sonho? Não. Se acontecer, aconteceu.

Hum… Você não tem nenhum sonho?

Colin começou a pensar e não chegou a nenhuma conclusão.

— Suponho que não.

— Nem se casar e ter filhos? Dizem que todo homem sonha com isso. — Ela se virou para Wiben — Sonha em ter filhos com senhorita Samantha?

Wiben ficou boquiaberto por alguns segundos com a pergunta direta de Alunys. Ele e Samantha eram jovens demais, e ele ainda não havia terminado a universidade. Wiben tinha que corresponder à altura da família de Samantha e galgar degraus ainda mais altos para que a família aceitasse o casamento de ambos, para assim terem uma família. Ainda era algo bem distante.

— Quero ter filhos, mas não agora.

— Entendi, e você, senhor Colin?

— Não seja incisiva demais — disse Colin — Isso pode afastar as pessoas de você. E nenhuma mulher quer casar comigo, quem dirá ter filhos.

— Por que não?

Colin deu de ombros.

— Tem vários motivos. Sou um plebeu, os nobres me odeiam, não tenho onde cair morto e não sou atraente. Definitivamente a chance é nula.

— Nem toda mulher escolhe um cara pela beleza, sabia? E existem outras raças de mulheres que avaliam outros critérios. As mulheres Orcs, por exemplo, preferem usuários da pujança para terem filhos, mesmo que seja mestiço. As sereias também, mas no caso delas, só vão querer acasalar com você e depois te descartar.

— Você parece saber muito sobre essas coisas…


Coçando a bochecha, Alunys olhou para o lado.

— É, eu leio bastante.

— E o que sabe desse assunto em relação às fadas?

Aquela foi uma pergunta estranha, tanto para Wiben que estava do lado quanto para Alunys na sua frente. Colin não era o tipo de pessoa que demonstrava esse tipo de curiosidade sem ter algum interesse genuíno.

Alunys olhou para o teto, tentando se lembrar o que havia lido sobre o relacionamento das fadas.

— Fadas não são seres que costumam se relacionar como as outras raças. Elas vivem muito tempo, então julgo que isso é um tipo de controle populacional biológico ou algo assim. É possível que elas passem centenas de anos sem nem acasalar, tanto que grande parte da população de fadas nunca acasalou. Ao contrário dos humanos ou sereias que podem ter dezenas de relações com parceiros diferentes durante a vida, fadas costumam passar o resto da vida com um só parceiro. Uma forma de amor incondicional ou algo do tipo.

Colin fez que sim com a cabeça. Ele se arrependeu levemente de ter perguntado aquilo. Sua mente começou a abraçar pensamentos que ele queria esquecer, enterrar debaixo da terra aquelas vontades intensas que faziam ele sentir ainda mais saudade de Brighid, mesmo que ambos ainda não tivessem esse tipo de relação carnal.

— Você é mesmo muito inteligente. — Gracejou Colin.

— Eu precisava ser, já que sou péssima em combate.

A carruagem parou de se mover de repente. Os cavalos pareciam assustados com algo. Curiosos, os camponeses desceram de suas carruagens, tentando entender o que estava acontecendo com os cavalos.

Saindo da carruagem, Colin se aproximou do velho que não fazia ideia do que estava acontecendo.

— Algo assustou eles — disse o velho segurando o buçal de um dos cavalos.

— O que os assustou? — perguntou Colin olhando para os dois lados.

— Não faço ideia, senhor Colin!

Sentindo um arrepio na espinha, Colin olhou a estrada atrás dele. Usando a análise, viu um rastro de mana enorme se aproximar. Pela forma da mana, percebia-se que não era humano e estava bem acima da mana sinistra emanada pelo Bakurak.

Seja lá o que fosse, se aproximava em uma grande velocidade.

— Uma invocação do abismo? — disse Wiben deixando o interior da carruagem.

— Um, o quê? — perguntou Colin.

— Invocação do abismo. São demônios de contratos, e parecem estar atrás de nós. Alguém desta caravana mexeu com alguém que não devia.

Samantha deixou a carruagem em que estava às pressas e foi correndo até o velho que assumia um semblante de pânico.

— Você tem que evacuar as pessoas agora! Faça todos entrarem na carruagem e parta o mais rápido possível!

— Não estou entendendo, senhorita…

— Não precisa entender, entra na carruagem e dê o fora daqui, agora!

Não só o velho, mas todos os camponeses começaram a entrar no interior da carruagem. Os gêmeos olharam pela janela e Samantha disse que eles não deviam se envolver nisso, ainda estavam em treinamento.

— Alunys! — disse Colin virando-se para encará-la — É melhor você não se envolver nisso também. Fique na carruagem junto dos gêmeos, eu assumo daqui!

Ela franziu os lábios e fez que sim com a cabeça.

— Senhor Colin, tome cuidado!

— Certo! Kurth, você fica, precisamos do seu poder destrutivo.

Kurth assentiu.

O velho sacudiu as rédeas e os cavalos partiram o mais rápido que conseguiram, deixando um rastro de poeira.

— Se preparem! — disse Colin vendo algo destruir as árvores como se fosse um tanque de guerra — Está chegando!

Segurando-se para não serem lançados no chão da carruagem, os gêmeos pareciam assustados, tentando entender o que havia acontecido.

— A gente devia ter ficado! — disse Loaus zangado.

— Não seja idiota — disse Liena se segurando na maçaneta da porta — só atrapalharíamos. Aquela não é uma coisa que a gente consiga dar conta, não agora.

— Eu sei, mas mesmo assim…

— Confiem neles! — Os gêmeos encararam Alunys — Não conheço tão bem senhorita Samantha ou o senhor Wiben, mas dá para sentir, eles são bem fortes. Senhor Colin está com eles, então ficará tudo bem!

Loaus havia lido algo sobre esse tipo de confiança cega que as pessoas tinham umas nas outras. Era diferente ver isso fora das páginas. Ele sabia que eles eram fortes e os respeitava por isso. Muitos nobres não passavam os mesmos sentimentos que eles passavam ou tinham a vontade de proteger os fracos como eles tinham. Mesmo sua irmã não admitindo, ela começou a admirar Samantha, e ele, assim como Alunys disse, começou a confiar naqueles que ficavam para a batalha, pois, se eles perecessem, tudo estaria perdido.

Não só confiança, ele começou a ter fé.
Aquela era a segunda vez que eles se arriscavam por outras pessoas, e era assim que guerreiros de verdade deveriam se portar. Loaus não estava pensando direito no momento, mas decidiu que assim que retornasse ao palácio, pediria ao seu pai para seguir aqueles que arriscaram sua vida por ele.

Pediria para se matricular na universidade e que pudesse se juntar àqueles que ele julgava ser um exemplo. Caso viesse a se tornar imperador como ele já especulava, pessoas assim deveriam ocupar cargos de prestígio e suas influências afetariam todo o império.

Ele queria ser um pilar para o povo, um imperador benevolente, que está disposto a dar atenção aos lamentos de um povo que sofre em silêncio por medo das ações de seu pai, mas não conseguiria fazer isso sozinho.

Essa viagem estava o transformando. Lentamente, Loaus parava de pensar como um garoto, e começava a pensar como um homem.

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Olá, eu sou o Stuart Graciano!

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