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Capítulo 41: Investigação

No quarto apertado, sentada em uma cadeira de madeira tomando café, Samantha estudava o jornal local, prestando atenção em qualquer tipo de notícia fora do normal.

Havia relatos de desaparecimentos não só neste vilarejo, mas em todos os vilarejos e aldeias próximas. Ela havia solicitado ao estalajadeiro todos os folhetins que associassem notícias sobre vampiros ou somente especulações sobre. Por incrível que possa parecer, o jornal deixou de noticiar as mortes e sequestros fazia alguns meses, e quando anunciavam, faziam em minúsculas notas de rodapés, não apresentando detalhes importantes.

Colin estava deitado na cama mexendo em uma moeda com os dedos.

— O mais estranho — disse Samantha encarando os folhetins — é que as datas de desaparecimento caem nas noites de lua cheia, e logo depois, na manhã seguinte, são encontrados corpos de pessoas que sumiram na noite anterior. Acredito que podemos estar mesmo nos metendo com vampiros aqui, ou quem sabe, lobisomens.

— Já enfrentou vampiros antes? — perguntou Colin.

Samantha fez que não com a cabeça.

— Eles não são inimigos muito comuns de enfrentar. É anormal eles darem as caras dessa forma desleixada. — respondeu Samantha.

— Bom, temos três dias sobrando para descobrir, mas é melhor não aprofundarmos demais nisso, quero a ajuda dos outros nesse caso.

Juntando todos os folhetins e recortes das notícias que encontrou, Samantha os colocou em cima da escrivaninha e alongou-se. Fazia quase uma hora que ela estava sentada lendo os documentos.

— Podemos encontrar os outros — disse Samantha alongando — mas julgo que devemos viajar até o vilarejo dos camponeses primeiro e resolver o problema com os vampiros depois, já que esse é um caso à parte.
Colin se sentou na cama e fez que sim com a cabeça.

— Falta muito para chegarmos ao vilarejo dos camponeses?

Olhando para um mapa na parede, Samantha apoiou as mãos na cintura e calculou mentalmente quanto tempo levaria pelas rotas de comércio, pelos possíveis atalhos e estradas menos sinuosas.

— Não sei. — respondeu ela — Talvez três ou quatro dias.

— E a próxima lua cheia, quando será?

Ela olhou para um calendário lunar que estava ao lado do mapa na parede, colocado ali propositalmente por ela enquanto fuçava nos documentos.

— A próxima lua cheia é daqui a dez dias.

— Então temos tempo. Em vez de esperar aqui comigo por três dias inteiros, melhor você pegar um cavalo e resolver logo essa coisa dos camponeses. Eu fico aqui descobrindo o que der no caso dos vampiros.

Samantha franziu o cenho. Ela achou estranho aquele desejo repentino de Colin em vampiros. Cruzando os braços, ela o encarou da mesma forma que uma mãe encara um filho que tentava esconder uma travessura.

— Por que quer tanto assim resolver o “problema” com os vampiros?

Colin deu de ombros.

— Primeiramente, é pelo dinheiro, e a segunda coisa é que quero lutar de novo. A luta contra o demônio praticamente me fez emergir. Gosto de lutar, e até pouco tempo eu não fazia ideia que era possível sentir esse tipo de coisa.

— Entendi… De qualquer modo, é melhor fazer como você disse. Proponho terminarmos a missão com os aldeões primeiro e logo concluiremos depois a dos vampiros, já que exigirá mais tempo.

Toc, Toc, Toc!

Samantha se moveu até a porta e a abriu. Era um dos homens do duque segurando dois sacos gordos de moedas.

Ela escancarou a porta e o homem entrou, entregando os sacos pesados para a garota loira a sua frente. Samantha estava com dificuldade em manter segurando aqueles sacos de moedas pesados, mas manteve sua postura.

— O duque disse para vocês agirem rápido, logo irá anoitecer. — disse o homem de feições agressivas.

— Não se preocupe — disse Samantha — Não temos medo do escuro.

— Percebi, não é à toa que anda junta de um elfo negro, não é?

— Se nos der licença, temos trabalho a fazer. Diga ao duque que mandei um “Oi!”.

O homem, de expressão áspera e com uma enorme cicatriz no rosto, apenas fez que sim e caminhou para fora do quarto.

Samantha empurrou a porta com um dos pés. Os dois sacos começaram a emitir faíscas e se transmutaram em dois anéis de ouro.

— Toma! — disse ela jogando um dos anéis para Colin — Não perca isso, tem 500 moedas de ouro aí.

Colin colocou no anel na mão direita, e Samantha fez o mesmo.

Encarando melhor os anéis, Colin suspirou e coçou a nuca.

— O que foi? — perguntou Samantha notando o descontentamento do companheiro.

— Não quero confusão com Wiben…

Samantha ergueu uma das sobrancelhas.

— O quê? Por quê?

— Bem, isso parece um anel de casamento…

Ah… Não se preocupa, depois que eu explicar tudo a ele, ele entenderá. E um anel é difícil de se perder. Você entende, né?

Colin deu de ombros e se ergueu da cama.

— E se eu quiser tirar algum dinheiro do anel, como faço?

— Esfregue-o com o dedão três vezes e duas moedas irão aparecer na sua mão. Se quiser colocar moedas de volta é só cerrar o punho que está com o anel por três segundos.

— Sua magia é bem prática. Bem, vamos logo iniciar as investigações e você partirá de manhã para encontrar os outros. Eles devem estar há algumas horas daqui.

— Tá, eu sei, mas primeiro a gente precisa trocar de roupa.

Ficando frente a Colin, Samantha tocou seu peito.

Sua blusa se transformou em uma camisa de manga longa preta bastante justa. A calça era a mesma cor e sua bota também.

Colin arregaçou as mangas até metade de seus antebraços e depois coçou a bochecha.

— Você devia ser alfaiate, ia ganhar muito dinheiro com isso.

Samantha fez o mesmo consigo, mas ao invés de uma camisa preta, ela aderiu a um amarelo mais escuro para combinar com seus cabelos. Ela prendeu o cabelo em um rabo de cavalo e saiu pela porta.

— Tá esperando o quê? — perguntou ela segurando a maçaneta — Vamos!

 “Ela é bem diferente do que pensei que seria. Acredito que perdeu aquele medo que tinha de mim e está agindo normalmente. É tão barulhenta quanto Brighid, mas pelo menos parece ter um bom coração…”

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Eles caminharam pouco pelo ducado, mas perceberam que o Leste se encontrava um número considerável de moradores carentes, então, foi para lá que seguiram.

O ducado gozava de estruturas belíssimas, mas a população desta parte do ducado não parecia ter a mesma beleza. Muitos estavam sentados em meio a sarjeta, com um olhar tão distante que pareciam estar sob o efeito de alucinógenos. O belo e trabalhado ladrilho ornamentado já não existia mais ali, dando lugar a uma lama grudenta, misturada a fezes e urina.

Alguns homens estavam sentados na soleira de suas casas, bebendo ou fumando. As crianças corriam despreocupadas trajando vestes de segunda mão. Algumas mulheres estendiam roupas e amamentavam suas crianças do lado de fora de casa.

Colin e Samantha caminharam em meio aquela penúria, mas Samantha sentiu traços de magia que vinham de dentro de uma casa que não era nada bela, era praticamente um barraco caindo aos pedaços.

— Colin… — chamou ela — Acredito que pode ter algo lá dentro.

Ele olhou para aquele barraco e nada achou de mais.

— Consegue sentir magia? — perguntou ele.

— Sim… não é muito forte, mas sinto.

— Entendi, vamos investigar.

Samantha segurou o pulso de Colin.

— Espera, você não pode ir assim de peito aberto, quem sabe o que pode ter lá?!

— Relaxa, não posso usar magia, mas continuo forte. Sou um usuário da pujança, afinal…

— É… eu havia esquecido esse detalhe, mas me deixa ir à frente, tá?

Colin deu de ombros.

Samantha assumiu a dianteira e subiu as escadas da soleira, que rangiam abruptamente a cada passo.

Concentrando mana em seu nariz, Samantha tentou farejar algo na casa, mas não sentiu nada podre. Havia um leve aroma de café, pão fresco e perfume afrodisíaco normalmente encontrado em bordéis.

Cerrando o punho, Samantha bateu três vezes na porta.

Demorou alguns segundos e a porta abriu lentamente. Uma mulher segurando uma criança apareceu. Ela encarou Samantha e depois Colin que estava logo atrás. Os encarava com o mesmo olhar dos moradores locais, um olhar morto, que carregava o sofrimento de uma legião. A mulher tinha olheiras profundas e seu cabelo estava desgrenhado.

— Oi… — disse Samantha.

A mulher continuou os encarando sem dizer nada.

Sem jeito, Samantha coçou a bochecha com o indicador e olhou rapidamente para Colin, voltando seu olhar para a mulher.

— Bem, estamos investigando sobre as mortes e desaparecimentos recentes que vem acontecendo no vilarejo… você tem alguma informação que possa nos dar?

A mulher os encarou de cima a baixo. Olhou os cabelos bem cuidados de Samantha, seu rosto delicado, sua pele bem cuidada, mas olhou suas mãos, que eram cheias de calos e arranhões. Logo encarou depois Colin atrás dela. Era a primeira vez que ela via um elfo negro, ou alguém que se parecesse com um.

— Hum… — grunhiu ela encarando Colin — Você é um estrangeiro? Nunca vi ninguém como você por aqui…

— Sim! — respondeu Colin — O duque nos contratou para investigar… Você teria alguma informação que possa compartilhar conosco?

A mulher escancarou a porta e caminhou para o fundo da casa.

Samantha e Colin cruzaram olhares. Sem perder tempo, Samantha foi a primeira a entrar. Botou o primeiro pé para dentro, encarando uma residência desolada.

Estava tudo bagunçado.

Mosquitos faziam um banquete nas frutas podres da bancada de madeira. Mais ao fundo, havia uma lareira e uma cadeira de balanço. Colin fechou a porta atrás dele e se aproximou da mulher devagar. Observou haver uma grande cama no canto e o cômodo parecia dividido por um pano negro.

A mulher sentou-se na cadeira de balanço e apontou com o queixo para a cadeira ao lado.

— Você e seu marido podem se sentar aí. — disse a mulher.

— Ele não é meu marido. — disse Samantha sacudindo uma das mãos — Somos só amigos.

— Ah… Pelas alianças pensei que… bem, esqueçam, podem se sentar.

Samantha se sentou e Colin sentou-se ao seu lado.

— Meu nome é Samantha… e esse é meu amigo, Colin, muito prazer.

A mulher manteve seu olhar na lareira crepitando em fogo baixo.

— Sou Alihana. Você disse estar procurando pelos desaparecidos, certo?

— Isso mesmo, tem alguma informação que possa nos dar?

— Gostaria de poder ajudar com o que pudesse, mas como pode ver, minha condição não é lá das melhores.

Samantha havia entendido o que a mulher queria. Talvez algumas moedas e ela abriria a boca. Enfiando a mão no bolso, Samantha retirou uma moeda de seu anel e mostrou para a mulher.

Ela esticou a mão para apanhar as moedas, mas Samantha recuou.

— Primeiro, a informação. — disse ela.

— Vocês são mesmo estrangeiros… uma moeda de ouro é mais que consigo em uma quinzena com os homens que vem até aqui.

Colin olhou novamente para a enorme cama desarrumada, notou o leve aroma afrodisíaco e pousou seus olhos novamente em Alihana.

— Você é uma prostituta?

— Surpreso? Tenho um filho pequeno para criar, senhor estrangeiro. As pessoas não são complacentes com forasteiros como eu ou você, e não tem muitos empregos nesse lugar… tenho que sobreviver de alguma forma. Você é bonito, é alto e forte, não deve me entender. — Ela encarou Colin nos olhos. — De onde você é?

— Viemos da capital. — respondeu ele.

Alihana ergueu as sobrancelhas.

— Por isso vocês têm tantas moedas… O que você quer saber, senhor estrangeiro?

Samantha se sentiu totalmente excluída da conversa. Ela cruzou os braços e se acomodou na cadeira. A mulher parecia realmente impressionada pela aparência de Colin. Afinal, naquele lugar, ele era alguém exótico.

Desta vez foi Colin que encarou as chamas.

— Você disse ser uma forasteira, como chegou até aqui?

Alihana ajeitou a criança em seus braços e franziu os lábios. Ela estava prestes a abrir a porta de memórias dolorosas de se visitar.

Ela era uma mulher bonita, tinha longos cabelos castanhos e seus olhos eram azuis como cristal. Seu nariz era fino e seus lábios eram grossos. Mulheres com a aparência dela normalmente tinham um cargo de prestígio na corte ou eram amantes de reis.

— Bem, o senhor sabe como é a guerra, não sabe? Essa maldita guerra que nos obriga a fugir como cães com o rabo entre as pernas. Meu marido sempre foi um homem bom, ele cuidava de mim e do meu filho, até que a guerra nos alcançou. Fomos obrigados a fugir por aí sem rumo… Somos pessoas humildes, senhor estrangeiro, apenas queríamos criar nosso filho longe desse caos.

Alihana sentia um aperto no peito. Doía pensar em como tudo acabou daquela forma, como ela teve que se humilhar de diferentes formas somente para manter seu filho seguro e longe da fome.

A criança em seu colo começou a chorar e Alihana se ergueu.

— Pode segurar ele por um momento? — perguntou ela com voz chorosa.

— Claro…

Colin pegou a criança e Alihana desabou em lágrimas. Ela apoiou a mão no peito e chorou como uma criança. Era a primeira vez que conversava disso com alguém em semanas.

Ela se sentia aliviada de ter encontrado alguém para desabafar, alguém que se dispunha a entendê-la, a entender sua situação decadente, alguém com quem ela poderia partilhar de seu luto sem medo de ser julgada.

Colin e Samantha cruzaram olhares, mas não disseram nada. Alihana sentou-se na cadeira e limpou as lágrimas com as costas das mãos.

A criança nos braços de Colin parou de chorar e o encarou enquanto sorria. Samantha gostava bastante de crianças, principalmente por ser a mais velha de três irmãs. O bebê mexia os braços miúdos para tocar Colin e Samantha no rosto. Eles estavam quase colados ao outro.

Samantha deu o indicador e o bebê começou a sorrir.

— Ele é tão fofo, né? — indagou Samantha encarando Colin.

Os olhos dela brilhavam intensamente, e ela exibia um sorriso bastante gentil. Colin se sentiu desconfortável pelo fato de ambos estarem próximos demais, então ele entregou a criança para Samantha, que o pegou com cuidado.

— Ele gostou de vocês… — disse Alihana.

— Bem… — disse Colin — Não sou muito bom com crianças…

— Meu marido também não era, mas se esforçou como pôde.

Samantha balançou a criança com cuidado enquanto o pequeno erguia as mãozinhas para tocar o rosto de Colin.

— Olha, Colin, ele quer brincar com você.

— Eu não quero brincar com ele.

Samantha colocou a criança de pé em seu colo enquanto a segurava.

— Vamos, não seja chato. Um dia você será papai e terá que brincar com seu filho, vamos lá, não é tão difícil.

Samantha entregou a criança para Colin e ele a pegou com cuidado. O garotinho esticava os braços para tocar seu rosto, então ele aproximou seu rosto para perto da criança, e o garoto tocou a bochecha dele, depois o nariz e puxou devagarinho seu cabelo.

Colin não enxergou nada mais que inocência no olhar daquela criança, a verdadeira pureza estava naquele ser tão pequeno que não tinha culpa de nada do que acontecia naquele mundo, que lentamente estava apodrecendo.

— Viu! — disse Samantha — Você está até sorrindo!

Colin não havia percebido, mas de fato ele estava.

— O que aconteceu com o seu marido… — perguntou Samantha.

— Bem… ele acabou falecendo uma semana depois que chegamos a esta cidade. Ele ficou doente após retornar para casa com marcas de mordidas no pescoço, os médicos não me deram mais detalhes. O duque disse que ficaríamos em uma residência temporariamente, mas já faz uma quinzena e aqui estamos nós… Aquele homem nos abandonou. Tentei conversar com ele, mas seus homens não me deixam nem chegar perto, sempre dizem que ele é um homem ocupado… que está cuidando de um ducado inteiro e que não tem tempo para ver uma viúva vadia…

Era possível sentir o pesar na voz de Alihana.

Um pesar tão denso que parecia uma infecção. Samantha sentiu um pouco de pena, já Colin não se sentiu tão afetado sentimentalmente. Ele lamentou mesmo pelo garoto que sofreria as consequências, mesmo que não tivesse um pingo de culpa.

Alihana limpou as lágrimas que estavam começando a escorrer por suas bochechas.

— Desculpem, vocês devem estar me achando patética.

— De jeito nenhum! — Samantha tocou as mãos da mulher — Estamos aqui para ajudar. Não é fácil perder pessoas… ainda mais aquelas que amamos…

Alihana os encarou e sorriu. Era um sorriso afável e gentil, Colin se recordou do sorriso de sua mãe e desviou o olhar, focando na lareira.

— A senhora sabe sobre outras mortes? — perguntou Colin ainda segurando o garoto no colo.

— Bom… todos aqui tem um familiar que faleceu ou desapareceu, mas ninguém fala. Não sei se é pelo luto ou por outras coisas. Enfim, essa é toda informação que tenho… Peço perdão por ser essa mulher inútil, é que… estou tão cansada, cansada de sentir medo, sentir fome, cansada desse lugar, dessa cidade, mas sem meu marido, eu não sei o que fazer, por onde recomeçar. Talvez minha situação nunca mude, mas se ao menos a alma de meu marido pudesse descansar em paz, eu ficaria extremamente grata.

Colin não queria que a criança crescesse em tais condições. Nenhum ser humano deveria viver de tal forma.

Ele se ergueu e entregou a criança para Alihana.

— Muito obrigado pelas informações. Samantha, dê a ela a moeda.

Ah, claro…

Alihana fez que não.

— Não precisa, foi bom apenas conversar com vocês. Apesar de que mais chorei do que conversei.

— Eu insisto, — disse Samantha colocando a moeda na mão da mulher — aceite minhas moedas, por favor.

O olhar de Samantha estava determinado. Alihana de alguma forma sentiu bondade naqueles dois. Colin, à primeira vista, causava espanto por sua expressão sempre séria, mas, no fundo, era uma pessoa gentil. Samantha era igualmente gentil, sendo bem simpática e empática com sua situação.

Alihana apenas cerrou os punhos, apanhando a moeda que Samantha havia colocado ali. Eles se ergueram e caminharam para fora da residência. Antes que eles fossem embora de vez, a mulher os chamou, desta vez pelos nomes.

— Senhor Colin! Senhorita Samantha! — Eles se viraram. — Vocês têm um bom coração, por favor, tomem cuidado.

Colin assentiu.

— Tomaremos.

Descendo os degraus da soleira, Colin notou Samantha um pouco cabisbaixa.

— O que foi?

— Ah… nada… é que esse tipo de coisa mexe comigo, sabe? A magia que senti naquela casa pode ser explicada pelo fato de ela ser uma prostituta. Muita gente deve vir aqui, e algumas pessoas até deixam rastro de mana. Não deve ter nada de mais naquela casa. A gente ainda terá de esperar um pouco até a missão com os camponeses terminar. Quanto tempo mais as pessoas vão sofrer desse jeito?

Colin deu de ombros.

— Tenha seu senso de responsabilidade, mas não se apegue demais. Pode fazer mal para você. Melhor você alugar um cavalo para partir amanhã cedo.

— Mas e você?

— Eu já disse que consigo me proteger.

— Não te conheço a tanto tempo, mas eu julgaria que você é do tipo impulsivo que não consegue esperar.

Colin ergueu a mão direita.

— Tá, eu prometo esperar até que você e os outros retornem.

Samantha fez beicinho e franziu o sobrolho.

— Não sei se acredito em você, essa promessa tá meio suspeita.

Colin deu de ombros.

— Acredite se quiser, mas você sabe, homens não mentem.

Samantha não conseguiu segurar a risada e encarou Colin, que continuava com sua expressão séria de sempre.

— Tá, tá… digamos que eu acredite em você, mas só dessa vez. Agora vamos logo revisar o que abstraímos e retomaremos para o dormitório já que partirei ao amanhecer.

— Certo, só fale de maneira resumida, você é bem tagarela e me deixa com sono às vezes.

Ela deu uma cotovelada no quadril dele.

— Vai se foder, Colin.

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Olá, eu sou Stuart Graciano!

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