Selecione o tipo de erro abaixo

Compradores tentavam vender aos gritos suas especiarias na grande praça do mercado. Havia pessoas de todos os tipos e pessoas de toda raça possível. A maioria deles se vestia estranhamente, com tecidos coloridos em volta do corpo e panos na cabeça, anunciando aos quatro cantos seus produtos.

Havia de tudo naquele mercado, armas, tecidos, artefatos mágicos e até mesmo livros ocultos. Era um mercado bastante amplo onde não havia nenhuma lei. Em meio aos prédios de pedra, ao cheiro da carne de peixe fritando e ao vai e vem de transeuntes, Safira estava parada em frente a uma tenda usando um longo sobretudo preto e na cabeça levava um chapéu de bruxa surrado para esconder seus chifres. Ela observava uma mulher com a orelha repleta de brincos e pele bronzeada falar sobre sua espada mágica a venda para clientes próximos.

— E tem mais! — disse a mulher passando o dedo indicador na lâmina — Essa espada foi forjada pelo fogo do grande vulcão de Zandan, o maior vulcão do mundo localizado na misteriosa ilha das fadas, venham! Podem ver!

Os olhos de Safira brilharam com aquela informação e ela enfiou a mão no bolso retirando um saco de moedas, pensando se ela teria o suficiente para comprar a tal espada.

— Não caia nessas mentiras. — disse Brighid a seu lado — Zandan está desativado faz séculos.

— Sério?

Brighid puxou Safira para longe da multidão.

— Devia parar de se distrair! — Brighid puxou o capuz para baixo até a altura dos olhos.

— Eu sei, mas é que aquela moça parecia tão convincente…

— Sei como é, Sashri conseguiu informações sobre um navio de Seda que chega hoje do oriente. A tal princesa pode estar nele.

— Já? Ela é boa mesmo nisso.

Esbarrando em pessoas e se esgueirando para sair da muvuca, elas dobraram a esquina encontrando Sashri dando algumas moedas a homens vestindo trapos. Após receberem as moedas, eles se viraram e foram embora.

— E então, a informação era verdadeira? — perguntou Brighid.

— Parece que sim, o navio trazendo seda deve chegar meio-dia no porto, então devemos nos apressar, não sabemos se terá espiões pelas redondezas, então fiquem de olhos bem abertos.

— O que a gente faz? Fica no porto até o navio chegar?

— É melhor assim, só não deem muito na cara. — respondeu Sashri.

— Não se preocupe. — respondeu Safira — tá cheio de pandoriano aqui, e ninguém parece se importar com eles. Não será a gente que chamará atenção.

— Mesmo assim, sejam discretas, principalmente você, Safira.

Ela fez beicinho e cruzou os braços.

— A culpa sempre cai em mim, impressionante.

Deixando o beco úmido, elas seguiram novamente para o mercado, vendo alguns soldados de armadura prateada passar marchando. Seus olhares também encontraram homens que se vestiam como mercenários, corpos cheios de tatuagens, brincos, exibiam suas espadas em plena luz do dia.

Quanto mais se aproximavam do porto, mais frio sentiam em seus rostos, e dava para sentir o gosto de sal na língua. Até mesmo as pessoas começaram a mudar conforme caminhavam. Os comerciantes foram trocados por piratas de dentes de ouro e meretrizes muito bem vestidas. Aquilo era bem diferente da capital, mesmo que o imperador autorizasse que os comerciantes vendessem de tudo, a capital não era tão movimentada assim, nem haviam tantas raças juntas em um só lugar.

Assim que caminharam mais um pouco, viram enfim o enorme porto, com navios de todos os tipos atracados. Piratas iam e vinham levando todo tipo de coisa em mãos. Alguns levavam ouro, outras armas e a maioria levava escravos acorrentados, já que o comércio de escravos era bem lucrativo naquele lugar.

— Tem certeza que aquela garota tá bem? — sussurrou Safira no ouvido de Sashri — Aqui parece um lugar meio hostil para uma garota tão importante ficar.

— Ela está bem, só continue andando, os navios de tecidos costumam ficar atracados mais adiante.

Safira ergueu uma das sobrancelhas.

— Como sabe disso?

— Não é a primeira vez que venho aqui, só continue caminhando.

Não tardou muito para que elas chegassem ao local onde atracavam os navios de tecidos, e Safira se surpreendeu com o número de pessoas no local. Não haviam só piratas, mas muitos deles se vestiam como nobres, verdadeiros especialistas em reconhecer um tecido de boa qualidade. A maioria deles tinha um rosto grosseiro, o mesmo semblante de nobres mesquinhos ou depravados.

— Deve ser aqui que o navio irá atracar. — Sussurrou Sashri.

— Como você sabe? — perguntou Safira.

— Ali! — Sashri apontou com o queixo — Kinesis.

Os orientais de olhos puxados e pele levemente amarelada eram chamados de Kinesis pelo povo do ocidente. Eles eram conhecidos por serem bastante habilidosos em artes marciais e no uso de armas. Haviam três deles de cara fechada olhando para o mar. Um deles tinha o cabelo longo e um semblante que dava medo.

— Assassinos? — pensou Safira.

No horizonte surgiu um mastro, logo depois as bandeiras negras e por fim o enorme navio que se parecia em muito com um navio de guerra. Havia canhões em toda sua lateral, suas bandeiras eram enormes e os tripulantes não se pareciam com reles comerciantes de seda.

Assim que atracaram, eles começaram a descer um por um, e dentre os tripulantes havia gente de todo tipo, a maioria era Kinesis que estavam fugindo da guerra do oriente a fim de recomeçar uma nova vida em um lugar mais pacato.

Sashri reparou nos três Kinesis de antes e notou que eles procuravam alguém com o olhar. O líder deles estava com a mão apoiada no pomo da espada e começou a caminhar assim que ele viu uma mulher Kinesi usando Hanfu rosa — túnica esvoaçante com mangas soltas e uma faixa na cintura, geralmente adornada.

Haviam outras mulheres usando Hanfu, mas aquela em específico chamou a atenção deles. As três estavam atentas, e assim que os três homens partiram em direção a mulher, Safira se apressou e correu para frente dos Kinesis abrindo os braços.

— Oi! Estão interessados nesse chapéu de bruxa? — Safira o tirou da cabeça e começou a balançá-lo tapando a visão dos Kinesis — Ele é bem grande, não é? Que tal se você usasse, em grandão?

Brighid se aproximou da mulher enquanto Safira os distraia e disse em seu ouvido.

— Você é a princesa Song?

Ela se assustou com Brighid, mas não demonstrou isso.

— Ah, sim… e quem é você?

— Me prove que é você, agora!

Assustada, ela mostrou o anel para Brighid, e o anel tinha o mesmo brasão cravado na carta que Stedd recebeu. Brighid colocou a mão no ombro da princesa e seu Hanfu se transformou em um sobretudo. Brighid puxou o capuz da princesa até os olhos.

— Me siga e fique em silêncio, tem assassinos por perto.

A princesa engoliu o seco e fez que sim com a cabeça. Lentamente, elas saíram da multidão e passaram por Safira ainda distraindo os Kinesis com seu chapéu.

— Sai da frente! — ele empurrou Safira para o lado e olhou para os dois lados caçando a princesa e se enfureceu quando percebeu que a perdeu de vista.

Ele observou Safira saindo de mansinho e apontou para ela.

— Peguem essa desgraçada!

— Ferrou! — Safira segurou o chapéu e começou a correr.

Ela passou por cima de um mercador de frutas e pulou até o balaústre — corrimão de concreto — Iniciando sua fuga o mais rápido que conseguia. Safira só não imaginava que seus perseguidores fossem tão rápidos e, ao mesmo tempo, seus passos eram silenciosos.

— Eles são mesmo assassinos! — pensou Safira.

Concentrando mana nas pernas, Safira apressou o passo, se abaixando de caixotes, saltando tendas e passando quase voando por navios menores cheio de pessoas desembarcando, mas isso não era suficiente para despistar os Kinesis. Ainda segurando o chapéu, ela encarou Sashri em cima dos telhados apontando para o norte onde havia um beco estreito. Safira correu até a rua e saltou até uma sacada, logo depois saltou para cima dos telhados. Como ela imaginava, os Kinesis estavam na sua cola.

Ela saltava de telhado em telhado, quem olhasse para cima veria vultos passarem rapidamente entre um vão e outro. Os pombos faziam companhia para Safira, e mesmo que estivesse em pleno perigo, ela parecia se divertir com a situação. Vendo um vão a frente, ela não pensou duas vezes antes de saltar para dentro dele.

Os Kinesis fizeram o mesmo e encararam a pequena Safira de pé em um beco sujo e úmido desembainhando sua espada de aço. Com o indicador e polegar, ela desceu o chapéu até os olhos e exibiu um sorriso.

— São assassinos que vieram matar a princesa? — perguntou Safira com um sorriso.

O líder Kinesi também desembainhou sua espada, mas ao contrário de Safira, ele não estava nada feliz. Como Elhad havia instruído, Safira usava a análise com maestria, enxergando nitidamente mesmo que a aba do enorme chapéu de bruxa estivesse frente a seus olhos.

Ela conseguia ler o fluxo de mana de seus oponentes com facilidade, observar o batimento cardíaco de cada um deles, até mesmo a tensão em seus músculos. O fluxo de mana do líder se concentrava em seu braço direito, então Safira já esperava um ataque que viria dali.

— Estão protegendo aquela mulher? — perguntou o líder em um sotaque carregado caminhando para perto de Safira — Quanto o imperador Song pagou para vocês? Posso triplicar o valor!

Safira viu o batimento do coração dele aumentar e o fluxo de mana em seu braço aumentar exponencialmente. Os outros concentravam mana nas pernas. Provavelmente o líder atacaria e os outros dois tentariam dar cabo dela.

— A gente pode negociar — disse Safira de maneira serena — Consegue triplicar o valor de 15 mil moedas de ouro?

— Está brincando comigo, garota? — ele cerrou os dentes.

— Não. Falei bem sério. 45 mil moedas de ouro e vocês saem vivos daqui. Acho que é uma boa oferta, não concordam?

— Sua fedelha!

Safira viu a mana do braço dele se concentrar de maneira ainda mais intensa, então ela concentrou boa parte de sua mana na perna e apareceu na frente do líder de forma quase instantânea. O mundo para ele pareceu estar em câmera lenta, então ele olhou os olhos dela. Ele ficou surpreso ao ver círculos mágicos enfeitarem aquela íris escura.

 Slash!

Assim que ergueu a espada para um ataque, ele viu seu braço sair voando. A espada da garota estava envolvida por um calor vulcânico, e a lâmina dela estava rubra, como se acabasse de ser fundida.

Ela ignorou o homem, a sua frente e disparou em direção aos outros dois que haviam ficado atônitos com a situação. Um deles chegou a desembainhar sua espada até a metade, mas Safira apoiou a mão na mão dele, o impedindo de continuar o movimento e o degolou com a espada rubra.

O outro conseguiu desembainhar a espada e tentou acertar Safira.

As duas espadas se chocaram, mas a lâmina de Safira estava tão quente que ela derreteu a lâmina de seu oponente e a quebrou, cortando seu oponente ao meio, pegando o ombro direito e indo até à parte esquerda da cintura.

O Kinesi olhava aquilo incrédulo. Haviam se passado só três segundos desde o início do combate. Só então ele sentiu uma fisgada no braço e cambaleou até encostar na parede.

— Para quem você trabalha? — perguntou Safira se aproximando.

Mesmo sentindo uma dor lacerante, o Kinesi apenas sorriu.

— Prefiro morrer a entregar meus senhores.

Safira saltou e enfiou a espada no peito do Kinesi. Ele golfou sangue e Safira torceu a espada, fazendo a dor aumentar. Ela se sentia bem fazendo aquilo, pouco a pouco ela estava começando a abraçar um lado que ela mesma desconhecia. Seria essa sua natureza de caído florescendo?

Não demorou muito para que o Kinesi tivesse sua vida ceifada. Ela retirou sua espada rubra e o corpo daquele homem caiu no chão. Safira girou sua espada duas vezes no ar e o rubro desapareceu, restando somente fumaça, como se a espada incandescente tivesse sido mergulhada na água.

— Parece que se divertiu. — comentou Sashri de braços cruzados encostada na parede.

— Eu só estava fazendo meu trabalho.

— Certo, fazendo seu trabalho… isso se aplica aos bandidos que nos atacaram na estrada durante o eclipse também?

— Sim. Eu só estava me defendendo. — respondeu Safira.

— Eles já tinham largado suas espadas, estavam até ajoelhados.

— Deu para ter pena de bandidos agora? Se a gente tivesse deixado eles irem, com certeza matariam ou roubariam outras pessoas. Eles só tiveram o azar de topar comigo.

— Sei… enfim, Brighid está em uma taverna próxima com a princesa, vamos indo, chifruda.

— Eu já disse que não gosto desse apelido.

— Culpe ao Stedd e não a mim.

— É, quando eu voltar para casa ele vai ver só.



 Não demorou muito para elas chegarem a tal taverna, que por sinal estava bem cheia. Havia bêbados espalhados por todo canto fedendo a hidromel e vinho barato. Meretrizes estavam sentadas no colo de alguns piratas, as garçonetes eram frequentemente assediadas por mercenários bêbados demais para saberem seus próprios nomes.

Vez ou outro se ouvia uma garrafa quebrando ou algum bêbado saía na mão com outro por motivos fúteis. Brighid e a princesa estavam sentadas em uma mesa onde estavam dois grandes chifres cheios de hidromel.

Safira puxou a cadeira e sentou, Sashri fez o mesmo.

— Bebendo em pleno expediente? — perguntou Safira.

Brighid fez que não com a cabeça.

— Eu não pedi isso…

Safira olhou a princesa que estava bem tímida.

— Ora, ora, quem diria hein princesa!

— Não foi ela também — disse Brighid — Foram aqueles homens — Ela apontou com o queixo para um grupo de soldados que secavam Brighid com o olhar.

— Hurg! — Safira fez uma expressão de nojo — Veja pelo lado bom, ao menos você ganha coisa de graça dos homens.

— Eu não queria isso, é estranho…

— Então devia ter feito um rosto mais feio e um corpo menos chamativo.

A princesa arregalou os olhos.

— Meu rosto é o mesmo do meu de fada, e o corpo, bem, eu só cresci.

Sashri arregalou os olhos e sorriu, fazendo que sim com a cabeça.

— Então, você e ele tem um lance… — disse Sashri com a mão no queixo.

Brighid sorriu sem graça e abanou as mãos.

— N-Nós não temos nada, eu e Colin somos só amigos…

— “Amigos” há há. Quem diria hein, garota! — Sashri pegou o chifre de hidromel e deu uma bela golada, batendo o chifre na mesa e dando um suspiro.

Safira continuou sem entender nada.

— Do que estão falando? Que lance é esse?

— Não é possível que você nunca percebeu — disse Sashri segurando o chifre de hidromel que agora estava pela metade — Até a princesa aqui que é uma estrangeira deve ter entendido.

Safira franziu o cenho.

— Entendido o quê?

Sashri colocou uma das mãos em volta dos lábios e se aproximou de Safira.

— Sua amiga aqui gosta do Colin.

— … muita gente gosta dele, inclusive eu.

— É um gostar diferente.

— Diferente como?

— O mesmo gostar do seu pai e sua mãe.

Sashri se afastou e deu outra golada no hidromel. Safira pareceu não ter entendido num primeiro momento. Segundos depois ela arregalou os olhos e encarou Brighid apoiando as mãos na boca, como se tivesse recebido a notícia mais chocante do mundo.

— Meu… Deus… agora tudo faz sentido! Você começou a aprender a cozinhar por causa dele, não foi? E tem aqueles outros vestidos que você comprou… pelos doze, como nunca suspeitei disso antes? Aliás, por que nunca me contou?

Brighid estava um pouco sem graça com todos aqueles olhos se concentrando nela.

— Só achei que não era o momento… mas parem de falar de mim, estou ficando constrangida.

— Tá, tá, fale de você princesa — disse Sashri — Não sabemos nem o seu nome ainda. Deixa que começo, meu nome é Sashri, essa é Safira e a bonitinha ali é a Brighid.

Ela curvou a cabeça.

— Lei Song, é uma honra conhecê-las.

— Nossa, tão formal e fala tão bem nossa língua… — Sashri deu outro gole no hidromel, acabando com ele de vez — Você parece bem famosa hein Lei Song, tinha três assassinos atrás de você.

Ela curvou a cabeça mais uma vez.

— Sinto muito por isso.

— Não precisa se curvar toda vez que for falar com a gente, você não tá no oriente. Aliás, a gente precisa ir logo, quanto mais rápido chegarmos à capital, mais seguras estaremos. E não precisa se preocupar com sua segurança princesa, a bonitinha aqui é uma das estudantes mais fortes da universidade. — Sashri deu uma pausa — Pensando bem, acho que estou com um pouco de inveja de você Brighid, é forte, inteligente, bonita, você não tem nenhum defeito?

— Para com isso… — murmurou Brighid.

— Que tal você seduzir aqueles caras para gente conseguir mais bebida de graça? Minha taça já tá vazia. Há há, brincadeira, vamos embora, meninas, temos um longo caminho pela frente.

Assim que elas se levantaram, os soldados foram atrás. Brighid estava visivelmente incomodada, enquanto Sashri parecia se divertir com a situação.

— Ei! Com licença! — se aproximou o soldado que havia pago as bebidas — Vi que você me ignorou lá dentro — Ele ficou de frente para Brighid — Fiz algo errado?

O soldado, loiro de olhos azuis, soou bastante cortês e sua educação foi algo que não se via com frequência em soldados.

— Ela é comprometida. — Disse Sashri de maneira hostil — Então pode ir se afastando!

— Sério? — ele coçou a nuca sem jeito — Desculpa, eu não sabia… peço perdão se te aborreci lá atrás.

Brighid olhou no fundo dos olhos dele, e o soldado corou um pouco.

O olhar dela fez o coração dele palpitar.

— Ah, tudo bem, não tinha como você saber…

— Não admito que uma mulher tão linda ande desprotegida por essa cidade cheia de bárbaros! Permita-me acompanhá-la?

— Ei, garotão! — disse Sashri se aproximando com os braços cruzados — Garanto que ela pode se proteger sozinha, então deixa a gente em paz, pode ser?!

— Eu adoraria fazer isso, mas meu instinto de soldado não permite. Como soldado e como cavalheiro, meu dever é proteger as damas com minha vida.

— Mas que chatice! — Safira sacou sua espada — Quer sair daqui por bem ou por mal?

— Calma, garotinha! — disse o soldado — Você vai se cortar com isso.

— O que disse? — Safira apertou o cabo de sua espada.

— Senhor soldado, eu sei me proteger. — disse Brighid intervindo — Agradeço a oferta, mas tá tudo bem, é sério.

— E olha que o marido dela é bem forte — disse Sashri — Se ele ver a esposa chegando com um monte de homem assim, pode ser que ele entenda tudo errado e os mate sem nem querer ouvir explicações.

— Marido? — perguntou o soldado assustado — Eu não sabia que a senhorita era casada…

— Sou… — Brighid entrou na mentira da companheira — E minha amiga tem razão, ele é ciumento e bem forte, eu não quero que o senhor se machuque, está bem?

— Ah… certo…

Safira guardou a espada e elas se afastaram dos soldados a passos lentos, enquanto o soldado permaneceu parado com o coração partido. Ele estava chateado, mas aceitou a derrota. Dando de ombros, ele decidiu retornar a taverna para dar em cima de outra mulher.

— Você me deve uma, hein fada há há!

— Sei… obrigada…

— Vi sua cara quando eu disse que você era casada. — Ela fez um anel com os dedos e com o indicador da outra mão começou a enfiar no anel, entrando e saindo várias vezes — Se imaginou com Colin, não foi? Há há, sua safadinha!

Brighid desceu o capuz até o nariz, tapando o rosto de vergonha. Era um pensamento recorrente desde que virou humana, mas era estranho quando alguém falava de algo assim, e falavam justo na frente dela.

— Meu Deus… deixa ela. — disse Safira — Acho que aquele hidromel tá fazendo sua máscara cair, revelando uma mulherzinha irritante.

— Vai se foder, chifruda!

— Vai se foder você! Quer brigar?

— Você não aguenta dois minutos de luta comigo, fica quietinha, vai.

— Então vem aqui, vou te mostrar!

Lei Song esboçou um sorriso de canto. Tinha tempo que ela não ficava perto de pessoas que não fossem seus servos ou soldados, e mesmo que aquelas garotas fossem intensas, ela se sentiu acolhida. Sentiu um calor que não sentia há muito tempo, talvez sua estadia no ocidente não fosse ser tão ruim quanto ela imaginava.

Picture of Olá, eu sou Stuart Graciano!

Olá, eu sou Stuart Graciano!

Comentem e avaliem o capítulo! Se quiser me apoiar de alguma forma, entre em nosso Discord para conversarmos!

Clique aqui para entrar em nosso Discord ➥