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Ting! Ting! Ting 

Stedd recuou dois saltos e limpou o sangue do nariz.

— Eu disse que você era só uma barata. — disse Loafe sorrindo — Por que não vem até aqui para eu acabar de quebrar a sua cara?

Após cuspir sangue, Stedd levantou a foice na altura do pescoço. Deixar os três comandantes incapacitados gastou quase toda sua mana, deixando-o quase nu contra o “chefão”.

Apertando o cabo da foice, ele avançou contra Loafe com investidas rápidas, mas Loafe lia aqueles movimentos sem esforço. Ele cerrou o punho e socou o estômago de Stedd, depois pegou seu cabelo e deu uma joelhada no rosto dele e, em seguida, deu-lhe mais um soco no meio do rosto, levando Stedd para a lama.

A foice de sombras dele desapareceu.

Hihihi! — riu Stedd abrindo os braços na lama.

— O que é tão engraçado, barata de cabelo prateado? Você vir aqui para me matar e acabar morto?

Stedd se sentou no chão.

— Você tá fodido!

Loafe olhou por cima dos ombros de Stedd e viu Colin de regata e shorts andando descalço em meio ao sangue e a lama. Loafe franziu o cenho assim que botou os olhos em Colin. O nome e os feitos de Colin haviam se espalhado tanto, que estudantes se aproximaram para ver o confronto entre os líderes de guildas, considerados por muitos, as mais poderosas em toda história da universidade.

— Você tá horrível… — zombou Colin.
Stedd deu de ombros.

— Você demorou, então resolvi começar a festa sem você.

Colin sorriu de canto.

— Quem eles machucaram para você decidir vir até aqui?

— Alunys. A levei para a secretária, e Millie disse que ela ficará bem. Mas o coração dela está quebrado, a pirralha está se achando um lixo completo. Disse que queria voltar para casa e tudo mais. Eu teria feito a mesma coisa até mesmo pela chifruda.

Colin fez que sim com a cabeça.

— Entendo…

Assim que assumiu sua posição de luta, faíscas celestes circundavam o corpo de Colin.

— Você fez bem, Brighid já deve estar chegando para te curar, então aguenta um pouco.

— O que pensa que está fazendo? Loafe é a minha presa. Nem pense em se mexer!

— Não se faça de durão, sua mana está acabando.

— É, você tem razão, mas Loafe é forte demais até mesmo para você. Sei que deve estar com a bola toda depois daquela missão com os vampiros, mas Loafe é bem anormal, até mesmo para mim.

— É, eu estou vendo.

— Vai se foder! Venci três comandantes sozinho, não foi tão fácil, sabia?!

— Tá, tá, qual o plano?

Loafe estava parado os observando. Ele havia estudado Colin e sabia como ele pensava em batalha, já que ele considerava Colin a única ameaça no momento que poderia superá-lo.

— Vamos tentar fazer uma luta de velocidade. — disse Stedd ainda no chão — Ele é rápido, mas nós dois juntos podemos derrubá-lo.

Stedd se levantou e ergueu a mão conjurando outra foice. Colin conjurou suas adagas elétricas e se eles prepararam para avançar.

— Ei, ei, ei, eles vão fazer isso mesmo? — perguntou um estudante segurando um guarda-chuva.

— Parece que sim! Não chega muito perto para não sermos atingidos! — respondeu uma garota.

— Agora sim! — disse Loafe com um sorriso — Com uma plateia é bem mais divertido, não concordam?

Loafe conjurou duas espadas de fogo, uma em cada mão.

Vush!

Tão rápido quanto um usuário da árvore-do-céu, Loafe já estava na frente de seus oponentes, mas aquilo não os surpreendeu. Ambos já esperavam por isso.

Ting!

Suas lâminas mágicas se encontraram. As adagas de Colin foram destruídas, assim como a foice de Stedd, mas eles as conjuraram novamente. Os movimentos de Loafe eram belos e sofisticados, era os movimentos de alguém que sabia exatamente o que estava fazendo.

Aproveitando que Loafe estava bem na frente deles, Colin e Stedd avançaram tentando acertá-lo, mas Loafe defendia sem problemas todos aqueles golpes que vinham de todos os lados. Os estudantes não estavam vendo uma luta normal, mesmo com a análise, era difícil de acompanhar todos aqueles movimentos.

Stedd parecia em frenesi balançando sua foice de um lado para o outro, e Colin aumentou em muita sua velocidade de ataque. Mesmo que fossem dois contra um, aquela luta estava equilibrada.

Os golpes de Loafe eram precisos e ele parecia saber exatamente onde se encontrava a fraqueza da técnica de cada um. Aquele era o sinal de alguém que já havia vivido dezenas de batalhas. Os golpes de Loafe tinham uma precisão que Colin ainda não conseguia alcançar.

Saltando para trás, Stedd apoiou uma das mãos no chão e um tubarão feito de sombras surgiu debaixo de Loafe, mas antes de abocanhá-lo, Loafe fez o tubarão desaparecer com um simples movimento de sua espada.

Concentrando mana nas pernas, Loafe se preparou para cortar Stedd ao meio, mas ele conseguiu se defender no último segundo, jogado para trás.

Ting!

Vendo que Loafe se afastou dele, Colin saltou para longe e Loafe abriu um sorriso.

Girando a espada flamejante, ele a enfiou no chão criando uma trilha de círculos mágicos que iam até ambos. Ele retirou a espada do chão e explosões absurdamente poderosas percorreram os círculos mágicos, deixando uma trilha de destruição.

Boom! Boom! Boom!

Alguns espectadores começaram a correr para longe, com medo de serem atingidos durante aquele duelo. Usando sua velocidade anormal, Colin havia desviado da trilha de explosões e partiu em direção a Loafe mais uma vez. Ele reforçou as manas em sua adaga para que não fossem quebradas durante o impacto.

Thing! Crack!

Mesmo reforçando as adagas, elas trincaram e se estilhaçaram.

Vush!

Colin saltou para longe enquanto deixava uma trilha de sangue no chão. Loafe havia feito um corte profundo em seu peito. Stedd aproveitou a brecha que Colin havia deixado e apareceu atrás de Loafe para arrancar-lhe a cabeça.

Loafe se abaixou e a foice de Stedd passou direto. Ainda de costas para Stedd, Loafe fez a espada flamejante de sua mão direita se desfazer e envolver seu punho. Ele se virou rapidamente socando o abdômen de Stedd com tudo.

[Pancada!]


Stedd se chocou contra o muro de concreto e o transpassou, capotando na chuva e caindo de costas em uma poça d’água.

— O que foi? — perguntou Loafe com um risinho debochado no rosto — Essa não é a guilda mais forte da universidade? Vamos lá, vocês podem fazer melhor que isso.

O corte no peito de Colin ardia, e mesmo com sua armadura natural, Loafe conseguiu rasgar sua pele dura com um simples movimento. Analisando a luta, Colin percebeu que um duelo entre lâminas estava fora de cogitação. Ele tentaria levar a luta para onde tinha vantagem, o mano a mano com punhos nus.

Faíscas se concentraram na mão de Colin e ele abriu um sorriso. Os olhos de Loafe se arregalaram e ele saltou no momento que Colin colocou a palma da mão no chão. Uma trilha de raios se espalhou pelo pátio.

Olhando para o lado, Loafe percebeu a silhueta de Stedd se preparando para atacar.

Movendo a espada em chamas, Loafe se defendeu daquela foice ainda no ar.

Thing!

Stedd fez força e lançou Loafe no chão. Assim que seus pés de Loafe tocaram o concreto, Colin já estava ali, se preparando para socar seu rosto.

[Pancada!].

No último segundo, Loafe conseguiu se defender com um dos braços. Enquanto era arrastado para trás devido ao impacto do golpe, ele rapidamente se recompôs ao notar Colin avançando em sua direção. Loafe apertou o cabo da espada de fogo e deu uma estocada. Um tiro fino que se parecia com uma fagulha passou do lado da cabeça de Colin.

[Pó de fogo].

Kaboom!

Uma explosão atingiu os dormitórios, engolindo-os como uma avalanche de fogo. Pedaços de pedra e destroços caiam em torno do pátio. Os estudantes começaram a correr desesperados.

Aquele cenário se tornou caótico em segundos.

Loafe ergueu o dedo indicador, e as chamas que queimavam os dormitórios começaram a se concentrar acima de sua cabeça, ficando cada vez maior, se parecendo bastante com uma miniatura do sol.

As gotas de chuva evaporavam antes de encostar na bola de fogo. O clima frio e úmido começou a desaparecer completamente. As poças de água começaram a secar e até mesmo algumas construções próximas a ele começaram a pegar fogo.

— Vocês não serão queimados, serão incinerados! — bradou Loafe com um sorriso sádico no rosto. — Não irá restar nem pó!

Colin sentia sua pele queimando, mesmo estando a metros de distância de Loafe.

Stedd era metade vampiro. O sol não o afetava como afetava os vampiros, mas isso não significava que ele não fosse sensível a calor, ainda mais um calor tão forte quanto aquele.

Sua pele pálida queimava como nunca. Era impossível se aproximar de Loafe no momento. Aquele golpe tinha um alcance enorme, era impossível que ele fugisse a tempo.

— Corre, Colin!

— Vai mesmo fugir?! — berrou Loafe — Eu sabia que o grande Colin era um covarde!

[Sol nascente].

Loafe lançou o sol gigante em alta velocidade. Colin percebeu que os boatos sobre Loafe eram verdadeiros, ele merecia o título de mais forte da universidade. Antes mesmo que Colin ponderasse morrer, um círculo mágico enorme apareceu na frente da bola de fogo e o poder de Loafe foi sugado pelo círculo em instantes.

Ninguém havia entendido o que havia acontecido, até olhar para a entrada do dormitório e ver Brighid vestindo um pijama encharcado e descalça. Ela estava com a mão erguida e parecia furiosa.

Ela afastou uma mecha de cabelo molhado para trás da orelha e moveu a mão na direção de Stedd e Colin que estavam no chão. Labaredas deixaram a palma de sua mão e envolveram os dois, os curando.

As queimaduras de Stedd desapareceram, mas não foi apenas isso, sua magia também parecia ter retornado.

Loafe não aparentou, mas ele se sentiu intimidado.

Brighid o pegou desprevenido.

Boa parte da sua magia estava naquele golpe, e além de tudo, ele temia a monarca. Brighid era a única pessoa que ele não gostaria de enfrentar em uma luta. Usuários do conjuro eram conters naturais de várias árvores, a de Loafe era uma delas.

— Uma habilidade incomum. — disse Loafe com um sorriso forçado — Só poderia ter vindo de uma monarca.

— Loafe, né? Você iria matá-los com esse golpe, sabia? Não só eles, mas um monte de gente inocente que acabaria envolvida nessa briga.

— Você é uma monarca, por que se importa com um monte de lixo? Os fracos merecem ser subjugados para que os fortes assumam as rédeas, sempre foi assim e sempre será.

Lentamente, a chuva torrencial se desfazia, deixando-os olhando um para cara do outro. Loafe conjurou sua espada de fogo e deu uma estocada na direção de Brighid.

[Pó de fogo].

Loafe não pegaria leve com a mulher na sua frente, afinal, ela era uma monarca. Aquele golpe que ele lançou estava quase duas vezes mais forte do que aquele lançado anteriormente, porém, ela ricocheteou o poder de Loafe com uma das mãos nuas, o mandando para cima para que não machucasse ninguém.

Boom!

Aquele poder explodiu no céu, trazendo uma enorme onda de choque que fez todos se protegerem. Saltando para trás, Loafe ficou nervoso. Aquela mulher parou seu golpe com uma mão. Brighid olhou as costas da mão direita que saia fumaça e ergueu a cabeça para encarar Loafe.

Os olhos daquela mulher sinalizavam claros sinais de perigo, então Loafe saltou duas vezes para trás.

Com sua árvore do conjuro e uma habilidade nata em análise mágica, Brighid calculou a força do projétil através da velocidade que ele percorreu, instantes antes de atingi-la. Isso foi para que o poder não explodisse assim que a tocasse. Ela conjurou uma barreira não tão forte e nem tão fraca na palma da mão. Fez a barreira na medida exata para que aquele golpe fosse ricocheteado sem muito problema.

— Já chega, Loafe! — disse Brighid furiosa — Essa luta acabou!

Colin nunca tinha a visto tão brava antes. Ela também estava furiosa com o que fizeram com Alunys, mas estava ainda mais furiosa porque Colin se lançou em outra situação exasperante sem se preocupar com o que aconteceria com ele, sem se preocupar com o que ela sentiria se algo mais grave acontecesse com ele. E provavelmente aconteceria se ela tão tivesse intervindo.

Loafe não poderia recuar agora, tinha muita gente olhando, e ele sabia que se recuasse sua fama de mais forte da universidade iria desaparecer perante a mulher metros à sua frente.

Ele se preparou para cortá-la. Assumiu sua posição e começou a concentrar sua mana em sua espada flamejante.

— Se defenda disso!

[Incineração do céu e da terra].


Um corte foi lançado na direção dela, um corte que se movia em alta velocidade, incinerando tudo pelo caminho. Aquele corte flamejante se parecia com uma fênix de asas abertas avançando rapidamente contra sua presa.

Brighid apontou com o indicador para o corte flamejante.

[Disparo de vácuo].

Assim que aquela fênix estava prestes a acertá-la, ela se desfez em labaredas e uma onda de choque jogou Loafe alguns metros para trás.

As informações que todos tinham era de que Brighid era uma monarca do conjuro, devido à habilidade da barreira que usou durante a prova de seleção, mas desfazer uma habilidade como aquela com uma magia básica só significava uma coisa.

— Uma monarca de duas árvores? — berrou Loafe suando frio.

Ele engoliu o seco e os alunos ao redor ficaram chocados com tal informação. Muitos se perguntavam o que uma monarca de duas árvores estava fazendo em uma universidade como aquela. Ela devia era estar protegendo o imperador ou atuando na linha de frente da guerra que devorava o continente.

— Acha que vou recuar? — disse Loafe — Eu nunca irei recuar perante um inimigo!

Brighid sabia que ele não iria recuar, então resolveu acabar com o espírito de luta de seu oponente, reduzindo as chances de vencê-la a zero.

Ela ergueu a palma da mão na direção de Loafe.

Uma mana intensa começou a se concentrar na palma de sua mão, e pouco a pouco Loafe percebeu que aquela era uma magia que ele conhecia, e conhecia muito bem.

— Sol nascente? — balbuciou Loafe bastante incrédulo — I-impossível! Quem diabos é você?!

Como se fosse atingido por seu instinto animal, Stedd sentiu um arrepio na espinha e recuou num salto, ficando longe de Brighid. Colin, que estava ao seu lado, percebeu a reação inesperada do amigo.

— Ela tem relação com o senhor dos apógrafos?! — murmurou Stedd tentando se acalmar.

Os estudantes estavam em completo pânico, principalmente Stedd, que até então a achava uma mulher bastante doce e gentil, ele nunca imaginou que Brighid fosse ser alguém tão forte a ponto de subjugar Loafe sem problemas.

— Já chega! — disse o diretor Hodrixey caminhando tranquilamente ao lado de sua secretária. — Eu soube que vocês estavam brigando. Perderam a cabeça?

Outras enfermeiras chegaram e começaram a ajudar os feridos. Brighid baixou a mão e aquele poder todo desapareceu sem deixar rastro.

— Estávamos só nos aquecendo para o grande torneio. — disse Loafe desfazendo sua espada flamejante.

— Treinamento? Há vários feridos aqui, até mesmo alunos desmembrados — ele olhou para Doran sendo colocado em uma maca, por um milagre ele ainda estava vivo. Hodrixey focou em Brighid, Stedd e Colin. — Vocês três, para minha sala, já! E quanto a você Loafe, conversaremos depois!



Ao chegarem lá, os três tomaram um belo esporro do diretor, principalmente Stedd, que pareceu não se importar muito. O diretor jogou alguns papéis na mesa.

— Tenho vários estudantes feridos, um morto, dois desmembrados e um dormitório inteiro destruído, tem ideia do que fizeram?

— Eles pediram por isso. — Murmurou Stedd.

Aquilo deixou Hodrixey furioso.

— Pediram? Os relatos que tenho é que você invadiu o dormitório deles e causou todo esse estardalhaço, você matou um estudante em plena luz do dia! Sabe o que é isso?

Stedd ficou ainda mais bravo com o tom de Hodrixey. Ele dizia como se a culpa de tudo aquilo fosse dele, e em partes era, mas Hodrixey parecia não estar ciente da história completa. Furioso, Stedd bateu a mão na mesa e se ergueu.

— Aqueles filhos da puta ferraram com uma garota inocente, uma garota que era minha amiga! Acha que eu iria fazer o quê? Ficar parado e contar ao diretor que é a prostituta do império?

— Veja como fala comigo, rapaz!

— Ou o quê? Se eu não tivesse feito nada, o senhor também nunca iria fazer, porque todo mundo sabe que é um cachorrinho do império. Quantos estudantes vem ao senhor com queixas sobre o que os nobres fazem com eles? E quantos o senhor ajuda? Isso mesmo, não ajuda ninguém! Eu te fiz um favor fodendo com aqueles merdas!

Hodrixey ergueu a mão e pegou Stedd pelo colarinho.

— Só mantive minha paciência com você por seu pai ser importante, apenas isso, mas minha paciência está se esgotando, seu pirralho!

Stedd deu um tapa na mão de Hodrixey.

— Eu sei que vocês esforçam para me suportarem nessa universidade de merda, não precisa se preocupar, eu saio dessa bosta! Já iam me expulsar, não iam? Não precisam se preocupar!

A guilda de Loafe servia de bode expiatório para diversos esquemas e contrabandos que aconteciam debaixo do nariz do imperador. E com a guilda sofrendo esse baque, os nobres iriam agir, sem falar que o pai de Doran era bastante influente no império. Até mesmo para a segurança de Stedd era melhor que ele não permanecesse na universidade. O mesmo servia para Colin e Brighid. Mesmo que Colin tivesse amizade com alguns membros do lótus, isso não iria afastar assassinos e mercenários que seriam colocados em seu encalço.

Stedd se movia para a saída, mas parou e encarou o diretor.

— Você não devia temer somente o meu pai, ele é o menor dos seus problemas aqui.

Antes de bater as portas, seus olhos se concentraram em Brighid. Sentando-se na cadeira, Hodrixey coçou a testa.

Colin queria se levantar e ir atrás de Stedd. Ele não aceitaria tão fácil a ideia de um de seus comandantes deixar a guilda dessa forma, porém, todos estavam de cabeça quente. Ele decidiu dar tempo ao amigo.

— Vocês dois ganharão cartas de suspensão.

— …

— É perigoso ficarem na capital por hora. Saiam da cidade até as coisas se acalmarem. Isso vale para todos os membros de sua guilda. Estão dispensados…

Aquilo caiu como uma luva para Colin, que já planejava treinar com Morgana o mais breve possível.

Brighid se levantou e saiu sem dizer nada, nem mesmo olhou para Colin. Ele saiu em seguida, seguindo Brighid em silêncio. Colin ponderou se deveria dizer algo, e se dissesse, o que diria? Era a primeira vez que ele lhe dava com uma Brighid raivosa, ele não sabia como agir.

— Tudo bem com você?

Ela parou e se virou bastante brava.

— O que sou para você?

Colin ergueu as sobrancelhas.

— Não entendi…

— Você é bem egoísta, sabia? Se você tivesse morrido, como você acha que eu ia me sentir?

Colin ficou em silêncio.

— Como acha que Safira se sentiria? As crianças e aquela garotinha Brey que te enxerga como pai? Até a própria Alunys, acha que ela ia se sentir como depois que soubesse que o homem que ela admira se lançou na toca dos leões para a vingar e acabou morto? Acha que ela não se sentiria culpada?

Colin olhou para o lado e coçou a bochecha com o indicador. Ele havia levado bronca de mulheres poucas vezes em sua vida, e sempre que acontecia, ele achava estranho.  Criado na maioria do tempo por seu pai, as broncas que recebia se resumiam a surras. Colin sentiu-se estranho, ainda mais porque quem estava lhe dando bronca era a pessoa mais doce e gentil que ele conhecia, mas considerou que aquilo ainda era melhor que apanhar.

— Eu não pensei nisso…

— Esse é seu problema, você nunca pensa em ninguém ao se lançar em uma situação de vida ou morte.

Em partes isso era verdade. Ele adorava lutar, a chance de enfrentar Loafe foi entregue a ele de bandeja, ele jamais, recusaria algo assim. Encarando o rosto furioso de Brighid, Colin percebeu que tentar argumentar era inútil, então a única saída que encontrou foi se desculpar.

— Me desculpa… prometo que não vai acontecer novamente…

Brighid suspirou e caminhou até Colin. O abraçou pela cintura e encostou a cabeça em seu peito.

— Você promete mesmo?

Colin a abraçou, afastou uma mecha de seu cabelo e a beijou na testa.

— Vou me esforçar… posso perguntar uma coisa?

— O quê?

— Quem ou o que é o senhor dos apógrafos?

Brighid franziu os lábios e olhou fundo nos olhos de Colin.

— Bem… — ela disse — Acho que temos muito o que conversar…

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Olá, eu sou Stuart Graciano!

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