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Este era o mundo onde sua aventura começou. Um mundo mágico, misterioso e desconhecido por Saki.
— Uma floresta… Não tinha um lugar melhorzinho não? No meio do mato? — questionou Saki abrindo sua mochila — Eu já estou aqui, não tem mais como voltar… — nada que ela fizesse agora a levaria de volta, então pegou um dos mapas em sua mochila e continuou — Bom, o jeito é continuar né… mesmo que eu não saiba o que fazer…
O título do mapa era: “Floresta dos Macacos” e nele havia apenas árvores e uma trilha rodeada por pedras.
Infelizmente, Saki sempre teve um terrível senso de direção
— Essa trilha… Pra que direção fica? — Ao seu redor, tudo que viu foram árvores imensas, onde mal era possível ver o céu e ao se virar, deu de cara com um garoto.
O garoto tinha em média 1,75m, com um cabelo grande e enrolado. Ele também tinha uma cor de pele negra e em seu rosto, acima do nariz, uma cicatriz na horizontal. Vestia uma camiseta branca com uma calça boho vermelha e tinha um bastão de madeira nas costas.
— CARALHO! QUE SUSTO! — berrou assustada.
— Ah! Desculpa! Não queria te assustar — disse aquilo com um sorriso — é que eu nunca te vi por aqui e vim ver se precisava de ajuda.
Quase era possível ver o coração de Saki pulsando em seu peito.
Ela suspirou e se acalmou para respondê-lo.
— Cara, cê me deu um puta susto. Eu acabei de chegar aqui, só preciso saber como chegar a essa trilha — apontou para o mapa, enquanto ainda estava ofegante.
O jovem garoto se aproximou para enxergar melhor o mapa. Ele reconheceu a trilha, mas não reage com uma expressão tão boa.
— Hã? O que foi? — Ela claramente ficou preocupada.
— Tem certeza que quer seguir esse caminho?
— Tenho! — assentiu com a cabeça.
— É um tanto perigoso! Temos que ir antes que escureça. Aliás, meu nome é Akira. Prazer! — se apresentou estendendo a mão.
— Ah, claro! Meu nome é Saki Nakamura — Educadamente, o cumprimentou de volta.
Akira a cumprimentou com um sorriso singelo, balançando sua mão. Saki por sua vez sentiu uma sensação estranha ao tocá-lo, algo como um formigamento. Ao se soltarem, uma faísca foi gerada. Akira não percebeu, mas Saki se atentou a isso e seguiu sem falar nada, querendo acreditar que era algo da sua cabeça.
Depois de alguns minutos caminhando. Saki parecia alguém que já não aguentava mais, enquanto Akira falava sem parar.
— Sabe, desde pequeno eu vivo aqui. Sei cada centímetro dessa floresta com a palma da minha mão. Uma vez, fiz um duelo… — Akira parou de repente.
Sua expressão mudou subitamente, tomando um tom mais sério. Ele estendeu seu braço para que Saki não andasse mais e de repente se abaixou a levando junto.
— MAS O QUE?!
Ao se abaixarem, vários insetos sobrevoaram suas cabeças em alta velocidade.
— São Insetos Carniceiros, uma única picada deles e você já era!
— Eu imaginei que teria bichos perigosos aqui, mas… Não sabia que seriam tão pequenos.
— Grande ou pequeno, todos podem te matar.
— Que… assustador
Após esperarem os insetos passarem, eles seguiram viagem. Agora, Akira estava quieto e atento a tudo à sua volta.
— A partir daqui as coisas ficarão mais perigosas. Preste atenção em tudo à nossa volta, tenha cuidado.
— Certo.
Saki e Akira continuaram caminhando. O som do balançar das árvores e da correnteza do rio, trazia uma calmaria, que não durou por muito tempo.
— Espera! — Akira escutou o som de passos correndo em sua direção de dentro da floresta. De repente, uma mulher apareceu, tombando e derrubando os dois.
— Ai! — todos gritaram de dor.
Após serem derrubados, Saki se levantou rapidamente e olhou para a pessoa que os derrubou
Era uma jovem de cabelo longo e prateado com olhos azuis. Vestia roupas velhas e rasgadas, e não carregava mais nada com ela além de um pequeno galho. Ela também tinha um detalhe incomum que deixou Saki curiosa, duas orelhas de lobo em sua cabeça.
“São orelhas de lobo?” Desde que reparou nisso, a sua curiosidade aumentava a cada segundo.
— Q-Quem é você? — Akira gritou antes mesmo de se levantar — Desde quando tem tantas pessoas nessa floresta?
— Hã? O que aconteceu? — assustada, a garota procurou seu galho no chão para tentar se defender.
— Bem…Você chegou correndo do nada e esbarrou na gente — respondeu Saki.
— Me desculpem! Só não me machuquem! — Ela olhava com o medo estampado em seu semblante.
Akira finalmente se levanta e fica a observando de longe, verificando se ela não apresentava perigo.
Saki percebeu que o pulso da garota estava inchado e possuía algumas cicatrizes horizontais, então pegou um kit de ataduras que colocara em sua mochila, se abaixou e segurou o braço firmemente.
Ela recuou, mas Saki a continuou segurando, levando as ataduras para mais perto do seu pulso.
— Qual o seu nome? Me chamo Saki Nakamura — perguntou enrolando os panos em seu pulso.
— N-Noelle
— Está doendo, Noelle?
— Não muito…
Após enfaixar o pulso, Saki a ajudou a se levantar e perguntou.
— O que faz sozinha na floresta?
— N-Nada demais, só procurando uma cidade
— Uma cidade? Na floresta?
— Na verdade, a floresta faz parte do caminho para a cidade… eu acho…
— Entendi…
Enquanto isso, Akira estava pensando se deveria ajudar.
“Ela não apresenta perigo algum, talvez não tenha problema…”
Ouvindo a conversa das duas, ele interrompeu.
— Então que tal vir com a gente? Estamos indo para uma cidade também
— Estamos? — Saki perguntou desconfiada.
— Você não sabia? Essa trilha leva a uma cidade. Não falta muito para chegarmos.
Saki respira fundo e fala baixinho.
— Por que você não disse isso antes?
— O que? — Sem entender o que foi dito, chegou mais perto para ouvir.
— Por que CARALHOS você não disse isso antes?.
— AI! Não precisava gritar! E outra, você só perguntou sobre o caminho que estava no mapa, não aonde ele leva.
— Podia ao menos ter dito para onde estávamos indo! — contestou, mas de certa forma, se sentiu aliviada, pensando que os amigos que seu pai mencionou estariam lá.
— Então vocês sabem como chegar lá? — perguntou Noelle.
— Parece que sim…
— É bom irmos logo! Se anoitecer, podemos acabar nos perdendo — alertou Akira.
— Muito obrigada…
— Não tem problema! — respondeu com um sorriso no rosto.
Depois de mais um tempo andando pela floresta, Saki olhava para as orelhas de Noelle e ficou as encarando por um tempo.
Noelle se virou por um momento e viu o que Saki estava fazendo.
— Hã? Saki, o que foi?
— Ah… É que…
Era visível ver a cor vermelha surgir na face de ambas. Ela sentiu que seria uma pergunta muito invasiva, mas sua curiosidade falou mais alto.
— Isso na sua cabeça… São orelhas de lobo?
— Olha, eu tinha percebido isso também, mas não tive coragem de perguntar.
— Ah, Isso… são orelhas de lobo sim…é de família…
— Que massa! Então você consegue ouvir coisas a quilômetros de distância?
— Por aí… — Envergonhada, ela esfregou seu nariz com as mãos por algum motivo desconhecido, isso o fez ficar ainda mais vermelho, se destacando do resto de sua face.
Os olhos de Saki brilharam. Em seu primeiro contato com um mundo mágico viu algo que só seria possível em mangás.
Ela cogitou perguntar mais sobre, mas viu o desconforto em seu rosto e conteve sua empolgação.
Os três foram conversando durante todo o caminho para a tal cidade que tanto procuravam e eles perceberam que se davam muito bem e a conversa fluía em um tom agradável e bem humorado.
— A não… — ao perceber que a noite se aproximava cada vez mais, Akira logo se preocupou..
— O que foi? O que aconteceu? — Ciente dos perigos da floresta, Saki se viu inquieta.
— Não vamos chegar antes de anoitecer, podemos ter problemas no caminho…
— Não seria melhor parar e esperar amanhecer?
— Se fizermos isso, vamos ter mais problemas ainda, quanto mais tempo na escuridão, mais forte são as criaturas.
— E se alguma dessas criaturas vierem até nós? — perguntou Noelle serrando os dentes.
À medida que eles caminhavam, o breu ia tomando conta.
Andando em fila, Saki estava atrás de Noelle, Akira guiava as duas no escuro e instruiu:
— Pra direita!
— Certo!
Saki virou à direita, saindo da trilha, mas ela não havia percebido por conta da escuridão.
— Saki? — perguntou Akira olhando para trás — Saki?! — gritou ao ver que ela havia desaparecido — NOELLE, CADÊ A SAKI? — em desespero, ele balança Noelle pelos braços.
— E- EU NÃO SEI! ELA ESTAVA BEM ATRÁS DE MIM! — amedrontada pelo desaparecimento repentino de Saki, gritou igualmente desesperada — O QUE A GENTE VAI FAZER?
— Eu vou procurar ela!
— E o que eu faço?
“É muito perigoso deixar ela aqui, mas… levar ela também pode ser um problema… Não tem outro jeito” pensou em questão de segundos
Akira suspirou fundo e disse.
— Vem comigo! Mas não desgruda!
— Certo!
Saki andava pela floresta sem conseguir enxergar muito e percebe que Akira e Noelle estão sem falar há algum tempo.
— Akira? Noelle? — chamou sem obter respostas — Merda…
Ao notar que realmente se perdeu, tentou não perder a calma e respirou fundo.
Ela deu meia volta e seguiu reto e confia no seu péssimo senso de direção.
— Saki! Aqui! — Dentro da densa floresta, Saki escutou a voz de Akira ecoou mais uma vez em sua mente.
— Akira? Eu tô indo!.
— Saki? Indo pra onde? — Confuso, Akira foi atrás da voz que gritou na floresta.
Andando no meio da mata, Saki deu de cara em várias plantas e galhos até chegar numa área um pouco mais limpa, onde só havia grama baixa e pedras pequenas.
— Onde vocês estão? — perguntou Saki tateando ao redor.
Em meio a escuridão, a garotinha perdida ouviu algo rastejando ao seu lado. Ela virou rapidamente e algo pulou em seu rosto
— Aqui! — uma voz peçonhenta gritou em seu ouvido.
— AAAAAH! — berrou Saki antes de cair no chão desacordada.

Olá, eu sou o Smaell!

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