Dentro da barreira escura, Ezequiel e o aluno se entreolhavam. Enquanto o jovem, aparentando ser um pouco mais novo que Ezequiel, o fitava cheio de ira; o próprio Ezequiel o olhava com serenidade.
— Seu nome é Dan? — Perguntou Ezequiel. — Apenas vá embora, estou realmente chateado agora.
— DANTE! — Gritou o jovem um pouco surrado, a essa altura já tinha apanhado um bocado para Ezequiel. — Além de tudo vai me humilhar? Seu… se soubesse de onde eu vim, quem eu sou, apenas se ajoelharia e pediria para ser morto.
— Ousado — disse Ezequiel com uma risada —, só vejo língua; onde está sua força?
O semblante de Dante se fecha e, deixando-se levar pela fúria, ele corre tentando acertar um soco desajeitado. Ezequiel se afasta para o lado, evitando a mão do garoto; porém, com um rápido movimento de pés, a mão de Dante busca agarrar o ombro de Ezequiel.
“Está morto”, Dante pensa abrindo um sorriso imoral.
Sua mão direita havia conseguido pegar a roupa de Ezequiel, que sentiu um desconforto extremo naquele momento. As mãos flamejantes de Dante queimaram ligeiramente a roupa de Ezequiel, ela as imbuíra com fogo, tudo aconteceu em apenas um instante.
O ar rasga em direção ao rosto de Ezequiel, soco atrás de soco, Dante esforçava-se cada vez mais. Desperdício de energia; mesmo sendo segurado, Ezequiel desviava como se apenas brincasse com o jovem.
— AHH! — gritou Dante pondo ainda mais força, sendo tomado por uma fúria cada vez maior — MORRE! VOCÊ TEM QUE MORRER!
Ezequiel desvia uma vez, e mais uma, até que em algum momento perde a vontade. Vendo a mão do garoto vir em direção ao centro de seu rosto, ele a assopra; o fogo que a acompanhava apagou. Desviando da mão, ele se afasta para trás fazendo Dante perder o equilíbrio e a andar para frente. Para finalizar, sem vontade alguma de lutar, ele joga um chute nas pernas de Dante.
Recebendo o chute de banda, Dante perde o controle de seu corpo; Ezequiel pega o pulso do garoto e o gira de maneira inofensiva, Dante cai de joelhos.
Ezequiel pergunta: — Acabou? Essa barreira impede que entrem, mas você pode sair. Apenas faça isso e facilite para mim. Quero terminar o que comecei.
Dante urra um grito de frustração, Ezequiel o solta, mas ele continuou no chão. Segurava o próprio pulso que doía pelo mal jeito.
— Que droga! Lute! Se eu não estivesse limitado, se esse lugar de merda não me limitasse, você já estaria morto!
Dando de ombros, Ezequiel respondeu: — Se a culpa é sua, pode jogá-la em quem quiser, mas não vai mudar a verdade: você é fraco.
— Tenta enfrentar meus golpes de frente!
Se agachando e olhando diretamente para o garoto caído, Ezequiel pergunta: — Você é idiota? A raiva te fez perder a capacidade de pensar?
— Na frente de um desgraçado como você, acha que posso me controlar? Sabe o que fez para mim?! O que os desgraçados da sua família fizeram com a minha?!
— Não ligo — Levantando, Ezequiel olhou para Dante de cima. Como nunca, sua imagem era tomada pela face da arrogância. — Saia logo daqui.
— Você está apenas brincando comigo… — Dante falou com certeza. — Droga! Se não tivesse sendo limitado…
— Então você conseguiria me matar, não é? — Ezequiel perguntou sorridente.
— Vocês são demônios — Dante afirmou num tom cansado —, eu vi aquela criatura com você. Ele é uma besta das sombras, você deve ser um deles. Nunca tiveram sentimentos, nenhum de vocês; só se importam com vocês mesmos. Sua maldita raça só se importa consigo mesma.
— É assim que todos são, no final, não deseja me matar por sua própria vontade?
Dante levantou seu olhar cheio de ira, não via rastros de culpa no rosto de Ezequiel, que concluiu: — Mas e dai? Você perdeu, que direito tem de me julgar? Seus pais não te ensinaram que o vencedor leva tudo?
— VOU MATÁ-LO! — Rugiu dante. Ezequiel chuta seu queixo o fazendo cair para trás.
— Disse que me mataria caso estivesse com seu poder total. Se eu te matar agora, vão dizer que estava judiando dos indefesos. Certo, vou fazer isso…
Colocando a mão no chão, Ezequiel respirou profundamente enquanto se concentrava. Saindo da grama, uma energia azul se espalhou no ambiente como se nascesse da terra, e inalando-a, Ezequiel disse: — Quebrar!
Imediatamente uma onda de ar se espalhou por todo o arredor emanando de Ezequiel, espalhando por toda a cidade.
Dante se volta para cima percebendo haver uma luz no céu, que mesmo de dentro da barreira escura era possível de ver. Energia toma seu corpo, os limites daquele lugar que tanto o impediu de usar seu poder se foram. Observando Ezequiel, ainda de olhos fechados, ele vê uma oportunidade.
Sem pensar duas vezes Dante eleva sua energia ao máximo, seus olhos são tomados pela cor dourada, sinal que já possuia a alma fortalecida. Ao redor de seu corpo uma aura se levanta destruindo o chão ao seu redor, esse era seu máximo, e o usaria para destruir seu inimigo.
Para os que olharam de fora viram em apenas um segundo o garoto caído se aproximar vários metros de Ezequiel. Essa vivacidade era algo que Dante não sentia a um bom tempo, seu corpo havia crescido, sua mente também; não sabia o quão forte se tornará, mas tinha certeza de algo: “Dessa você não passa”.
Mais um segundo e ele estava frente a frente com Ezequiel, seu corpo leve parecia flutuar. Realmente flutuava, seus dois pés haviam saído do chão. Quando percebeu, Dante sentiu uma dor aguda atingir a boca de seu estômago, subindo insuportavelmente e retirando de seus pulmões todo o ar.
Por uma segunda vez ele caiu de joelhos, vomitando e sem conseguir respirar.
— Alguém como você merece uma chance? — disse Ezequiel indignado. — Nem mesmo o ar que respira, que te dá a vida, você merece. É um covarde…
A imagem de Ezequiel se aproximando fez Dante estremecer. Já não podia ouvir como antes, sentia-se imergido em água profunda. Sua visão aos poucos também se degradou, e a única luz era de um brilho dourado que balançava enquanto Ezequiel se aproximava.
A luz viajou como um raio em sua direção, seu corpo foi arrastado por alguns metros enquanto uma dor angustiante atingia seu braço direito. Tentou se levantar, mas estava preso, o item que Ezequiel jogará tinha perfurado sua clavícula e o fixado no chão.
— … esse é o resultado de sua arrogância. — surgiu a voz de Ezequiel em sua mente.
Dante imaginou que Ezequiel estava certo, foi arrogante, mas aceitaria seu fim como um homem. “Nada pode ser feito…”, ele pensou. E sussurrou para Ezequiel: — Mate… logo…
— Não, é indigno de ser morto por minhas mãos. — O som de algo de metal ressoou ao lado de Dante, Ezequiel havia jogado uma faca para ele. — Mate-se.
— Sou… guerreiro…
— Todos nesse mundo são — respondeu Ezequiel. — Você apenas é indigno.
— Pare! — Uma voz feminina gritou. — Por favor, não faça isso…
Com uma voz tremula, Cecília abraçava Ezequiel por trás. Ezequiel sentiu algo quente em seus braços, claridade tomava seu arredor.
— Sangue? — Ele se perguntou, mas não tinha se machucado. Era Cecília quem sangrava, seus braços estavam arrasados, tanto que ela mal tinha forças para apertá-lo. — Como isso aconteceu?
— Ezequiel — A voz de Artéraphos surgiu na mente de Ezequiel —, encontrei a mulher.
Cecília continuou: — Você não pode ser assim — ela disse sem permitir que o garoto se virasse para vê-la, mas seus braços estavam fracos, Ezequiel facilmente tomou controle da situação.
Tomando sua cintura, ele a estudou de cima a baixo, seu estado não era bom. Vendo a barreira atrás da garota, ele percebeu haver um buraco; como um vidro quebrado o resto se despedaçava aos poucos.
— Ele ameaçou minha vida. — Ezequiel citou sua motivação.
— Ele pode te matar? — A garota rebateu de forma espinhosa, apesar de estar machucada, seu olhar era afiado. Ezequiel sorriu.
— Ele não, e eu não ia matá-lo.
— Não? — ela questionou.
— Só tiraria um braço, o deixaria em estado de quase morto até que ele finalmente perdesse toda a intenção de viver.
— E ISSO NÃO É PIOR?!
Vendo Ezequiel sorrir de forma descontraída, Cecília percebeu estar sendo enganada por ele. Suas mãos foram tomadas pelo garoto que, com um gesto carinhoso, massageou sua pele machucada. Seu toque era quente, mas Cecília percebeu haver algo mistico naquilo. Como magica, as feridas em sua pele foram aos poucos se curando e o sangue espalhado secou, caindo como uma casca dura.
Talvez ele realmente fosse um feiticeiro, mas percebera também que a medida que ele a curava, algo escuro saia de seu corpo e entrava na pele do garoto. Se perguntava o que era, e ao ter seus olhos com os dele, ele apenas deu um sorriso. Mesmo procurando novamente aqueles manchas, ela não as encontrou; talvez fosse só sua impressão.
— Não tente fazer isso de novo — disse Ezequiel lhe dando uma bronca.
— Você ia matá-lo.
— E dai? — ele respondeu sem peso na consciência. — Se encontrar alguém que queira me machucar, vou ignorar. Se desejam tirar minha vida, ignorarei. Mas a partir do momento que tentarem fazer algo contra mim, irei retribuir. Da próxima vez, fique fora do meu caminho.
— Mas…
Ezequiel a interrompeu: — Sem mais, nem mesmo a intenção eu aceitaria se fosse para protegê-la, ou a alguém que amo. Já estou sendo complacente demais com alguém que desejava me ferir.
— Certo.
Vendo Cecília aceitar, Ezequiel passou a mão sobre o rosto da garota. Com um sorriso, ele a chama para ir embora. Dante estava desmaiado no chão, ela queria ajudá-lo.
— Se quiser, faça. Tome cuidado. — Cecília sorri ao ver o quanto Ezequiel estava sendo complacente, mal ela imaginava que seu rosto fora completamente coberto de carvão pelas mãos de Ezequiel. Ignorante sobre o fato, ela correu para ajudar Dante.
Sem pensar duas vezes, Ezequiel segue na direção que Artéraphos havia lhe dito em sua mente.
— Tem certeza que ela está aí? — ele pergunta.
— Confia em mim, venha a biblioteca. — Artéraphos afirmou. — Você vai querer ver isso.
Ignorando os olhares da multidão de alunos que abriram passagem ao ver sua aproximação, Ezequiel seguiu para a biblioteca. Todos ficaram confusos: quem era aquele? Por que havia machucado um aluno e nenhum professor fez nada? E o principal, o próprio Mestre Professor estava presente, mas nem ao menos tentou impedir a partida do garoto.
Logo rumores começaram a se espalhar no ambiente escolar, mas nada daquilo importava para Ezequiel. Para ele, todos uma hora ou outra esqueceriam novamente.
Durante seu caminho para a biblioteca, de passos acelerados, ele se encontrou com vários alunos totalmente desconhecidos, mas alguém no meio do caminho chamou sua atenção.
Olhando fixamente para Ezequiel, um garotinho magro e cheio de preocupação quase pulou em seu colo e se pós a chorar. Uma professora acompanhava o menino, mas tão surpresa quanto Ezequiel ela apenas o perguntou: — É seu parente esse menino? Ele disse que preferia morrer de fome que ir sem ver a pessoa que procurava. Ficou bastante tempo do lado de fora da muralha.
— Não nos conhecemos — respondeu Ezequiel afastando o garoto. — Não tenho tempo para você agora, volte para sua casa.
— Ajude meu irmão! — disse ele aos prantos.
— Já o ajudei, ele deve ter despertado algum poder.
A voz de Artéraphos ecoa novamente apressando Ezequiel: — Você precisa cuidar disso, eu mesmo não posso.
— Droga — Ezequiel pragueja afastando o garoto, que insistia em segurá-lo.
A professora intervem: — Sei que temos regras, mas olhe para ele. Ele não parece bem, com certeza está com fome e ainda insiste em vê-lo.
— Se está com dó, leve-o com você e cuide dele.
— Eu vou — ela disse em um tom forte, tentando pegar o menino pelo braço que imediatamente gritou e recuou.
— Salve Kain! Nossa vó morreu, ele também vai morrer.
— Quando seu irmão vai morrer? — Ezequiel perguntou.
— Não sei… — o garoto respondeu confuso.
— Ele viverá por mais 1 dia?
— Não sei.
— Se você está vivo, ele também deve estar. Vejo o que posso fazer por você depois, tá certo?
— Agora! — o garoto insistiu.
— Então deixarei os dois morrerem. Posso ajudá-los amanha cedo, hoje está tarde e preciso fazer algo. Me solte, ou prefere ficar sem ajuda?
Temendo as palavras de Ezequiel, o garoto o soltou. Ezequiel partiu imediatamente, ainda mais rápido que antes. O seguindo a passos largos, o garoto magro logo ficou sem ar, porém, o seguiu até a biblioteca sem descansar.
Ao perceber que ainda o acompanhava, Ezequiel pediu que o garoto o esperasse na mesa da biblioteca. Artéraphos se revelou, rapidamente levou Ezequiel entre os corredores até a porta magica que levava ao quarto do bibliotecário.
Assim que ficou de frente para a porta já aberta, Ezequiel percebeu a mulher de cabelos prateados deitada entre um monte de tralhas. Sua imagem singela era como a de uma pintura, calma e suave, nem ao menos parecia respirar.
Entrando lentamente no quarto empoeirado, ele a estudou com mais afinco; a poeira visualmente presente ocupava toda a sala. “Isso a faria mal”, ele pensou. Percebeu também um livro no colo da mulher, que colocara seus dedos entre as páginas para salvar o lugar onde estava lendo.
Artéraphos estava mais impressionado com o próprio Ezequiel, que apesar de manter seu rosto firme e uma postura solida, sentia tristeza e ardor em seu coração. Artéraphos sabia disso, pois eles estavam interligados.
— Quem é ela, afinal? — Artéraphos perguntou.
— Minha ama de leite. — Ezequiel disse verdadeiramente.
— Não é sua mãe?
— Não tenho uma, ou talvez eu tenha… — ele concluiu sem certeza. Artéraphos estava prestes a perguntar algo quando Ezequiel pediu: — Vamos deixá-la, está tudo bem.
— Está mesmo seguro de deixá-la aqui? — Artéraphos questionou.
— Ela mesma tirou a pulseira, não queria ser rastreada. Ela se escondeu para que eu não a encontrasse, eu sou o errado; vou dar a ela o que ela me pediu, mas não percebi antes.
Apesar daquele sentimento de dor em seu coração, Artéraphos apenas deixou Ezequiel fazer o que quisesse, mas algo ainda o incomodava: — Ela estava chorando enquanto lia aquele livro.
Ezequiel se manteve quieto por um instante: — É natural.
— Sabe que livro é aquele?
— Sei — Ezequiel respondeu. — É a história de nossa linhagem, do primeiro ancestral de nossa família. É um livro que não devia estar aqui.
Ao ouvir isso Artéraphos imediatamente pensou em voltar para pegar o livro das mãos da mulher, mas Ezequiel não ficaria feliz com isso. Olhando para a mesa da biblioteca enquanto voltavam, Artéraphos percebeu o garotinho magro que esperava Ezequiel.
— Ele está aqui?
— Ele quem? — Ezequiel perguntou, logo percebendo que Artéraphos falava sobre o garoto.
— Quando voltei do encontro com a Grande Mãe, retornei no mesmo lugar onde era sua mansão. Esse jovem estava te esperando no portão de sua casa.
— Isso faz quase três dias. — Ezequiel disse observando o garoto e se voltando a Artéraphos.
Percebendo o que Ezequiel diria em seguida, Artéraphos logo negou: — Eu não o trouxe para cá, ele deve ter vindo por conta própria.
— Acredito.
— É sério, apenas disse para ele ir embora, que você já havia se mudado dali.
Fixando seu olhar no garoto, Ezequiel se aproximou. — Qual é seu nome?
Percebendo que Ezequiel havia falado com ele, o menino respondeu: — Gael.
— Gael — ele repetiu num tom obscuro. — Quero saber como me encontrou, mas tem algo me incomodando. Como você sabia sobre mim?
Sem entender, Gael apenas olhou para Artéraphos atrás de Ezequiel. Como assim saber sobre? — Eu perguntei.
— A quem?
— Todo mundo.
Virando-se para Artéraphos, Ezequiel perguntou: — Ele não parece estar mentindo, o que eu faço?
— Ué? E está perguntando para mim? Não sou bom em lidar com crianças.
— Quantos anos tem, Gael? — Ezequiel perguntou.
— Oito? — ele respondeu incerto.
— Certo, não ligo. Me diga da forma mais simples o que aconteceu depois que ajudei o despertar de seu irmão.
Pensando por um instante, o garoto suspirou e respondeu: — Quando voltamos para casa, vovó estava na cadeira. Pensamos que tudo estava bem, mas ele estava com sangue no coração…
Imediatamente Ezequiel imaginou a cena dos irmãos chegando em casa, um lugar pequeno e sujo. Não pelo ataque das criaturas, mas por terem pouca condição. Ao abrir a porta, eles veem a velha sentada sem preocupação, porém, percebem grande parte de seu corpo tomado por sangue.
Kain, o mais velho, sem conseguir suportar ver a avó morta, se fechou no quarto impedindo Gael de entrar. O mais novo sai em busca de ajuda dos vizinhos, vários tinham perdido suas casas, outros, suas vidas. Todo o bairro estava uma bagunça. Apesar de vários os conhecerem ali, ninguém tinha tempo para ajudá-los.
Gael parte então para buscar Ezequiel, conhecia sua fisionomia, mais nada. Perguntou por todo o lugar que podia, e após se perder, passando algum tempo na rua durante a noite, acabou encontrando alguém que tinha o visto.
— Entendi — disse Ezequiel compreendendo a história até o momento. — Vem comigo.
— Você vai ajudá-lo?! — Gael perguntou com felicidade.
— Vamos para a cantina, amanha procuro ajudar seu irmão. — Percebendo um olhar de tristeza tomar o rosto do garoto, Ezequiel concluiu: — Se você morrer de fome, como vai ajudá-lo? Para de pensar apenas nele, olhe para você; antes de ajudar alguém, tem que ter certeza que irá ter força para ajudá-lo.
Segundo Ezequiel, Gael se mantinha de cabeça baixa pensativo. Nem sabia se seu irmão estava vivo. Ezequiel o acalmou: — Se você está aqui, tenho certeza que ele está bem.