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Por um momento, todos tiveram a impressão de que uma aura vermelha escarlate invadiu todo o cenário e começou a sufocá-los. 

Uma aura repleta de vontade assassina.

E a origem daquela presença esmagadora era Luminus. O olho esquerdo da menina brilhou de forma intensa, a expressão dela mudou, como se virasse outra pessoa.

O primeiro pensamento dos fiéis da Seita de Érebos foi correr. Mas como poderiam correr após chegarem tão longe? A única coisa que podiam fazer era lutar com todas as suas forças.

[Aviso! As melhorias consumem uma alta quantidade de mana, o buff  da aura assassina será encerrado em dez minutos.]

A menina não entendia o significado por trás daquelas mensagens, porém aquele sentimento aflorando em seu peito era novo, jamais sentiu tanta raiva assim antes.

Ao encarar os seus amigos, notou que havia pontos amarelos no corpo de todos. Ela lembrou-se dos ensinamentos do Grande Ancião naquele momento: todos possuíam pontos fracos, onde o fluxo de mana era mais próximo do exterior. Golpear aqueles pontos era a chave da vitória.

Em outras circunstâncias, Luminus iria priorizar a segurança de todos e tentar resolver o conflito da maneira mais pacífica possível, mas naquele momento só queria… matar todos.

Seu corpo tremeu.

De onde vieram aqueles instintos? Era errado matar, como poderia ter pensado naquilo? Havia algo errado, e sabia que estava relacionado ao ódio que fazia o seu coração acelerar.

Ela sentia como se afundasse em um profundo rio de ódio, fúria, raiva, repulsa, arrogância…

As pessoas de manto negro juntaram-se para realizar um ataque contra o seu alvo. 

Sombras e mais sombras emergindo das mãos daquelas pessoas juntaram-se e deram forma a um píton gigante. Seu tamanho foi suficiente para ocultar a luz da lua naquele local. 

Vosh!

O píton gigante avançou na direção da garotinha. A bocarra estava pronto para engolir a sua vítima. 

Luminus encarou heroicamente aquela serpente, seu corpo não tremia mais. A intenção assassina ao redor dela aumentou quando sua mão moveu-se, indo de encontro à grande boca daquela criatura formada por trevas.

Pufff!

Quando a mão pálida tocou a bocarra daquele ser, o som de explosão irrompeu no ar e a fumaça negra espalhou-se por todo o cenário, até mesmo os invocadores da criatura precisaram tomar distância daquele local.

A menina cometeu o mesmo erro de Cecily: socar a serpente. 

As trevas espalhadas cegariam a garotinha, dando vantagem para a outra parte… foi isso que todos pensaram, contudo algumas das pessoas de manto deixaram suspiros escaparem quando viram a cena à frente.

Escuridão perambulava ao redor da menina, mas nunca a tocava. 

A aura vermelha emanada de Liminus espalhou-se e engoliu todas as trevas. Mais medo foi implantado no coração dos seguidores de Érebos. Eles estavam pagando o preço por subestimarem a garotinha.

— Não fiquem tremendo aí, reajam! — gritou um dos homens, ele foi o responsável por limitar os sentidos da deusa Cecily e parecia ser o líder.

— Acho que vamos ter que deixá-la à beira da morte, ou nós que morreremos — comentou uma mulher, sacando uma espada completamente negra.

Os outros fizeram o mesmo, perceberam que apenas a sua magia do Tipo Elemental Escuridão não seria suficiente.

Eles não tiveram piedade, avançaram todos de um vez, com as lâminas brandidas na direção dos pontos vitais da garotinha.

Ainda não era possível ver medo no semblante de Luminus, ela simplesmente aproximou-se mais daqueles que queriam ceifar sua vida.

[Aviso! Foi detectada uma situação de emergência. Executando feitiço de proteção ‘Trocar de Lugar’.]

Vários golpes foram desferidos simultaneamente. Alguns almejavam os braços ou as pernas da menina, enquanto outros buscavam uma brecha para perfurar o coração.

Em respostas àqueles golpes desesperado, a Reencarnação de Astarte desapareceu do local onde estava. Na verdade, não foi um teletransporte comum, ela trocou de lugar com umas daquelas pessoas.

Luminus pisou no chão com força, empurrando seu corpo para trás, na intenção de tomar distância. Seus olhos captaram a cena horrorosa daquelas pessoas cortando, sem piedade, um dos seus aliados.

Um sentimento de prazer estranho instaurou-se em seu peito.

Os seguidores da Seita de Érebos olharam assombrados para o corpo do seu companheiro que trocou de lugar com o seu alvo, ninguém esperava que ela tivesse uma habilidade assim.

Mas não havia mais nada que pudessem fazer, apenas moveram os olhos na direção da garotinha. Eles possuíam mais medo que fúria em suas faces.

Nenhum deles sabia qual movimento deveriam executar a seguir, por isso buscaram a ajuda do seu líder… mas ele não estava mais lá. O homem que selou os sentidos de Cecily simplesmente fugiu.

Vendo que foram abandonados, aquelas pessoas chutaram o chão com força e começaram a correr pelo cenário.

— Precisamos nos proteger, sem o mentor, não podemos fugir da barreira. Achem uma maneira de matar a mulher loira para escaparmos!

Seria suicídio tentar avançar e matar a deusa Cecily, com seus sentidos selados, pois havia Luminus bloqueando seu caminho. 

— Pirralha, eu acho que consigo me livrar dessa névoa em alguns minutos. Já que eles não podem escapar da barreira, posso cuidar de todos… Ei, pirralha, o que foi?!

A visão da deusa loira estava um pouco embaçada, mas ela jurava que escutou uma risada. 

Booom!

O tom vermelho escarlate preencheu ainda mais a região ao redor da barreira, engolindo a névoa nublando a visão de Cecily. A risada vinha da origem daquela presença esmagadora: Luminus.

Com uma passada rápida, a garotinha desapareceu, surgindo mais uma vez na frente de uma das pessoas de manto.

Splash!

Sangue choveu quando ela moveu a mão pequena e tocou o corpo daquele seguidor da seita, apenas aquele contanto foi suficiente para transformar aquela pessoa em gotículas de sangue e pedaços de carne.

O sorriso de Luminus só aumentou ainda mais.

Ela continuou a sumir e reaparecer diversas vezes pelo cenário, cada vez que sua figura ficava visível, o vermelho do sangue banhava a grama. Aquilo continuou até que não restasse mais nenhuma daquelas pessoas dentro da barreira.

Cecily mal se moveu. Ela apenas assistiu, com assombro, aquele massacre. 

Aquilo era uma monstruosidade, nem mesmo Azazel van Elsie chegava àquele nível. A deusa sabia o que aconteceria caso se aproximasse naquele momento, por isso usou toda a sua força para deixar a barreira.

Não sabia se aquela barreira seria suficiente para conter Luminus, mas não podia continuar ali perto, jamais experienciou aquilo, seu corpo todo estava tenso por conta do medo.

Os olhos de Luminus focaram na deusa loira, fora da barreira. A menina avançou como um animal selvagem buscando por sua presa e impactou contra a barreira.

Crack!

A garotinha não hesitou em dar socos estrondosos naquela parede invisível que impossibilitava sua saída. Cada ataque provocava rachaduras, seria apenas questão de mais dois golpes para a defesa ser quebrada de vez, contudo…

[Aviso! O tempo limite foi alcançado! Iniciando modo de hibernação para a recuperação de energia.]

Luminus caiu como uma pedra arremessada do alto de uma casa. Ela desabou com força e um pouco de sangue escorreu no chão — ela provavelmente quebrou o nariz no impacto.

Cecily soltou um suspiro pesado ao ver aquilo, mas ainda demorou alguns minutos até ter coragem de voltar para a barreira e se certificar que Luminus ainda estava viva.

— Então essa é a lendária aura assassina de Astarte… é melhor eu tomar mais cuidado na próxima e preparar um plano de fuga.

***

No outro lado do monte Kuryo, uma fumaça negra desceu do céu e impactou no chão. 

Uma névoa surgiu e um homem rolou pela terra várias vezes, antes de parar de bruços, encarando as estrelas no céu.

Ele escapou por pouco, jamais imaginou que a Reencarnação de Astarte já tivesse chegado àquele nível. Precisava voltar e reportar aos seus companheiros sobre o ocorrido.

Se não fosse por sua adaga, capaz de cortar até mesmo barreiras erguidas por deuses, não teria escapado. 

Lamentava por seus companheiros, mas não conseguiria fugir se eles não servissem de isca.

Após um longo suspiro, ele levantou-se e preparou-se para viajar até o esconderijo da seita.

No momento em que seu corpo começou a virar trevas, sentiu um calor incomum em sua perna direita. 

Ele caiu do nada.

— Que diabos… Argh! 

Ao olhar para trás, entendeu a motivo daquela ardência: alguém cortou sua perna direita. Foi um corte limpo e rápido, podia ver como a carne e o osso perfeitamente dali.

— Que batalha intensa… mas você foi bem covarde de fugir com o rabo entre as pernas, hihi.

Uma voz sádica invadiu o ouvido do homem. 

Quem poderia ser? As pessoas comuns não poderiam voar tão rápido quanto ele, ainda mais alguém que aparentemente estava no outro lado do monte há pouco.

— Não se incomode em pensar tanto, eu só preciso dessa adaga que você tem aí… ai, ai, não olhe assim, eu não vou fazer coisas pervertida com a adaga, embora ela seja grande e grossa.

Ao mirar a dona da voz, viu uma demônia bonita e de corpo sensual. Ela possuía longos cabelos negros que alcançavam a cintura e olhos vermelhos.

Suor frio escorreu pelas suas costas, aquelas características só podiam pertencer a…

— A-Azazel van El…

Antes que pronunciasse as últimas sílabas, sentiu sua consciência desaparecer. Nem viu como foi morto, apenas sentiu uma dor excruciante por alguns minutos, antes de finalmente deixar de existir.

Azazel van Elsie caminhou calmamente e pegou a adaga deixada por aquele homem. Ela sorriu antes de comentar com um sorriso sádico:

— Já tenho a espada que separa a alma e a adaga que profana barreiras… Hmm, deve ser suficiente para lidar com a deusa. — Ela olhou com repulsa para a direção que esteve há pouco. — Não sou páreo para a Reencarnação de Astarte daquele jeito, preciso de algo para selar os poderes dela e uma lâmina capaz de matar quem não morre… talvez a Falx do Ceifador?

Enquanto conversava sozinha, ela pisou na grama com força e desapareceu.

Não restaram nem vestígios de que ela assassinou alguém ali.

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Olá, eu sou o NekoYasha!

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