Me chame de Caril (1)
“Quero que compartilhemos uma cama.”
Ela respondeu antes mesmo de perceber.
“Eu não gosto disso.”
“Por quê?”
“Porque…”
Elena mordeu o lábio. Não era algo que ela não pensasse. Só porque era um casamento político, não significava que eles não iriam compartilhar a cama. Para solidificar seu poder, era melhor dar à luz um príncipe que herdaria o trono no futuro.
Ela sabia muito bem. O problema era que as ambições de Elena não consistiam necessariamente em solidificar seu poder como imperatriz em si. Seu objetivo era evitar a destruição de sua família com Carlisle ao seu lado. Acontece que tornar-se imperatriz era a melhor maneira de fazê-lo.
Na sociedade aristocrática, onde os escândalos muitas vezes se revelavam verdadeiros, Elena cresceu com uma rara inocência. Depois que sua família morreu, ela nunca teve tempo para estar com homens, pois passou toda a vida tentando se vingar e, inadvertidamente, nunca teve nenhuma experiência. Nem mesmo de um caso de amor comum, e ela rejeitara instintivamente a ideia de dormir com alguém.
Kkuugeu–
Elena tentou se forçar a pensar racionalmente, apertando a mão com força sob a mesa. Foi ela quem propôs um casamento político primeiro, e Carlisle apenas levantou uma questão relacionada que precisava ser tratada.
Agora era hora de fazer um julgamento calmo, em vez de emocional.
“Esta não é uma opinião. Pensando objetivamente, não acho que agora seja o momento certo…”
“O que você quer dizer com isso?”
“Isso… significa que não posso viver apenas como sua mulher. Não sei por que concordou em se casar comigo, mas fiz essa proposta porque queria ser a imperatriz. Até então, não quero desistir de minhas habilidades de luta com espada.”
Carlisle ouviu em silêncio Elena. Ela não conseguia ler nenhuma emoção em seu rosto inexpressivo, então ela tentou persuadi-lo ainda mais.
“Até me tornar imperatriz, prefiro atuar como sua arma secreta em vez de sua esposa. Não ficarei ressentida com essa decisão, mesmo que um filho nascido de outra mulher mais tarde se torne o príncipe herdeiro. Vou escrever no contrato, se quiser.”
Ela treinou todos os dias depois de voltar ao passado. Elena se tornaria a espada mais afiada de Carlisle. Seria a própria Elena que estaria na vanguarda de todas as guerras e eliminaria os inimigos que estivessem em seu caminho.
A vida normal de vestir-se bem e esperar que ele voltasse para a cama à noite não era adequada para Elena. Ela não pretendia ser uma imperatriz. Carlisle, que estava ouvindo em silêncio até então, foi o primeiro a falar.
“Você realmente quer se tornar imperatriz…?”
Com essa pergunta, ela de repente se perguntou como ela parecia nos olhos de Carlisle. Ela deve parecer uma aristocrata infantil. No entanto, ela não se importava se arriscava sua vida pelo poder ou parecia uma mulher louca, desde que mantivesse sua família segura.
“Sim, eu quero ser imperatriz.”
Carlisle ouviu sua resposta e permaneceu em silêncio novamente. Elena engoliu em seco. Qualquer contrato exigia concessão mútua, e embora Elena estivesse negociando em uma posição relativamente fraca, ela ainda estava firme em suas condições. Do ponto de vista de Carlisle, não poderia ter sido agradável. Então ele disse algo totalmente inesperado.
“Por sua causa, há mais uma razão para eu ser o imperador.”
“Que significa…”
“Se é isso que você quer, eu aceitarei a oferta. Não vamos dormir juntos.”
“Oh, obrigada, Sua Alteza.”
Seu rosto se iluminou. Ela estava preocupada com o que faria se Carlisle recusasse.
‘Graças a Deus…’
Foi apenas por um momento que Elena foi capaz de suspirar de alívio. Carlisle ainda não tinha terminado.
“Até que você se torne imperatriz. Não depois disso. Depois de se tornar a imperatriz como deseja, viva apenas como minha esposa.”
“Ah…”
Elena não respondeu imediatamente ao que ele disse.
Ela estava em uma posição de casar, e escolheu a pessoa que ela pensou que seria a mais vantajosa para ela. Na verdade, essa vida de casamento era um futuro que ela não havia imaginado além de Carlisle se tornar imperador. Depois disso, havia a possibilidade de ele conhecer outras mulheres e se tornar indiferente a Elena. Ela poderia desfrutar de uma vida relativamente livre como uma imperatriz e terminar sua vida silenciosamente. Ou Carlisle poderia dispensá-la da posição de imperatriz, ou Elena poderia destroná-lo se ele liderasse um governo traiçoeiro e ela pudesse colocar outra pessoa em seu lugar.
Ela não se importava em que tipo de futuro ela viveria. Mas o que Carlisle agora propunha era um futuro no qual ela nunca tinha pensado até agora. Suas palavras de viver apenas como sua mulher pareciam cheias de significado para ele.
Carlisle falou como se pudesse dizer o que ela estava pensando.
“Você não gosta? Se você está me usando para se tornar imperatriz- ”
“Não eu vou. Vou viver como sua esposa.”
Assim que surgiu a implicação de que ela o estava “usando”, Elena parou de pensar e respondeu rapidamente. Carlisle já havia feito muitas concessões e precisava urgentemente de sua proteção. Sua consciência a incomodou com culpa, mas ela não foi capaz de dar qualquer outra resposta. Carlisle tinha um olhar de satisfação, sem saber se era uma escolha relutante ou não.
O sorriso de seus olhos azuis desapareceu.
“Eu te disse, você às vezes me deixa ganancioso.”
“…”
“Eu espero que você tenha meu filho. Eles ficariam lindos com cabelos loiros e olhos vermelhos como você.”
“O que?”
Elena deixou escapar. Parecia que ele não poderia amar seu filho a menos que se parecesse com ela.
Carlisle mudou suavemente de assunto, como se não tivesse intenção de se explicar.
“Sabe, tenho tentado ouvir muitas de suas opiniões.”
“Ah sim. Sou grata por isso.”
“Eu vou te dizer o que eu quero a partir de agora.”
“Por favor faça.”
Era hora de Carlisle oferecer suas condições para o contrato de casamento.
Elena engoliu em seco com a tensão pairando no ar.
“Me chame de Caril.”
“Pe-Perdão?”
Elena abriu a boca como uma idiota. Ele queria que ela o chamasse por um apelido de repente? Por quê?
Carlisle continuou com uma expressão suave.
“Você me pediu para fingir que te amava. Mas você continuará a se dirigir a mim de maneira tão formal? Eu serei seu marido, certo?”
“Ah, mas…”
Os casais não usavam necessariamente apelidos. Na sociedade aristocrática, onde os casamentos políticos eram comuns, muitos casais usavam títulos honoríficos até o dia de sua morte. Um nome carinhoso, de fato, era uma expressão íntima que só poderia ser usada por amantes.
Mais perguntas ameaçaram explodir dela, mas ela simplesmente acenou com a cabeça quando viu o olhar determinado de Carlisle em seu rosto.
“Tudo bem… vou chamá-lo assim.”
Sim. Não importava se ela o chamasse de Caril. Ela o chamaria da merda que ele quisesse de bom grado se ele concordasse com suas outras condições.
“Pode parecer estranho para os outros se eu usar um apelido desde o início, então vou agir formalmente em situações externas. Por favor, entenda isso.”
“Vou deixar para o seu julgamento. Mas você pode me chamar assim quando estivermos sozinhos.”
“Sim, eu… Caril.”
Um sorriso pitoresco apareceu nos lábios de Carlisle. Foi seu primeiro sorriso genuíno que não parecia ser uma piada ou uma expressão sombria.
Elena olhou atordoada para ele por um momento, então logo voltou a si.
‘O que é que foi isso…?’
Ela não conhecia ninguém que sorria daquele jeito só porque era chamado pelo apelido. Mas ele ainda não tinha terminado.
“Nós teremos todas as refeições juntos. A menos que você tenha outros compromissos.”
Isso significava vê-lo todos os dias. Normalmente, os casais em casamentos políticos acabam tomando suas próprias refeições e nem sempre se encontravam cara a cara, a menos que fosse absolutamente necessário. Claro, no caso de Elena, ela pretendia ficar o mais perto possível de Carlisle para protegê-lo. Mas ela nunca imaginou que ele iria sugerir isso primeiro.
“Eu entendo. Eu aceito seus termos.”
Ela concordou imediatamente, pois não era um mau negócio, mas ela se perguntou o que ele realmente queria. Após um momento de contemplação, ela falou novamente.
“Nosso contrato está ficando cada vez mais longo, então você poderia me trazer uma caneta e um pouco de papel?”
Carlisle se levantou, em seguida, colocou uma caneta e papel na mesa na frente dela. Ela cuidadosamente começou a escrever todas as suas condições.
Por algum motivo, parecia um dia muito longo.
Tradução: Sa-chan
Revisão: Sa-chan
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