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Utilizando bondes públicos, Akemi chega na praça do centro de Toryu.

Espero que realmente tenha o serviço de táxis nas proximidades como eu vi no jornal.

Com o dinheiro que tem guardado, ele espera algum motorista aparecer.

Apesar do sol da manhã, o clima frio causa arrepios em quem passa nas ruas.

[ 7h30 da manhã. ]

Caramba, parece que já se passaram uns trinta minutos e nada de um taxista! Era pra ter chegado pelo menos um!

O serviço de táxis é recente, e portanto, escasso. Akemi está ciente disso, mas é o único meio de chegar até a academia.

Hoje não pode dar nada errado!

[ Cinco minutos depois… ]

Um veículo vermelho de mesmo modelo usado pela ASA estaciona perto da praça.

Oh! Aquele deve ser um táxi! Tenho que pegar a passagem logo!

Agindo rapidamente, Akemi aperta o passo em direção ao carro, passando e trombando sem querer na multidão que caminha pela praça.

— Com licença. Opa! Perdão senhora! Deixa eu passar rapidinho. Licencinha… 

Ao chegar perto da janela do carro, o rapaz observa o motorista.

É um homem, de meia-idade e corpo leitoado, vestindo um uniforme vermelho com botões brancos que parecem quase ceder sob a pressão da grande barriga. Embora a calvície coroe o topo de sua cabeça com fios ruivos, ele esbanja uma cabeleira longa por trás da nuca, sem contar sua grande barba e bigode de respeito. 

Com uma das mãos no volante e o outro braço fora do carro, ele adota uma postura desleixada.

Que cara estranho, tem até uma pálpebra caída, parece sonolento.

Ao notar que está sendo observado, o motorista fixa o olhar em Akemi e pergunta: — Tá olhando o que, garoto?

Quê?! Essa voz e jeito jogado dele… Está bêbado? Não, não é possível, é sério isso?! Ele nem parece ser asahiano, mas não tenho outra escolha a não ser este carro. 

— Você… é um taxista?

— Bruuuuup! — O tremendo arroto faz o rapaz se afastar um pouco, estranhando. — Depende da viagem, mas este seu uniforme não engana ninguém. Quer ir pra ASA, né?

— Sim, senhor.

— Faço por cem Ians1.

Ugh! Facada! Ainda bem que trouxe uma quantia maior comigo no meu bolso.

Akemi entrega cinco moedas no valor de vinte Ians ao motorista e entra no banco de trás.

Assim, a viagem começa.

Tô animado para chegar logo, mas meio receoso… Aliás, esse carro continua lento?!

— Com licença, são quantas horas?

Após enfrentar dificuldades para retirar do bolso um relógio de mão, o motorista espia os ponteiros e informa: — Hmmmm… Olha só! Esqueci que não sei olhar num relógio de ponteiro! Haha Haha! Pode ficar com esse treco, garoto. Pensa rápido!

O relógio é jogado para trás pelo motorista e cai no colo de Akemi.

Como alguém não sabe olhar um mero relógio de ponteiro? Ah, já sei, deve ser por isso que ele demorou aparecer na praça. 

Analisando o relógio em mãos…

São sete e quarenta e sete. Espera, a última vez que fui da ASA até o centro demorou quase vinte minutos, então… esse caminho inverso deve levar o mesmo tempo! Quem sabe até mais! Eu vou me atrasar logo no primeiro dia?!

Mal sabendo o que pode lhe esperar caso chegue após o horário marcado, Akemi não pode deixar de ficar cada vez mais impaciente…

[ 7h53 da manhã. ]

Fora da área urbana, o veículo treme pela estrada de terra.

Akemi, com o coração na mão, balança as pernas por conta da ansiedade.

— Cê tá bem aí atrás? — pergunta o motorista.

Olhando para baixo e ainda inquieto, o jovem responde: — É… sim! Só um pouco nervoso.

— É o seu primeiro dia?

Akemi confirma com a cabeça ao perceber o motorista o observando pelo retrovisor.

— Pode relaxar! Levei vários jovens atrasados até a ASA ao longo do meu trabalho. Se você for um deles, o máximo que irão fazer é desgastar o seu corpo até seus ossos doerem. Mas olha o lado bom, pelo menos eles te recebem! Haha haha!

Mesmo com um “lado bom da história”, a informação apenas piora a situação.

[ Algum tempo depois… ]

Finalmente o veículo chega à frente da ASA.

O motorista estaciona o carro do lado de fora e conversa: — Tá aí, chegamos. Ó, não te deixarei lá dentro pois tenho que voltar ao centro. São sete e cinquenta e nove, então eu te aconselho a… — Pelo retrovisor, ele vê que o garoto não está mais no banco de trás. — Ué?! Onde ele foi?!

Olhando à frente, o condutor flagra Akemi correndo ao grande portão duplo quase sendo fechado por dois militares, que apesar de usarem uniformes distintos, claramente estão fazendo o papel de guarda.

EI! ME ESPERA! — grita o rapaz, enquanto acelera com a maleta em mãos.

À esquerda do portão, um homem esbelto de farda azul-escura elegante com detalhes amarelos, cabelo preto médio, olhos calmos e azuis, e um corpo volumoso, porém definido, para de empurrar o portão quando vê um jovem de gakuran se aproximando velozmente.

Já do lado direito da entrada, uma mulher loira e alta, com várias cicatrizes, vestida em um uniforme vermelho com grandes ombreiras de metal desgastado, também pausa suas ações de obstrução da passagem. Seu cabelo, preso em um rabo de cavalo, acentua a seriedade em seu olhar desafiador, que se intensifica ao notar a situação.

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— O que é aquilo? — pergunta o guarda para sua companheira.

— Argh, é apenas mais um bisonho chegando tarde.

Parado na frente deles, Akemi coloca a maleta no chão e se inclina com as mãos nos joelhos no intuito de recuperar o fôlego…

Entretanto, a tentativa não tem sucesso…

Dando um passo à frente, a militar indaga afrontosamente: — Você é um recruta?!

Não devia mostrar fraqueza na frente deles, mas estou sem fôlego!

— Haaa. Haaa. Sou um aluno da nova turma. É o meu primeiro dia aqui — ainda curvado, ele junta as mãos — por favor, perdoem-me por chegar em cima da hora.

O outro guarda toma a palavra com sua voz suave: — Documentos.

Vasculhando pela maleta, Akemi pega o papel de seu registro civil e o apresenta ao militar à esquerda.

— Hm — o homem analisa — Akemi Aburaya, nascido no dia vinte e sete de maio de 1904 na cidade de Mushi… Hmmm… Como é? — Ele levanta uma das sobrancelhas ao ler algo suspeito.

Ai, caramba! O que será que ele viu?

De braços cruzados e linguajar rude, a mulher pergunta: — O que deu aí?

— Lembro do nome dele na lista de indicados, mas isso aqui é muito estranho. Olha aqui — o militar mostra o papel para a companheira, apontando — este documento é recente e está insinuando que este garoto é trivial. 

Sem jeito e meio risonho, o rapaz diz: — Ah! É… então… hehe. Isso é uma longa história, sabe.

Nem ferrando que meus documentos ainda me categorizam como trivial, que vacilo! Como eu deixei essa passar!

A guarda questiona bravamente: — É algum tipo de piada, moleque?!

— Não! — Akemi dá um passo atrás e gesticula negativamente com as mãos — Não sou trivial, esses documentos são antigos! E…

O homem de olhares celestes solta o papel, deixando-o cair no chão: — Para mim isso aqui é falso.

As duras palavras e ações deixam o garoto baqueado.

— N-não! Por favor! E-eu posso provar! Olhem!

Desesperado, Akemi tenta emitir sua aura, fechando os olhos e se concentrando…

Porém, novamente, ele não consegue nada.

Sua energia o abandona mais uma vez.

De novo não! Por que logo agora?! Inferno de aura! Isso só me decepciona!

Os militares tratam a cena confusos.

O guarda de olhos calmos diz: — Deve estar drogado.

— Gente, por favor! Vocês precisam acreditar em mim! Olha, recebi todo este equipamento da ASA, isso deveria servir de prova!

Irritada com as insistências do jovem, a mulher impõe ordens de modo dominante: — Oe! As regras são claras! Sem identificação, nada de passagem, seja com violência ou não! Você não pode permanecer nessas proximidades! Saia imediatamente!

O homem complementa: — Na verdade, apresentar documentos falsificados é totalmente passível de cadeia. Ele terá que responder por isso.

Neste momento, Akemi tem o medo como novo dono, já que lágrimas ameaçam escapar e seu corpo trêmulo demonstra fragilidade.

Ai, caramba! Não tem pra onde correr! Não! Eu não quero ser preso!

Quando…

Woooosshhh!

— Que gritaria é essa? — Uma voz autoritária ressoa atrás dos guardas.

  1. moedas asahianas[]
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Olá, eu sou Andaz!

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