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Capítulo 22 ❃ Um horizonte Limpo em meio a uma Tempestade.

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Em meio a escuridão e a chuva densa que cai sobre ambas, Evangeline finalmente começa a acreditar no que vê, Karenn, está totalmente machucada e largada como se não fosse nada. Ao notar que chora involuntariamente, após ver a situação de sua irmã, sussurra com a voz trêmula, por conta do frio.

— O q-que é isso? Lág-grimas? Por quê será que estou… chorando? — A jovem se questiona, enquanto mais e mais lágrimas jorram de seu rosto, que outrora sorria sem preocupação.

— (…)

— Mas… o que aconteceu com você Karenn? Quem fez isso? Ka-Karenn?! KARENN! — A jovem grita, uma intensa angústia surge em seu ser. 

A meio elfa tenta acordar sua irmã, enquanto sacode o seu corpo que parece estar sem vida. Logo vem em sua mente uma resposta rápida, para ver se a garota em seu colo está viva.

Com os seu dedos direciona para o pulso da jovem desacordada, e sente seu batimento cardíaco, que a faz se acalmar. Ao perceber isso, declara: — Ainda… bem, você ainda está viva.

Evangeline, segura o corpo de sua irmã em seus braços, em seguida se levanta, e anuncia: — Certo! Vamos sair desse local frio e molhado, e ir a um lugar nos proteger — finaliza, ao caminhar pelo beco, com a intenção de sair da chuva.

Durante a sua caminhada, um homem suspeito encara as duas de relance. O sujeito parece expressar surpresa ao ver a meio elfa carregar a jovem desacordada em seus braços. Evangeline acaba sentindo a presença de alguém a observando, e logo se vira para averiguar, e nota um homem, que se retira com passos apressados do local.

Ainda com o intuito de tirar a sua irmã da chuva, a jovem ignora a ação estranha do homem suspeito que foge, e segue rumo a sair do local escuro e apertado.

Finalmente, não mais em baixo da densa chuva, Evangeline encontra uma estalagem no centro de Nakkie. A jovem com um pouco de dificuldade, por conta de carregar a sua irmã nos seus braços, abre as portas do local, e adentra.

Todos presentes que comem, bebem e conversam uns com os outros, voltam sua atenção abruptamente para a jovem que acabara de entrar. A meio elfa, um pouco desconfortável com os olhares de julgamento para si, se pronuncia.

— Olá! Alguém poderia me ajudar? Eu preciso de um local para deixar minha irmã descansar, não levará muito tempo — solta um pequeno grito, com o intuito chamar alguém que pudesse ajudá-la.

Todos presentes que focaram sua atenção para a jovem, começam a sussurrar uns para os outros, dizendo: — Olha só aquilo ali, tem uma demônio carregando uma humana — aponta uma mulher loira, de aparência avantajada, em relação ao seu dinheiro.

— Sim, com certeza aquela mulher trabalha num bordel, olha como está totalmente usada… — retruca o senhor de idade, chamado pela mulher na cadeira na sua frente.

No canto do alojamento, outras pessoas sussurram, e uma garota fala: — O que uma demônio faz numa cidade de humanos papai? — questiona, a filha de um homem burgues, que está sentado do seu lado.

— Não ligue para isso minha filha, elas devem ser limpadoras de estábulos, não é atoa que aquela ruiva fede tanto, ha-ha — responde o homem, com um tom de deboche, vestindo roupas chiques e uma cartola, que aparentemente tem sua calvície amostra.

Evangeline, enquanto ouve os sussurros cheios de ignorância e repudiação, voltada sobre si e sua irmã, se enfurece, porém apenas aceita a realidade, pois foi alertada outrora por Trevor. Em seus pensamentos, fala.

”Essas pessoas… como elas conseguem falar isso sem julgamento algum? Elas mal me conhecem e falam o que bem entendem. Não posso me estressa com isso, preciso de um lugar para tratar de Karenn, e se o preço é aceitar esses insultos, eu farei” finaliza seu pensamento, enquanto desvia seu olhar das pessoas do local.

Finalmente o dono do estabelecimento aparece, pois percebe que todos no local ficaram quietos. O homem surge à frente da jovem, e ao sentir o cheiro que a mesmo exala, por conta da urina jogada em si no beco, indaga.

— O que você quer aqui demônio? — questiona, ao por seus dedos no nariz, para tampar o odor que a jovem emite.

A jovem se aproxima do homem, porém o mesmo dá alguns passos para trás, e complementa: — fale daí mesmo.

Sem escolhas, a meio elfa responde: — E-Eu preciso de um lugar para colocar a minha irmã, não precisa ser um lugar bom, só necessito de algo seco que possa ter uma cama, só isso que peço — conclui, ao abaixar sua cabeça para o estalageiro.

O senhor observa tanto Evangeline, quanto Karenn desacordada em seus braços, e logo fala: — E quanto está disposta a pagar, por isso — indaga, ao ignorar a situação de ambas, pois apenas se importa com o dinheiro.

A meio elfa se lembra que outrora havia dado todas as sua moedas para o cocheiro, e logo responde: — B-Bem, é que eu não tenho dinheiro agora, m-mas eu posso ajudar em outras coisas. Só peço que me ajude — suplica, enquanto olha para o homem.

O estalageiro começa a pensar, entretanto, o homem de antes, que as havia insultado de limpadoras de estábulos, se pronuncia com um tom de voz alta: — Senhor Bramir, não sabia que o senhor que abriga ralé em sua estalagem, ainda mais esses demônios fedidos, ha-ha.

— Se é o que realmente faz, talvez eu deva encontrar outro lugar para eu poder desfrutar minha moedas com a minha filha — ameaça, de modo a desmotivar a ação de ajuda do estalageiro.

Com medo de perder um cliente rico, Bramir, dono da estalagem, aceita o que o homem diz, em seguida responde a meio elfa: — Aqui não é lugar para sua laia demônio, vá embora e não volte mais! — exclama, enquanto balança sua mão, de modo expulsar as jovens do local.

A jovem incrédula com a resposta do homem, tenta argumentar: — Ma-Mas senhor, por favor, eu peço que…

Agora irritado com a insistência da garota, o estalageiro levanta sua voz, e grita: — Saia! Antes que eu chame os guardas! — finaliza, ao dirigir um olhar de repulsa.

Sem escolhas, a meio elfa se encaminha para fora do local, porém o mesmo homem que incentivou sua expulsão, fala: — Ei demônio, já que está saindo, sugiro que leve essa puta para os estábulos, talvez lá os cavalos terminem o que os outros não fizeram, ha-ha.

Ao ouvir as palavras sem sentimentos do homem para com a sua irmã, Evangeline se vira, porém totalmente diferente de antes. Sua expressão expõe toda a raiva acumulada dentro de si, e com um olhar de ira, observa o homem que insultou Karenn.

Uma aura de mana surge em volta da meio elfa, as poças das águas feita pela chuva começam a se acumular em baixo dos pés dela. Um forte vento invade o local, que faz com que as portas da estalagem se abram. Esse vento começa a circular todo o local, que fazem chamas da lareira se apagarem por completo, que deixa apenas visível a luz de fora.

A jovem por sua vez, responde: — Hã!? O que foi que você disse, seu merda?

O estalageiro e o resto do pessoal, se enchem de medo da meio elfa, enquanto uma intensa chama de cor verde começa a cobrir o seu corpo e da sua irmã, por fim, Evangeline complementa: — Não fique se achando superior seu lixo, pois seu pedestal é facilmente quebrado.

— Eu não me importo que me insultem, mas não ousem insultá-la desse jeito. Se eu souber que qualquer um dessa cidade a prejudicou, sofrerá até desejar estar morto — finaliza, ao sair do local com a sua habilidade Manto de chamas Ken, que evapora toda e qualquer chuva sobre si.

Uma centelha de raio corta os céus, iluminando o interior escuro do estabelecimento, e o vento que circula no local se retira, junto a meio elfa, que fecha violentamente as portas do local.

Bramir, que por sua vez está caído no chão com medo por conta do acontecimento, é repreendido pelos seus clientes, que falam: — Chame os guardas! Aquela demônio não pode ficar nessa cidade! 

Logo após isso, o estalageiro corre para fora do local em busca de um soldado sequer para denunciar a jovem.

Após sair do estabelecimento, se dirige para uma espécie de barraca, abandonada por um comerciante. Nesse local, Evangeline, aguarda que a chuva cesse, para poder voltar para casa.

Em uma casa de dois andares ao lado de onde ela está, um senhor por volta da meia-idade, tenta chamar a atenção da meio elfa por gritos, porém o barulho incensante da chuva, que emite ao se chocar no chão, impossibilita de que a mesma o ouça.

O homem por sua vez sai da janela, e em seguida retorna com um pão em sua mão, e o arremessa na jovem. O pão acerta a sua cabeça, que fica alerta procurando no local, para ver quem havia jogado aquilo nela. Por fim, nota o senhor a chamando em uma janela, acenando com sua mão para entrar.

Sem muitos alardes, a jovem recolhe sua irmã nos braços, ativa seu manto de chamas e segue caminho até a casa do senhor. No portão, ele as recebe e as deixa entrar. Ao notar a situação da garota desacordada no braço da meio elfa, o homem pede que o seguisse até o andar superior da casa.

No andar superior, Evangeline observa atentamente o local. Uma sala de estar, com uma mesa feita de madeira de carvalho escuro com 6 cadeiras muito bem detalhadas, feitas com o mesmo material. Em sua superfície, se ver uma vasilha com frutas silvestres. O lugar é iluminado por lampiões e velas, espalhadas estrategicamente sob as estantes.

O piso do local é feito de madeira de pinheiro, totalmente lisas e limpas, possível de ver o reflexo da luz que vem dos raios solares. No local há duas janelas, que ao olhar para fora, se observa a densa chuva caindo na cidade, e ao mesmo tempo, o horizonte totalmente limpo e azul.

O senhor, ao chegar em sua sala, declara: — Ah! Me desculpe, vou me apresentar. Me chamo Ivan, sou o curandeiro dessa cidade e… 

Antes de continuar sua fala, um espírito de fogo surge do nada, e complementa: — E eu sou Áurea, o espirito guardião do fogo. Eu tenho um vínculo com esse velho que você está vendo — finaliza, soltando uma pequena risada.

— Áurea! Você não pode me ofender quando temos visita! — repreende, de modo a chamar atenção do espírito.

Áurea fecha sua face com uma expressão emburrada, e em seguida, retruca: — Okay, okay, quando você quiser conversar comigo, me chame. Até lá, estarei no seu núcleo de mana. Até! — despede-se, ao entrar no peito de Ivan.

Evangeline fica surpresa com que acabara de ver, e em seus pensamento, fala: ”Wow! Um espírito de fogo de verdade, um com um corpo físico, mas como é possível usar fogo para curar?”

O curandeiro chama a atenção da jovem, e fala: — Me desculpe por isso, a Áurea é assim mesmo, ela gosta de brincar, mas essa situação não é o ideal…

— Por favor, coloque essa jovem no meu quarto, lá tratarei de suas feridas — anuncia, enquanto as leva consigo até o seu quarto.

No quarto, a jovem observa todo o seu interior. Uma grande cama dossel, feita com madeira de pinheiros, e detalhada com desenhos de folhas por toda a parte, na parte superior da cama, há uma cortina branca que cerca em toda a sua volta.

O local em si e revestido por carpetes, e iluminado com uma grande janela com uma sacada, apontada para o oriente, perfeito para capturar a iluminação do nascer do sol. Ao lado da cama, se encontra um pequeno armário, e em cima, um jarro de flores amarelas.

Sem perder tempo, Evangeline, coloca Karenn na cama, e em seguida pronúncia: — Senhor, primeiramente obrigada por nos acolher da chuva — agradece, ao curvar sua cabeça para o homem.

— Eu havia tentado encontrar abrigo numa estalagem próxima, mas me expulsaram de lá… — finaliza, para tentar ocultar o que aconteceu no lugar, enquanto olha para sua irmã desacordada na cama.

Ivan nota a expressão cabisbaixa da meio elfa, e fala: — Relaxe, aqui você pode ficar o quanto quiser, e não precisa se preocupar, deixe que cuidarei de sua amiga.

O homem nota o estado, e o cheiro da jovem, logo continua: — Você pode se limpar no banheiro. Amice! Prepare um banho para essa jovem! — exclama Ivan, ao chamar sua criada, enquanto a mesma surge e acena com a cabeça, confirmando a ordem.

Sua característica é de uma moça jovem, sua pele é morena e seus cabelos lisos e curtos, que estão marrados em um coque. Veste roupas simples de empregada, da coloração branca e preta, estilo maid.

— Venha comigo senhorita — chama Amice, ao se diriger para a meio elfa.

Às duas vão em direção ao banheiro. No meio desse tempo, em que Evangeline se limpa, o curandeiro Ivan e seu espirito de fogo Áurea, começam a curar os ferimentos de Karenn. Um por um são curados, porém a expressão do espírito muda, ao descobrir algo no corpo da jovem.

Evangeline finalmente retorna para o quarto, agora totalmente limpa e com roupas emprestadas da criada, pois as suas estão sendo lavadas pela mesma. Ao notar a presença da jovem, Áurea, o espirito de fogo sussurra algo no ouvido de Ivan, e em seguida retorna para o núcleo do homem.

Ivan, com uma expressão séria, observa a feição confusa da meio elfa, e logo diz: — Eu já curei os ferimentos superficiais, e ela já está estável, e também preciso te falar algo importante jovem, porém antes preciso saber o seu nome — declara, ao se aproximar da garota.

— Ah! Me desculpe senhor, eu acabei esquecendo de me apresentar também. Viemos do vilarejo ao norte, eu me chamo Evangeline, e ela é Karenn a minha irmã, bem ela não é exatamente a minha irmã de sangue, mas eu não me importo com essas coisas — apresenta-se.

— Prazer em conhecê-la Evangeline, mas não precisa me chamar de senhor, Sou Ivan Mihael Flamesworth, sou o curandeiro em destaque em Nakkie, mas não se apegue a esses títulos vazios, pois preciso lhe informar algo muito sério. Me acompanha até a sacada? — conclui, ao chamar a jovem para acompanhá-lo para fora, se dirigindo até sacada do quarto.

Após chegarem no local, o homem debruça-se no muro, e fala: — Bem, isso é meio complicado de dizer, mas serei breve. A sua irmã contraiu uma doença, essa é uma enfermidade muito séria, e parece que ela contraiu de um abuso sexual… 

Ao finalizar a sua descoberta para a jovem, observa um olhar de imenso ódio vindo da mesma, que antes via uma meio elfa calma e tranquila, agora ver um monstro que emite uma aura ameaçadora.

— O se-senhor t-tem certeza disso? — indaga, se dirigindo a Ivan, o curandeiro, ao seu lado.

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Olá, eu sou HOWL!

Curiosidades: Todo mago pode possuir um espírito referente a seu atributo mágico. Quando um mago possui mais de um atributo, ele se torna capaz de possuir mais de um espírito.

Cada espirito se liga permanentemente a um mago, ou seja, se o mago morrer também acontecerá com o espírito.

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