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Capítulo 34 ❃ Um incêndio inofêncivo.

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Quando Áurea e Evangeline atravessam a passagem espiritual, chegando momentos depois na sala, o portal atrás de ambas se fecha. A meio elfa, lembra-se que Ivan é o responsável por reabrir a passagem. Assustada se vira para o espírito.

— É… Áurea… como vamos retornar para a casa do senhor Ivan, sem ele?

— Hã? O quê você quer dizer com isso?

— É que… tipo… não era ele que fazia a ligação até a casa? Se ele não estiver aqui, não vai ter como retornar. Não é? — pergunta, apreensiva por estar preso num plano espacial sem meios de sair.

O espírito de fogo põe as mãos na cabeça e com uma expressão assustada, pela da indagação da jovem, declara:

— Oh, não! O que vamos fazer agora?! Sem o Ivan, não conseguiremos retornar… Estamos perdidas, Evangeline! Agora você terá que comer livros para sobreviver.

Enquanto observa a atuação exacerbada do espírito, Evangeline, com uma expressão embaraçosa, cruza os seus braços, encara sua nova mestra e pergunta:

— E… você está sendo sarcástica, não é?

Assim que retira suas mãos da cabeça e cancela sua miserável atuação, Áurea, retorna com sua postura natural, em seguida a responde:

— É claro, garota! Não precisamos de Ivan, para retornar. Não sou lerda o suficiente para não deixar minha mana na casa dele, ou seja, podemos retornar do mesmo jeito que entramos. Porém, se ele estivesse aqui, seria mais rápido a abertura da passagem.

— Ah… entendi. Me desculpe pelo alarde…

— Deixe disso… afinal, você não sabia. Aquele velho que deveria ter contado como funcionava a passagem direito — esclarece, próxima de pilhas de livros e quadros da sala.

Enquanto examina os livros empilhados, e derruba alguns por acidente, o pequeno espírito reclama da situação caótica (bagunçada) da sala.

— Olha só o que ele fez com o meu precioso espaço. Isso está uma anarquia! Livros empilhados, quadros pendurados nas runas, poltronas e tapetes jogados como se não fossem nada…

— Aah! Chega! — exclama, com uma esfera média de fogo na palma da sua mão, que toma uma coloração azul, emitindo um calor intenso, que predomina e clareia parte da sala.

Assustada com o que o espírito está prestes a fazer, a meio-elfa aproxima-se e declara: — É… Áurea, o quê você vai fazer com…

Antes de concluir a pergunta, a fada de fogo arremessa a esfera de sua mão na pilha de objetos acumulados por toda a sala.

Todos os livros, quadros, tripés, tapetes e os assentos que ali estão, são totalmente queimados em um único estante. Um densa fumaça se forma no local. Pare se prevenir que não inale a fumaça por acidente, Evangeline cria uma barreira composta de mana natural, do atributo ar.

Momentos depois, todos os objetos e livros do local somem por completo nas chamas. Áurea move sua mão para cima e canaliza uma pequena quantidade de mana espiritual, criando um vórtex que absorve todos os resíduos, e sujeiras residuais do local.

Quando a pequena fada finaliza de absorver as chamas e parte das fumaças, a meio-elfa, cessa a habilidade de mana, e questiona poucos segundos depois o espírito: — Á-Áurea, essas coisas eram do senhor Ivan! Por que você as queimou assim do nada? Ele não ia precisar disso? Por que…

Decidindo ignoras as perguntas, o espírito apenas olha para Evangeline com uma expressão de insatisfação, e responde: — Silêncio garota! Antes de julgar alguém, tente esperar por uma explicação, e se não houver, fique quieta. Todos os objetos presentes nessa sala, são frutos da minha mana, ou seja, toda essa sala e feita do meu ser. Ao queimá-los, eu apenas retomei a minha mana.

— Além de que, eles estavam atrapalhando o meu espaço pessoal, além de gastar a minha reserva de mana para fins nulos — finaliza, dando um basta nas perguntas.

— Es-Espera… Os objetos são feitos com a sua mana? Mas eles tinham formato, textura até o cheiro de um objeto comum. Como você criou isso? — indaga, surpresa com a revelação da pequena fada.

— Isso não é de sua autoria, e além disso, você não está pronta para saber destas coisas. Manipulação e construção a base de mana é algo muito avançado para um mago do seu nível. Mesmo que você seja uma exceção exacerbante, que aprende algo em instantes, necessita de um controle e geração de mana constantes, algo que você ainda não possui.

— …

— Agora vamos parar de perder tempo. Trouxe-te aqui para te apresentar a técnica que ajudei o Ivan aprimorar — revela, ao por suas mãos na cintura.

— T-Técnica? Qual técnica? Algo referente a cura ou coisa do tipo? — indaga, confusa com a revelação do espírito.

Áurea coloca sua mão esquerda sobre a cabeça, e por fim a balança, como um gesto de negar a suposição da jovem. E, com um pequeno suspiro de desânimo, ela começa a explicar: — Aiai… Não, garota, você já viu ele realizar isso. Quando ele abriu a passagem, acabou mostrando para você — aponta, a fim de fazer a jovem relembrar.

— Mostrou para mim… Ah! O lance de absorver mana da atmosfera?

O espírito de fogo aproxima-se dela, e com seus braços cruzados, declara: — Esse mesmo. Notamos que você tem a capacidade para aprender essa técnica, mas não ache que será tão fácil quanto encontrar a mana espiritual no seu corpo. Absorver a mana natural da atmosfera requer concentração e muita calma.

Enquanto flutua pelo ar, Áurea aproxima-se para perto da jovem, e pousa em sua cabeça. Sentada em seus cabelos ruivos, ela declara: — Aqui será meu assento, pois eu não vejo nenhum outro nesse lugar vazio — anuncia.

— Aqui não tem nada, porque você queim…

A fim de interromper a resposta que ela iria dar, Áurea dá um pequeno tapinha nas orelhas pontudas da meio elfa, e fala:  — Calada! Agora irei te mostrar como acessar e absorver a mana. Então, apenas, escute.

Enquanto põe as mãos nas suas orelhas por conta dos tapas da fada, abaixa sua cabeça e responde: — Okay…

— Primeiro passo, sente-se. Para uma mulher você aparentar ser maior que a Amice, mesmo sendo um pouco mais jovem — declara.

— Mas Áurea, o que isso tem a ver com a…

— Calada! O primeiro passo é se sentar, cumpra ele que prosseguiremos — rebate.

”Maldita fada! Faz a minha cabeça de cadeira e agora fica de enrolação para eu aprender a técnica… Certo Shirogane… se acalme, não tem como aprender sem ela me mostrar antes. Preciso extrair o máximo de sua explicação.” pensa, ao agachar-se e, por fim, sentar-se com suas pernas cruzadas.

— Certo, agora vamos relembrar o que aprendeu. Antes você conseguiu acessar e manipular a sua mana espiritual. Tente acessá-la novamente, porém, dessa vez, invés de cercar apenas a sua mão, contorne totalmente seu corpo com a mana — manda, guiando a sua aluna para um novo conceito não abordado.

— Entendido — declara, ao fechar seus olhos e se concentrar para acessar sua mana espiritual novamente.

Ao acessar a sua mana espiritual, a meio-elfa realiza os procedimentos que sua mestra indicou, e, com muita concentração, mentaliza que o poder envolvendo todo o seu corpo. A mana começa a surgir da ponta dos dedos e subir, passa pelo pulso, bíceps, ombro e chega no torço que o envolve por completo. Por fim, toda a mana desce para as pernas e a cerca por inteiro.

Áurea apoia suas mãos na cabeça da meio elfa, e dirige sua face para perto das orelhas da jovem: — Muito bem, Evangeline. Você conseguiu envolver todo o corpo com a mana espiritual, mas não abra os olhos ainda, seu próximo passo e refinar essa camada, tente comprimir e moldar em uma pele.

Ainda com os olhos fechados, a jovem imagina que a mana em volta do seu corpo torne-se uma pele. Com extrema concentração, atrai partes da mana para perto de seu corpo, fazendo-as serem comprimidas e amassadas enquanto se encostam. Por fim, agora com quase toda a mana presa a seu corpo como uma segunda pele, a voz do sistema manifesta-se na sua mente.


[Sistema]

Uma nova habilidade está se desenvolvendo. Calculando


Agora toda coberta por uma camada fina e resistente da mana espiritual por todo o corpo, o sistema retorna e anuncia a nova habilidade.


[Sistema]

Uma nova habilidade foi adquirida. Pele de Mana foi adicionada no seu banco de habilidades.


— Isso, Evangeline! Você conseguiu! Conseguiu moldar a mana espiritual em uma camada fina no seu corpo. Pode abrir seus olhos agora, mas ainda não cesse a mana, deixa-a ativada por enquanto — declara.

Por fim, a jovem reabre seus olhos, porém algo chama a sua atenção, todo o ambiente mesmo sendo igual a antes, parece totalmente diferente. Talvez seja a sua mente tentando pregar uma peça ou algo do gênero, mas em sua percepção ela começa a sentir tudo na sala.

— Me diz, o que você está sentindo? — pergunta Áurea, com um tom de curiosidade.

— E-Eu, eu sinto tudo, não sei explicar, é algo como se eu sentisse o meu tato em todo o lugar. Ou é como se eu estivesse dentro de um lago, só que sem a água, ficando apenas a sensação — explica, um pouco surpresa com a nova e peculiar atmosfera que está sentindo.

— Muito bem. Isso significa que agora está sentido a mana natural do ambiente em volta da sala. Tente concentrar um pouco de sua mana espiritual no seus olhos, e observe as runas nas paredes.

E assim o faz, concentrando uma pequena parte de mana em seus olhos, começa a vislumbrar pequenos feixes emitidos pelas runas. Por fim, começa a visualizar agora com toda nitidez uma espessa aura.

— Eu consigo enxergar a aura das runas… espera! Pensei que apenas seres vivos possuíssem aura… — aponta.

— Você tem razão. O que você está vendo agora não auras de mana, mas sim a própria mana natural expelida pelas runas — revela.

— Espera! O quê? — surpreende-se, de modo a desativar sua percepção de mana, pois acaba se desconcentrando.

— Ué, não consigo mais enxerga… Ai! — solta um pequeno grito, ao receber uma pancada em sua testa, que dirige de imediato sua mão para o local.

— Sua tola! Eu disse que precisa se concentrar, não desfoque nem por um momento. Para manipular a absorção de mana você precisa está totalmente focada e serene, se um descuido como esse acontecer na absorção você…

— Mas espere, Áurea, você aponta esta técnica como algo mais ruim do que bom, mas eu me lembro de ver o senhor Ivan realizar isso tranquilamente — aponta, a fim de saber a real intenção da cautela do espírito.

— Não se compare, ele possui muito mais experiencia no manuseio de mana do que você, ele já lutou numa guerra durante anos, se ele não soubesse absorver isso naturalmente, como acha que ele estaria aqui agora? Se lembre, eu apenas o ajudei a refinar essa técnica, pois ele já sabia realizá-la, porém com você difere — esclarece, a fim retirar a dúvida da jovem.

— Você precisa cumprir etapa por etapa, que são: primeiro, acessar a mana espiritual, segundo, sentir a mana natural do ambiente e agora a terceira etapa, fundir a mana natural junto a espiritual.

— Fundir mana natural com a espiritual? Como assim?

Com o seus olhos voltados para cima, observa a pequena criatura sentada sob sua cabeça, que cruza seus braços, e a responde.

— Isso. Você já consegue acessar sua mana espiritual e usar a sua mana natural, seu terceiro passo é unir ambas, para isso você precisa fundi-las — revela.

— Mas fundi-las com o quê? — questiona, ao descruzar suas pernas.

— Bem… vamos ver… Creio que você já tenha feito antes, é como gerenciar um feitiço ou criar um do zero — explica, ao olhar para cima e dar pequenas batidas em seu queixo com o dedo indicador.

— Então é como criar um feitiço, certo? — pergunta.

— Sim, necessita da mesma base, porém precisa usar os dois tipos de mana ao mesmo tempo.

”Criar um feitiço usando às duas manas, não é? E se… e se invés de criar outro, eu usasse apenas o que eu já tenho? Talvez assim seria mais fácil reformulá-lo… ”

— Certo, vou tentar.

A jovem fecha seus olhos, e…

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Olá, eu sou HOWL!

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