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Um pequeno período se passa após a pequena cena que ocorrera dentro da residência e, como de esperado, o soldado junto a Bentley, chegam na região norte como foi solicitado.

No local, onde ainda está Rubra e ambos os soldados, agora completamente cansados, — visto que, estão esperando há um bom tempo até que o rapaz chegasse, observavam ao longe, o lorde vizinho e o guarda cruzando a ponte.

Alguns segundos se passam e, Bentley, com um olhar revoltadamente afiado, — ainda chateado com as falas de seus primo, finalmente chega próximo aos que o esperam.

Observando os três em sua frente, Bentley, enrijece sua face em busca de sua continência, no entanto, ninguém além de Rubra, realiza tal ação, — algo que irritar um pouco ele, porém, ao estalar sua língua, ignora brevemente e aceita as saudações da jovem.

Em seguida a isso, olha friamente para as faces de todos, e quando o soldado em questão retira-se do local, dirige sua indagação:

— E, então. O que vocês querem comigo? Não perceberam que eu estava ocupado?

O soldado, sem seu elmo e cabelo despenteado, olha para Bentley com um olhar analisador, — pois em sua mente ele tenta confirmar. Logo após concluir algo mentalmente, assente com a cabeça o respondendo debochadamente:

— Ah… minhas sinceras desculpas… é… Lorde…

— Bentley!

— Sim… lorde Bentley, minhas sinceras desculpas…

Revoltando-se com o deboche proposital do guarda, Bentley, estala sua língua novamente, ao expor uma expressão fechada, — franzindo suas sobrancelhas, que as deixa totalmente enrugadas. Porém, sem dizer nada, morde o lábio em resposta. 

Em contrapartida, o soldado em questão…

— … Bem, estou um pouco cansado, então perdoe-me por minhas falas. Não são propositais… eu juro… mas enfim, essa moça aqui disse que tem algo a tratar com senhor. Ela fez questão de vir do Norte até aqui. Não se é paixão, mas…

Extramente irritado com as falas zombeteiras do guarda, Bentley explode em raiva, gritando com o responsável imediatamente:

PARE COM ESTA PALHAÇADA! O que há de errado hoje?! Tiraram a semana para encherem o meu saco, é isso!? Primeiro foi aquele plebeu, depois foi Moira, em seguida foi o seu filho… e agora… vocês…

Bentley começa a retirar uma de suas espadas de sua cintura, emitindo uma forte tensão assassina, além de sua densa aura mágica por todo o local.

O guarda, com o elmo, e a cabo Rubra, encolhem suas posturas, dado que, tal pressão é inteiramente sufocante, os deixando quase que completamente sem ar.

O tenente, em meio a isto, não demostra nada além de uma gota de suor, que escorre vagarosamente no canto de seu rosto.

Preparando-se para golpear o homem em sua frente, tem sua atenção realocada para Rubra, que o chama com clamor — cessando por um breve momento o desejo assassino da mente para olhar subsequentemente para ela.

— Por favor, Cavaleiro da guarda real, da capital de Axerth, eu, cabo Rubra, em nome de Moira Hanatsu, solicito sua vinda até o Armazém, no norte de Nakkie!

Sua fala foi completamente alta e rápida, rápida o suficiente para poder escutar um som de sucção de ar de sua boca no final.

Ao ouvir o nome de sua parente, — a mulher que ele tanto esperou aparecer, sair da boca dela, o faz cessar completamente sua pressão, fazendo que todos respirem novamente, caindo imediatamente ajoelhados com uma expressão completamente desgastada.

Pois a todo momento todos os três estavam lutando com a reserva de mana que tinham, tudo para não sucumbirem e serem esmagados pela mana de Bentley.

Aproximando-se para próximo de Rubra, que ainda está ajoelhada, e hiperventilando, Bentley, em uma ação completamente calma, diferente de como agiu há poucos segundos, ajoelha-se e, olhando fixamente para a jovem, a questiona, a fim de confirmar o que realmente escutou.

— Como é? Quem te mandou aqui?

Rubra, que ainda respira fortemente, levanta vagarosamente seu semblante para encarar o homem.

Em sua face há medo e confusão, pois para ela, uma jovem moça, que acabara de ser promovida a cabo, nunca havia sentido tamanha pressão e, sua primeira experiência a deixa completamente amedrontada. No entanto, esforçando-se para poder falar normalmente, responde à questão dele.

— Ah… a-a ma-madame Mo… Moira Ha… Hanatsu, me pedi… u para trazer o senhor… para o arma… zém.

Ao confirmar sua suspeita, ele prontifica-se a declarar em pensamentos:

”Então, ela foi para o armazém depois do anúncio… isso explica o fato dela não ter voltado para casa. No entanto, hoje é Sétimo zhá, e esse dia não era para ela estar lá… ”

A jovem, de pouco a pouco, começa a recompor seu fôlego, Bentley, ao notar que ela já aparenta poder falar normalmente, a questiona uma vez mais:

— Me responde uma coisa, o que Moira quer comigo no armazém? E por que ela está lá hoje?

Ambas as perguntas sobrevoam as orelhas da jovem, que no fim penetram no seu entendimento. Logo após, em uma ação rápida, as responde sem delongas:

— O-o se-senhor certamente não foi informado, ma-mas agora o armazém está sendo usado como a base da investigação contra a… criminosa. E ela chamou o se-senhor para poder confirmar o relato dado pelo cadete em relação ao que o senhor foi in-informado.

— Informado?

— Si-sim, o cadete disse que o se-senhor, senhor Bentley, foi informado pelo co-comandante do distrito sul, para que vigiasse a casa de Ivan… Flamesworth e…

Antes que pudesse continuar, tem sua fala interrompida abruptamente pela ação rápida do rapaz, que levanta precocemente do chão.

Em seguida, já de pé, olha fixamente para Rubra com um olhar extremamente intimidador, a espantando de imediato. Por fim, — olhando para o vasto horizonte, guia uma declaração para si mesmo com uma voz rígida e direta:

— Entendo… então tudo isto é referente ao assunto da Majin… Aparentemente ela deve ter alguma coisa em mente para mandá-la até aqui. Fez bem em me informar…

— Enquanto a Flamesworth…

Enquanto declara deliberadamente sozinho, ao olhar para o vasto prado em sua frente, Rubra e outros dois homens encaram Bentley com extrema dúvida, — dado que para eles, ele aparenta ter ficado maluco, quando começara a falar sozinho.

Por outro lado, Bentley, após confirmar suas ações, fixa o olhar para o corcel e, expõe um sorriso um tanto questionável.

— Este vai servir!

Em seguida a esta afirmação, move-se para próximo do corcel em alta velocidade, — tanta que empurra levemente os dois soldados atrás. Já montado no animal, rebate as rédeas e segue rumo a cidade, — ignorando completamente Rubra e os rapazes, que apenas o observam se distanciar nas ruas.


Alguns segundos se passam e a silhueta de Bentley finalmente se apaga pela distância. O tenente em questão, observando a bela jovem ainda sentada, — com uma expressão assustada, aproxima-se com uma declaração.

— Ei… garota! Vamos entrando! Não é bom você ficar aqui fora.

Confusa com o convite do homem, ela olha com uma expressão de completa dúvida, dirigindo sua resposta em seguida:

— Ma-ma-mas, eu não sou da guarda residencial…

— Uahh… — Ele boceja

— Isso… isso não importa mais… Você já é uma de nos agora, afinal, você acabou de presenciar a mana daquele babaca… e olhando pra sua expressão… presumo que já está ciente da realidade…

A jovem observa silenciosamente a face do tenente, enquanto ele apenas a espera se levantar.

 Ela, por um momento, morde seus lábios apreensiva, com duas questões. O primeiro foi o fato de ter revelado sua aparência para dois desconhecidos, e o outro é a urgência que ela sente em voltar para o seu posto, dado que Rubra não pode levantar mais suspeitas para si mesma.

— …

Enquanto ambos se encaram por breves segundos com expressões confusas, a sineta na torre mais próxima da ponte soa, — chamando a atenção dos soldados para a troca de turno.

O tenente e seu colega começa a dirigir-se para dentro da propriedade e, ao olhar novamente para a jovem no chão, ele a convida uma vez mais.

— Vamos, vamos! Antes que a ponte suba de novo. Não se preocupe, temos um cavalo aqui dentro. Pode usá-lo para retornar.

Um  alívio transborda na face da jovem, que apenas assente com o convite:

— Si-sim senhor!

Confirmando com sua fala, a jovem levanta-se precocemente do local, tropicando em um dos buracos feito pela pegada do corcel, e por fim, segue ao encontro do rapaz.

Uma questão sobressai da boca do tenente quando Rubra se aproxima, questionando-a em seguida:

— Vem ca… Rubra… Eu já não te vi antes?

Com medo de algo que esconde, ela nega tremulamente:

— Nã-nã-nã-não… cer-cer-certamente se enganou…

— Mn… Talvez…


A luz do sol já se torna aparente nas ruas de Nakkie. 

Algumas pessoas que acordaram mais cedo nesse dia, começam a abrir suas janelas. Por todos os cantos, observa-se uma pequena variedade de cidadãos, que saem de suas casas, — prontos para ingressarem em mais um dia dos seus pesados trabalhos diários.

Devido à chegada do inverno, muitos deles aparentam estar vestidos de pescadores, guiando-se diretamente para o norte da cidade, — a região próxima do mar.

Durante toda a movimentação, que ao decorrer do tempo torna-se mais aparente nas ruas, uma criança, uma jovem garota que aparenta ter por volta dos 6 anos, vestindo roupas modestas de uma camponesa, — corre pelas ruas, as atravessando, para poder ir de encontro com sua mãe do outro lado.

Por correr apressadamente, deixa cair a boneca que está em sua mão na rua, voltando logo em seguida para buscar. No entanto, ao se aproximar mais e mais do objeto, tem sua ação interrompida por um soldado local, que a agarra a força, retirando de ser atropelada por um Cavaleiro desenfreado, correndo pela rua.

Sua pressa é tamanha, que mal percebera a criança no campo de visão, e se não fosse pelo soldado, certamente passaria por cima, porém, no lugar dela, quem pagou o preço foi a boneca.

Este cavaleiro altamente rápido é Bentley, que corre apressadamente nas ruas da cidade, dirigindo-se para o armazém de sua tia, — ignorando tudo e todos em sua frente, pois tudo o que importa no momento em sua mente é chegar o mais rápido possível na região. Contudo, mesmo com um dos animais de pequeno porte mais rápido da cidade, cruzar a enorme região demanda um enorme tempo.

As ruas da cidade são altamente distribuídas pelas casas e periferias, todavia, apenas as rua principal, é a única que usada como via de locomoção, de carruagens a animais solos como o corcel. Logo, mesmo em alta velocidade, demoraria muito tempo até que chegasse no seu destino, que está do outro lado da enorme Nakkie.


Algumas horas se passam e finalmente Bentley chega no destino. O corcel, altamente desgastado por correr em alta velocidade sem descanso, cai morto sob o solo, — impressionando algumas pessoas em volta, no entanto, Bentley, apenas ignora o animal, e guia-se entre as mercadorias encaixotadas até o armazém.

Durante seu percurso, observa inúmeros soldados pela região, além dos funcionários do porto. Diferente de antes, um enorme navio pesqueiro encontra-se na costa, enquanto outro, aparenta estar mais distante no mar.

A cena do navio jogando uma enorme rede nas águas distrai por breves segundos o rapaz, que retoma seu foco, ao chegar na entrada do edifício.


Do lado de dentro, ainda cruzando pelo excesso de mercadoria, Bentley, de bem longe, avista Moira, concentrada e sentada em sua mesa, enquanto escreve algo em um papel com uma pena e um tinteiro no lado. Apressadamente, o rapaz dilata sua caminhada, totalmente animado, pois não cansava de esperar o momento para jogar sua frustração infantil para cima da mulher.

Bem próximo dela, inspira profundamente para dirigir sua palavra, porém, antes de proferi-la, tem a ação interrompida por Moira, que levanta a palma da mão. A ação enraivece ainda mais o rapaz, visto que ela parece comunica-se com alguém com um tipo de magia.

Do lado adjacente da jovem mulher, um espelho altamente luxuoso da cor branca, — adornada com diversas escamas dracônicas, e um rabo do mesmo tipo que desce da parte de trás até a ponta inferior do objeto, flutua delicadamente no ar, como se a gravidade fosse inútil perante ele.

Tal objeto se trata inteiramente da habilidade de comunicação 《Mirror Message》, usada especialmente em casos completamente importantes, que necessitam inteiramente da pessoa no local, mesmo sem ela poder estar.

A habilidade em si, projeta uma silhueta da pessoa no espelho, apenas sendo visível para quem lançara a habilidade.

Moira, que aparenta estar conversando com alguém que só ela consegue ver no reflexo do espelho, tenta prestar total atenção, enquanto concorda e escreve algo no papel. Bentley, curioso com isto, aproxima-se mais para tentar ler, no entanto, é interrompido novamente, agora com uma das empregadas de Moira, — atrás dele.

— E-e-e… co-com licença, e-eu preciso passar.

Ao olhar para ver quem é, observa uma jovem com inúmeras caixas empilhadas. O seu rosto é completamente ofuscado, porém, seus longos cabelos castanhos são visíveis, quando uma pequena brisa passa no local. Sem muito o que fazer, ele libera passagem, e em seguida é agradecido por ela:

— O-o-obrigada!

Enquanto agradece, quase derruba todas as caixas, ao tropeçar desajeitadamente no chão. 

Moira, após finalizar sua conversa, desfaz sua magia de comunicação, e o espelho que flutuara ao seu lado, parti-se de imediato, semelhante quando um copo cai no chão, libera um pequeno som de vidro oco quebrando. 

Agora com um olhar extremamente sério, Moira, guia sua declaração para o rapaz, que ainda observa a jovem das caixas:

— Então, você realmente veio… Presumo que o relato do cadete pode ser confirmado, já que você é difícil de convencer, ainda mais cruzar uma longa distância para chegar aqui.

O rapaz, com sua atenção voltada novamente para mulher, estala a língua, e tenta despejar sua afronta para em cima dela:

 — Tsk! Não me venha com essa tia, o assunto de Flamesworth não me interessa inteiramente, o que eu quero é…

Sua fala é completamente interrompida por outra de Moira, que se aproxima dele, com uma declaração:

— Que lástima, eu realmente queria que isso fosse mentira, estava torcendo… mas só de você confirmar, creio que o que aquele cadete disse, é verdade. De todo modo, deixe sua birra de lado, prepare-se, vamos para casa de Flamesworth, Ivan Flamesworth.

A expressão dele torce-se completamente em fúria, ao ficar ainda mais com as ordens dirigidas para ele, e por ela ignorar completamente seus sentimentos, — que, no momento, não passam de birras infantis.

‘’Sua… ’’

Em seus pensamentos, ele tenta pronunciar palavras de maldição, todavia, é interrompida pelo olhar afiado da mulher, que o encara friamente, pois semelhante ao seu filho, Moira, não é uma mulher que gosta de ouvir os desaforos de Bentley, como o pai dele.

— Vamos logo! Não tenho o dia todo.

— Certo… tia…

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Olá, eu sou HOWL!

Curiosidades dos nomes dos dias: Neste mundo os dias são ditos de forma diferente dos da terra. Ou seja, cada dia da semana possui um nome correspondente a um período que representa uma colheita.

Primeiro, segundo e terceiro Yhá, representam a colheita do trigo. Quarto e quinto Khá, representam o café, enquanto o sexto e sétimo zhá, representam o arroz, e durante o período zhá, muitos não costumam trabalhar.

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