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Capítulo 54.1 ❃ Fuga.

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Sete dias se passam, logo após o incidente que ocorrera com Karenn no beco do distrito sul. 

Guiada com um sentimento enorme de culpa, Evangeline jura que descobriria a pessoa que fizera tal atrocidade com sua irmã. Proclamando sua vingança.

Um dia após o incidente, Anastácia, sua amiga ferreira do vilarejo, junto a Isabel, a fez enxergar que seus dons mágicos ainda eram insuficientes, dado que, decidira adentrar em um espaço perigoso e desconhecido por ela, — a masmorra.

Com o incentivo de Amice, Ivan treina Evangeline para que dominasse completamente sua perícia mágica, porém isto não foi nada tranquilo.

Com bastante destreza e às vezes machucados, — provocados pela insegurança, Evangeline consegue conquistar seu poder espiritual, adquirindo no processo o cativo dos seus mentores, tanto com esperteza quanto na força de vontade. Mesmo com a personalidade, — um tanto peculiar, conseguira mostrar sua real força para seus professores, tudo para ajudar uma humana, uma humana que ela ver como irmã.

Com um treinamento rígido que desgastara a mana e mente, Evangeline concretiza seu objetivo ao dizer que concluiria tudo em menos de uma semana, — dado o conhecimento do seu mundo anterior, a enfermidade que Karenn possui é extremamente imprevisível.

Empenhando-se com garras e dentes, finalmente consegue a chance de adquirir uma nova habilidade, — 「Mana Absortion」, para fortificar ainda mais sua capacidade. Porém, ao adentrar no reino do desafiante nadador, retorna novamente para seu objetivo primário, — A vingança, visto que ela estava mentindo pra si mesma, e isso abalara seu progresso.

No entanto, ao presenciar a real forma de Metatron, constata algo que duvidara por muito tempo, — uma segunda alma, que de começo a assusta, porém é aceita por ela.

Retornando para o plano físico, descobre da boca de seus mentores que ela está sendo tratada como criminosa, abalando sua imagem que a impede de andar livremente nas ruas. Confusa sobre o real motivo de a tratarem de maneira diferente, e lhe revelada o real motivo, o verdadeiro passado de sua raça. E, o que antes ela não aceitava, agora entende, decidindo nunca mais repudiar as pessoas por olharem ela do jeito diferente, — dado que ela são apenas vítimas do passado.

Após finalizar um árduo treino, mágico e psicológico, finalmente se apronta para sair, despedindo-se dos seus amados mentores. Todavia, é novamente interrompida pelo destino que sempre tenta a impedir de continuar em frente.


Ao ser chamada por Amice do lado de fora da sala espiritual, Áurea, com bastante agilidade, cria uma pequena parte de si no local, — semelhando-se com um espírito inferior, porém, se alguém firmasse mais os olhos, veria uma micro fada flutuando no ar.

Flutuando em frente ao rosto de Amice com suas micro mãos na cintura, a minúscula Áurea questiona o porquê do grito, dado que, Amice não é uma pessoa que grita desta forma atoa:

— Amice! O que está fazendo!? Por que gritou meu nome desse jeito?

— Me-mestre Áurea… e-eles estão lá fora…

Uma expressão acovardada se expõe no semblante de Amice.

O maior medo que circulara sua mente realmente está acontecendo. Inúmeras vezes ela brandiu a mente com a possível situação que está. “E se de algum jeito eles nos descobrissem?”; “E se eles virassem a cidade contra nós?”.

As questões que golpeavam sua mente nunca cessaram, nem mesmo quando realizou seu plano. A possível situação dos soldados da cidade descobrirem sobre Evangeline e seu envolvimento com seu patrão era seu maior medo. E, ao observar tamanha massa de soldados do lado de fora, fez com que sua maior insegurança se concretizasse.

Influenciada com a expressão de Amice, Áurea adianta-se em questioná-la:

— E-eles? Eles quem?

No entanto, a resposta não vem.

Provocada pela situação em que se encontra, a pequena luz avermelhada guia-se em alta velocidade para a janela da sala de estar. Aproveitando por ser muito pequena — pequena o suficiente para não ser enxergada de uma certa distância, Áurea sai completamente pela janela e, pairando sobre o ar, observa as ruas para ver o movimento.

Ao dar uma boa olhada na rua, observa uma abundância de pessoas e, além delas, um pequeno grupo de soldados do lado de fora, — próximos a uma luxuosa carruagem e, do lado adjacente deles, Moira e Bentley, conversando algo entre si.

Ao vislumbrar tamanha cena diante de si, Áurea finalmente juntas as peças do quebra cabeça, ao entender o que realmente Amice estava querendo dizer.

É fato, os soldados finalmente chegaram, mas isso não a impressiona nem um pouco, na verdade, o que a choca foi a pressa que tudo isso aconteceu.

Retornando completamente para sala de estar, — em uma alta velocidade para perto de sua aprendiz, Áurea, ainda boquiaberta com a situação e, com uma micro expressão seria no rosto, pergunta para si mesma a razão de terem chegado tão rápido assim, dado que essa rapidez é altamente irregular.

Em sua concepção não faz o menor sentido. Não era para eles descobrirem sobre Ivan são rápido assim. Pois não se passara nem ao menos dois dias após o anúncio, e mesmo assim já constataram tudo e, para piorar a situação que estão, chegaram muito cedo, algo que pode implicar ainda mais na retirada de Evangeline da casa.

— Droga! Como isso… é possível!? Como eles chegaram tão rápido assim? Não tem como eles terem sentido a mana da Evangeline dentro da sala espiritual. A ligação com o portal não tem uma brecha tão aberta assim… Além de que, só se passou apenas um dia depois do anúncio… como eles descobriram tão rápido? Tínhamos pelo menos uns 2 a 3 dias, mas…

Enquanto encara o piso amadeirado em busca de tentar encontrar algo que explique tudo isso, Amice começa se lembrar o que fez anteriormente, — quando fora comprar o anel na loja.

Em um instante, a sua expressão assustada se altera para uma completamente pálida e vazia, — parecia que todo o sangue de seu rosto tinha sido sugado por um vampiro, seguido de um semblante desesperado.

No mesmo momento em que sua expressão muda, as memórias do que fizera algumas horas antes retornam com força em sua mente, e de pouco em pouco começa juntar os fatos, percebendo em seguida que provavelmente tudo isso seja a sua culpa.

Em busca de tentar ajudar seu padrão para retirar os olhos vigilantes do local, Amice bolou um plano audacioso, gerar o máximo de suspeita para cima de si, para que chamasse a atenção dos soldados próximos, para depois atraí-los para longe, no entanto, esta ideia falhou. 

No momento em que criava a distração para o plano, o cadete Luke, — o mesmo que foi de encontro para o armazém, observara toda a ação, e por ter um pé atrás com Ivan, — pelo descuido de exposição de mana espiritual, fez com que o jovem soldado estranhasse ainda mais o envolvimento do curandeiro com a situação da criminosa.

Visto que, um pouco antes do anúncio da criminosa, Ivan agira de forma muito suspeita, e logo após sua criada também? Com esta dúvida em mente, Luke guiou-se para o armazém e contou esta informação para Moira, gerando a situação em que estão agora.

Amice não tinha ideia de que seu pequeno jogo de distração traria algo que prejudicasse ainda mais os planos. Altamente preocupada e culpada com a situação, a jovem desaba sob o chão — colidindo os joelhos contra o piso ao gerar um som bem alto, alto o suficiente para retirar Áurea da linha de pensamentos.

Enquanto essa resposta cruza infinitamente na mente de Amice, Áurea, notando a expressão desesperada dela, — pergunta uma vez mais o que está acontecendo com ela, dado que, agora ela aparenta estar bem pior que quando avisou sobre o grande anúncio.

— A-Amice? Por que está aí ajoelhada com esta cara, você precisa ir para o quarto de Karenn agora mesmo e…

Semelhante a um pequeno pedaço de papel que tenta se defender de um afiado golpe de espada, Amice corta as falas de Áurea, a olhando com um semblante completamente preocupado com lágrimas aparentes.

Um silêncio ensurdecedor cai sob o local enquanto ambas se entreolham. A ação perdura por alguns segundos até a voz da jovem cessar o silêncio.

— É… t-tudo mi-minha culpa… mestra…

Sua voz trêmula está completamente baixa, baixa o suficiente para ser comparada com um sussurro, e mesmo se comparasse, o sussurro ainda seria mais alto, no entanto, Áurea ouve claramente, — tão clara como um nascer do sol, porém ela tenta não acreditar para assim escutar uma vez mais.

— É tudo minha culpa… mestra Áurea…

A realidade finalmente chega, estas palavras, proferidas para ela, fazem finalmente sentido na mente de Áurea, no entanto, uma imensa dúvida vem no mesmo momento do seu entendimento.

Aproximando-se de Amice, — com uma expressão de completa surpresa, a pequena fada a questiona, pois necessita saber o que ela realmente está tentando dizer:

— Amice… do que você está falando? O que é culpa sua? Você está dizendo que isso é culpa sua? Esqueceu o que Evangeline disse? Ela disse que isso não lhe concerne e que era para relaxar, então não preci…

Sua declaração é interrompida por um grito desferido pela criada. Áurea impressiona-se logo em seguida ao notar a hostilidade na ação da jovem, dado que está é a primeira vez que ela a ver completamente instável deste jeito. 

— NÃO! Não é isso! Não é sobre isso que estou falando!

Ainda com a atenção voltada para o seu descontrole, Amice começa a confessar o que fez, e o que tentou esconder de todos. Áurea, por outro lado, apenas observa atentamente tudo o que ela diz.

— É tudo minha culpa… Eu tentei negar a situação atual, eu tentei, tentei de verdade não ligar a minha ação com o que está acontecendo, mas é impossível, não pode ser apenas uma coincidência…

— Amice, acalme-se, do que você está falando? O que você fez?!

Amice para por um momento, expira e inspira, expulsando o calor de insegurança que se forma dentro do seu corpo, em contrapartida a isso, uma densa massa de ar quente sai do seu interior, chocando-se sob Áurea no processo.

Está ação é ligeiramente engraçada, parecia que Amice estava soprando uma vela de aniversário que nunca se cessa, — mas a situação atual não é para ser deste modo.

Após se controlar e aparentar estar um pouco mais estável com as suas emoções, a jovem posiciona-se para próximo da pequena luz avermelhada, para confessar tudo que fizera:

— Me-mestre Aurea… me perdoe. Fui eu que causei esse rebuliço na parte de fora. E eu contarei o porquê.

Levantando a face vagarosamente, encara firmemente o rosto de Áurea, com uma expressão completamente rígida. Logo após, ainda receosa com tudo, revela o que fez…

Picture of Olá, eu sou HOWL!

Olá, eu sou HOWL!

Curiosidade da passagem espiritual: Mesmo podendo ter uma posição fixa, a passagem espiritual não fica inteiramente conectada no local. Diferindo-se de um portal convencional, — que liga um ponto específico ao outro, a Passagem Espiritual possui uma camada de espaço nulo entre uma ponta a outra, quebrando a percepção de qualquer um que não seja convidado a entrar.

Logo, quando um invasor tenta adentrar sem ser convidado pelo espírito, acaba ficando preso em um limbo dimensional, até que o espírito em questão decida tirá-lo de lá.

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