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Capítulo 54.2 ❃ Fuga.

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Com antecedência a este evento, no lado de fora da casa, — próximo à rua, algumas pessoas passam enquanto olham furtivamente a massa de soldados do lado de fora da casa do curandeiro.

No local há uma pequena quantidade de soldados muito bem vestidos com espadas aparentes nas bainhas. Ao todo são 9. Um pequeno grupo para muitos, mas se comparar que estão ali atrás de uma única pessoa, — realmente seria uma quantidade consideravelmente grande.

Enquanto os observam parados no local, diversas coisas pairam sob as mentes desses cidadãos.

Talvez queiram convocá-lo para ajudar na cura de mais soldados, ou para pedirem conhecimentos de tutela mágica. No entanto, nada disto é o que eles querem fazer ali.

Próximo a luxuosa carruagem, Moira junto a Bentley, discutem o que vão fazer quando entrarem na residência.

— Já decidiu como vai prosseguir com isto, tia?

— Aparentemente. No entanto, estou na espera do comandante. Ele será uma ótima ajuda, caso ocorra alguma luta.

— Entendo…

O rosto do rapaz ainda aparenta estar bastante revoltado, porém, diferente de antes, ele parece estar bem mais controlado, —  dado que, a cada passo que fizera até então, fora irritado por uma pessoa diferente, e quase cedeu em matar um.

No momento ele não havia pensado na consequência de matar um dos guardas de sua tia, pois para Bentley, aquelas ações poderiam ser perdoadas, visto que ele faz parte da cavaleria real de Axerth. No entanto, explicar a morte de um soldado por suas mãos, só por ser irritado por ele, implicaria muito na consolidação da sua inocentação. E, pensando nisso, — na vinda até o distrito sul, fez com que sua mente espairecesse mais, pois se ele fosse expulso e perdesse o título, o seu pai e sua irmã não iriam aceitá-lo novamente.

Moira, por outro lado, mesmo confiante no que está prestes a fazer, ainda parece meio angustiada.

Para ela, há uma sensação muito estranha nisto. Ivan, em sua convicção, não ajudaria um criminoso, na verdade, ele seria o primeiro a contatar as autoridades. Todavia, se ele realmente tivesse ciente disto, ele a contaria quando fizera a visita anteriormente, e se não fosse o caso, Ivan a procuraria em casa, já que ele ainda ensina o seu filho na prática de magia.

”Isso ainda está muito incerto. Não acho que Ivan faria uma coisa dessas… Se ele realmente está abrigando uma criminosa, temo em concordar que eu possa nunca ter conhecido real identidade dele.” 

”Além disso, por que Algust quer tanto assim prender esta Majin? Um simples trabalho nas minas pagaria as despesas na destruição da estalagem. E, outra coisa, há relatos que ela saiu carregando uma mulher humana, dito que fora um “sequestro”, mas não vejo uma razão específica para isso… Os projetos de hibridização entre humanos e elfos foi abolido logo após o término na guerra… Isso para mim ainda é muito confuso… ”

Enquanto Moira questiona-se em pensamentos, alguns metros na parte de trás de todos os soldados, o cadete Luke, junto ao comandante, — encarregado de gerir o distrito sul, chegam no local, cada um montado em um cavalo com pelagens castanhas.

Bem próximos de todos, eles se entreolham e assentem um com outro, após observarem Moira um pouco mais a frente. Então, descendo simultaneamente dos animais, caminham em direção até a mulher, junto ao sobrinho, — enquanto outro soldado, próximo a eles, agarra as rédeas dos cavalos, os levando de encontro aos da carruagem.

O jovem cadente e o comandante caminham despreocupadamente até o seu destino.

Bentley, — desviando o olhar por um instante da conversa com sua tia, observa Luke, o rapaz que o desrespeitou, chamando pelo seu primeiro nome e o homem que o advertiu anteriormente por elevar precipitadamente a mana em público.

Uma angústia rasga seu peito, junto da raiva que começa a predominar o seu interior. Neste processo, sua expressão enruga-se completamente, porém, para não chamar muito a atenção da mulher a frente, permanece em silêncio, — removendo em seguida o olhar afiado de cima deles.

Enquanto os dois caminham pelo local, os soldados em questão, — que acabam de concluir que o comandante chegara no lugar, abrem o caminho entre eles, — indo uns para a direita e outros para a esquerda, para deixar que o homem passe por eles sem delongas. Luke, que o acompanha do lado de trás, é observado pela massa com olhares famintos, — visto que o jovem está junto ao homem mais honrado nas suas concepções, e, no meio desses olhares, o cadente, enche-se de um sentimento inquietante.

”Ai… ai… Esses olhares… parecem lobos prestes a avançarem em uma pilha de carne… Não tenho culpa se fui chamado pessoalmente pelo comandante, poxa… ”

A caminhada cessa.

Agora, bem próximo de Moira, — atrás dela, o comandante apresenta-se formalmente, — curvando a postura no processo dos seus cumprimentos, demonstrando um alto respeito para com a jovem mulher.

— Bom dia, madame Hanatsu, herdeira da companhia de comércio de Nakkie e, atual supervisora da linha de investigação. Sou o comandante no controle dos soldados neste distrito, me chamo Oliver Phox.

Interrompendo a conversa com Bentley, após ser brandida com uma saudação requintada, Moira, vira vagarosamente a postura para observar a pessoa em questão. Já totalmente exposta para o homem, guia seus belos olhos azuis-marinhos, para constatar quem está curvado diante dela.

O homem veste-se com uma armadura equivalente aos resto dos soldados, porém com suas diferenças. Nela há duas espadas, uma de calibre médio, carregado apenas por uma mão e outra mais comprida, equivalente ao peso de uma Claymore, — ambas em na cintura. Logo na parte de trás da armadura, um longo manto cor carmesim o cobre, junto a um brasão dourado de Axerth.

Parada por breves segundos, para entender tamanho prestígio lançado sobre si, Moira, finalmente, o responde:

— Ah… Não precisa dirigir a mim com esses honoríficos, comandante. Afinal, eu não possuo um título maior que Baronete, além de que, não pertenço ao exército. Então, levante-se.

Oliver levanta-se vagarosamente do chão e, ao olhar diretamente para Moira, revela a mais profunda cortesia que ele sente por ela:

— Com todo o respeito, madame, mas minha admiração não é para com os títulos que a madame carrega, nem mesmo para está missão, mas sim pelo fato de Moira Hanatsu ser capaz de gerir precisamente a economia desta enorme cidade. Graça a sua linha de produção, Nakkie pode viver tranquilamente sem muitas baixas.

A jovem mulher envergonha-se com tamanha fala do homem, todavia, tal sentimento não vem do fato dele agradecer ela, mas sim por ele está totalmente errado.

Em diversos locais, — para ser mais preciso, nas bordas da cidade, muito mais distantes do mar e das minas de extração, os moradores vivem em situações precárias, sem ao menos ter ganhos o suficiente para se alimentarem diariamente. E, com está visão na mente, ela vira o rosto, para que o homem não visse tamanho desprezo que ela sente em relação à incompetência dela.

”Droga… ele tinha que abrir a boca para falar isto? Agora ficarei com isso na minha cabeça até o final do dia… “Nakkie pode viver tranquilamente sem baixas”? Que homem tolo! Se pelo menos meu marido Wagner tivesse vivo, aquelas pessoas não viveriam deste jeito… ‘’

No meio dos pensamentos preocupantes da jovem mulher, Bentley, revoltado com a puxação de saco para com sua tia, afia seu olhar, dirigindo ele diretamente para o comandante.

— Tsk!

Um estalo de língua é feito por ele, que complementa com uma pequena elevação de aura mágica, — chamando a atenção do comandante, que entende o recado, que finaliza a declaração

— … Contudo, concluo que não fui chamado pela madame apenas para bajulá-la… creio eu…

Um olhar apreensivo é dirigido para Bentley, ao esperar a resposta de Moira.

Retornando do devaneio de culpa, — gerada pelas falas ignorantes do comandante, Moira, consentindo com a suposição dele, retorna a encará-lo com seus belos olhos azuis, porém agora, estando bem afiados, afiados o suficiente para fazer o homem engolir o ar seco da garganta.

— Uhrm!

Ela limpa a garganta e complementa com a declaração:

— Você está correto… comandante. Foi chamado aqui para reforçar ainda mais o controle de soldados, dado a sua experiência de campo. E, também, para responder a minha dúvida.

Como se a ansiedade falasse mais auto que a sua confiança, o comandante, preocupado com a possível questão, adianta-se em perguntar:

— E… que dúvida seria?

— É sobre o que você e o jovem aí atrás fizeram a alguns dias, bem aqui…

Suas falas são ditas com perfeita calma e quietude, isto na visão de Moira, por outro lado, o comandante vira apenas palavras pesadas disferidas para ele, enquanto é encarado com olhos incrivelmente afiados com uma navalha. 

Oliver vira-se para encarar Luke em suas costas, concluindo em seguida que se trata da missão que confiara para Bentley.

Ajustando a postura, para ficar mais condizente com a patente de líder, o homem firma o semblante para o alto, observando atentamente a casa do curandeiro. Logo após, ao retornar os olhos para a mulher, responde friamente.

— Então, o assunto é referente a Flamesworth, mas precisamente, no dia em questão do descontrole, presumo.

— Correto. Você é o comandante em questão que prontificou-se em avisar meu sobrinho, Bentley, sobre Ivan. Pode confirmar isto?

— Confirmo, sim, senhora. No dia em questão, Ivan aparentou ser bastante suspeito. Ele havia negado nossa inspeção na residência, logo após um descontrole de mana espiritual. No dia em questão, ele disse que fora seu espirito Áurea, que descontrolou-se com uma de suas histórias, no entanto, na mana não havia só o elemento fogo, como o de ar e água…

Moira impressiona-se com a perícia com que o comandante fala. Sem rodeios o homem revela tudo que sabe sobre o ocorrido, além de dizer os mínimos detalhes do acontecimento, porém ele ainda continua o relato:

— … Em seguida, o cadete Luke e eu, fomos de encontro até Bentley, que estava próximo à entrada de um edifício. Então, eu mesmo, o comandante do distrito sul, o coloquei para vigiar o local. Todavia, presumo que, dado o temperamento dele, tenha feito o completo oposto.

Bentley, ao ouvir seu nome sair de uma desleixadamente pela boca do comandante, deixa sair um estalar de língua.

— Tsk!

Tudo que ele quer no momento é socar a cara do comandante, contudo, não pode fazer tal coisa com sua tia presente. Então, para tentar ignorá-lo, apenas assente com a cabeça, para confirmar o que ele diz.

Observando as ações de Bentley, ao assentir com as falas do comandante, faz com que seu desconforto mental aumente, porém, ela não pode negar os fatos. 

Primeiro foi o cadete que informara a ela, depois foi o comandante, e tudo que lhe restara para abandonar isto de vez era que Bentley negasse, mas tudo que ele fez foi assentir com tudo.

‘’É… parece que não tenho mais escolhas. Terei que ir atrás de Ivan agora mesmo. Preciso saber da própria boca dele.’’

Após concluir suas ações mentalmente, respira intensamente, guiando o máximo de ar para os seus pulmões, em seguida os libera. Esta ação faz a jovem mulher relaxar um pouco, liberando um pouco da insegurança no momento.

Agora, olhando para a entrada do local, ela firma a ordem para os soldados presentes:

— Cer-certo, vamos entrar agora!

— SIM!


Um pouco antes desta ordem, Amice, termina de contar o que fizera quando saíra para comprar o anel na loja. Uma expressão completamente indignada se mostra presente no semblante de Áurea, que em seguida a repreende:

— Sua idiota! O que você estava pensando!

— E-eu sei… mestra Áurea, e-eu… não deveria ter chamado a atenção dos guard…

Áurea, com uma voz maior que a da jovem, a interrompe.

— Guardas!? Que guardas?! Você se expôs em um horário completamente remoto, e atraiu dois homens para um beco! Por acaso você se esqueceu da Karenn, menina?! Esta cidade não é um local para brincadeiras infantis deste tipo! Eu pensei que você já tinha total entendimento quando se voluntariou, mas tudo que fez foi brincar com o perigo e…

Áurea interrompe suas falas ao olhar para o rosto dela. 

Neste momento, Áurea sabe que está certa em adverti-la, mas também compreende a culpa que a criada está sentindo. Tudo que ela tentou fazer foi ajudar todos, todavia, ao realizar isso acabou complicando ainda mais.

Qualquer um nesta situação estaria se culpando até o fundo da alma, então, como uma última ação, Áurea, já bem próximo da jovem, — realiza um poderoso cascudo, ou ela achou que fosse poderoso, dado o tamanho do corpo atual.

Sentindo um pequeno peteleco em cima da cabeça, Amice, levanta vagarosamente a face, — ainda cheio de culpa, para observar sua mestra novamente nos olhos, porém o que observa é um sorriso nela.

Confusa com a calma da micro-fada, ela questiona a expressão:

— Me-mestra? Por que…

— Já chega de se mastigar com isto, Amice. Vamos, levante do chão, pois precisamos ajudar aquela majin escapar!


Ao retornar e olhar seriamente para Evangeline e Ivan na sua frente, Áurea revela uma expressão de completa seriedade. E, ao observar a calma e alegria nas faces deles, faz com que ela fique ligeiramente irritada, porém, ignorando esse sentimento pífio, revela apressadamente o que acaba de descobrir.

— Atenção, Ivan e Evangeline. Eles chegaram.

Até poucos segundos atrás, tanto Evangeline quanto Ivan estavam plenamente alegres, dado que já estavam prestes a finalizar tudo para que a meio-elfa escapasse. No entanto, ao escutar as palavras de Áurea e, emendá-las com a expressão séria no rosto, extinguem completamente estas expressões nos seus semblantes.

Ivan, altamente confuso com a declaração do seu espírito, a questiona com falas inseguras, pois ele ainda não está totalmente crente com o que ela acaba de dizer. 

— O-oquê? E-eles… chegaram? Você… está brincando não é? Não é, Áurea…

Em sua mente ele pensa que talvez Áurea esteja pregando uma de suas peças para esquentar o momento, porém ao escutar a resposta dela, muda completamente de ideia.

Áurea o encara fixamente por alguns segundos, para deixar que ele entenda a situação por si, no entanto, ao perceber que ele não entenderia, ela repete uma vez mais a afirmação:

— Não, Ivan, não é brincadeira. Eu queria que fosse, mas realmente eles chegaram, e já estão do lado de fora com Moira e aquele rapaz. 

Após a declaração da pequena fada, Ivan fica totalmente pálido. 

Em seu julgamento, — igual a de Áurea, eles tinham praticamente dois dias antes que os soldados começassem a desconfiar deles, no entanto, surgiram um dia após.

Evangeline, por outro lado, observando as expressões dos dois em pânico, se enche novamente de culpa. Esta situação seria resolvida, ou até mesmo nem provocada se ela não estivesse ali.

Porém esse sentimento não vem de Shirogane, mas sim da segunda alma do seu corpo. No mesmo momento que tenta pensar em algo, em meio aos sentimentos de culpa que predominam o seu ser, Evangeline tenta encontrar uma possível ideia de distração.

— Senhor Ivan, mestra Áurea, eu sinto muito por passarem por isso por minha culpa, mas não temos mais tempo para ficarmos nos lamentando.

Ambos olham para meia-elfa com expressões atônitas. 

E, como de esperado, estas palavras retomam os seus sentidos para o real objetivo — a retirada dela daquele local. Porém, na situação que estão, torna as suas ações ainda mais limitadas.

— Vo-você tem razão, Evangeline… O tempo que podemos gastar nos desesperando, podemos usar para criar um plano.

— Mas como? Não tem outro modo de sair daqui. Eu não posso transportá-la para fora da cidade com minha magia espacial. As complicações de transportar algo vivo ainda é ambíguo. Ainda não tenho entendimento suficiente se isso pode ferir alguém, além de…

As falas cheias de preocupações de Áurea são cortadas por de Evangeline, que soluciona a possível angústia na face de todos.

— E se usássemos o meu freezer? Afinal, creio que não preciso daquilo dentro da masmorra…

— “Frizer”? Aquela invenção? Mas aquilo é um marco da tecnologia, não podemos simplesmente oferecermos aquilo para retirarmos a sua…

— Não, senhor Ivan, não é isso.

A jovem balança a cabeça em negação, dado que Ivan entendera equivocadamente a ideia levantada. Então, para poder retirar finalmente a dúvida dos dois, revela por completo o que planejou neste curto espaço de tempo.

— Veja bem, não daremos aquilo para eles como pagamento, mas usaremos como distração.

— Distração?

Tanto Áurea quanto Ivan respondem em simultâneo, tentando entender o que ela tenta explicar.

— Sim. Podemos usar o fato disto ainda não ter sido inventado. Bolaremos uma possível história de que um amigo do senhor Ivan, entregou o freezer para estudá-lo e, no meio da pesquisa, deixou a nova tecnologia se descontrolar com mana.

Boquiaberto com a possível saída desse impasse, Ivan impressiona-se novamente com a perícia e calma que a sua aluna exala durante a explicação do plano. No entanto, Áurea encontra uma falha, e para retirar ambos de uma possível alegria momentânea, o revela sem delongas:

— É uma grande ideia, e talvez uma ótima solução, Evangeline, porém, esses soldados estão aqui atrás de você, da sua mana. Então, como você irá enganá-los em relação a isto? Aquela invenção é realmente fascinante, mas só possui 2 elementos, a água e o ar, e os seus são; água, ar e fogo.

Ao ser chamada atenção para uma possível falha no plano, Evangeline para por um momento para ponderar em um possível escape deste empecilho.

Em contrapartida, Áurea e Ivan a observam atentamente, como se esperassem algo além de suas compreensões. Pois eles sentem que algo além do que imaginam pode sair das falas da meio-elfa.

Durante isto, Evangeline em seus pensamentos pondera sobre o que Áurea apontara:

”Realmente ela tem razão. Não havia pensado nisto antes. O freezer possui apenas dois elementos, e eles vieram para cá porque sentiram três… Droga! Como eu queria ter apenas um atributo… seria muito mais fácil… ”

Enrugando a expressão enquanto declara em pensamentos, a jovem finalmente pensa em uma contra-abordagem:

”Espera! Como eu não pensei nisso antes? É muito simples, com o poder da Áurea, com certeza deve ser possível!”

Olhando com um sorriso um tanto incomum na face, Evangeline encara fixamente a Áurea.

Com medo de algo primordial que surge de sua alma, Áurea arrepende-se ligeiramente de ter apontado a falha no plano da meio-elfa, dado que, a expressão que ela expõe é algo extremamente diferente de tudo que ela observou nela.

Enquanto arruma força para tentar questionar a expressão na cara da meio-elfa, Evangeline revela o que pode ser feito em relação ao empecilho dos atributos:

— Mestre Áurea, mestre Áurea… agradeço por ter me apontado esta brecha, na verdade eu devia abraçá-la por isso, contudo não temos tempo.

— Então, você já descobriu um jeito de tapar este buraco no plano, Evangeline?

Ivan, que até então esperara pela resposta dela, revela sua questão, assentida rapidamente por ela, complementando com uma declaração:

— Sim. Se o empecilho do freezer é apenas possuir 2 dos 3 atributos que tenho, o único jeito que encontro é construir outra coisa…

Os olhos de Ivan enchem-se de um brilho inexplicável, dado que a iluminação no local não é tão forte. Tal ação espanta Evangeline por um momento que dá um passo para trás, todavia ela entende o que ele sentira.

Para Ivan, Evangeline além de ser uma ótima aluna que surgiu em sua vida, — que aprende as coisas completamente de forma rápida, com o dom inigualável de explicar tudo que aprendera, também é uma inventora. Tudo isto apenas tendo 15 anos. E, para ele, é algo que não se encontra em qualquer lugar, visto que ele não conhece a real pessoa que Evangeline é.

Após dar uma pequena recuada para longe do curandeiro, Evangeline finaliza o que conclui:

— Ahrm! Como eu dizia… É só eu “criar” outra coisa, foi por isso que olhei para a mestre Áurea. Ela domina a mana melhor que a mim, e pode criar diversas coisas modulando elas. Então, decidi pedir um favor.

Um pouco mais aliviada ao descobrir a razão pela expressão de antes, Áurea, um pouco mais concentrada, pergunta o que ela precisa que ela crie:

— Entendo… então, o que você precisa?

Guiando para a mesa de encantamentos, retira cuidadosamente o crânio de troll do local, cortando a ligação que ele tem com a mesa, — assim apagando suas órbitas mágicas. Em seguida, ao observar alguns pergaminhos em branco ao lado, retira um e o estica na mesa e, com um tinteiro também no local, começa a rabiscar o papel.

Ivan e Áurea, ao observarem aquilo, aproximam-se dela para constatarem o que ela começa a desenhar. No decorrer das linhas que ela faz no papel, ambos acabam se impressionando ainda mais com a meio-elfa, depois que percebem o que ela terminou de fazer.

— Então, mestra Áurea, eu vou precisar dessas coisas, pois eu quero construir isto.

— Oooh!

Ambos ficam boquiabertos quando finalmente veem o desenho finalizado.

Picture of Olá, eu sou HOWL!

Olá, eu sou HOWL!

Curiosidade sobre Nakkie 3: Como dito anteriormente, Nakkie é uma cidade inteiramente movida pelo comércio, tanto em forma de vendas como em bens a serem guardados como riquezas. No entanto, existem pessoas que não compartilham destas ações. Localizados no leste da cidade, — muito distantes dos portos de pesca no norte e, das minas de extração no sul, encontra-se o povo muito mais desafortunado que o resto.

No local, onde quase não existem empregos para oferecer aos moradores, acumulam-se pessoas em situações precárias, que nem ao menos conseguem realizar uma simples refeição diária.

Tal situação foi provocada na troca de posto político de Nakkie, a 8 anos, indo do prefeito Wagner Hanatsu ao atual prefeito, Algust Phesto. Algust, sem paciência alguma para com o povo da região leste, — a mesma região onde abrigara a guilda de aventureiros, decidira ignorar totalmente a situação do local, ao fazer questão de desviar quase que completamente as verbas, armazenando para si próprio.

Anteriormente, no governo de Wagner, toda a cidade possuía uma divisão igual de bens entre os camponeses, algo que atualmente não é o caso.

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