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Capítulo 56.2 ❃ Interlúdio.

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O homem cancela sua fala por reflexo ao vislumbrar a forte aura que a jovem possui. 

Por nascer com o dom de enxergar auras mágicas, sem ao menos ter treinado para ser um mago, o cocheiro nota que o poder dela está completamente diferente de quando a viu pela primeira vez, que, de certo modo, o surpreende.

De primeiro momento quando a viu no vilarejo uma semana antes, a aura da jovem era forte, porém completamente instável e irregular. Com um atributo sobrepujando a outro. Porém, ao observar novamente agora, percebe que a forte inquietação anterior está quase extinta nela. Todos os atributos estão completamente calmos, sem demonstrar estresse nenhum sobre os outros.

— Co-como você ficou tão forte assim?! O que você fez!?

Totalmente indignada com as falas do homem, ela simplesmente o ignora e aproxima-se dele.

Olhando fixamente para o semblante ralado dele, ela impõe que ele devolva o que roubou da senhora.

— Isto não é da sua conta! Agora devolva o que você roubou daquela mulher!

— O que eu roubei?

O cocheiro esboça um sorriso sarcástico após a fala.

— Não se faça de inocente seu canalha! Eu lhe conheço muito bem, e sei que você a roubou!

— Phfffs… Eu não roubei nada, ela me pagou para entrar na carruagem. Então ela entrou e saiu, logo, a viagem se completou… eheheh… ai, ai, ai…

Após a risada que faz o seu rosto doer, Evangeline o agarra pela blusa, o levantando com o mesmo braço imbuído em mana.

Com um olhar completamente revoltado e sério, ela o ameça.

— Se lembra o que eu te falei quando eu te encontrasse de novo? Nos encontramos de novo… Então, me diz, qual parte do corpo você que perder primeiro? Os olhos? Talvez a língua, porque não suporto o som das suas palavras. Nãão~… que tal os braços? Ou quer que eu arranque suas pernas? Hmm… ou cada dedo que possui? Melhor, quer eu faça tudo isto, semelhante ao inseto baretesco que você é?

A pele do homem fica completamente pálida. Ele sabe que cada palavra que sai da boca da jovem é verdade e isto o enche de medo. 

Um pavor primordial o preenche que, por desespero, o faz socar e chutar diversas vezes o braço que o segura. Porém, como um inseto que está totalmente domado por um predador imensuravelmente mais forte, ele falha completamente em sair desta situação, — além de irritar muito a majin. 

Altamente enraivecida com as ações do homem, Evangeline demonstra uma expressão sádica em seu semblante, ao constatar que ele não possui força alguma contra ela. 

Com extrema força, ela o choca em alta velocidade no solo empedrado, — batendo em cheio as costas dele no chão, levantando como resposta uma extensa cortina de poeira no local.

Um sabor amargo e férreo cruza a língua do cocheiro. De sua boca sai uma pequena quantidade de sangue. 

Devido ao impacto imprevisível no processo de sua agitação, ele mordera acidentalmente a língua, — fazendo sua boca sangrar como resposta.

Enquanto o encara com grande superioridade, Evangeline finalmente expõe sua aura mágica. 

A diferença entre um homem comum e uma majin é completamente evidente. A força física e a mana dela está muito além do que ele está acostumado sentir.

No mesmo momento que o homem admira como é o tamanho poder emanado pela aura da jovem, fica completamente apavorado no que pode acontecer a ele.

Levantando seu outro braço, Evangeline também o envolve com outra forte camada de mana. 

Fechando o punho, ela prepara um soco em direção ao rosto do homem cheio de medo no chão.

— Bem, já que você não pensou em qual parte quer perder primeiro, concluo que seu cérebro é inútil, logo, você não precisa mais dele…

Cerrando fortemente o punho, a majin, o move em alta velocidade em direção ao rosto ralado do homem, porém, antes de acertar, ela freia o movimento. 

Retirando em seguida o punho de perto da face dele, ela o encara com uma expressão mais assustadora que antes. Com seus olhos rubis completamente afiados e lábios extremamente selados, ela espera que ele declare algo, porém o homem não faz.

Com um corte que faz uma extrema dor percorrer sua língua, qualquer palavra que ele tentar dizer, fará com que ele sinta muito mais dor do que está sentindo, algo que Evangeline não sabe no momento.

— Não? Nada? Nenhuma palavrinha sequer? Que pena então…

Cerrando o punho novamente e o guiando para a face do homem, ela tenta o socar. No entanto, ela para outra vez, não para amedrontar mais o homem, mas sim porque ele parece dizer algo.

— Es-es-espe…re…

— Ah… você decidiu falar? Então, faça o favor de ser rápido. Eu estava prestes a matar um inseto bem gordão na sua cara…

Sem escolhas perante a situação em que está, o cocheiro cede.

— Es…ta bem, e-eu entrego! Po-pode ficar com tudo! S-só não me mate, como seus parentes mataram meus pais!

Raiva, ódio, sadismo e confiança são completamente apagados após ouvir a declaração dele.

Evangeline sabia que as pessoas não a aceitavam a princípio devido às ações que seus parentes fizeram na guerra e, ao saber que um deles acabou matando os pais do homem, que está machucado embaixo dela, — algo que possivelmente cominou na índole que ele expõe… ela ignora completamente.

— Ai… que peninha, então meus parentes mataram seus paizinhos é? O que você quer que diga? “Ai, ai, me desculpe, senhor cocheiro, meus paizinhos mataram os seus, por favor, nos perdoe…” Ahahahah! Por favor né… acho que eu me importo com você? Pensa que consentirei com algo que não nada a ver comigo? 

— Vo-você… é um monstro!

Um sorriso sádico floresce no semblante da meio-elfa após receber o insulto. Seus olhos rubis brilham intensamente no mesmo momento que os raios solares descem no horizonte.

— Sim, campeão… eu sou um monstro… Agora, onde está o dinheiro?

— Tsk!

Completamente dominado pela fera predatória chamada Evangeline, o homem aponta para o local em que guarda todo o dinheiro das viagens, — no banco de onde senta.

— Ali! Pode pegar o dinheiro, eu não ligo! Só me solte!

Semelhante o que ele fez em não se importar com a situação da senhora caída no chão, Evangeline o arremessa para longe de si, ignorando completamente os machucados dele, — o fazendo cair de costas novamente no chão empedrado.

No momento após, ela desativa as camadas de mana nos dois braços, — guiando-se em direção ao assento da carruagem, — que esconde a quantia de dinheiro ganhada por ele.

Levantado despreocupadamente a portinhola que comporta o assento, Evangeline avista cinco bolsas cheias de moedas. Ao pegar uma delas e abrir, observa que possui muitas moedas de prata e cobre, algo que faz o seu olho crescer em muito, — confirmando em seguida que ali possui muito mais dinheiro que uma simples semana de trabalho.

— Mas olha só quantas moedas… Com certeza você extorquiu muito mais pessoas do que as que vivem no vilarejo. Sinto bastante pena delas por ter a burrice de ter pagado o que você pediu. Certamente, farei bem uso disso tudo, eu lhe prometo…

Completamente surpreso com as falas da jovem, o homem tenta contra-argumentar.

— O-o quê! Você disse que pe-pegaria apenas o dinheiro da mulher!

Movendo o olhar para o homem jogado no chão com extrema angústia, — referente a declaração feita por ela. Evangeline, guia o dedo indicador para o queixo, cruza os braços e, inclinando a cabeça ao lado, retruca sem se importar.

— Eu disse? Estranho… parece que minha memória não está boa recentemente…

— Tsc!

O cocheiro estala a língua com extrema raiva, — raiva por não ter força para revidar.

— … Com isto aqui, poderei recuperar meu dinheiro de antes, além de devolver, é claro, a senhora que está me esperando. Hmmm…. mas ainda sobrarão outros quatro sacos cheios de moedas…

Ponderando por um breve segundo, Evangeline lembra do que sua irmã Karenn disse, muito antes de partir para a cidade.

— Karenn me disse que toda a semana o chefe do vilarejo vai até a capital comprar suprimentos… Hmm! Já sei! Doarei o resto para ele, já que você não precisa.

— Su-sua ladra!

Retornando a olhar para o homem com o semblante enraivecido no chão, a meio-elfa, libera um sorriso zombeteiro no rosto, — complementando em seguida com uma declaração.

— Ah, não! Parece que estou roubando você… que peninha… Vai fazer o que agora, campeão? Hein?

Devido à situação que está, o cocheiro simplesmente estala a língua em resposta.

— Tsk!

— Bom, já que não fará nada… faça o favor de sumir para bem longe da minha vista. Você fede a sangue…

Virando contra o homem jogado ao chão, Evangeline começa a retornar para o vilarejo, contudo, antes de continuar seu percurso, acrescenta.

— Ah, e mais uma coisa. Volte de onde você veio a pé! Agora seus cavalos e carruagem me pertencem, a majin ladra…

Uma expressão de extremo ódio floresce no semblante no homem, que tenta amaldiçoá-la com as forças que ainda possui em suas falas.

— Sua…

No entanto, não continua, ao receber uma expressão completamente ameaçadora junto a uma forte aura emanada por Evangeline, — que retruca em seguida com bastante desdenho.

— O quê, não gostou? Quer tentar a sorte e vir tomar tudo de mim? Nãão~… né? Que pena.

— Se não vai se defender como um homem que acha que é, suma!

Ignorando a forte dor em sua boca e costas, o cocheiro levanta apressadamente do chão e começa a correr na direção ao contrário a da jovem, — indo em direção ao norte e, com um semblante completamente irado com lágrimas presente, ele a ameça.

— Você… pa-pagará por isso… eu juro!

Levantando uma promessa com a voz completamente baixa, — para não chamar a atenção dela, ele firma sua ameça.

Enquanto isso, olhando para os cavalos presos na carruagem com expressões assutadas, Evangeline os solta de suas amarras e, para se livrar de uma possível prova, — caso alguém apareça para perguntar sobre um roubo de carruagem, levanta vagarosamente a palma da mão em direção ao veículo para preparar um feitiço.

Com a mão já apontada para a locomotiva imóvel, a jovem acumula uma pequena quantidade de mana, que no momento seguinte tomam-se em uma coloração alaranjada. A massa de mana alaranjada se desdobra em uma forma esférica e calorosa, ativando em fim uma magia de chamas. — arremessando-as seguidamente.

「Fire Ball」!

A bola de fogo acerta precisamente a locomotiva, a arremessando totalmente para o outro lado da estrada e, — chocando-se completamente nas árvores dentro da floresta.

Esta ação deveria atiçar a desordem nos cavalos segurado por Evangeline, contudo, devido à sua forte aura mágica presente em cima dos animais, — sem ela perceber, tal comportamento não é dirigido a ela.

— Certo, isto poderá me livrar de perguntas indesejadas caso alguém surja em busca desta carruagem. A 「Fire Ball」 que usei não foi com uma potência muito grande, então não atiçará um incêndio na floresta.


Retornando para o vilarejo e, trazendo consigo os cavalos, Evangeline devolve o dinheiro da senhora, que se curva de imediato como agradecimento.

— Muito obrigada, minha querida. Que os deuses e os espíritos abençoem sua generosidade.

— Ah, não precisa disso. Não foi um dever, eu simplesmente quis ajudar a senhora. Então, não precisa agradecer, tudo bem?

No entanto, a velha moça continua curvada em agradecimento, fazendo a meio-elfa esboçar uma expressão cansada com o tal comportamento.

— Muito bem, aqui está o dinheiro da senhora. Espero que a senhora encontre um cocheiro apto a levá-la para lá onde você queira ir, já que aquele infeliz não retornará para este local. Isto eu posso afirmar.

Com uma expressão convicta, Evangeline acena em despedida para a senhora e o seu neto, guiando os cavalos para próximo do campo de plantação do senhor Balmor.

”Senhor Balmor… graças a ele eu meio que pude ir até Nakkie, por isso eu devo muito a ele. Talvez estes cavalos o ajude a arar melhor o campo de plantio…’’

— Ah, ali está ele!

Avistando o homem de longe…

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