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Capítulo 57.3 ❃ Antes da Masmorra.

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A ruas de Nakkie estão tranquilas. A qualquer momento o dia surgirá e os cidadãos começarão seus afazeres por toda a cidade. A ruas, — feitas exclusivamente de paralelepípedos de pedras lisas, ressaltam uma espécie de umidade, dada a peculiaridade das gotículas de água que o mar sempre traz devido à baixa temperatura no inverno.

De repente, um rato completamente gordo, sai de um dos becos das residências. Ele parece está fugindo de algo que corre atrás dele e, no momento seguinte, o seu perseguidor, surgi. Um cão, escuro e de porte médio. 

Aparentemente, até os animais na grande cidade mercantil tem seus dias de caçar e ser caçador, algo comumente feito pelas próprias pessoas que vivem nela.

Por fim, o rato cede, sendo morto pelo cão, contudo, algo espanta o cão para longe das ruas, — uma carroça, puxado por dois burros, comportando algumas mercadorias cobertas por uma grande lona de pano. É um dos mercantis da cidade que se prepara para abrir sua loja e, atrás de si, traz consigo a alvorada solar.

A pouco a pouco os raios solares surgem por toda a cidade, — iluminando completamente as ruas. 

Devido à umidade presente nos paralelepípedos, um forte brilho começa ofusca-se nas janelas e portas próximas, — avisando um a um os moradores despertados que o dia chegou.

Erguendo-se completamente do horizonte, o dia finalmente chega. Como resposta a esta notícia calorosa trazida pelo sol, os cidadãos preparam-se para sair de suas casas a caminho de seus respectivos trabalhos.

Porém, diferente das ruas comuns da cidade, um local específico já possui pessoas trabalhando firmemente em sua conduta, — são guardas, trajados completamente de armaduras metálicas, esbanjando sempre um escudo torre e uma espada media em cada mão.

Este local é a residência dos Hanatsu, o local mais seguro que qualquer um pode estar, o local onde alguém finge ser quem não é de verdade…


Movendo-se apressadamente pelos corredores da residência de Moira, cabo Rubra, segue rumo ao escritório particular da mesma, com a finalidade de agradecê-la por abrigá-la em sua moradia durante o dia passado.

Enquanto a jovem de longos cabelos carmim desfila pelo corredor, — esbanjando a beleza dos seus cabelos e olhos turquesas, semelhantes ao mar do caribe, Rubra, diferente de antes, que abrigava timidez e insegurança em seu semblante, ressalta neste exato momento poder e confiança para o que está prestes a fazer.


Durante este momento, Moira, que está em seu escritório, aparenta arrumar um grande excesso de papeladas em cima de sua escrivaninha. Portando um óculos na face e cabelos presos em um rabo de cavalo, a bela mulher, que ainda traja a mesma roupa do dia anterior, esbanja uma expressão completamente cansada, com olheiras aparantes.

Durante várias horas, ela vem resolvendo uma superabundância de papéis deixados por seus subordinados. 

Por serem documentos altamente privados que cabe apenas em sua autoria, seus subordinados não têm a liberdade de ajudá-la nisto, sobrando o seu ardo e esforçado trabalho de cálculos e finanças apenas para ela.

Inesperadamente, — por parte dela, três batidas são desferidas na porta de seu escritório.

Por um breve momento, ela supõe que seja mais um de seus subordinados trazendo papeladas para ela resolver os cálculos. Contudo, ao olhar em volta do escritório e ver inúmeras torres de papéis, presume que não seja o caso. 

Deixando sua reflexão de lado, Moira, sem mais e nem menos, atende as batidas, ao convidar a pessoa para entrar.

— Está aberta, pode entrar.

— É-e-e… Obrigada…

Uma voz feminina com um tom abafado é ouvido do outro lado, que revela-se logo após ao abrir a porta.

Uma bela jovem de pele clara, longos cabelos carmins, olhos turquesa como o mar do caribe, trajando uma armadura de metal de corpo inteiro, adentra no escritório.

Ainda demonstrando uma expressão tranquila no rosto, Rubra, apresenta-se para mulher de olheiras sentadas em sua frente.

— É um prazer conhecê-la finalmente, madame Hanatsu. Me chamo Rubra, sou cabo do distrito sul de Nakkie…

— Sim, sim… O que você quer? Não ficou sabendo? Não sou mais supervisora da investigação… eu me demiti deste posto…

Sem muitos rodeios, Moira tenta mandá-la embora com suas falas frias e afiadas. Todavia, mesmo recebendo a angústia da bela mulher de olhos azuis-marinhos, Rubra, permanece com seu semblante intocado, algo que a impressiona.

”Mas olha só… esta daí parece ser mais determinada que os outros que vieram aqui me pertubar…”

Durante todo o processo que ficara em seu escritório, adiantando seu trabalho acumulado, Moira tivera inúmeras visitas dos soldados de todos os distritos, além dos comandantes dos pelotões de investigações, — pedindo a ela para que reconsiderasse voltar ao cargo de supervisora, dado a sua destreza que apresentara ao possuí-lo. Porém, em todos os encontros e pedidos, ela recusara fortemente, até quase nenhum voltar mais.

— Então, o que você quer aqui?

— Ah, me desculpe… eu fiquei te encarando… sinto muito… É uma mania feia minha.

— Sim, sim, chega de ladainha… Se veio pedir para eu retornar a ser supervisora, pode ir tirando o cavalinho da chuva. Eu não vou me submeter aquela palhaçada de novo e…

Freando abruptamente suas falas, Moira observa que a jovem está totalmente curvada em sua direção. Ao longo de alguns segundos, ela observa aquilo. Não é uma pose que ela estava acostumada observar em seus guardas ou soldados, mas sim algo comumente usado na nobreza.

Retirando-se da postura submissa, Rubra finalmente revela o que veio fazer ali.

— Madame Hanatsu, não vim aqui para irritá-la ao pedir para retornar para aquele cargo. Estou aqui para agradecê-la…

Completamente confusa com as falas da jovem em sua frente, ela a questiona.

— M-me agradecer…?

Liberando um sorriso extremamente doce no rosto, a bela jovem de cabelos carmins e olhos turquesa a responde.

— Sim, madame. Eu agradeço por me permitir permanecer em sua residência durante estes dias. E também, peço desculpas por deixar o seu corcel morrer daquele modo…

Após escutar aquelas palavras, Moira retorna seu entendimento para antes da invasão na casa de Ivan. Um pouco antes, no seu armazém, um grupo de soldados surgira lá, e um dos soldados do grupo foi ordenado por ela que usasse seu corcel para chamar Bentley. E depois daquele momento, nunca mais o vira.

— Espera… você é aquela soldado? Eu pensei que…

— Sim! Graças a hospitalidade que seus subordinados me deram, pude esperar tranquilamente até que aparecesse uma locomotiva para eu partir. Dito isto, agradeço pela hospitalidade.

Finalizando sua declaração, Rubra cede o rosto para baixo em agradecimento, em seguida, move-se em direção a saída do escrito. Todavia é freada por Moira, que a questiona sobre algo.

— Espere um momento! Você… eu não te conheço de mais algum lugar, certo? Tenho certeza de ter visto você…

Liberando mais um de seus sorrisos doces, Rubra a interrompe para tentar explicar-se.

— Não, não… creio que a madame esteja se enganando. Agora, se me der licença, deixarei você terminar seus afazeres.

Passando pela porta e a fechando calmamente, Rubra sai despreocupadamente de dentro do escritório, deixando uma certa dúvida em Moira.

— Entranho… Aquela cor de cabelo, olhos e também aquela postura de como se curvar… Tenho certeza de ter visto ela antes e…

Parando por um momento, Moira percebe que durante a conversa com a jovem, resolveu um monte de cálculos, porém de forme errônea. Algo que a chateia completamente.

— Ah! Mas que inferno!


Do lado de fora, um homem de aparência forte, cabelos curtos e olhos afiados, surge prostrado atrás de Rubra. Trata-se do mesmo homem, — o tenente, que perseguira a majin pela cidade, e o causador da dispersão de Karlaya entre os escombros.

Virando o olhar sorrateiramente para atrás de si, a bela jovem de olhos turquesa questiona a presença dele.

— Então, você finalmente chegou… mas atrasado como sempre!

— Perdoe-me pela demora, minha senhora. Teve alguns acontecimentos na cidade com um certo dragão que me envolveram…

Demonstrando um certo interesse com a revelação do tenente, Rubra o questiona sobre a situação do dragão terrestre de outrora.

— Um dragão, é? Refere-se aquele Therraniin de ontem? Então, foi você que deu um sumiço nele, não é?

Sem revelar uma sequer palavra perante a pergunta, o tenente assente com a cabeça, ao confirmar a questão jogada sob ele.

— Entendo… Contudo, o que veio fazer aqui?

— Perdoe-me novamente, minha senhora. Mas vim confirmar algo. A senhora já entregara o relatório para o capitão?

Cruzando os braços e fechando o semblante com uma feição emburrada, — com sua bochechas rosadas infladas de ar, Rubra o retruca rapidamente com bastante entusiasmo.

— Mas é claro! O que pensa que eu sou, uma criança? E, pare de me chamar de senhora por aqui. Atualmente eu sou Rubra. Nem mais e nem menos, ouviu bem!?

— Sim, minha sen… Quero dizer, cabo Rubra…

— Muito bem, agora que não tem mais nada para conferir aqui, dê o fora! Você pode levantar suspeitas.

— Certo! Com a sua licença…

Movendo-se mais rápido que um vendaval, o tenente some da vista da jovem como um fantasma.

Sem perder muito temo naquele lugar, — para não levantar suspeitas para cima de si, Rubra continua seu percusso pelo corredor, com a finalidade de retirar-se o mais breve possível da residência dos Hanatsu. Contudo, durante o decorrer por cima do extenso tapete carmesim do corredor, uma silhueta infantil chama a sua atenção no canto dos seus olhos, — a fazendo parar completamente.

Supondo milhares de coisas em um espaço curto de poucos segundos, Rubra, olha precocemente para onde a silhueta está, todavia, nada encontra no local. 

Por pouco tempo, pensara que alguém havia escutado sua conversa com o tenente, algo que complicaria em muito o seu esquema naquela local. Porém, ao constatar que não havia ninguém ali além dela, — sua grande insegurança escapa completamente de seu coração, a fazendo retornar para seus passos, agora em uma velocidade mais rápida que antes.

Todavia, sua insegurança era verdadeira.

Após ela afastar-se completamente daquele local, a silhueta em fim retorna.

Um jovem garoto de pele clara, desprovida de exposição solar, olhos carmesim e, esboçando um sorriso maléfico no rosto, — Lumiel, junto de seu espírito elemental de fogo, Ades, discutem rapidamente sobre o que escutaram.

— Mas olha só, quem diria que ela estava fingindo este tempo todo. Bem que desconfiei um pouco de sua aparência. Então, aquela é a Alexandra Bareris, a família portadora do olhar turquesa do caribe…

— Kekekeh… Lorde Lumiel, ela parece ser um potencial perigo… permita-me incinerá-la antes dela pôr em prática…

— Calado, Ades! Não faremos nada… deixaremos seguir até que corresponda com o meu plano…

Curvado em uma postura submissa por conta da elevação de voz do garoto, o espirito questiona sobre qual plano é.

— Pla-plano? Lorde Lumiel, que plano seria?

— O de tirar o meu tio do poder da cidade, e tomar o seu posto para mim. Mas sou muito jovem pra isso, tenho que esperar alguns anos para isto acontecer. Se Alexandra estiver tramando algo contra o prefeito, certamente será mais vantajoso para minha parte se eu deixar como está.

— E se ela estiver tramando algo contra sua mãe, lorde Lumiel?

— Bom… ai você terá a chance de incinerar outra pessoa…

A pouco a pouco, a insegura no rosto de Ades transforma-se em um longo e largo sorriso amarelado.

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