Capítulo 68 ❃ O brilho assassino.

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Adentrando na sala desconhecida com um belo de um chute na porta, Evangeline observa rapidamente o lugar, que parece muito maior por dentro do que imaginara do corredor cavernoso do lado de fora.

A sala em si é circular, com um grande espaço, cercado por trinta colunas, muito bem separadas em sintonia com cinco metros de distância cada. Estas colunas apresentam aspectos comuns ao do povo antigo da Grécia, contudo, no topo de cada uma, — que liga diretamente ao teto, apresenta características redondas e não espirais, — assimilando-se a um domo.

Cada coluna apresenta um tipo de linguagem antiga, semelhante ao hieroglifos egípcios.

Após olhar de relance para as paredes, Evangeline se depara com uma grande mesa no centro do lugar. Uma grande mesa de pedra com uma espécia de grelha no centro, guiado de restos de carvões e hastes fixas de aço posicionada a cada poucos metros, — que ficam por cima dessa grelha.

”Que estranho, por que tem esse tipo de coisa aqui dentro…?”

Em dúvidas sobre o que tais coisas como essa mesa faz numa masmorra, a jovem se distrai por poucos segundos, terminando de entrar por completo na sala, ao realocar o pé que, até pouco tempo, estava levantado devido ao chute.

Bem dentro da imensidão circular da sala, ela encontra outros tipo de mobílias de pedra dentro da região, como camas e cadeiras, — todas jogadas e espalhada por todo o lugar, algo que faz ela ressaltar uma expressão curiosa. No entanto, ela não prende-se muito nos objetos, devido ao um grunhido animalesco emitido no lugar.

— Grrrryaaahh!

Ao olhar rapidamente para origem, — usando de base seu sentido espiritual, a meio-elfa avista duas silhuetas que avançam até ela vagarosamente.

Ambos possuem corpos ósseos, — trajando uma armadura simples, bem similar a de soldados medievais, mas degastados com o tempo, com ranhuras e ferrugem expostas. Em suas mãos há um escudete, — usados principalmente em escudos comuns, e na outra mão, uma espada curta de lâmina de aço, também desgastada com o tempo, — cheia de dentes.

A pele dos dois mortos são uma fina camada que estende sobre o crânio e começa a apodrecer. E, dentro dos seus olhos, um cintilar de inteligência malévola é emanada.

Presenciando pela primeira vez um morto-vivo nesse mundo, um sentimento desconhecido percorre todo o corpo da meio-elfa como um choque. Seus sentindo a fazem olhar para atrás das duas figuras, que dá entrada para um corredor que não tem um fim visível.

Ao dar uma boa olhada nos dois soldados esquecidos pela vida, Evangeline conclui que a terceira figura não se encontra na sala, — a banshee.

”Pelo que vejo, a Banshee não está aqui dentro com eles… Então, quem era a terceira silhueta na sombra se não era a banshee? E também, por que até agora eles não me atacaram? Será que eles só atacam se eu…”

Antes mesmo de terminar sua suposição, um dos soldados morto-vivo avança contra ela em alta velocidade, surpreendendo a jovem, pois, devido o cambaleamento durante o andar, pensara que eles não podiam correr, — arrependendo-se e se surpreendendo com a capacidade deles.

”Que rápido!”

Saltando alguns passos para o lado da entrada, Evangeline esquiva do primeiro golpe do morto-vivo, que bate a espada com toda a força no chão, — criando uma rachadura grande junto a uma pequena duna de poeira.

Ainda saltando para longe do morto-vivo atacante, Evangeline percebe que o companheiro deste ficou parado, apenas observando como se esperasse sua vez.

No meio dessa percepção, o morto-vivo mais uma vez a surpreende com outra investida, passando a lâmina por pouco no abdômen dela, — fazendo a frear sua distância com o pé e atacar com uma de sua lâmina imbuída em fogo.

Um cintilar de fagulha é emanada após o forte golpe da jovem, e pela surpresa dela, a resistência do morto-vivo é mais dura do que havia suposto, — fazendo a recuar novamente e fugir por um momento de suas investidas consecutivas.

— Droga… Como a defesa dele é tão rígida assim? Ele só bloqueou com a espada e a força disso foi como golpear uma pedra espessa com as adagas! Se a defesa dele já é forte desse jeito com a espada, com o escudete…

Antes mesmo de terminar sua sentença, o escudete do monstro vem na sua direção.

Ela estranha o objeto se aproximando, pois até pouco tempo tal escudete estava na mão do morto-vivo. Então como ele está voando em sua direção? E pra ser mais exato, quando ele o jogou?

Olhando fixamente para o zumbi parado, o percebe voltando para uma posição de espera, concluindo que fora ele que jogara o escudete nela.

— Que filho da mãe!

Em poucos segundos, o escudete colide em seu peito, desequilibrando sua fuga, caindo no chão sentada impotente para qualquer ataque.

Aproveitando a abertura da meio-elfa, o morto-vivo avança contra ela em outras de suas investidas, levantando e destruindo os obstáculos fracos no caminho, — se aproximando dela com a ponta de espada em sua frente, com o intuito de empalá-la.

Contudo, agora o surpreendido é o monstro, que freia seu movimento ao perceber algo vindo na sua direção, — um tentáculo composto inteiramente de água!

— Vamos ver se você curte um polvilho!

Apertando o punho fortemente, Evangeline cria um construto de água no formato de tentáculo de polvo, com uma ponta de gelo afiada.

O tentáculo vai em direção ao morto-vivo, golpeando fortemente seu peito, jogando-o alguns metros para atrás, porém sem cair ou desequilibrar.

Ao perceber que seu ataque foi falho ao jogá-lo no chão, ela engrossa as águas no interior do tentáculo, injetando inúmeras pedras de gelo, enrijecendo todo o tentáculo, — golpeando novamente o morto-vivo, que é arremessando fortemente para trás, chegando perto do seu companheiro rapidamente.

Olhando para o morto-vivo que jogara o escudete nela para ela cair, Evangeline o encara com os olhos estreitos, emanando intenção assassina, ao proferir suas pesadas palavras de pura vingança.

— Já que você gosta de arremessar coisas, vamos ver se você curte isto!

Elevando seu braço destro ao alto, Evangeline retira uma das 「Fire Ball’s」modificadas, direcionando ela diretamente até a palma de sua mão. E, em poucos instantes, a aperta fortemente na mão e arremessa com toda a força, — assimilando ao um jogador profissional de beisebol.

— La vai! 「Emerald sphere of desolation」!

A esfera de fogo esmeralda voa em alta velocidade, — indo em direção as duas figuras paradas. Contudo, a bola de fogo não os atinge, passando por pouco próximo do morto-vivo que jogara o escudete, queimando parcialmente os únicos fiapos de pelo na cabeça.

Mesmo não demonstrando uma inteligência similar a humana, o morto-vivo em si esboça um largo sorriso podre, zombando da mira ruim da jovem. Entretanto, ele percebe que Evangeline começa a sorrir junto a ele, algo que faz um arrepio subir por suas costas.

Virando rapidamente para trás, o morto-vivo vislumbra a esfera de fogo esmeralda destruindo o firmamento de uma das colunas que sustenta o teto da sala, — criando uma chuva de destroços com rochas e poeira por toda a área. Que no momento posterior racha na parte atingida e começa a cair rapidamente na direção dos dois.

Percebendo que a coluna vem em sua direção, o morto-vivo corre por sua vida, enquanto outro, sentado no chão, — que não está vendo a coluna se aproximar, é esmagado, — desmontando seu corpo inteiro e espalhando seus órgãos internos por todo o chão.

Uma forte duna de poeira enche o local inteiro, cobrindo totalmente a figura atingida e o outro que fugira em cima da hora.

Poucos minutos após a coluna esmagar um dos mortos-vivos, um aviso do sistema surge para a jovem:

Levantando as sobrancelhas, atraída pela tela de sistema que surgira do nada em sua visão, Evangeline se lembra novamente de que tal coisa também existe nesse mundo.

— Mas olha só! Esqueci dessa paradinha… Mas o que isso quer dizer com, “Medida alternativa de morte”? É porque matei o cara com uma colunada nas costas? Então, se eu matar os outros monstros indiretamente, vou sofrer penalidade na hora de conseguir experiência…?

Cruzando os braços um pouco decepcionada com o que acontecera ao adquirir a experiência do morto-vivo, um cintilar de intenção assassina surge em seus belos olhos rubis, ao se lembrar do outro morto-vivo dentro dala.

— Então se eu matar o resto diretamente…

No outro canto da sala, — fora da alta exposição de poeira, um arrepiar cruza ferozmente o corpo do zumbi, que emite uma expressão assustada, enquanto encara duas órbitas vermelhas brilhantes que surgem no interior escuro da fumaça.

E de forma imprevista, a tela do sistema surge novamente, liberando uma missão secreta para a jovem.

Um sorriso predatório surge de imediato no belo semblante da meio-elfa ao receber a missão surpresa, — erguendo rapidamente a mão para cima, ao liberar suas magias de vento, — varre toda a poeira do ar para fora da sala.

De pouco a pouco, a poeira começa a se dirigir para fora da sala, indo em direção ao corredor cavernoso e, no meio deste processo, o brilho vermelho dos olhos da meio-elfa, começa a diminuir de acordo com sombras da poeira que saem.

Por fim, ainda encarando o morto-vivo parado no canto da sala, Evangeline declara animadamente, com a sede da vingança nos olhos.

— Tá na hora de upar!