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Capítulo 71.2 ❃ Quarteto da morte.

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”Se eu morrer nesse lugar… eu vou me tornar um… draugr… Isso não pode acon…tecer”

A dor intensa em seu abdômen faz com que a jovem lute para se manter consciente, apesar da visão turva e escura que a envolve a cada instante.

Antes de desmaiar, ela reúne todas as suas forças para recuperar sua resistência.

— Droga… se continuar assim eu vo desmaiar… Não tenho escolhas… vou ter que usá-las…

Evangeline não compreende como a maldição funciona na masmorra, mas decide não guardar nenhum trunfo para si desta vez.

Ela olha para trás e nota que as esferas de fogo esmeralda junto a ela parcialmente derreteram a coluna atrás de si no impacto anterior, o que a surpreende.

De repente, Evangeline se recorda do momento em que um pedaço de espeleotema caiu sobre uma das esferas, fazendo-a derreter instantaneamente antes mesmo de tocar o chão.

Um lampejo de compreensão atravessa a mente da meio-elfa. No entanto, antes que possa se recuperar completamente, o arqueiro assume sua postura característica para disparar outra flecha, dando a ela nenhum momento de descanso. Mas algo muda no olhar determinado da jovem.

”Toda a vez que ele dispara a flecha, o trio defunto libera uma área aberta para que a flecha não colida com eles. Se eu esperar que ela chegue bem perto de mim, eles irão parar de se movimentar para assistir. Nisso…”

O projétil voa rapidamente pelo ar, cortando o ar quente com a ponta de cristal gélido e, criando uma linha branca de flocos de neve. O trio de zumbis para seus movimentos, abrindo o caminho para a flecha passar por eles e continuando sua corrida em direção à jovem.

A cada milésimo de segundo, a flecha se aproxima dela, até que a distância entre ambos se reduz a apenas dois metros.

O trio de mortos-vivos, observando que ela receberá o ataque em cheio, conclui que as feridas dela a impedem de fugir, parando assim sua corrida até ela. 

Mas algo inesperado acontece.

— Dessa vez não!

Ainda de joelhos, Evangeline ergue sua mão esquerda na direção da flecha congelante que se aproxima, e com um movimento brusco da mão, desvia a trajetória da flecha. 

Com um som agudo e um brilho intenso, a flecha passa a alguns centímetros do lado esquerdo do rosto dela, deixando uma trilha de cristal que se desfaz no ar. O trio de zumbis fica estupefato com a habilidade sobrenatural da meio-elfa, enquanto ela, ainda com a mão estendida, mantém um olhar fixo nos inimigos.

A dor em sua barriga ainda queima intensamente, mas a determinação em seus olhos é mais forte.

Ela salta ágil e rápida para a direita, desviando no último instante da flecha que destroça a coluna onde antes estava. No meio do movimento, uma dor ardente e insuportável irrompe em seu peito, transformando cada respiração em uma agonia. Mas, apesar da dor, a jovem não hesita em começar a circular a sala, levantando a mão direita enquanto a outra segura a região ferida.

Ela concentra sua energia em sua mão erguida, canalizando-a para uma das esferas de fogo esmeralda que a acompanha. A esfera se modifica, dividindo-se em inúmeras esferas menores e mais fracas ao chegar à palma de sua mão. Essas pequenas esferas, do tamanho de bolas de gude, começam a circular em torno de seu braço, em uma sincronia perfeita.

Observando que o trio de cavaleiros zumbis a persegue fervorosamente, Evangeline nota que o esqueleto ficara desprotegido. Terminando de circular as pequenas esferas de fogo envolta do braço, ela aponta para o arqueiro e, fazendo um sinal de pistola com os dedos, começa a disparar as bolas de fogo, que rompem o ar com um som estrondoso de estalo.

Inúmeros projéteis ígneos cruzam o ar, deixando para trás uma trilha de fumaça negra tóxica e aumentando consideravelmente a temperatura do ambiente. O arqueiro, pego de surpresa com o ataque inesperado, tenta interceptar as bolas de fogo com suas flechas, puxando com força e rapidez a corda do arco e reunindo inúmeras flechas, que são disparadas na direção das esferas ardentes. No entanto, a corda do arco se rompe como resultado da intensa tensão exercida.

Os dois projéteis avançam rapidamente pelo ar, um cortando-o com sua ponta congelada e outro queimando-o com suas chamas ardentes.

À medida que se aproximam cada vez mais, um sorriso animado surge no rosto da meio-elfa, que observa com grande expectativa o esqueleto, — ainda tentando escapar de seus perseguidores.

No momento em que os dois projéteis se chocam, todas as flechas de gelo evaporam instantaneamente, sem passar pelo estágio líquido, deixando as esferas de fogo continuarem em direção ao esqueleto com sua trajetória inalterada.

Os três mortos-vivos que perseguem a jovem param abruptamente e desviam-se em direção ao esqueleto, tentando protegê-lo do ataque de bolas de fogo.

O soldado com o escudo torre é o primeiro a chegar e ergue-o em uma tentativa de bloquear o ataque que se aproxima do seu companheiro.

Porém, se trata apenas de uma ação inútil. 

Apesar do escudo torre levantado pelo zumbi para bloquear o ataque, as esferas de fogo esmeralda atravessam o escudo como se fosse de papel, — perfurando o corpo do zumbi em diversas posições. Em seguida, as esferas explodem dentro do corpo do zumbi, causando uma explosão interna que o faz estourar como uma pipoca no auge da fervura.

Evangeline freia bruscamente sua corrida levantando uma pequena nuvem de poeira no ar. Ela cai de joelhos devido à dor e cansaço, mas ergue os dois braços simultaneamente, revelando mais duas fileiras de esferas de fogo, apavorando os mortos-vivos restantes.

Um sorriso sádico surge na expressão da jovem. Ela percebe que já passou do seu limite, mas não deixará essa oportunidade de se vingar do golpe que recebeu passar. Com as fileiras de esferas de fogo correndo rapidamente em torno de seus braços, ela complementa com uma declaração fria. 

— Não pense que irão se livrar destas aqui. Elas foram carregadas com duas de uma vez. Diferente da outra, estas vão perseguir vocês… Desse modo, este experimento será uma nova descoberta para mim, afinal, não se encontra alvos vivos para poder usar meu feitiços novos por aí… digo vivos, mas vocês…

Com um olhar gélido que transpira intenção assassina, Evangeline encara o grupo de mortos-vivos com frieza, consciente da posição de seus braços. Ela declara novamente, enfatizando sua determinação.

— Deixa eu mostrar pra vocês como os projéteis são no meu mundo!

Evangeline aponta suas pistolas imaginárias, que carregam inúmeras bolas de fogo, em direção aos seus alvos, e com grande vigor, ela pronuncia o nome deste feitiço:

— 「Emerald Orb of Desolation: Machine Gun」!

As esferas de fogo esmeralda, dispostas em duas fileiras, começam a circular velozmente os braços da meio-elfa em uma dança letal. Em um piscar de olhos, as esferas da ponta iniciam seu disparo em uma velocidade incrivelmente alta, produzindo um poderoso estrondo no ar que se assemelha ao som de uma metralhadora.

Cada uma das esferas de fogo voam pelo ar, atingindo implacavelmente todos os alvos que tentam fugir do impacto iminente.

No entanto, a tentativa de fuga é em vão.

Após o impacto, as esferas de fogo esmeralda adentram os corpos dos zumbis e, como anteriormente, suas carcaças explodem violentamente de dentro para fora, liberando um clarão flamejante. 

Fragmentos de órgãos, ossos e músculos voam pelo ar em todas as direções após a detonação.

O fedor nauseabundo de sangue e carne em decomposição queimada invade as narinas de Evangeline, provocando náuseas intensas.

Evangeline percebe que nenhum dos mortos-vivos sobreviveu à explosão das esferas de fogo esmeralda que ela lançou. Observando as costas, ela ainda percebe as últimas três esferas que criou no corredor cavernoso. É algo que ela nunca imaginou que teria que fazer: usar quase todas as esferas de fogo em uma única sala.

— Argh… Ainda bem que… Uss!

Enquanto ainda termina sua frase, uma tosse intensa a atinge subitamente, fazendo-a expelir outra grande quantidade de sangue no chão à sua frente.

A dor pulsante em seu tórax começa a se intensificar, e agora ela finalmente compreende a gravidade de sua condição.

— Droga… aquele maldito ataque quebrou… minha costela e talvez tenha perfurado meu pulmão… Essa corri…da deve ter prejudi…cado essa parte… É melhor eu ir rápido e me… curar imedia…tamente…

Enquanto se prepara para lançar o feitiço de cura, a dor em seu tórax se intensifica, fazendo sua visão escurecer e as forças a abandonarem. A jovem começa a sentir como se estivesse sendo queimada viva por dentro, mas ainda tenta se concentrar na cura. Infelizmente, a dor se torna insuportável e ela desmaia no chão, — sem forças para continuar.

”Que… merda… se eu des…maiar… eu vou… morrer…!”

Enquanto a consciência de Evangeline desaparece rapidamente, ela fecha seus olhos com relutância. A sala fica preenchida com um silêncio mórbido, deixando inaudíveis o som do balançar das tochas, a brisa e a poeira do local. Seu sangue se espalha pelo chão, tornando-o tão rubro quanto os fios do cabelo e sua força anterior começa a desaparecer.

De repente, um vento poderoso sopra fortemente as tochas e, do corpo da meio-elfa, duas pequenas luzes, das cores vermelhas e azul-claro, do tamanho de vaga-lumes, emergem. Ambas as luzes começam a piscar freneticamente uma para outra, como se estivessem conversando.

Depois de alguns segundos de piscação, as luzes começam a absorver toda a mana da atmosfera, criando um formato de funil e injetando toda a mana em Evangeline no chão. Por todo o corpo da jovem, cortes, arranhões, perfurações são curados rapidamente, e o sangue presente no chão desaparece completamente, como se nunca tivesse saído do corpo dela.

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