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Capítulo 74.2 ❃ O poder da evolução: O segredo por trás da colheita e revelação.

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Neste momento, uma série de emoções começa a invadir a mente de Anastácia, que é tomada por uma mescla de sentimentos. 

Em primeiro lugar, ela sente uma sensação de contentamento por não ter que buscar a ajuda de seus familiares para lidar com a situação, uma vez que está com receio de lidar com magia e não compreende plenamente o seu funcionamento. 

Talvez, em retrospecto, ela devesse ter mantido a sua conexão com essa esfera desde a juventude, mas agora é tarde demais para lamentações. Além disso, Anastácia também experimenta uma sensação de surpresa, que toma conta dela diante da habilidade demonstrada por Lukas para resolver o problema com tanta eficiência e rapidez.

Ainda em estado de choque diante da explicação aparentemente simples e dentro dos padrões estabelecidos, Anastácia não consegue conter um sorriso suspeito que se forma em seu rosto. 

Em sua mente, ela havia cogitado a possibilidade de pedir ajuda a seus pais, aqueles mesmos que no passado lhe causaram tanta tristeza. No entanto, a ideia de ter que retornar a esse ambiente negativo era algo completamente avassalador para ela. Apesar disso, Anastácia estava decidida a deixar essas considerações de lado e fazer o que fosse preciso para ajudar a sua filha.

Entretanto, é importante ressaltar que tal estratégia não mais se faz necessária, haja vista que o amigo de Anastácia, Lukas, acaba de solucionar o enigma que se apresentava em virtude da súbita transformação de Isabel em uma forma adulta.

Com passos hesitantes, Anastácia se aproxima de Isabel, e ao fazê-lo, uma sensação de leveza parece invadir o seu interior. 

A jovem de cabelos brancos percebe imediatamente a diferença em seu comportamento, uma vez que, em virtude da sua mudança de forma, Anastácia vinha experimentando uma sensação estranha em seu núcleo interno de mana, — o que vinha deixando Isabel bastante preocupada.

A despeito da possibilidade de, graças a esse novo corpo, conseguir se aventurar ao lado de sua mestra em uma jornada que sempre sonhara em viver como uma verdadeira aventureira, Isabel tem plena consciência da necessidade de deixar de lado essa forma simplista de pensar e voltar a sua atenção para a mulher que até então lhe dedicara tanto amor e compaixão.

”Eu queria tanto mostrar essa forma para mestra… talvez ela me aceitaria e me levaria com ela… mas isso não é certo. Preocupar minha mãe deste jeito não o modo correto de se fazer isso. Sinto que seu núcleo interno começou a se acalmar quando o professor Lukas explicou a verdade sobre meu o problema… É triste, porém preciso voltar ao normal.”

Recuperando gradativamente a serenidade diante da situação que se apresenta, Anastácia desvia o olhar para Lukas, que se encontra ao lado da estante, e questiona se existe algum meio de reverter a transformação pela qual Isabel passou e fazê-la retornar à sua forma anterior.

— Agora que a situação foi realmente explicada. Lukas, existe algum meio para reverter esta forma de Isabel. Sinto que, se ela continuar assim, não poderá sair de casa por um bom tempo…

Um semblante constrangido toma conta da face de Lukas ao compreender claramente a preocupação de Anastácia em relação à aparência madura e angelical que Isabel adquiriu. 

A rotina diária de Isabel é pautada em ajudar os habitantes do vilarejo com tarefas simples e entregas de loja. Contudo, com essa nova forma, seria completamente irracional deixá-la sair de casa, uma vez que isso chamaria atenção desnecessária para si, — tendo em vista os desconhecidos que sempre adentram de fora no vilarejo.

Endireitando os óculos no rosto com o seu costumeiro gesto, Lukas revela um semblante ponderativo, demonstrando que está imerso em seus pensamentos. Ele já havia lido o livro em questão anteriormente, — até mesmo tentara praticar a técnica descrita nele, porém não teve êxito em gerar mana suficiente para tal feito. 

Contudo, a questão que ainda permeia seus pensamentos é: como reverter a transformação sofrida por Isabel e fazê-la voltar à sua forma original?

Concentrando-se intensamente em suas memórias sobre o livro, Lukas desloca sua atenção para a obra que está diante de si, examinando cada página em busca de uma solução viável para o problema atual. Ele sabe que não pode ser descuidado ou superficial em sua abordagem, uma vez que o destino de Isabel está em jogo.

Apesar de já ter lido o livro em questão antes e até mesmo tentado praticar a técnica descrita nele, Lukas não obteve sucesso em gerar mana suficiente para realizá-la. No entanto, ele sabe que deve encontrar uma solução para reverter a transformação de Isabel. 

Enquanto suas mãos passam pelas páginas do livro, Lukas reconhece que sua memória sobre a obra está incompleta, apesar de ter lido-a anteriormente. Ele precisa se lembrar de mais informações para encontrar a solução desejada.

Observando a expressão reflexiva que Lukas apresenta, indicando sua hesitação e confusão mental, Isabel age de forma proativa, se antecipando na tentativa de solucionar o problema de maneira clara e objetiva.

— Se a técnica envolve armazenar mana, não é mais simples só liberá-la?

Lukas para por um momento após escutar a simples, porém racional, forma de reverter a forma de Isabel proposta pela jovem. Ele se recorda de ter dito para Isabel que a quantidade de mana armazenada em seu interior é equiparável a de uma pessoa no início da fase adulta. 

No entanto, surgem dúvidas em sua mente. 

E se a quantidade de mana armazenada por ela for maior do que o esperado? E se, ao liberar toda essa mana de uma vez, algo inesperado acontecer? Questões como essas brotam em sua mente como feijões em um campo fértil.

Porém, não há como prever com certeza as consequências sem arriscar.

Fixando um olhar completamente sério na jovem de olhos safira, Lukas começa a expor as possíveis complicações que podem surgir ao seguir da forma como Isabel optou. 

Ele sabe que é preciso considerar todas as possibilidades, mesmo que isso signifique trazer à tona questões desconfortáveis ou assustadoras.

— Veja bem, Isabel, não é algo tão simples assim. Seu problema pode ser categorizado como brando, mas a solução não é a mesma coisa. Existem muitas complicações em jogo. Quando um mago libera muita mana, ele acaba desmaiando de cansaço mental, até pode entrar em um estado de coma se for muito excessivo a liberação.

Fixando um olhar firme em seu professor, Isabel compreende plenamente as possíveis consequências, mas ela tem convicção de que não propôs aquilo de forma arbitrária. Ela é a primeira a saber sobre as complexidades que envolvem a vida de um mago, bem como suas habilidades e limitações. 

Seus estudos, práticas e leituras nos livros que se encontram em sua estante são evidências de sua competência, no entanto, uma sensação obscura ameaça minar sua confiança.

Ela respira fundo, tentando dissipar esses pensamentos negativos, e acrescenta em sua mente que, “embora haja riscos, não há como descobrir se não tentarem”. Além disso, ela confia em seu próprio conhecimento e na capacidade de Lukas em ajudá-la, caso algo dê errado.

— Professor Lukas eu compreendo o que quer dizer. Sinto que está sendo leve comigo devido a minha idade, mas não se preocupe, não foi só minha aparência que amadureceu. Tenho plena ciência do que pode acontecer. No entanto, não estou sozinha aqui, tenho o senhor e minha mãe caso ocorra algo fora do previsto.

Neste momento, Anastácia pressiona seus dentes contra o lábio inferior, enquanto pondera os riscos da proposta. Ela também compreende que essa é uma empreitada sombria, e uma vozinha insegura em sua mente tenta persuadi-la a aconselhar Isabel a desistir dessa ideia.

Afinal, embora sua filha de dez anos pareça ter quinze, não é algo completamente incomum ou extremo.

”Realmente, isso pode ser algo muito perigoso para Isabel. Não creio que haja problemas se ela continuar com essa aparência. Afinal, ela só cresceu, não aconteceu nada de errado. Isabel só obteve a forma de uma pessoa que buscava ser… ”

Preparando-se para abortar a ideia proposta por Isabel, Anastácia interrompe seu caminho. 

Seus pensamentos a levam a observar o belo e confiante rosto de sua filha, transbordando a certeza de que ela poderá ajudá-la caso algo de errado aconteça. 

Isabel acredita, com toda a força de seu ser, no potencial de sua mãe em auxiliá-la. Então, por que Anastácia não consegue acreditar no mesmo potencial que sua filha deposita nela?

Lukas percebe o semblante inseguro de Anastácia e toma a palavra para apoiar a ideia de Isabel. Ele compreende que a ferreira pode não confiar plenamente em sua capacidade, mas isso é apenas uma dúvida que ele acredita ser capaz de provar ao ajudar Isabel. 

Lukas sente um pouco de tristeza por não ter o completo apoio da mãe de sua aluna, mas ele sabe que com o tempo poderá ganhar a confiança dela e mostrar que é um mago competente.

— Muito bem. Porém antes que isso aconteça, por favor, Isabel, me mostre toda a extensão do poder que acumulou até agora.

”Desse modo, será mais fácil eu saber o quanto de mana ela poderá retirar do seu núcleo de uma só vez.”

Inclinando a cabeça em concordância com o pedido de Lukas, Isabel respira fundo e fecha os olhos suavemente, começando a concentrar sua mente em seu próprio corpo. Ela sabe que este processo levará tempo, mas está disposta a manter-se focada e atingir um estado de concentração plena. 

À medida que seus pensamentos se acomodam e sua respiração se torna mais profunda e rítmica, a garota sente-se cada vez mais próxima do objetivo.

Enquanto Isabel concentra-se em seu interior, Lukas se aproxima de Anastácia, que traz consigo uma expressão preocupada. 

O professor deposita sua mão no ombro dela, oferecendo-lhe um gesto de conforto e tentando tranquilizá-la, pois sabe que a confiança da mãe é crucial para que este processo dê certo.

— Olha, Anastácia. Isso pode parecer algo sombrio, além do horizonte para você, mas tenha mais fé na confiança que Isabel tem em você. Ela realmente acredita que se algo der errado nos poderemos contornar isso. Lembre-se, ela não é só uma garotinha boba, ela é uma maga inteligente, tanto que finalizou os ensinos mais rápido que qualquer um neste lugar. Tenha isso em mente e se acalme.

Nesse momento, um leve sentimento de culpa atravessa a mente de Anastácia.

Como o professor de sua filha consegue parecer tão tranquilo em relação à confiança que Isabel depositou neles? No entanto, Anastácia reconhece que Lukas não está errado e ela própria sentiu isso em sua declaração. Talvez esteja sendo ela quem está tentando complicar as coisas sem perceber.

Com as mãos voltadas para o rosto, Anastácia desfere um tapa suave em suas próprias bochechas, — deixando transparecer um rubor em sua pele. Em seguida, um sorriso lhe escapa, ainda que permeado pela preocupação. Contudo, dessa vez ela se esforça para depositar mais fé em sua própria capacidade.

— Certo, isso não é hora de fraquejar! Minha filha disse que confia em mim, então eu preciso fazer o mesmo e confiar nas palavras dela, não é?

— Isso mesmo!

Lukas endireita os óculos no rosto novamente, e um sorriso se forma em seus lábios. Ele responde com uma animação que mostra que está percebendo o esforço de Anastácia em tentar acreditar mais em si.

Enquanto Anastácia se esforça para se recuperar e retornar a uma postura mais leve, uma brisa sutil e aparentemente insignificante acaricia seu rosto, indo em direção a Isabel. 

A princípio, ela não dá muita atenção a esse fato, mas ao observar sua filha, algo muda sua perspectiva.


Neste instante, uma aura leve e sutil começa a envolver todo o corpo de Isabel, — fazendo com que o ar e o espaço ao seu redor tremam intensamente. No entanto, isso é apenas o começo. 

Lukas, o mago mais experiente naquele quarto, puxa fortemente Anastácia pelo ombro para ficar atrás de si, — percebendo o perigo iminente.

Com um olhar incrédulo, ele declara nervosamente, alertando a ferreira no quarto sobre a situação.

— Fique atrás de mim, isso vai ser complicado se ficar exposta nessa pressão.

Em um movimento ágil, Lukas eleva sua base mágica para se proteger da possível presença esmagadora de Isabel. Ele invoca uma camada grossa de uma barreira translúcida, que envolve a ele e Anastácia, — criando uma proteção contra qualquer ameaça que possa surgir daquela aura tremulante que rodeia a bela jovem de cabelos brancos.

De repente, um pequeno tremor percorre o cenho de Isabel, que logo em seguida abre seus olhos azuis safiras. 

Seus olhos emanam uma luz própria de puro poder. No entanto, no momento em que Isabel abre seus olhos, uma poderosa torrente de pressão invade o quarto, cobrindo tudo completamente.

Cada centímetro do quarto treme violentamente, como se um terremoto de alta magnitude estivesse ocorrendo naquele exato momento. Lukas, tendo levantado a barreira translúcida, sente uma imensa pressão pesar em suas costas ao testemunhar o poder incontrolável que emana de sua aluna.

Enquanto testemunha a magnitude do poder de Isabel, Anastácia é tomada por uma mistura de espanto e admiração. 

Embora já soubesse que sua filha possuía uma habilidade excepcional para aprender facilmente as coisas, foi por meio de Evangeline que descobriu o verdadeiro potencial mágico de Isabel. Contudo, ver a filha emitindo tamanha energia com seus próprios olhos é algo que a deixa completamente estupefata, mesclando sentimentos de temor e alegria em seu coração.

Contudo, este estado emocional é abruptamente interrompido pelas simples palavras em forma de pergunta que escapam dos lábios de Isabel neste exato momento.

— Estou pronta, professor Lukas. Posso liberar todo meu poder agora?


Os rostos de Lukas e Anastácia se fundem em uma única expressão de perplexidade. 

Como assim Isabel ainda não havia liberado todo o seu poder? Então, o que é essa enorme pressão que eles estão sentindo? Seria apenas um prelúdio do verdadeiro poder que Isabel é capaz de manifestar? 

As perguntas ecoam em suas mentes enquanto eles observam a jovem maga com admiração e temor, — maravilhados com o seu incrível potencial mágico.

Neste instante, Lukas sente um arrepio percorrer todo o seu corpo, sua mente se enche de pavor e temor ao compreender completamente o que se encontra na frente dele. Ele percebe o potencial monstruoso que Evangeline já havia mencionado anteriormente, e agora, finalmente, entende o pesar que seu colega Trevor havia lhe dito na escolinha. 

O fato de Isabel ter tamanho poder pode implicar em sérias consequências, especialmente na má formação do núcleo de mana das outras crianças. Isso é algo que não pode ser ignorado e deve ser tratado com extrema cautela.

”Isso não é bom… Trevor realmente tem razão dessa vez. Esse poder é incrivelmente prejudicial às crianças do vilarejo, não só as crianças, os jovem também pode sofrer com isso. Mesmo com minha base de mana na metade, não consigo suprimir toda a pressão exercida sobre mim e isso nem é todo o poder dela? Desse jeito, se não encontrarmos uma medida rápida para fazê-la controlar todo este poder, teremos que fazê-la sair do vilarejo…”

Um poderoso pesar invade o semblante de Lukas. 

Ele compreende que Isabel não é culpada por nada do que está acontecendo, e sente-se responsável por negligenciar a tutela especial que deveria ter sido direcionada a ela. Ele sabe que isso resultou em Isabel estudar por conta própria, sem a orientação adequada. 

Até mesmo antes, quando Isabel ainda não tinha encontrado seu verdadeiro atributo, ele a via como alguém perdido no reino dos magos. 

Se não fosse pela ajuda de Evangeline, ele teria a abandonado.

Agora, ele percebe que sua falta de atenção à Isabel pode ter causado sérias consequências, — tanto para ela quanto para outras pessoas em seu ciclo no futuro.

— Tchê!

”Que tolo eu fui…”

Neste instante, Lukas eleva a situação a um nível mais alto. Ele assume uma postura mais ereta e libera todo o seu poder mágico pelo quarto.

Anastácia percebe claramente o atrito entre as forças de Isabel e Lukas, como se dois mundos colidissem em uma batalha de titãs. 

Pequenas fagulhas surgem no ar, criando faíscas intensas que iluminam o quarto em meio à escuridão da noite.

Lukas ergue sua mão em sinal de comando e solicita que Isabel interrompa o fluxo de mana, uma ação que ela prontamente concorda em realizar.

— Isabel, por favor, já é o suficiente.

Com os olhos fechados, Isabel concentra-se em conter toda a mana que flui pelo seu corpo. 

Em questão de momentos, toda a energia mágica que havia sido liberada some, mas Lukas não abaixa a guarda e rapidamente a nocauteia com sua própria base mágica, fazendo-a desmaiar instantaneamente.

No momento em que Isabel está prestes a desmaiar e cair no chão, Lukas age rapidamente, segurando-a nos braços e a colocando suavemente na cama. Ele a cobre com uma manta de algodão, garantindo seu conforto e proteção.

Atônita e imóvel, Anastácia mal consegue acompanhar a velocidade com que Lukas agiu. Num instante, ele dissipou toda a confusão no quarto, e no seguinte, ele já estava segurando Isabel em seus braços, deitando-a suavemente na cama e cobrindo-a com um lençol de algodão.

— O… o que aconteceu aqui?


Lukas desvia seu olhar para responder à questão levantada por Anastácia, demonstrando disposição em esclarecê-la da melhor maneira possível. 

Ele compreende que, para alguém como Anastácia, que não dedicou sua vida ao estudo da magia e ainda assim usa sua base mágica para criar armaduras e acessórios, tudo o que acabou de acontecer é algo completamente desconhecido e intrigante.

— Vejamos…

Após verificar o estado de Isabel, que ainda se encontra desacordada na cama, medindo seus batimentos cardíacos através de seu pulso, Lukas se move em direção à Anastácia, que permanece ajoelhada no chão desde o momento em que ele a puxou para protegê-la da pressão mágica.

Sem hesitação, ele a encara sem nenhuma cortesia e começa a explicar tudo o que aconteceu até aquele momento, sem poupar detalhes.

— O que você acabou de ver e sentir foi um choque entre duas pressões mágicas. Quando um mago é poderoso o suficiente, ele pode usar sua base mágica para sobrepujar outra pessoa que possui mana no seu interior. Porém, quando essa pessoa sobrepujada tiver mana equiparável ou superior, uma luta entre as duas energias acontecerá, criando algumas centelhas no processo.

Enquanto Lukas detalha a funcionalidade da pressão mágica, Anastácia mergulha em suas memórias recentes, buscando compreender as pequenas centelhas que surgiam no ambiente momentos antes. 

Ela se recorda da confusão luminosa que a intrigava e se questionava sobre sua origem. Contudo, após descobrir que se trata do atrito entre as forças mágicas de Isabel e Lukas, começa a se sentir um pouco mais segura.

Contudo, algo perturba Anastácia. Ela não consegue deixar de pensar na rapidez com que tudo aconteceu. Em um momento, Lukas havia pedido para Isabel cessar sua base mágica, e no momento seguinte, sua filha já estava desacordada nos braços do rapaz, — sendo colocada na cama com cuidado.

Essa cena não lhe parece natural, e Anastácia se questiona se sua filha realmente está bem. Ela teme que algo possa ter acontecido com Isabel durante a manifestação de suas bases mágicas. 

Então, sem pensar duas vezes, ela decide ir até a cama para verificar o estado da filha.

Com a ajuda de Lukas, Anastácia ergue-se e caminha até a cama onde Isabel está deitada. Lá, ela observa atentamente o rosto da filha, que dorme calmamente, exibindo uma expressão serena e tranquila, sem qualquer sinal de perturbação ou confusão. 

Anastácia percebe que sua filha parece uma princesa protegida por mil soldados, com uma aparência tão bela e inocente que faz com que seu coração se encha de amor e alegria.

Afastando-se da cama, Anastácia fixa o olhar em Lukas, procurando mais explicações para suas dúvidas. Contudo, antes que ela possa articular qualquer pergunta, Lukas eleva a palma da mão e começa a falar sobre sua reflexão.

— Compreendo suas dúvidas, mas deixarei claro. Nada de errado aconteceu com Isabel. Pode ter sido muito rápido para você, mas eu só a nocauteei com minha base mágica para fazê-la dormir um pouco. Pois preciso conversar algo muito sério sobre o poder dela.

Com um semblante confuso estampado em seu rosto, Anastácia se esforça para compreender a última sentença levantada por Lukas. 

Uma sensação de insegurança começa a aflorar em seu interior, mas ela luta para se manter firme em sua convicção anterior e confiar em Lukas e sua visão sobre tudo.

— Certo, Lukas. Pode me dizer tudo que sabe. Não meça nenhuma única palavra. Tente ser o mais direto possível.

Observando a expressão séria no rosto da ferreira, Lukas se prepara para explicar da melhor forma possível. Para ele, expressar que Isabel precisa deixar o vilarejo é algo que deve ser abordado com cuidado e precisão. Entretanto, ele está ciente de que suas palavras não serão fáceis de serem compreendidas.

”E agora? Como falo isto? Não é como se eu chegasse até ela e dissesse; ‘Bom Anastácia, decidimos que a Isabel é um potencial perigo para as crianças do vilarejo. Poderia tirá-la daqui?’ Isso geraria mais perguntas do que uma solução lógica. Tenho que ser honesto e preciso nisto.”

Enquanto Anastácia aguarda ansiosamente pelas possíveis palavras de Lukas, ela observa que o semblante do rapaz começa a se tornar cada vez mais pesado. 

O rosto confiante de antes não parece mais estar presente nele, fazendo uma linha de preocupação se estampar em seu semblante. 

Essa mudança repentina em Lukas, o renomado mago em sua concepção, que descobrira a questão sobre o corpo de Isabel, causa uma sensação de inquietude na ferreira. Pois se até ele não consegue encontrar as palavras rapidamente, é algo realmente sério que a preocupa ainda mais.

Um sentimento de angústia e opressão toma conta do peito de Lukas neste momento, mas ele entende que não pode se permitir perder tempo. 

Notando que Anastácia também começa a se fechar, ele respira fundo para tentar acalmar sua própria insegurança e finalmente começa a falar, mantendo a serenidade no ambiente.

— Isabel é um potencial perigo para as crianças do vilarejo.

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