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Capítulo 74.3 ❃ O poder da evolução: O segredo por trás da colheita e revelação.

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Um arrepio percorre a espinha de Anastácia, mas ela mantém uma expressão séria, tentando ocultar sua inquietação.

Será que ela ouviu corretamente?

A declaração de Lukas soa absurda, difícil de acreditar. Talvez sua mente esteja brincando com ela, ou talvez ela simplesmente se recuse a aceitar a verdade.

No entanto, a realidade é implacável, impossível de ignorar por muito tempo.

Gradativamente, o semblante sereno de Anastácia se transforma em um emaranhado de rugas, revelando sua confusão.

Isabel é um potencial perigo? O que Lukas quer dizer com isso? Perguntas fervilham em sua mente como águas de um gêiser em ebulição, subindo e descendo freneticamente. É difícil acreditar que sua própria filha possa representar uma ameaça tão grave para a vila e seus habitantes.

No entanto, a expressão séria de Lukas e suas palavras sombrias fazem com que ela considere seriamente essa possibilidade.

— O quê?!

Uma voz de espanto e confusão ressoa pelo quarto, ecoando em seus ouvidos. Anastácia se pergunta por que mais preocupações estão sendo acrescentadas à sua lista.

Primeiro foi Kamila, tentando convencê-la a assumir a liderança da vila. Depois, a questão da condição atual de sua filha e sua maturidade precoce. E agora, isso?

Ela sente como se estivesse sendo arrastada pelas ondas incessantes de problemas, sem tempo para se recuperar.

Anastácia se sente como um ímã para situações estranhas, enquanto uma enxurrada de imagens invade sua mente, ameaçando sua sanidade.

Ela está à beira de explodir quando é interrompida por um forte aperto em seus ombros, fazendo-a estremecer.

Lukas, percebendo a perturbação em seu rosto e o abalo em sua base mágica, a encara intensamente, tentando trazê-la de volta ao presente. Anastácia sente a pressão diminuir gradualmente, permitindo que ela recupere o controle sobre suas emoções.

— Hã? Ah… desculpe… Eu me distraí por um momento… mas… o que você disse mesmo…?

Com grande preocupação, Lukas percebe que Anastácia não está em um estado mental adequado para lidar com a informação recém-revelada. Apenas alguns instantes de desligamento mental foram suficientes para ela esquecer completamente as palavras que foram ditas.

Com uma expressão que denota sua consternação, Lukas percebe a necessidade de agir imediatamente para ajudá-la a superar esse momento difícil. Guiando a mão atrás da cabeça, ele respira fundo e tenta disfarçar a situação para que Anastácia não se preocupe ainda mais.

— Ah… relaxe, não é nada importante para se preocupar agora, Anastácia. Vamos nos concentrar primeiro no problema com o corpo de Isabel, tudo bem?

Sentindo-se um tanto confusa com a atitude dócil e amigável que Lukas adota em relação a ela, Anastácia assente com a cabeça e sai rapidamente do quarto, evitando qualquer interação que possa prejudicar a recuperação de Isabel.


No momento em que permanece no quarto, Lukas realiza uma análise minuciosa da bagunça causada pelo choque entre as duas bases mágicas. Mesmo que Isabel não tenha liberado todo o seu poder, o pequeno tumulto gerado no local é extremamente preocupante.

Lukas começa a organizar o quarto usando sua habilidade mágica, fazendo com que os móveis flutuem para seus lugares. Com sua excelente memória, ele se lembra da disposição original do quarto e coloca cada objeto no local certo com precisão, restaurando a ordem que havia sido rompida momentos atrás.

O jovem é meticuloso em cada detalhe, assegurando que a cena anterior pareça nunca ter ocorrido.

— Argh… Bem, agora as coisas podem seguir…

Exalando um suspiro de alívio ao concluir a tarefa de organizar o quarto, Lukas sente-se um pouco mais tranquilo. No entanto, sua fala é abruptamente interrompida por algo inacreditável que ocorre bem diante de seus olhos.

Desviando o olhar para Isabel, que está desacordada, Lukas percebe uma aura mágica surgindo ao seu redor, de forma sutil e imperceptível.

Inicialmente confuso e desorientado com esse fenômeno, ele logo se lembra do que aquilo representa.

Imerso em memórias, Lukas recorda-se do livro que descreve a técnica de acumulação de mana. Nele, é explicado que uma aura mágica se forma ao redor do usuário durante a execução da técnica. No entanto, ele fica perplexo ao notar que esse fenômeno está ocorrendo com Isabel, que está em um estado inativo, dormindo tranquilamente.

Como é possível?

Lukas ergue a mão ao queixo, simulando uma expressão ponderativa, e começa a formular teorias com base no que está diante dele.

A primeira ideia que surge é que Isabel pode estar realizando a técnica de acumulação de mana mesmo durante o sono. No entanto, ele reconhece que isso é improvável, pois a técnica requer um nível de concentração e foco incompatível com um estado de repouso. Ele considera a possibilidade de que Isabel tenha executado a técnica antes de adormecer, mas conclui que também é improvável, uma vez que ela precisaria de um tempo considerável para completá-la e não há indícios de que tenha permanecido acordada tempo suficiente após ser nocauteada.

Diante disso, Lukas decide observar mais atentamente a aura mágica que envolve Isabel, na esperança de obter mais informações e descobrir o que está acontecendo.

“Não faz sentido que ela pratique isso enquanto dorme, mas o que vejo diante de mim desafia completamente a lógica. Então, se ela não está fazendo isso conscientemente, será que seu corpo realiza automaticamente a técnica de acumulação de mana devido à sua familiaridade com o processo? Então, ela não estava apenas praticando após suas tarefas, mas durante todo o dia! Droga! Isso é um problema e explica o amadurecimento dela, não apenas pelo uso do núcleo da besta mágica, mas desde antes disso, quando Anastácia veio pedir minha ajuda…”

Movendo-se com passos rítmicos e tranquilos em direção à cama de Isabel, Lukas desloca parcialmente o lençol de algodão que a cobre. Posicionando a mão acima do umbigo da jovem, ele recita um feitiço desconhecido enquanto observa a pequena aura mágica que ainda persiste ao redor dela.

Um pequeno anel mágico se forma em seu pulso, adornado com gravuras e símbolos estranhos que pulsam com uma luz tênue. Lentamente, o anel começa a girar no sentido anti-horário, emitindo um zumbido baixo e constante no ar.

Em seguida, o anel desce gradualmente em direção ao corpo de Isabel, como se estivesse flutuando sobre ela. À medida que se aproxima, as luzes se tornam mais intensas e as gravuras brilham ainda mais, como se respondessem a alguma forma de energia.

Ao tocar o corpo da jovem, o anel mágico se fixa, deixando uma tatuagem negra que desaparece em questão de segundos.

Com cuidado, Lukas retira a mão do corpo de Isabel e a cobre novamente com o lençol. Em seguida, afasta-se da cama e caminha em direção à porta do quarto.

Seu rosto exibe uma expressão séria, porém determinada, enquanto ele reflete profundamente sobre algo em sua mente.

“Com esse selo, seu corpo não poderá mais acumular mana sem o conhecimento dela. Assim, ela não correrá o risco de causar uma… sobrecarga.”


Sem emitir nenhum som que interrompesse o sono tranquilo da jovem, Lukas se dirige até a porta do quarto e a abre com movimentos cuidadosos, atravessando o limiar.

No corredor, ele se depara com Anastácia, ainda abalada pelos acontecimentos do dia. Ele busca em sua mente algo reconfortante para dizer à ferreira, mas suas ideias parecem insuficientes para alcançar seu objetivo.

Seu rosto reflete preocupação e apreensão, pois ele veio acompanhando Anastácia com a intenção de ajudá-la, mas sente que acabou deixando-a ainda mais vulnerável.

Com passos tranquilos, Lukas se aproxima dela, que está parada na entrada do quarto, vestindo uma camisola de algodão. Ele tenta se despedir com um sorriso confiante, na esperança de acalmá-la e evitar que ela se preocupe ainda mais.

— Anastácia, boa noite. Nos vemos amanhã cedo para resolver isso…

Com os braços cruzados, Anastácia permanece imóvel no local, sem responder a Lukas. Não é por grosseria, mas sim porque sua expressão ainda está atônita após o surto anterior. Desde então, ela tem tentado se lembrar de algo que parece ter sido apagado de sua memória.

Lukas mantém o olhar fixo em Anastácia por alguns instantes, mas percebe que não pode fazer mais nada para ajudá-la naquele momento. Ele decide deixar o local, afastando-se devagar para não complicar ainda mais as coisas, ao mesmo tempo em que espera que ela se sinta melhor no dia seguinte.

Ele considera usar magia para acalmar o espírito instável da ferreira, mas sabe que seria antiético e vai contra seus princípios. Então, desiste da ideia e escolhe sair do local.

Enquanto Lukas passa pela loja e abre a porta para sair, depara-se com uma jovem de pele clara, cabelos castanhos escuros e vestindo uma camisola branca. A postura dela indica que está tentando recuperar o fôlego após algum esforço físico.

A sombra da jovem surge diante de Lukas, causando-lhe um leve arrepio na espinha, pois a escuridão da vila durante a noite pode enganar a mente. Ele permanece imóvel por alguns segundos, certificando-se de que não é um fantasma ou qualquer entidade sobrenatural. Com o tempo, seus olhos se adaptam à falta de luz e ele reconhece quem é a pessoa em questão.

— Senhorita Kamila? Algum problema?

Após ser chamada por Lukas, Kamila levanta a cabeça e encara o rapaz com uma expressão preocupada. É visível que ela correu uma maratona para chegar até a loja de Anastácia. Sua aparência indica que algo importante ocorreu, deixando Lukas alerta para o que está por vir.

— Argh… Lu-Lukas… me desculpe… Eu te assustei?

Surpreso, Lukas ergue as sobrancelhas ao perceber o cansaço estampado no rosto de Kamila. Sem rodeios, ele responde à pergunta de forma direta.

— Com certeza. Qualquer um se assustaria ao ver uma mulher de cabelos escuros e camisola branca vagando na escuridão da noite… Eu quase pensei que você fosse uma Banshee…

Kamila mostra um semblante desapontado, mas ainda sorri nervosamente diante da resposta de Lukas. Ela tenta deixar de lado a ofensa e se dirige à loja de Anastácia. No entanto, Lukas a impede de prosseguir, informando sobre a situação atual.

— Kamila, não é um bom momento para entrar lá. Anastácia não está em um estado mental adequado e Isabel… Bem, de qualquer forma, se você tem algo a dizer a ela, diga amanhã.

— Mas o que aconteceu com elas? É algo grave?

Lukas abana a cabeça negativamente em resposta à pergunta de Kamila sobre a situação de Anastácia e Isabel. No entanto, ele opta por não revelar o estado da garota de olhos safira, a fim de evitar perturbações desnecessárias no vilarejo.

— Não é nada com que você precise se preocupar. Mas quanto à minha pergunta: o que você está fazendo aqui a esta hora da noite? Já passou das nove e a maioria dos aldeões já está dormindo.

Enquanto Lukas mantém uma postura defensiva, franzindo a testa ao encarar Kamila, a jovem parece angustiada, mordendo o lábio inferior e transmitindo inquietação.

Após alguns segundos de hesitação, ela decide abrir-se com o rapaz, revelando o verdadeiro motivo por trás de sua presença ali.

Com detalhes minuciosos, Kamila descreve seus receios e preocupações, demonstrando o peso emocional que a afeta profundamente.

— Bem, é que esta tarde, quando Anastácia me ajudou com alguns utensílios na antiga casa do patriarca… Eu meio que pedi a ela… para se tornar a nova líder do vilarejo…

— Interessante. E o que ela respondeu?

Exibindo uma expressão de ponderação, Lukas faz uma pergunta pouco interessado no assunto.

— Ela não… aceitou muito bem o pedido repentino e saiu sem dizer nada… Mas agora que você mencionou que ela não está bem… deve ser minha culpa… Eu não deveria ter transferido minha responsabilidade para ela. Sou eu que devo ser a líder do vilarejo agora que meu avô faleceu… mas…

Compreendendo a situação de Kamila e ao mesmo tempo tomando conhecimento do estado de Anastácia, Lukas tenta aconselhar a jovem a não se preocupar demais com os títulos impostos pelos outros.

— Veja, Kamila. Sou contra Anastácia se tornar líder do vilarejo.

— Mas…

— E não é só isso. Ela já tem suas próprias responsabilidades e… Bem, cada um de nós tem suas tarefas. As minhas envolvem ajudar os moradores com magia, o senhor Balmor cuida das plantações, a esposa dele, dona Martha, recebe os visitantes. Cada um tem seu trabalho para ajudar o vilarejo como um todo.

— Portanto, não acho certo jogar isso nas costas dela. E se você fez isso apenas para evitar seu próprio futuro, não deveria ser assim. Lembre-se de que você não está sozinha afinal de contas. Todos estamos aqui por você, assim como estivemos para o seu avô.

Com a mão direita apoiada no ombro de Kamila, que agora cora levemente diante das palavras sinceras de Lukas, o rapaz tenta acalmá-la.

— E agora? Ainda se sente como antes? Ou encontrou alguma resposta?

Enquanto Lukas observa Kamila abaixar lentamente o olhar, ele nota o rubor em seu rosto. Preocupado, ele tenta entender se disse algo errado, mas Kamila apenas assente envergonhada e sai sem dizer uma palavra.

A atitude da jovem deixa Lukas intrigado e preocupado, sem entender o motivo de seu comportamento.

Será que foi insensível? Teria dito algo que a magoou? Essas perguntas ecoam em sua mente enquanto ele continua seu caminho, tentando compreender a reação de Kamila.

— Será que falei alguma besteira de novo? Bem… de qualquer forma, preciso informar Trevor sobre o que aconteceu…

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