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Capítulo 76.2 ❃ O Confronto Decisivo.

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Abrindo os olhos rapidamente, Evangeline retorna ao mundo real após sua vitória na luta simulada contra a Lacraia Anciã. Ela sente um alívio momentâneo ao perceber que todo o cansaço que havia experimentado era apenas dentro de sua mente. Seu corpo permanecera inerte o tempo todo durante o combate simulado, dedicando-se à recuperação de sua mana.

”Realmente… Mesmo que eu tenha vencido ela sem usar ‘aquilo’, ainda tive bastante dificuldade para derrotá-la com o poder atual que tenho, mal tive a chance de alterar a dificuldade da batalha… Mesmo que essa nova habilidade me faça adentrar em uma espécia de luta, que parece uma simulação de um jogo, preciso usá-la ao máximo para fortalecer meus movimentos!”

Nesse momento novos pensamento surgem. Como será que os monstros derrotados ficarão quanto mais a dificuldade da batalha aumentar na simulação? Se tornarão fortes o suficientes para se compararem com bosses? Questões como essas revelam a curiosidade que Evangeline libera com as expectativas da nova habilidade.

Recobrando o fôlego, Evangeline segue em frente pelo corredor, cautelosa em cada passo que dá. 

A iluminação baixa das tochas de chamas azuis penduradas nas colunas cria sombras dançantes ao seu redor, — aumentando o suspense no ambiente. Ela mantém suas adagas prontas nas bainhas, suas mãos firmes e prontas para agir a qualquer momento.

Ao se aproximar da entrada larga de uma sala à frente, Evangeline diminui ainda mais o ritmo, seus sentidos aguçados em alerta máximo.

‘’O que será que é aquilo…?’’

Então, ela adentra lentamente na sala, movendo-se com extrema cautela. 

Cada passo é calculado, cada olhar atento a cada canto e recanto em busca de monstros ocultos ou armadilhas traiçoeiras.

— Esse lugar… esse lugar parece bem grande…

A sala parece quieta, um silêncio opressor envolvendo o espaço. Evangeline examina minuciosamente cada detalhe, buscando qualquer sinal de perigo iminente. No entanto, para sua surpresa, não encontra nada além de um vazio aparente.

‘’Que situação estranha é essa…? Não tem nenhum monstro ou armadilha por esta sala inteira, também não exergo nada além de paredes e chão… A falta de mana desses mortos-vivos me impossibilita de detectá-los… Droga… mesmo que aqui pareça não ter nada… essa sensação…’’

Apesar da ausência de ameaças visíveis, uma sensação de mistério e expectativa paira no ar. 

O ambiente parece guardar segredos ocultos, desafiando Evangeline a desvendá-los. Junto a isto, uma forte insegura banha seu corpo, deixando o local vazio cada mais macabro. Ela sabe que sua jornada será repleta de desafios desconhecidos, e seu instinto lhe diz para permanecer vigilante, pois algo não parece estar certo.


Durante a exploração do local, Evangeline começa a sentir sua autoconfiança diminuir gradualmente enquanto anda pela sala aparentemente vazia.

— Já estou aqui a uns bons minutos e não vejo nada, não sinto nada e não achei nada ainda… O que será esse lugar afinal? — Seus olhos vasculham cada canto em busca de algum sinal de perigo, mas tudo o que encontram é espaços vazios e silenciosos.

À medida que ela avança um pouco mais para o centro da sala, um som ensurdecedor irrompe pelo ambiente. 

YAAAAAAAARRRRHHHHHH!!

O grito da Banshee, um som tão familiar quanto a própria escuridão da masmorra. 

O som carrega consigo uma intensidade avassaladora, exalando ódio, melancolia e medo, refletindo o sofrimento extremo da entidade.

A sala inteira parece tremer diante do grito poderoso. 

Rachaduras começam a se formar nas paredes e no chão, como se o próprio ambiente estivesse reagindo com desespero e medo à presença da Banshee. Evangeline sente a intensidade do grito reverberar em seu âmago, e, quando tampa suas orelhas fortemente, um calafrio percorre sua espinha.

— Tsk…! Mas… que merda…! Então ela está aqui…

O som angustiante da Banshee ecoa pelo local, preenchendo cada espaço com uma aura de desespero. Evangeline sabe que a batalha está prestes a começar, e suas habilidades e determinação serão colocadas à prova contra essa criatura aterrorizante.

Não conseguindo conter a urgência e a adrenalina que percorre suas veias ao se deparar com o perigo iminente, Evangeline prepara-se. 

Com um movimento rápido, suas mãos se movem em sincronia, retirando as adagas das bainhas. O brilho azulado das lâminas, junto do aprimoramento das chamas carmesins, reflete a determinação em seus olhos rubi.

Enquanto se prepara para o confronto com a Banshee, uma breve questão sobrevoa a mente de Evangeline. 

Durante toda a sua jornada pela masmorra, ela se questionou onde exatamente a Banshee havia estado todo esse tempo. Por que não havia escutado seu grito até agora?

”Por quê? Por que só agora ela apareceu de novo? Todo esse tempo… todas essas salas repletos de monstros… ” As dúvidas pairam no ar enquanto ela luta para manter o foco no presente. 

Evangeline recorda-se do último encontro com o quarteto dos mortos-vivos na sala inicial, onde escutara o grito aterrorizante da Banshee pela segunda vez. Esse momento a fez questionar a própria existência da criatura e a razão pela qual ela permanecera oculta até então.

”D-Droga….! Ela esperou para ficarmos completamente… a sós? Será que ela quer me matar diretamente ou… Merda! Esquece, preciso me preparar rápido!”

Contudo, qualquer pensamento de dúvida foi substituído pela urgência do momento. Evangeline está prestes a enfrentar a Banshee de frente, não há espaço para questionamentos ou reflexões. 

O desafio é real e imediato.

Evangeline revela um sorriso confiante, mas uma leve inquietação persiste em seu semblante enquanto ela suporta o poderoso grito de lamento da Banshee. Seus lábios se curvam, transmitindo determinação, mesmo sob a influência do desconforto causado pela assustadora melodia. Seu olhar se mantêm fixo nos olhos no perigo iminente, enquanto o grito ensurdecedor ecoa por toda a sala.

Após poucos segundos, o grito cessa abruptamente, como se nunca tivesse sido proferido. 

O silêncio mórbido envolve o ambiente, criando uma atmosfera sinistra e densa. Então, para surpresa da meio-elfa, um pequeno portal circular com aparência pegajosa, — semelhante a um piche negro, surge no chão.

Com uma aura de misticismo e desolação, a Banshee emerge lentamente do portal, manifestando sua magnificência pálida. 

A pele da criatura é tão branca quanto a neve recém-caída, — contrastando com seus cabelos negros como o mais polido ônix. Vestida em uma túnica branca, o tecido se revela sutilmente rasgado em suas extremidades.

Os olhos da Banshee permanecem fechados, mas as marcas de lágrimas escorrendo por seu rosto pálido contam uma história de dor profunda. Cada trilha líquida reflete o pesar de uma mãe que havia perdido seus filhos. Essa imagem traz uma sensação melancólica e um senso de perda que ecoa por toda a sala, aumentando ainda mais a aura sombria que a Banshee emana.

Observando atentamente a figura fantasmagórica da Banshee, uma realização se apodera de sua mente. Essa entidade não é um simples espectro, como os encontrados em seu jogo, Worldland Sephyra Online. Na verdade é algo muito mais poderoso e ameaçador, pois a Banshee apresenta uma forma corpórea, desafiando as suas expectativas.

‘’O-Oquê!? Como uma banshee não é um espectro…?! Ela tem corpo físico…?! Mas como isso é possível…? O que isso muda? Quão forte ela é?E, também… aquele portal… é uma magia espacial…?’’

Surpresa e curiosidade se misturaram em seus pensamentos. Ela se questiona sobre a verdadeira força da Banshee. Afinal, ao adentrar a sala, a criatura havia demonstrado uma habilidade mágica espacial, criando um portal no chão. Esse portal explica como a Banshee desaparecera da sala inicial antes de Evangeline entrar.

Essa revelação fez com que Evangeline compreenda que enfrentar essa Banshee será uma batalha muito mais intensa e desafiadora do que imaginava. A criatura não é apenas uma alma penada, mas uma entidade com poderes místicos que transcendiam a compreensão humana.

Inseguranças sobem sob a superfície de sua pele como um pinicar de ansiedade e medo. Todo esse tempo, Evangeline sempre vira monstros semelhantes que existia em seu antigo game nesse mundo. Todavia, a cada momento que se encontrara até então com tais monstros, percebera que eles eram completamente destoantes dos arquivos e códigos de um simples sistema interativo.

Rapidamente ela ativa sua habilidade Examinador para verificar a força da Banshee. Diferentemente de intens pelo qual ela examinou até então, esta habilidade não é compatível em 100% em verificar formas de seres animados, como humanos e monstros, — revelando na maioria das vezes o óbvio. Contudo, após subir alguns níveis em comparação ao seu estágio inicial, demonstrou ser capaz de mostrar apenas o essencial.


『Sistema』


➤ Humanoide raça: Banshee.

➤ Classificação de Rank (D+)

➤ Descrição: 

Seus lamentos ensurdecedores ecoam como clamores de agonia, anunciando desgraça iminente. Sua presença é um presságio terrível e seu chamado evoca pesadelos e visões de morte. A Banshee personifica a insignificância humana diante dos horrores e representa um destino cruel e inexorável.



”Tsk! Ela também tem rank D!? Cara… isso é sério?! E não é só isso, por causa da habilidade examinador não mostrar o status inteiro dela, parece que ela é até mais forte do que eu… Não posso perder tempo esperando ela atacar, preciso finalizar antes que ela demonstre qualquer movimento de hostilidade!”

Evangeline, tomada pela impaciência e pelo desejo de eliminar a Banshee antes que ela pudesse revelar toda a sua força, decide atacar de surpresa. Com um movimento ágil e preciso, ela avança em direção à criatura, revelando um desespero latente em seus olhos. 

A falta de informações sobre a Banshee a impulsiona a agir de forma impulsiva, mesmo consciente de que atacar um monstro desconhecido é um ato ignorante.

”Droga, não tenho tempo! Não posso bobear com esse treco aí! Não sei quais são as extensões de seu poderes e habilidades… Se ela tem a capacidade de transportar pela masmorra facilmente, nem consigo imaginar o nível de seus feitiços!!”

No entanto, antes que pudesse sequer tocar um fio do cabelo da Banshee, algo enorme e parrudo cruza sua visão em alta velocidade. No instante seguinte, um golpe poderoso atinge Evangeline, arremessando-a para longe com um impacto brutal.

A dor atravessa seu corpo, envolvendo-a em uma agonia intensa.

Evangeline, caída no chão e ofegante, compreende o quão precipitada fora sua ação. A força e velocidade do ataque surpresa que a atingiu eram evidências claras de que ela subestimara tanto a Banshee quanto aquele que a havia impedido de atacar.

Atordoada pela dor do golpe em seu corpo, Evangeline se depara rapidamente com o causador do golpe.

Próximo da Banshee um Troll morto-vivo se ergue imponente, sua aparência grotesca causando arrepios na espinha. Seu corpo putrefato exibe um abdômen dilacerado, com as vísceras expostas e as tripas pendendo em uma visão macabra. As costelas quebradas e expostas parecem dançar ao ritmo das moscas que entram e saem de dentro do seu corpo em busca de carniça.

Todavia, é em seu rosto que a verdadeira repugnância reside. 

Um corte profundo atravessa sua face de maneira grotesca, expondo parte de seu crânio e revelando uma cavidade onde outrora existiam olhos. No lugar dos globos oculares, apenas vazios sombrios emanam um brilho desesperado, repleto de uma energia duvidosa e sinistra.

O troll segura firmemente um poderoso taco de madeira em sua mão decrépita, as veias necrosadas pulsando em torno do punho apertado. Cada músculo morto é tensionado, pronto para desferir golpes de força brutal e devastadora.

Enquanto a visão desse abominável ser provoca uma repulsa indescritível, também é impossível ignorar a aura de perigo e maldade que o envolve. Sua presença é um lembrete sombrio de que a morte não é o fim, mas sim o início de uma existência ainda mais terrível.


『Sistema』


➤ Humanoide raça: Troll (Morto-vivo).

➤ Classificação de Rank (D+)

➤ Descrição: 

Após inúmeras batalhas sem descanso para aprovação de um sistema do mais forte em sua tribo, alguns trolls buscam a aprovação da deusa da morte para servi-la no pós-vida. Apenas os mais dignos conseguem cruzar a linha e continuar com seu glorioso físico enquanto vivos, enquanto outros revelam cicatrizes abertas de suas antigas mortes pelo objetivo imposto.



— Porra! Vai se fu…

Antes de impregnar o ambiente da sala com sua angústia a flor da pele, após perceber o nível do Troll undead, um segundo convidado surge na sala, extravasando uma das paredes do local, e se pondo junto ao outro lado da Banshee, revelando ser um Ogro, também morto-vivo.

Ele ergue-se majestosamente, emanando uma aura de puro horror. Seu corpo deformado exibe um abdômen dilacerado, com as tripas expostas e penduradas como grotescas guirlandas de carne pútrida. As costelas quebradas e expostas em suas laterais ressaltam feridas abertas de onde sangue podre e seco escorre em um vislumbre de sua carnificina passada.

O rosto do ogro é uma visão grotesca, com o maxilar completamente esmagado e deslocado, revelando a sinistra arcada óssea de sua boca. Os lábios decompostos balbuciam silenciosamente, incapazes de pronunciar qualquer som além de um sussurro fantasmagórico. Seus olhos, vazios de vida, brilham com uma malévola intensidade, refletindo um poder vicioso que o consome por dentro.

Em sua mão, o ogro morto-vivo segura com firmeza um imenso taco de pedra polida. O cabo áspero e irregular, — marcado por entalhes profundos, é segurado com uma força sobrenatural. A pedra maciça brilha com uma aura sombria, como se estivesse imbuída de uma energia nefasta capaz de esmagar tudo em seu caminho.

A existência desse ogro morto-vivo junto ao seu companheiro Troll é uma blasfêmia contra a vida, uma lembrança sombria de que a morte não é o fim, mas sim o início de uma existência distorcida e aterradora.

— Argh…! Droga…eu mereço…

Segurando fortemente os cabos das adagas, que revelam um brilho de coragem perante o caos, Evangeline prepara-se para o que está prestes a começar.

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Olá, eu sou HOWL!

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